A MÁQUINA DE TURING
E O QUE OS COMPUTADORES PODEM E NÃO PODEM FAZER
AVALIAÇÕES DE PARTICIPANTES
Valdemar W. Setzer
Departamento de Ciência da Computação, IME-USP
www.ime.usp.br/~vwsetzer
(endereço de e-mail no topo)
Esta versão: 25/10/25 - esta revisão: 29/10/25 - 2
Nesta página encontram-se em ordem cronológica reversa todas as transcrições
(as partes ilegíveis são anotadas com [?]) de avaliações
de participantes desta palestra, conforme escreveram, literalmente (sic),
no fim da mesma, no One-minute paper, onde são colocadas
as respostas aos seguintes itens: [1] Coisa mais importante aprendida;
[2] Maior dúvida que ficou; [3] Comentários. Itens de números
maiores são os do formulário eletrônico, de palestras
remotas. Os originais estão à disposição para exame. Respostas a algumas
dúvidas e meus comentários são marcados com RESP.
Ver o resumo
da palestra e sua apresentação
completa em ppt; ver a apresentação
resumida usada em palestras. Avaliações só foram
pedidas após a de 25/10/17 inclusive; inicialmente o título
dela era "A Máquina de Turing e a essência dos computadores",
ver a lista
de palestras dadas e programadas. Ver também meu breve artigo,
escrito para o programa de uma peça de teatro, "Alan
Turing e a ciência da computação"
19. 24/10/25, palestra presencial para estudantes do Bacharelado em
Física, durante a Semana da Física no Insitituto de Física
da USP. Info: prof. Alexandre L. Correa.
No início da palestra foi distribuído um papelzinho onde
os presentes deveriam responder Sim ou Não à pergunta "Os
robôs terão todas as capacidades humanas?" O resultado
foi de apenas 2 Sim e os restantes 19 foi Não. Isso foi uma agradável
surpresa! Há algumas dezenas de anos a proporção
era de mais ou menos 50%.
- [1]. Computadores são MT restritas, apenas capazes de
interpretar símbolos matemáticos (enumeráveis finitos).
- Baseia na descrição de um algoritmo. (lógico
matemático). Um único tipo de instrução
pode resolver qualquer argumento lógico. - O pensar há
de ser compreendido. - Ademais, o pensamento é algo abstrato,
que dá livre arbítrio. - Computadores nunca pensam, interpretam
argumentos. Só seres humanos têm a capacidade de pensar.
- Humanos são diferentes de máquinas!!! [2]. A
construção de um sistema de uma MT pela análise
de uma fita. [3]. Adorei a didática do professor e o carisma
dele. Conteúdo bem explicado e construção coesa
e clara. Uso de exemplificação para explicar o conteúdo.
Amei. RESP.: A restrição da potência dos
computadores é devida exclusivamente ao fato de suas unidades
de armazenamento serem finitas, e ao fato de que levam tempo para processarem
quaisquer dados (a MT, sendo abstrata, não depende do tempo).
Existem os denominados "problemas intratáveis", em
que o tempo que leva para executar os algoritmos que os resolvem é
proporcional a um expoente do número de dados de entrada, o que
é denominado de "complexidade exponencial". Qualquer
coisa que cresce exponencialmente acaba "explodindo". A MT
mostra que um único tipo de instrução resolve qualquer
problema para o qual existe um algoritmo usando dados discretos, que
podem ser reduzidos a números. Os computadores interpretam a
linguagem de máquina, o código interno com as instruções.
Sim, seres humanos não são e nunca serão máquinas.
Podem ser induzidos a se comportar como máquinas, e isso é
terrível, pois máquinas jamais terão sentimentos,
como a compaixão. Aliás, pense um pouco (esqueci de dizer
isso): como um computador trata seu usuário? Como um computador!!!
O Controle Finito interpreta as quíntuplas ordenadas que estão
nele, e que descrevem o que a máquina deve fazer, isto é,
reconhecer um símbolo na fita, escolher logicamente qual transição
deve ser tomada, e antes de fazê-la mudar o símbolo da
fita e mover o cabeçote.
- [1] Os fundamentos, algoritmo que formam uma máquina/computador
e diferenciam de um ser humano. [2] Não entendi inteiramente,
e provavelmente nunca irei entender, o que nos torna humanos. [3]
Gostei muito da interação da palestra, mas foram tantos
os conceitos abordados que creio que precisaria de palestras todo dia
para os desenvolver. RESP:. Eu tentei mostrar, sugerindo que
vocês vivenciassem o que eu ia expor, que os seres humanos têm
as atividades interiores pensar, sentir e querer. Jamais máquinas
terão essas atividades. Por exemplo, quando um programador faz
um programa e o introduz na máquina, esta simula os pensamentos
que o programador expressou no programa. A máquina não
está pensando, está simulando os pensamentos que o programador
teve. Além daquelas atividades, temos memória consultável,
temos consciência e autoconsciência, conseguimos olhar para
um objeto e captar, com nosso pensar, a ideia subjacente a ele. Se você
vivenciar todas essas atividades, estará compreendendo o que
é ser um ser humano não intelectualmente, mas por vivência!
Quanto ao conteúdo ter sido muito amplo, reveja a apresentação
completa.
- [1] Aprendi que tenho muito o que aprender sobre muitos assuntos.
Conhecer a MT abriu margem para me questionar sobre como lido com a
tecnologia e como lido com a minha vida. [2] Será que
uso de forma consciente toda essa tecnologia? Será que estou
sendo estou passivamente usando-a ou sendo inconscientemente usada?
[3] Que possamos ter mais conteúdos deste nível
educacional aqui no IFUSP. RESP.: Eu disse na palestra que se
uma pessoa para de aprender, está simplesmente aguardando sua
morte. O ser humano não é um ser, é um devir, em
permanente transformação. Vocês não saíram
da aula do jeito que entraram! Essas suas questões são
fundamentais. Sobre o uso das máquinas, veja o artigo "A
missão da tecnologia", em minha home page. Lá
eu mostro que a missão das máquinas é nos libertar
das forças físicas interiores e exteriores a nós.
Por exemplo, o uso do projetor me libertou de ter que escrever no quadro-negro.
As luzes nos permitiram dar e assistir uma palestra à noite.
No entanto, as máquinas estão cada vez mais aprisionando
o ser humano, o contrário do bom uso que deveríamos fazer
delas! Para isso, precisamos usá-las com conhecimento e consciência.
O ser humano não está sabendo usar positivamente a liberdade
cada vez maios que está adquirindo. Veja o caso da internet,
que dá uma liberdade que jamais houve antes ela está
sendo cada vez mais mal usada.
- [1] Eu ando pensando muito em todos os temas dessa palestra.
Meu raciocínio me levou a crer mais, que a consciência
humana não é especial e é provável de ser
recriável. Mas essa palestra me deu novas ideias, então
o mais importante que aprendi foi como duvidar novamente dessas questões
ao invés de ter uma conclusão. [2] Se não
sabemos praticamente nada sobre a consciência, como se pode afirmar
que não pode ser replicada. Se for possível, como se prova
que o que foi criado realmente é uma consciência? [3]
{Vazio}. RESP.: É impossível recriar formalmente
a consciência humana, pois ela é formalmente indescritível
e absolutamente individual, cada pessoa tem a sua. A ciência é
objetiva e universal. Duvide de tudo o que você aprende de ciência,
seja crítico/a. O ensino tenta criar uma fé na ciência,
o que é denominado de cientificismo (tenho um artigo em meu site
"O computador como instrumento do cientificismo", dê
uma olhada nele). Temos que encarar a ciência objetivamente, e
não a desenvolver e a usar cegamente. Com a ciência se
podem fazer bombas com o único fim de destruir pessoas. Se os
cientistas fossem pessoas morais, não desenvolveriam essas bombas
e o que prejudica o ser humano e a natureza.
