IME-USP

Professor Alexandre Abdo fala sobre ambientes computacionais para reprodutibilidade de software e infraestrutura de pesquisa

Da Universidade Gustave Eiffel , o professor Abdo apresenta uma palestra sendo parte da disciplina “Desenvolvimento de software livre” do Bacharelado em Ciência da Computação do IME, com o  oferecimento de  uma oficina para os alunos e uma segunda palestra como parte da reunião do Grupo de sistemas do IME-USP

A primeira delas acontece nesta quinta-feira, 23 de maio. O Professor Alexandre Abdo do Laboratório Interdisciplinar Ciências Inovações Sociedades (LISIS) da Universidade Gustave Eiffel ministra a palestra Ambientes computacionais para a reprodutibilidade de softwares (de pesquisa) com GNU Guix e Software Heritage. A apresentação é uma atividade prevista dentro da disciplina de “Desenvolvimento de software livre” do Bacharelado em  Ciência da Computação e acontece das 10h às 12h no Auditório Imre Simon, no CCSL, bloco C do Instituto. Após a palestra, às 13h será oferecida uma oficina sobre o tema, com duração prevista de 3 horas.

Já no dia 24 de maio, no mesmo local, ocorre a palestra Transformando uma infraestrutura de pesquisa para ciências sociais madura em um projeto de software livre, conduzida pelo professor. Parte da reunião do Grupo de sistemas do IME-USP, a palestra inicia às 14h30  e vai até às 15h30. As duas palestras e a oficina são abertas para todas as pessoas interessadas.

Abdo é cientista molecular e doutor em Física pela USP, tem uma trajetória pela física estatística, informação em saúde, e estudos sociais da ciência, tecnologia e inovação, além de organizar cursos e encontros sobre o tema dos comuns e da ciência aberta. Também é membro do Garoa Hacker Clube em São Paulo e do CindaLab no Rio de Janeiro, e integra a equipe do INCT Ciência Cidadã.

Ambientes computacionais para a reprodutibilidade de softwares (de pesquisa) com GNU Guix e Software Heritage

A reprodutibilidade de análises computacionais depende, para além da abertura de dados e códigos-fonte próprios a estas, da reprodutibilidade dos ambientes computacionais e da preservação do conjunto desses códigos. Tais questões são tratadas frequentemente com soluções inadequadas, no mais frequente com a preservação de ambientes opacos sem garantias de longo prazo. Neste encontro apresentaremos os princípios, funcionamento, e casos de uso de dois projetos que podemos chamar de infraestruturais: o gerenciador de ambientes computacionais Guix, e o arquivo universal de código-fonte Software Heritage. Concebidos como respostas respectivas para as duas questões, ambos colaboram para produzir uma solução completa e robusta para a questão da reprodutibilidade. Discutiremos também outros benefícios da arquitetura Guix para o desenvolvimento de software, e o uso de dados do Software Heritage para estudos sobre a produção e circulação de código-fonte.

Atividades da Oficina

Instalar o Guix, usar as funções shell, time-machine e as package transformations para reproduzir ambientes computacionais; escrever receitas de pacotes; configurar um software channel complementar; manter um channel para um grupo ou projeto; contribuir para o Guix; inclusão de códigos-fonte no Software Heritage; uso de identificadores SWHID para o referenciamento de software; obtenção e uso do grafo universal de códigos para análises.

Transformando uma infraestrutura de pesquisa para ciências sociais madura em um projeto de software livre

Em 2008, um grupo de pesquisadores em estudos sociais da ciência e tecnologia (STS) deu início ao desenvolvimento de uma plataforma de pesquisa interdisciplinar, com a finalidade de experimentar e tornar acessíveis métodos de análise computacional de documentos para as comunidades das ciências humanas e sociais. O principal serviço on-line e gratuito dessa plataforma, chamada Cortext, hoje atende por ano uma comunidade de mais de mil usuários ativos originários de 50 países, executando um total de 44 mil análises. No seu desenvolvimento, os técnicos e pesquisadores contribuindo códigos e métodos à plataforma farão uso intensivo de bibliotecas e frameworks em software livre. Porém, apesar de simpáticos à ideia e em certa medida entusiastas do movimento, prevalece uma resistência a publicar modificações realizadas e mesmo os códigos-fonte dos métodos. Dez anos se passam até que um primeiro método é publicado sob licença livre, fruto de um trabalho de pós-doutorado, desencadeando um processo complexo e negociado de abertura, permeado da emergência de valores e normas em torno da ciência aberta e da reprodutibilidade de pesquisas acadêmicas. Nesta apresentação discutiremos a imbricação entre fatores técnicos, jurídicos, epistêmicos e humanos à origem da primeira situação, assim como os que permitiram o movimento de saída dela.

Por: Nathalie Rodrigues | Serviço de Apoio Institucional 

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