- [1] Uma coisa que aprendi foi o conceito de que um computador
real poder ser aproximado por uma máquina de Turing idealizada.
[2] Uma pergunta: uma máquina de Turing é o menor
computador idealizado possível? [3] {Vazio}. RESP.:
Não é "aproximado". Correto seria dizer que
uma MT pode simular um computador. Sim, como eu disse, a MT é
a máquina digital abstrata mais simples que se pode imaginar.
Qualquer outra será mais complexa, e nunca terá mais potência
(isto é resolver mais problemas) do que uma MT.
- [1] Todas as instruções de um computador moderno
podem ser reduzidas a uma instrução básica: quíntuplas
ordenadas da máquina de Turing. [2] No processo de avançar
o cabeçote sobre a fita em uma máquina de Turing há
em alguns momentos, a necessidade de substituir na fita um símbolo
por outro diferente. Onde o símbolo que será substituído
fica armazenado. [3] Achei fundamentais as reflexões filosóficas
associadas às bases da computação e à natureza
do pensamento humano. RESP.: O cabeçote da MT está
sempre apontando para uma das células da fita. O controle finito
reconhece o símbolo dessa célula, escolhe logicamente
a transição a ser tomada para outro ou o mesmo estado,
isto é, a quíntupla ordenada que será interpretada,
e nesta está o símbolo a ser gravado naquela célula.
RESP.: Se os seus professores, em cada aula fizessem algumas
considerações filosóficas, imaginem o quanto vocês
aprenderiam, e veriam vários aspectos diferentes! Mas, infelizmente,
geralmente os professores acham que devem se ater exclusivamente à
matéria que devem ensinar. Ficam tratando os alunos como máquinas
com um repositório de informações ou, pior ainda,
de dados, que são representações simbólicas
quantificadas.
- [1] "O que é pensar?". Saber + sobre nós
mesmos. [2] {Vazio}. [3] Professor extremamente simpático,
não sou muito fã de física e matemática,
mas ficaria horas ouvindo Valdemar ensinando., dá para ver sua
vocação em ensinar. RESP.: Não é
possível definir formalmente o que é pensar. Eu o caracterizei
por meio de algumas de suas atividades e características. Por
exemplo, o fato de se poder pensar sobre o pensar, isto é, é
uma atividade - a única - em que a ação é
idêntica ao objeto da ação. Também, que com
ele formamos uma representação mental (imagem interior)
de um objeto visto e, a partir dele. atingimos a ideia subjacente ao
objeto (lembre-se do exemplo da "porta"). Finalmente, completando
o processo cognitivo, exprimimos a ideia com um conceito, no caso a
palavra "porta". Veja para mais detalhes meu artigo
google =>valdemar setzer home => (busca na página) cognição.
Quanto a você ter gostado de minha maneira de ensinar, espero
que tenha aprendido algumas de minhas técnicas: dirigir-se aos
alunos sempre usando o nome, pois isso produz um contato pessoal; fazer
perguntas e incentivar respostas, não importando se são
erradas (pois aí o professor tem a chance de mostrar o erro);
mostrar entusiasmo pela matéria, pois isso irradia para os alunos;
não se limitar apenas a questões técnicas etc.
etc.
- [1] O entendimento básico do funcionamento de uma máquina
de Turing. [2] O quanto do modelo apresentado segue válido
diante dos computadores de lógica trinária e dos computadores
quânticos? [3] A sua caracterização do pensamento
me fez lembrar de um trecho de Locke que li recentemente. Vou relê-lo
e, a depender, detalhar mais num futuro e-mail. RESP.: Tanto
faz o sistema numérico usado pelo computador, Se em vez de binário
ele for ternário ou decimal a potência será a mesma.
Usa-se o sistema binário por simples conveniência técnica:
os circuitos ficam mais simples, mais rápidos e mais confiáveis.
É como reconhecer a luminosidade de uma lâmpada incandescente:
é facílimo reconhecer se está acesa ou apagada.
Agora, se ela for controlada por um dimmer com graduações
de 0 a 10, tente olhar para a lâmpada e dizer qual é o
grau de luminosidade. Quanto ao Locke, ele, como Hume e Berkeley, foi
um empirista, considerando que a única coisa que podemos fazer
é formar representações mentais do que as percepções
sensoriais nos revelam, e param por aí. Isto é, resumem
a realidade às nossas representações mentais. Isso
também é chamado de "idealismo crítico".
Mas essa filosofia não se sustenta pois, por exemplo, nosso olho
também seria apenas uma representação mental. Além
disso, eles ignoraram que o pensar completa a percepção,
atingindo a ideia, a essência dos objetos.
- [1] Qualquer função matemática discreta
pode ser resolvida por uma máquina de Turing. [2] Por
que só um tipo de instrução? Não entendi
o que significa tipo. [3] Achei muito legal o professor. Incentivar
os alunos a errar mais e avaliar a aula. RESP.: Um PC tem uma
instrução de soma binária de números 8 bits.
Como são duas parcelas, haverá 28*28
possíveis combinações de parcelas. O tipo de instrução
é um só, soma de dois números binários de
8 bits. Mas com esse único tipo podem ser feitas 216
somas diferentes. A MT tem um único tipo de instrução,
as quíntuplas ordenadas que estão no controle finito.
- [1] Aprendi que uma máquina jamais conseguirá
pensar, ela pode tentar imitar, mas nunca terá natureza do pensamento
humano. [2] Algum dia o ser humano conseguirá criar uma
máquina com livre arbítrio? Ou outro objeto que tenha
essa característica da natureza, mas seja inorgânico? [3]
Gostei muito da organização, da palestra e da maneira
de pensar do professor, além da sua ótima interação
com o público. RESP.: Não será livre arbítrio,
pois isso significa ser livre na vontade, na decisão. Se uma
máquina tivesse essa capacidade, ela seria inútil. Como
no exemplo que dei, de vez em quando era faria 2+2=5 outras vezes 2+2=3.
Todas as máquinas e construções seguem inexoravelmente
as "leis" e condições físicas; projetando-se
e se construindo uma máquina ou edifício seguindo as "leis"
da natureza, ela funciona e ele não desmorona. Ora, seguindo
inexoravelmente as "leis" e condições físicas,
as máquinas não podem ter liberdade. Isso significa que
o ser humano transcende as leis físicas. Eu tenho uma teoria
de como algo que não é físico pode influenciar
algo que é físico, sem violar as "leis" da física.
Atenção, plantas e animais não têm livre
arbítrio, só o ser humano o tem.
- [1] A quantidade de tipos de instruções que
MT possui (que é apenas um). [2]. Não entendi direito
como uma MT "soma", como por exemplo #111+11111=# [3]
A palestra foi ótima, só fautor faltou deixar claro o
que significava "tipo de instrução". RESP.:
Pena que você não pediu para eu explicar isso! Não
tenha medo de fazer perguntas, não existem perguntas bobas, todas
revelam uma dúvida existente. Pode haver respostas bobas (por
exemplo, que não têm nada a ver com a pergunta). Quanto
à soma unária, o importante é ir colocando uma
marca em cada dígito 1 das parcelas, sucessivamente, colocar
um 1 depois do # e voltar para a marca. Experimente construir um diagrama
de estados para os exercícios.
- [1] Formas de combinações de um sistema. [2]
Olhando para a ciência do futuro. Daqui a 100 anos, que internet
teremos. Nossos computadores serão quânticos. Os futuristas
que pensam o futuro da humanidade alegam que o ser humano será
homem máquina. Parte máquina e parte humano. A parte máquina
vai prolongar a vida humana. O que as máquinas executarão
no futuro como aliadas da humanidade? [3] {Vazio} RESP.:
É impossível prever como será a internet daqui
a 100 anos - se a humanidade ainda existir, pois estamos cada vez mais
em risco de haver uma hecatombe nuclear, causada por ações
inconscientes de governantes loucos. Todas as guerras hoje em dia são
loucuras; todos os conflitos deveriam ser resolvidos por negociação.
Mas aí esbarramos em um grande problema: como negociar com fanáticos?
Para haver simbiose total entre ser humano e máquina, é
preciso conhecer o código usado pelo sistema nervoso. Não
se descobriu um tal código e, como citei na palestra, tenho a
conjectura muito forte de que esse código não existe.
Será impossível descarregar nossa memória em um
computador, e vice-versa. A ideia de que se poderá prolongar
a vida humana a níveis jamais alcançados é pura
fantasmagoria. Já imaginou viver centenas de anos aguentando
as mazelas dos políticos? Seria um horror! Além disso,
a humanidade precisa renovar-se continuamente. Quanto aos computadores
quânticos, tenho grandes dúvidas se terão porte
razoável, pois os ruídos de fundo mudam os estados dos
átomos. De qualquer modo, os computadores quânticos não
aumentam a potência dos computadores, apensas encurtam o tempo
de processamento. Quanto a máquinas aliadas da humanidade, isso
depende do uso que se faz delas. E para fazer um bom uso, é preciso
agir moralmente - mas ações imorais parecem estar cada
vez mais presentes.
- [1]. O aprendi que a máquina de Turing não existe
fisicamente; o que é controle finito; que a MT não calcula
e o computador também não; uma única instrução
= qualquer processamento de dados; reflexão sobre pensar, querer,
desejar, vontade, aquilo que nos diferencia das máquinas. [2]
Não entendi o problema da parada. [3] Achei o tema e apresentação
muito interessantes! Obrigada pela oportunidade! RESP.: Atenção:
não se trata de uma única instrução, mas
um único tipo de instrução. Para o "problema
da parada", Turing mostrou que não pode existir uma MT que
simula outra qualquer e que conclui que a segunda para, para quaisquer
dados de entrada, ou não para. Na arpesentação
completa desta palestras eu mostro como se prova isso. Veja-a em
www.ime.usp.br/~vwsetzer/apresentacoes/Maq-Turing-essencia-comps.ppsx
- [1] O que são máquinas de Turing e pq nunca
serão como um ser humano. [2] O que uma MT pode fazer
que os computadores que usamos no dia a dia não podem? [3]
Palestra longa. RESP.: Sua pergunta é muito interessante.
Um caso desses seria um problema que, para que um programa o resolva,
seja necessária uma unidade de armazenamento com capacidade infinita.
Por exemplo, "Dê o n-ésimo dígito de
Pi, para qualquer n natural" (em lugar de Pi, poderia ser
um número irracional qualquer, como a raiz quadrada de um número
que não é quadrado perfeito). Um computador físico
pode esgotar suas unidades de armazenamento se n for muuuuito
grande. Como a MT tem fita infinita, ela não tem limites de espaço
de armazenamento. Repito minhas desculpas pelo tamanho da palestra,
mas tive a impressão de que vocês estavam interessados
em certos tópicos que alonguei, e com isso extrapolei o tempo.
Mas percebi também que vocês não estavam sonolentos,
isto é, seu interesse era bem grande.
- [1] O que é a máquina de Turing e como ela está
relacionada nos computadores. [2] A MT achei bem abstrata, então
tive dúvidas. [3] {Vazio} RESP.: Sobre a MT, veja
a apresentação; acho que as minhas fichas explicam bem
o funcionamento dela.
- [1] "Tenho que errar bastante" foi o que achei de
mais importante. [2] Como perder o medo de errar depois de adulto?
[3] Deixo aqui meus agradecimentos por esta aula incrível!
RESP.: Cuidado, não se trata de errar bastante, mas de
não ter medo de errar. Obviamente, isso depende das circunstâncias.
Se um erro pode causar um acidente, não deve ser tentado!
- [1] O aprendizado mais importante foi que os computadores não
conseguem realizar tarefas que não posssam ser explicadas por
meio de símbolos/números. [2] A maior pergunta
que ficou foi sobre o que é o pensar e como ocorre. [3]
Gostei muito da palestra, principalmente dos momentos filosóficos
sobre as diferençasd entre o pensamento umano e o pensamento
das máquinas. RESP.: Não é possível
definir formalmente o que é o pensar. Ele deve ser vivenciado,
e se conhecer suas características principais, como mostrei na
aula. Por exemplo, ele pode ser totalmente determinado por uma decisão
(um ato de vontade, do querer), pelo menos por alguns instantes, isto
é, ele é um instrumento para se perceber que se pode ter
livre arbítrio, liberdade. Ele pode ser usado para "observar"
ele próprio. Pode-se ter certeza absoluta do que se está
pensando, por isso ele é um ponto de apoio para a cognição.
Mas o principal talvez seja de que ele é uma ponte para o mundo
platônico das ideias, isto é, ao observar um objeto, com
o pensar entramos imediatamente em contato com a essência o objeto.
Em seguida, com o pensar associamos essa ideia a um conceito, que pode
ser expresso em palavras.
18. 21/3/25, palestra na disciplina MAC-0329 para ingressantes do Bacharelado
em Ciência da Computação do IME-USP, e interessados,
dentro do programa USP.comvc
da Pró-Reitoria de Cultura e Extensao Universitária (PRCEU)
da USP, usando a versão resumida da apresentação. Info:
prof. Roberto Hirata Jr. hirata no ime dot usp ponto br.
No início da palestra foi distribuído um papelzinho onde
os presentes deveriam responder Sim ou Não à pergunta "Os
robôs terão todas as capacidades humanas?" Foi esquecido
de recolher no início, mas no fim houve supreendentemente 36 Não
e 7 Sim, provavelmente preenchidos no começo.
- [1] Aprendi como funciona a Máquina de Turing (MT)
e como se utilizar do senso crítico e criatividade para resolver
os mais variados problemas através da criação de
algoritmos na própria Máquina de Turing. Além disso,
aprendi que, através da própria MT que há limites
para a algoritmização, isto é um limite do que
pode ser computado: a complexidade humana. [2] Sobre o algoritmo
de paridade de binários na MT, o algoritmo se quebra caso dígito
após "#" não for 1 nem 0. Como encerrar o algoritmo
caso dígito após cerquinha não for binário
(0 ou 1)? Resumindo, a grande dúvida que ficou para mim é.:
"Como fazer tratativas para possíveis erros na máquina
de Turing?" [3]. Palestra sensacional, palestra edificante
que me fez pensar sobre coisas em algoritmos que eu nunca havia pensado,
professor bem humorado e que é nítida sua paixão
pela área de estudo e pela propagação dos conhecimentos
que nela há. RESP.: Na configuração inicial
da máquina, o cabeçote está no # da esquerda e
faz o movimento de uma célula para a direita para um novo estado.
Há três transições possíveis para
esse segundo estado, com 0, 1 ou #. Se na célula da fita, apontada
pelo cabeçote não houver nenhum desses três símbolos,
a máquina para, sem dar nenhuma resposta (gravar PAR ou IMPAR
na fita). Seria possível fazer em cada estado transições
(ou uma transição especificando muitos símbolos
da fita) com todos símbolos possíveis fora do das transições
previstas, e desviar para um estado onde começaria a ser gravado,
por exemplo, ERRO! SÍMBOLO NÃO PREVISTO. Esqueci de dizer
na palestra que se costuma definir a MT com o cabeçote se movendo,
e não a fita (como num gravador de fita cassete). Ocorre que
há uma dualidade entre essas duas modalidades, elas são
equivalentes. É mais fácil visualizar nos desenhos e exemplificar
com o cabeçote se movendo. Quanto a erros, não foi da
máquina, e sim do que se colocou na fita! Quanto aos elogios,
obrigado; espero que minha didática seja imitada se você
for dar aulas!
- [1] Com certeza foi pensar sobre o pensar, e refletir sobre
os conceitos e ideias. [2] A essência de algo seria a sua
ideia no mundo platônico das ideais? [3] Gostei muito da
exploração dos temas filosóficos, explorando além
da matemática. RESP.: Que bom que você apreciou
as considerações filosóficas. Como eu disse, se
todos os professores fizessem considerações filosóficas,
inclusive fora da matéria, vocês iriam se enriquecer enormemente!
Infelizmente, há uma mania dos professores se aterem à
matéria. Sim, a essência de qualquer objeto não
é física, está no mundo platônico das ideias.
Eu mostro isso claramente em meu artigo
www.ime.usp.br/~vwsetzer/conceito-cerebro.pdf
Leia-o criticamente!
- [1] Achei intrigante a ideia, da natureza de conceito e ideia,
enquanto "conceitos" puramente mais profundos o que aparentam
ser. [2] Não obtive nenhuma dúvida completa, mas
desejo refletir sobre os tópicos abordados para obter um melhor
entendimento. [3] Gostaria de agradecer a palestra, tópicos
excelentes e discussões muito enigmáticas, muito obrigado
professor! RESP.: Para poder refletir melhor sobre a palestra
(excelente iniciativa!) veja a apresentação dela em ppt,
e o artigo do link acima.
- [1] Os fatores que diferenciam um ser humano de um computador.,
além de funcionamento da máquina de Turing e a importância
de exercitar o pensamento em alguma arte. [2] Ainda não
consegui estabelecer uma diferença clara entre os conceitos e
as ideias. [3] {Vazio}. RESP.: Sim, é absolutamente
essencial saber-se que o ser humano não é uma máquina.
Você teria dó de desligar o computador? Isso seria uma
aberração psicológica! Mas se o ser humano é
uma máquina, por que não "desligá-lo"?.
Não haveria mais compaixão pelo sofrimento humano. Sobre
a diferença entre conceitos e ideias, veja o artigo do link
da avaliação 2.
- [1] O que aprendi de mais importante é que uma máquina
apenas pode reconhecer símbolos e tomar decisões lógicas.
Isso implica na impossibilidade de um computador poder pensar e simular
um comportamento humano em sua totalidade. Uma máquina é
material e não consegue conceber algo imaterial, não é
capaz de sentir, não tem liberdade e nem opinião. [2]
Seria possível integrar o pensamento humano com uma máquina?
Por exemplo, a ideia de implantar um neurochip como o da Neurolink.
[3] A palestra levantou pontos muito interessantes e conseguiu
me entusiasmar e me manter atento. Levantou muitas questões filosóficas
acerca do ser humano, máquinas, ideias e o materialismo. A forma
que o professor fala e interage cativa a atenção e a compreensão.
RESP.: Excelente, você captou coisas muito importantes que
eu quis transmitir. Espero que isso frutifique em você. Eu não
diria "não consegue conceber", e sim trabalhar com
algo que não é material, como o ser humano consegue, por
meio de seus pensamentos, sentimentos e vontade que, em minha concepção
(baseada em evidências muito fortes - algumas eu mostrei a vocês;
leia meus artigos em meu site) não são físicas.
Implantação de um chip no cérebro: depende do que
se interpreta como "integrar". É possível implantar
chips no cérebro (acho que se usa isso para diminuir ataques
epilépticos) mas é tudo feito empiricamente, sem se compreender
por que o cérebro emite correntes elétricas e o que elas
significam. Leia o livro do Nicolelis Muito além do nosso
Eu, onde ele descrever o implante de chips em macacos. É
tudo empírico, sem se compreender como o cérebro funciona;
o grande feito foi achar funções matemáticas (provavelmente
por meio de regressão linear múltipla - vocês vão
aprender isso na estatística, espero; hoje em dia talvez usando
grandes sistemas generativos), que transformam a quantificação
dos impulsos elétricos em dados para um computador, e usá-los
em calculeiras para mover, por exemplo, um cursor numa tela ou "pernas"
de um robô. Sobre liberdade, há dois tipos: 1. A externa,
de uma pessoa não ser foçada a pensar, sentir e agir de
certa maneria imposta de fora; 2. A interna, que é o livre arbítrio.
Este último não pode ser provado, deve ser vivenciado,
e muitas vezes sugiro fazer a experiência mental de, inicialmente,
provocar uma calma interior no pensamento, em seguida imaginar em um
mostrador dois números sem que a pessoa tenha nenhuma ligação
com eles, "chavear" as imagens, uma depois da outra, e depois
decidir por uma e concentrar-se somente nela, sem pensar em mais nada
durante todo o exercício. A pessoa terá a vivência
de nada impor que imagine um ou o outro número; a decisão
de qual imaginar e a concentração são feitas livremente,
pois não há nada que imponha fazer esse exercício.
Se você gostou de minha didática, imite-a se for dar aulas;
ela certamente pode ser melhorada.
- [1] Uma introdução às máquinas
de Turing e um convite a reflexão sobre características
do pensar humano. [2] Como foi possível formar imagens
em uma tela e o captar a voz de pessoas através de um computador?
Que nada é mais do que uma máquina de Turing. [3]
Gostei muito da palestra. Sou grato ao professor Valdemar, aos ensinamentos
e a proposta de se fazer a palestra durante a aula pelo professor Hirata.
RESP.: Atenção: eu disse que é possível
construir uma MT que faça qualquer processamento interno
de um computador. Exibição em telas e captação
de voz dependem de dispositivos que são externos. Em ambos os
casos, é importante se saber que é tudo quantificado.
O processamento desses dados pode ser simulado por uma MT. As imagens
são descritas interiormente como sequências de pixels,
que são números. Os sons são quantificados transformando-os
também em números (por exemplo, frequência, duração
e volume), em intervalos pequenos, de modo que esses intervalos não
são notados pela nossa audição.
- [1] Sobre como o ser humano é único, e a reconhecer
falácias que buscam engrandecer as máquinas e reduzir
a humanidade, fazendo a própria se enxergar como máquina,
limitando o pensamento e potencial que temos. [2] Não
seria possível, em algum nível, se criar uma abstração
que pudesse representar nossas sensações? Tentando chegar
em sensações "nucleares", quase indivisíveis
para tentar a partir daí construir algo semelhante ao que sentimos?
[3] Uma palestra muito especial e cativante, trouxe discussões
muito importantes e que nós, como cientistas da computação,
temos a obrigação de conhecer e refletir sobre. RESP.:
Sim, o ser humano é único, é de uma espécie
única! Jamais deveria ser chamado de "animal racional"
(como fez Aristóteles), do mesmo modo como não se chama
os animais de "plantas moventes". Ser humano é ser
humano, animal é animal, apesar de terem algumas estruturas fisiológicas
em comum. As plantas têm tecidos orgânicos, reproduzem-se
e crescem, assim como os animais (mas de modos diferentes), mas não
se chamam os animais de "plantas moventes". Já existem
robôs com "caras" que exprimem alguns sentimentos, como
a tristeza ou a alegria. Mas o robô não sente absolutamente
nada e, como mostrei, jamais vai sentir, pois sensações
e sentimentos são subjetivos e individuais, e o robô é
uma máquina objetiva e universal Sim, vocês não
podem ficar apenas na computação! Isso não passará
em branco, modelará sua maneira de pensar, de sentir e de ter
vontade. Por isso recomendei que compensassem com atividades sociais
e artísticas. Coragem!
- [1] O ser humano é imprevisível e improvável.
Portanto, não pode ser tratado algoritmicamente. [2] Se
a memória não está armazenada ordenadamente no
cérebro, de onde os pensamentos buscam as fontes para serem formados?
[3] gostei da frase: "Podemos aprender algo errado, mas
não engolir isso." RESP.: Sim, o ser humano é
imprevisível; se fosse previsível, os economistas sempre
acertariam suas previsões, como eu citei. Quanto ao improvável,
gostei dessa expressão. Quanto à memória, na minha
cosmovisão ela não é física; há evidências
muito fortes nesse sentido. Se fosse física, seria limitada,
o que não é a nossa vivência. Aparentemente todas
as vivências são memorizadas; pessoas veínhas começam
a ter lembranças da infância e juventude, que não
se lembravam mais antes. Não se sabe como a memória funciona
fisicamente; como eu disse, não se sabe nem mesmo onde está
armazenada a seguinte representação do dois: 2. E nem
como ela é usada. Assim, posso fazer a conjectura de que ela
não é física, sem ir contra fatos científicos
(não teorias ou julgamentos científicos!) conhecidos.
De fato, o ser humano é extremamente frágil (é
só romper um vazinho no cérebro...). Deve haver uma atuação
interior muito forte para não permanecermos doentes o tempo todo,
com a quantidade de vírus, bactérias e substâncias
tóxicas que nos assolam continuamente. Quanto à minha
frase, não lembro de a ter dito, mas é boa.
- [1] De onde vêm as ideias? [2] O pensamento matemático
não é suficiente para dar sentido à vida. [3]
Essa foi a aula mais entusiasmada que tive na USP até o momento.
RESP.: Quando observamos um objeto, por meio do pensar entramos
em contado com a essência dele (de ser uma caneta, uma porta,
um número), que não é física, pois é
comum a todos os objetos de mesma espécie, portanto não
é nenhum deles. Esse "comum" não é nenhum
dos objetos, não é algo físico. Portanto, o pensar
pode ser considerado como um órgão de percepção
de ideias, que não são físicas. (Portanto ele deve
ter uma característica que não é física.)
Você percebeu que o entusiasmo do professor irradia para os alunos,
tornando uma aula interessante? Gostei de sua arte (Sol, pássaros
árvores, casinha), mas ela é bem primitiva. Você
tem uma colega que é uma excelente desenhista, fez um espetacular
desenho de mim - a tinta! Escreva-me para lhe dar o e-mail dela, quem
sabe ela pode ensinar a desenhar.
- [1] O que é uma máquina de Turing e como computadores
são MTs limitadas. Também aprendi sobre como o não
físico interage com o físico. [2] São tantas
dúvidas que eu nem sei qual é maior. [3] {Vazio}.
RESP.: Os computadores comportam-se como MTs limitadas. Que ótimo
que você saiu com dúvidas. Uma boa aula é a que
suscita perguntas, quantas mais, melhor!
- [1] A importância de diferenciar o pensar humano da operação
algorítmica de um computador. Tanto para compreender e manipular
o último, quanto para não perder de vista as características
únicas do primeiro, pois somos seres humanos, não máquinas.
[2] É realmente impossível artificialmente criar
um objeto capaz de experimentar o mundo de forma semelhante ao homem?
[3] Acredito que certos temas, comentados, exigiam maior arcabouço
filosófico do que o possuído pelo ingressante médio
de faculdade, dificultando a compreensão. Por outro lado, pode
ser um bom método de instilar curiosidade nos alunos, caso os
temas fossem tratados de forma mais elementar. Claro, isso tomaria mais
tempo de palestra, mas acredito que não haja tempo que não
compense o espantamento [sic?] diante do mundo. RESP.: Também
não somos animais! Animais são animais, seres humanos
são seres humanos, pois têm características totalmente
diferentes dos primeiros: fisicamente, a posição ereta
e a coluna em duplo S, a abóbada palatina, a oposição
do polegar etc. etc. Psicologicamente, podemos pensar usar a palavra
e formular conceitos. Antigamente considerava-se que a palavra era sagrada.
Na Gênese, os Elohim (esse é o original em hebraico, um
plural), seres divinos, isto é, não-físicos, fazem
a criação" falando". O início do Evangelho
de João remonta a isso: "No princípio era a palavra
[e não o verbo]..." (como em inglês e em alemão).
Naquela época havia em certos âmbitos muito mais conhecimento
e sabedoria do que temos hoje em dia! O que é "experimentar
o mundo"? Observá-lo com nossos órgãos dos
sentidos - que não se sabe como funcionam, por exemplo, como
uma imagem chega ao cérebro, pois examinando-se os nervos ópticos,
detectou-se apenas ruído. Como eu disse, depois de se ter uma
percepção sensorial, sentimos sensações
ligadas o que percebemos, outro mistério científico. Tentei
trazer os aspectos técnicos, formais da maneira mais simples
que consegui. Idem para os conceitos filosóficos. Experimente
rever a apresentação, tanto a reduzida quando a completa.
Você verá que a reduzida é um pouco diferente do
que a que usei, pois inadvertidamente usei do pendrive uma versão
anterior.
- [1] Aprender que todo o computador pode ser representado por
uma máquina de Turing mudou minha perspectiva sobre o curso.
[2] Parte da experiência humana não é objetiva
e universal, da mesma forma que as máquinas? Isso não
tem valor para a humanidade? [3] Embora não seja uma palestra
com a qual todos concordariam, especialmente na parte mais filosófica,
é muito interessante ouvir uma apresentação além
das "exatas", com a qual estamos acostumados. Creio que os
"humanos não são máquinas", é
uma afirmação simultaneamente óbvia e necessária
nos dias de hoje. RESP.: Sim, parte de nossa vivência (tudo
o que podemos vivenciar, interior e exteriormente) pode ser objetiva.
Eu citei que a matemática e a ciência são conceituais,
objetivas e universais, e elas têm grande valor. Toda interpretação
da realidade pode ser questionada. Mas quem sabe minhas ideias tocaram
seu coração, despertando sua curiosidade para estudar
mais as questões levantadas. Infelizmente a sua educação
escolar e agora universitária foi e será toda conceitual,
formal e abstrata. Como eu disse, vocês têm que equilibrar
isso (recomendei atividades artísticas, mas a leitura de um bom
romance por mês já ajuda muito, pois incentiva a imaginação),
sob pena de passarem a pensar apenas logicamente, algoritmicamente.
Nosso pensar pode ser muito mais do que isso. Pense em seus sentimentos,
e não estará pensando algorítmica ou formalmente!
- [1] Nós humanos não somos máquinas. Todo
computador pode ser reduzido a uma máquina de Turing, eu acho.
[2] E se eu penso pensamentos que não quero pensar?
RESP.: Ainda bem que você acha que os seres humanos não
são máquinas. Assim você pode amar um ser humano.
Amar um computador é uma aberração psicológica.
Pode-se gostar dele, apreciar suas capacidades, mas não amá-lo.
Sim, uma boa parte de nossos pensamentos vêm do nosso inconsciente.
Mas podemos concentrar o pensamento naquilo que decidimos (usando o
livre arbítrio, como mostrei na palestra). Você estuda
tanto melhor quanto mais consegue concentrar o seu pensamento, forçar
seu pensamento a pensar o que você decidiu. Mas não devemos
ignorar o pensamento que vem do inconsciente, que eu chamei de pensamento
intuitivo e mostrei como cultivá-lo: pensar profundamente em
um problema, de todos os ângulos, sem tentar raciocinar buscando
a solução, e esperar que a intuição de repente
nos dê a solução. Isso pode ser treinado e melhorado!
- [1] Computadores são máquinas que apenas seguem
instruções dadas por humanos. Assim, eles elas nunca poderão
ter sentimentos e a capacidade de ir ao mundo das ideias. [2]
A diferença entre ideias e conceitos.[3] Muito bom! Coragem
de questionar o status quo e apresenta ideias. Muito bom! RESP.:
Antigamente os computadores seguiam as instruções dos
programas, dados por humanos. Hoje em dia, com os grandes sistemas generativos,
os computadores, baseados em uma enormidade de dados, calculam uma enormidade
de parâmetros para mudar o comportamento dos programas, e não
se consegue saber afinal como eles chegam aos resultados. Isso representa
um perigo enorme para a humanidade, quando esses resultados são
aplicados em seres humano ou na sociedade. De certo modo, demos certa
liberdade aos computadores. Sobre a diferença entre ideias e
conceitos, veja o artigo do link que inseri na avalição
Nº 2.
- [1] Apenas o pensamento matemático pode ser transmitido
a computadores. O pensamento humano é abstrato, não objetivo
e capaz de alcançar o mundo platônico das ideias, não
podendo ser contemplado por máquinas. [2] Como equilibrar
o pensamento racional e o pensamento intuitivo, especialmente no período
universitário? [3] {Vazio}. RESP.: Nem todo pensamento
é abstrato e não objetivo. O pensamento matemático
e o científico são objetivos! Sim, é justamente
com o pensar que conseguimos alcançar o mundo das ideias, que
não é físico. Toda a matemática não
é física. Para equilibrar o pensamento racional - e aqui
no IME ele será pior, somente formal abstrato, simbólico
e, na computação, algorítmico - eu recomendei atividades
sociais e artísticas. Atenção: nos exercícios
físicos, que são necessários, ou nos esportes não
se exerce um pensamento formal, mas em geral trata-se de movimentos
automáticos. Não adianta não gostar de os praticar;
eu os faço todos os dias, alternando musculação
- em casa, com extensores - e natação, por isso aos 84,5
anos aguentei dar 2 horas de palestra e responder mais 2 h de perguntas...
- [1] Aprendi que o computador jamais poderá pensar como
um ser humano. Como ressaltado na palestra, abstrações,
sensações, sentimentos e livre-arbítrio são
virtudes, por definição, humanas. Criadas por nós,
as máquinas se diferem por essência. Na medida que a delas
é objetiva, a humana, subjetiva. [2] Há algum limite
para a capacidade humana? [3] A palestra foi extremamente além
do esperado (notoriamente, no bom sentido). A discussão filosófica
do objeto da palestra, os valores passados pelo professor e as ideias
obtidas pelos debates com os alunos transpassam, sem dúvida,
o escopo avaliativo e estruturado da matéria do prof. Hirata.
Na medida que alcançam uma esfera mais importante, essas noções
certamente serão eternas nas memórias dos alunos acerca
do curso. Agradecimentos ao professor Valdemar e Hirata pela oportunidade.
RESP.: Eu não diria "por definição",
mas "pelas fortes evidências". Espero que as tais noções
sejam refletidas e debatidas, e não tomadas como dogmas! Sim,
somos limitados, fisicamente. Experimente pular 4 m de altura... Mas
no pensamento não somos limitados. Foi um grande erro do Kant,
dizer que a razão é limitada. Ele considerava que existia
o mundo das ideias, mas que o pensar é mecânico, por isso
limitado. Isso influenciou a filosofia e a ciência até
hoje.
- [1] O funcionamento da máquina de Turing, mas também
que o próprio pensamento humano é complexo e imaterial
por definição e impossível de ser reproduzido por
um computador. [2] Como pode o pensamento não ser material,
mas necessitar do corpo físico e de sua energia para acontecer
e, além disso, também ter implicações físicas?
(Exemplo: se eu penso em algo que me deixa com medo, meu coração
pode acelerar, o que é uma consequência física do
meu pensamento não físico)? É possível responder
a isso sem necessariamente recorrer a conceitos como alma e espírito.]?
[3] Aula muito interessante! RESP.: Sobre "por definição",
ver a avaliação anterior. Como eu disse, talvez rápido
demais, o nosso corpo físico é necessário para
termos consciência dos processos que não são físicos.
O cérebro reflete nossos pensamentos para a nossa consciência.
É uma maravilha da língua natural que "refletir"
é o mesmo que "pensar"! Eu expus minha teoria de como
algo não físico pode atuar fisicamente sem violar as "leis"
e condições físicas. Esse "algo" que
existe imaterialmente dentro de cada um de nós, decide qual de
várias transições não-deterministas (a MT
serviu para introduzir a noção de transições
entre estados da máquina, inclusive do que é uma transição
não determinista) vai ser tomada em seguida. Recordando, no caso
de uma célula viva, se ela vai permanecer como está, se
vai começar a se subdividir (mitose) ou a morrer (apoptose).
Note que não se sabe como os neurônios funcionam: com um
mesmo impulso, às vezes um neurônio dispara, outras vezes
não. Aí há um não-determinismo. Mas também
não pode ser que as correntes elétricas (iônicas)
no cérebro sejam nosso pensar.
- [1] Apesar de tentar entender cada vez mais um computador,
não me tornar um (computador). [2] O que impediu o professor
de "se tornar máquina"? [3] A palestra ficará
na minha memória (que não sei como funciona) e fará
parte da minha construção, como cientista da computação
e ser humano. RESP.: Sim, não se torne um autômato
como, por exemplo, se é forçado a agir nos videogames
rápidos, de ação e reação. Interesse-se
pelas outras pessoas, abra-se a elas, tenha compaixão pelo sofrimento,
tente ajudar todas as pessoas. Aí você será bem
humana/o! Eu não me tornaria uma máquina nem se quisesse,
minha natureza o impediria. Mas poderia agir como máquina. Impedi-me
disso tornando-me espiritualista - mas não adepto de uma religião,
e sim por ter encontrado uma cosmovisão dirigida à compreensão,
sem dogmas e preservando a minha liberdade. Quero compreender as coisas,
e não tomá-las como crença. E o mais importante,
para começar, é compreender a constituição
suprassensorial do ser humano (tenho um artigo sobre isso em meu site)
- [1] Somos livres ao abandonar o materialismo. [2] "Porta"
existe ou não? É só uma ideia? [3] Dinâmica
incrível, sai do óbvio para uma palestra em um curso de
exatas. Abre a mente para pensar. É a melhor parte, com certeza.
RESP.: Sim, se uma pessoa é materialista (e devemos respeitá-la,
pois está de acordo com nosso tempo, mas não podemos parar
aí!) coerente, deve necessariamente negar o livre arbítrio.
A matéria, se deixada a si própria, tem que necessariamente
seguir as "leis" e condições físicas,
e aí não há liberdade. Uma determinada porta existe
fisicamente. Mas também existe no mundo não físico
das ideias, onde está sua essência. Uma porta física
é uma representação física da ideia de porta,
modificada segundo as conveniências e possibilidades físicas
dos materiais. Os empiristas (Locke, Hume, Berkeley) achavam (erradamente...)
que não há realidade, somente há nossa construção
mental. Parabéns pelo fantástico desenho de minha pessoa
- mas parece que estou segurando um celular, quando era um passador
de slides... Dedique-se firmemente ao desenho, e passe para a
pintura! Somente no finzinho, falei para um grupinho qual era o melhor
antídoto para o pensamento computacional: aquarela em papel úmido,
pois aí não se consegue fazer contornos nítidos,
como deve ser o pensamento imbuído de sentimentos, e ao contrário
do pensamento matemático, algorítmico ou científico.
- [1] A parte teórica de conceitos muito repetidos na
programação diria que foi a parte mais importante que
aprendi. Tive um ensino (literalmente) técnico, então
muito da parte teórica e de pensamento era descartado em prol
da praticidade. [2] Acredito que muito da parte mais filosófica
e existencial, por ser um aspecto que sempre foi "pulado".
[3] Sempre tive afinidade por aspectos teóricos e sempre
fui defensora da ideia de que computadores estão (e sempre estarão)
absolutamente distantes da capacidade criativa que os humanos possuem,
pensar sobre isso, filosoficamente, foi uma experiência incrível.
RESP.: Sim, eu quis tocar na vida de vocês, e não ficar
somente na abstração (a parte da MT). Quanto ao seu ensino
técnico prático, você andou mexendo com as mãos,
e isso foi ótimo.
- [1] A máquina de turing pode ser definida matematicamente,
e é capaz de realizar qualquer atividade que um computador tangível
faz. Na verdade, todo computador físico é uma máquina
de turing restrita, sem "memória" infinita. Apesar
disso, seu funcionamento é simples, apenas interpretando e alterando
símbolos e só conseguem realizar tarefas que possam ser
reduzidas a números. Além disso, computadores são
máquinas universais, ou seja, podem simular outros computadores.
As ideias não podem ser armazenadas no cérebro, não
pertencem ao mundo físico e sim ao mundo platônico, mas
podem ser atingidas pelo pensamento. [2] [3] {Vazios}.
RESP.: Você captou aspectos muito importantes da palestra!
O que a MT interpreta são as 5-plas ordenadas do controle finito,
que descrevem as transições.
- [1] Limitações do computador em relação
a atividades exclusivas ao ser humano ou a animais. [2] Como
provar os teoremas decorrentes da máquina de turing? [3]
Gostei muito da palestra, em especial exercícios com a máquina
de turing e as reflexões filosóficas. RESP.: Sim,
só o ser humano é capaz de pensar. Não sei a que
teoremas você se refere. Se for a prova de que não existe
uma MT que recebe a descrição de outra máquina
e deduz se esta última para ou não para para quaisquer
dados, veja a demonstração na apresentação
completa (usei a resumida)
www.ime.usp.br/~vwsetzer/apresentacoes/Maq-Turing-essencia-comps.ppsx
- [1] Importância de explicar com entusiasmo. [2]
Como o não físico consegue influenciar o físico,
então o físico consegue influenciar o não físico.
[3] Gostei muito do entusiasmo e das discussões filosóficas
sobre a vida humana. RESP.: Se vocês forem dar aulas, lembrem
de dá-las com entusiasmo, mesmo que sejam aulas particulares,
mas que não seja u entusiasmo artificial, mas devido à
admiração que vocês têm pela matéria,
por acha-la interessante. Sim, há interação entre
o mundo físico e o não físico. Por exemplo, se
alguém se machucar vai sentir dor. A sensação da
dor não é um fenômeno físico (a ciência
não sabe como temos sensações). Tomando um analgésico,
pode-se cortar a sensação da dor; novamente uma ação
física sobre algo que não é físico. Idem
para os exemplos que dei, de se sentir o gosto de uma fruta (que a Ismaira
fingiu comer).
- [1] O mais importante que aprendi na apresentação
é o fato do ser humano não ser "computacionável",
isto é, não é possível conter toda a ideia
de ser humano em um conjunto de símbolos e instruções.
[2] A maior dúvida que ficou é se em algum momento
será possível representar vírus por meio de símbolos
e instruções. [3] Por fim, gostaria de pontuar
o sentimento que a palestra me trouxe. Ao me incentivar a pensar de
novas maneiras, gerou-me simpatia pelos conceitos apresentados. RESP.:
Na minha cosmovisão, nenhuma ideia é computável,
pois as ideias não são físicas. O que se pode computar
são os conceitos (representações simbólicas)
associadas às ideias, como fazem os sistemas generativos de linguagem.
Veja o artigo citado na avaliação 2. Além disso,
eu diria que o ser humano como um todo não é computável
- nem mesmo seu corpo físico. Sim, é fundamental não
ter pensamentos rígidos, pensar de várias maneiras diferentes.
Eu disse que saber e praticar línguas estrangeiras já
faz com que se pense diferentemente. Por exemplo, "uma casa bonita"
em inglês tem que ser "a beautiful house", e
não "a house beatuiful"; certos usos do verbo
"to do" não existem em português.
- [1] A Máquina de Turing é, sem dúvida,
o dispositivo mais útil e potente da computação:
qualquer função matemática passível de ser
calculada, dado um estado inicial, uma fita com símbolos e a
serem utilizados e com uma única instrução. O seu
nível de abstração é, pois, o seu forte.
[2] Se houver um algoritmo que traduz o código genético
em números, então podemos inferir que há a possibilidade
de representar qualquer ser vivo a partir de números, inclusive
os seus pensamentos, os seus desejos e suas emoções? [3]
{Vazio}. RESP.: A MT é o modelo mental mais potente para
representar funções matemáticas discretas, e tem
muita importância na teoria da computação. Atenção,
eu me referi a um único tipo de instrução, e não
a uma única instrução. Cada n-pla ordenada
do controle finito é uma instrução, mas todas as
instruções são de uma mesmo tipo (a n-pla). O problema
do código genético é que não existe um conhecimento
exato de como um gene acaba produzindo um aminoácido e uma proteína.
Aliás, aí existe um não-determinismo; se me lembro
bem, um aminoácido pode dar origem a várias proteínas
diferentes. Leia meu artigo sobre a forma dos seres vivos, algo que
também não pode ser derivado do DNA (que influencia a
forma, mas não se sabe como isso ocorre):
www.ime.usp.br/~vwsetzer/cresc-forma-seres-vivos.pdf
Quanto a pensamentos, os seus desejos e suas emoções,
é interessante que você abordou a tríade pensar-sentir-querer.
O pensar é o que podemos ter de mais consciente, e o querer é
o mais inconsciente. De onde veio seu ideal de fazer o BCC? Você
já gostava de computadores? E por que não escolheu engenharia
de computação? Existe uma área chamada de psicometria,
que reduz, por exemplo, o gostar ou não a números: 1-não
gosta; a 5-gosta muito. Esses números dizem algo, mas não
são o sentimento que a pessoa sente!
- [1] Que a máquina de Turing faz operação
unária. [2] Ainda tenho dúvidas sobre como usar
a máquina de Turing para a operação unária.
[3] {Vazio} RESP.: A MT não faz operação
aritmética nenhuma; ela precisa ser programada para fazer uma,
podendo usar qualquer sistema numérico. Mostrei como se pode
fazer uma soma unária, pois é a mais simples, e disse
que um número em um outro sistema, como o ternário ou
o decimal, pode ser convertido para o unário, e aí fazer
operações como a que ilustrei com a soma. Mas a rigor
não é necessário converter números para
o sistema unário; a máquina pode ser programada para tratar
de operações em qualquer sistema numérico (com
muita complexidade). Quanto à sua dúvida, converse com
colegas que compreenderam a minha explicação de como fazer
a soma unária (o truque é trocar cada dígito por
um marcador). Infelizmente tive que ser rápido nisso - mas você
devia ter pedido para eu explicar novamente!
- [1] O tópico 11, devido as principais diferenças
entre um computador e o ser humano. [2] Como é uma máquina
de Turing na prática, além dos algoritmos. [3]
Palestra incrível, professor extremamente didático, uma
honra assistir. RESP.: O tópico 11 foi "O que o ser
humano pode fazer". Note como foi importante abordar inicialmente
a MT para chegar a características humanas que não poderão
ser inseridas nas máquinas. Uma MT só existe em nossa
mente, pois é um modelo abstrato. No entanto, o Turing tentou
construir computadores inspirando-se na MT: havia instruções
extremamente básicas, e o resto era feito por programas. Isso
redundou numa classe de computadores chamados de RISC (Reduced instruction-set
computer), que caiu em desuso, pois ficavam mais lentos do que os
computadores atuais.
- [1] Como funciona uma Máquina de Turing e como as contas
podem ser realizadas, sendo assim, um arquétipo de um computador.
[2] Como restringir o pensamento de maneira saudável,
não só para a vida, mas também pensamentos práticos
algorítmicos? [3] Interessante entender como a MT funciona,
os problemas que vêm com eles e possíveis soluções.
Bom entender como que, mesmo poderoso, o computador tem muitas limitações.
Por outro lado, nós não temos essas limitações.
RESP.: Vocês vão ser obrigados a pensar algoritmicamente
quando forem fazer exercícios-programa, e matematicamente ao
estudar as várias matérias. Resolvendo os exercícios
e estudando, vocês desenvolverão um pensamento algorítmico,
e abstrato-formal na matemática. Mas é fundamental compensar
com outros tipos de pensamentos, como os envolvidos na leitura de um
bom romance (recomendei um por mês!), em atividades artísticas
e sociais. Nós temos limitações: se temos um sentimento,
não podemos mudá-lo imediatamente (mas pode ser mudado
a longo prazo com autoeducação). Não podemos saltar
4 m de altura, fazer cálculos muito rápidos etc.
- [1] A reflexão, homem x máquina. O poder de processamento
dos computadores diante da infinidade da vivência humana. [2]
Sem dúvidas. [3] Ótima palestra conciliando o "técnico"
com o filosófico. RESP.: Sim, o ser humano não
é finito, especialmente em seu pensamento!
- [1] Computadores não conseguem realizar ações
não descritas por símbolos discritos [sic]. [2]
É possível solucionar o problema dos infinitos computacionais?
Extra: é factível a criação de uma consciência
artificial através da computação? Fiquei com certa
dúvida relativa à máquina de Turing. Há
de estudar por fora.[3] Excelente palestra, comunicação
exemplar e conteúdo denso. RESP.: É impossível
representar o infinito ou o contínuo no computador, a não
ser, por exemplo, com a equação de uma reta. Mas não
é possível deduzir de equações de duas retas
paralelas que elas se encontram no infinito; mostro isso na minha palestra
"Os surpreendentes conceitos de infinito na geometria, em conjuntos
de números e no mundo físico" e escrevi um livro
com esse título. A ciência não sabe o que é
consciência, portanto não pode atualmente colocá-la
em um computador. Na minha conjectura, jamais vai conseguir. Quanto
a dúvidas sobre a MT, reveja a minha apresentação.
Você escreveu Sim á pergunta se os robôs terão
todas capacidades humanas. Será que consegui fazer você
mudar de ideia?
- [1] Aprendi sobre o funcionamento da máquina de Turing,
como uma máquina abstrata pode nos ajudar a entender o funcionamento
do computador [2] Eu tive dificuldade para entender o que são
os estados e quais as etapas de instrução do computador.
[3] A palestra foi muito interessante e apresentou diversas ideias
interessantes do computador. RESP.: Reveja a apresentação,
o funcionamento da MT está colocado com muito detalhe, progressivamente.
E tente fazer os exercícios.
- [1] Aprendi sobre a diferença fundamental entre o pensamento
lógico computacional e o pensamento "humano". livre
das delimitações espaciais de armazenamento e segmentação
de instruções. Não se observa no pensamento (ainda
uma caixa de surpresas), qualquer necessidade em se manter contido nas
barreiras da lógica, que compreende a próxima instrução
a ser seguida, bem como a atual e a anterior. O pensamento não
lógico não segue instruções, portanto, é
imprevisível e surpreendente. Para exercitá-lo, cabe a
nós exercitarmos aquilo que nos é mais precioso, as relações
humanas, a arte e o próprio ato de pensar livremente. [2]
Compreendo que não se pode provar a similaridade do ser humano
com qualquer máquina que o mesmo criou. No entanto, isso não
é suficiente para provar que o ser humano não é
uma máquina, logo, não é possível provar
que o ser humano não é reproduzível tal como uma.
[3] {Vazio} RESP.: Não é possível
provar formalmente, cientificamente, que o ser humano tem livre arbítrio.
Mas mostrei como cada pessoa pode vivenciar ter livre arbítrio:
basta determinar o próximo pensamento. Um neurocientista diria
que isso é uma ilusão, que o próximo pensamento
foi determinado pelo cérebro (mas não pode provar isso!).
Mas nesse caso não seria possível seguir uma sequência
de pensamentos determinados; eles iriam pipocar aleatoriamente. Por
exemplo, seria impossível concentrar o pensamento e estudar.
O fato de todas as pessoas poderem vivenciar a mesma coisa dá
uma objetividade a algo que é subjetivo. Isso deveria ser usado
como uma extensão da ciência corrente. Veja caso análogo
no item "pós cor" do meu artigo
www.ime.usp.br/~vwsetzer/Goethe-vs-Newton.pdf
- [1] O funcionamento da máquina de Turing e sua comparação
com o funcionamento de um computador, além de reflexões
sobre o pensamento humano. A "algoritmização"
desse e a "maquinização" dos seres humanos.
[2], [3] {Vazios} RESP.: Sim, há um grande
esforço de transformar o ser humano num robô, sem compaixão,
sem criatividade etc. Isso está sendo feito por forças
adversas ao desenvolvimento da humanidade, que caracterizei como desenvolver
a liberdade e o amor altruísta; o contrário deste último
é o egoísmo, que acaba sempre destrutivo. Não confundir
com egoidade, uma necessidade pois cada ser humano é um indivíduo
único. Segundo Rudolf Steiner, cada ser humano é como
se fosse uma espécie animal. Sobre a liberdade individual, veja
a avalição Nº 5.
- [1] O que é a máquina, como funciona. O que [sic?]
eficiência máxima de uma simulação da máquina.
[2] {Vazia}. [3] Ótima palestra. RESP.:
Reveja a apresentação.
- [1] Para usar um computador, é preciso usar a lógica
simbólica. Tomar cuidado com o excesso, desenvolver o pensamento
artístico e corporal. Noção da máquina de
Turing. [2] A prática do exercício de Turing. [3]
{Vazia}. RESP.: Tente começar com o primeiro exercício,
multiplicar um número binário por 2 - é uma simples
modificação do exemplo que foi dado com o diagrama de
estados. Não foi falado sobre "desenvolvimento de pensamento
corporal". Se você se refere a exercícios físicos,
eles são essenciais, mas tendem a abafar o pensamento consciente.
- [1] Ética da ciência, especificamente na área
da IA. [2] Muitas, mas vou supri-las estudando filosofia e psicologia.
[3] O professor acendeu uma faísca da curiosidade em mim,
lembrei de várias experiências e as vi com outros olhares.
RESP.: Eu faço uma clara distinção entre moral
e ética. A ética é comunitária, coletiva,
por exemplo a ética advocatícia (como p.ex. um advogado
tentar inocentar uma pessoa que ele tem certeza de ter cometido um crime),
a ética de uma religião, da medicina, não fazer
discriminações etc., e pode ser expressa conceitualmente
(uma série de regras). A moral é individual, depende da
consciência de cada um. É ético na ciência
desenvolver um novo tipo de bomba para matar seres humanos, mas não
deveria ser algo moral de cada cientista. Infelizmente, você não
vai encontrar respostas profundas na psicologia, que se tornou uma coleção
de teorias. Acho que bons psicólogos são os que desenvolveram
uma grande prática ao lidar com clientes, e não porque
aplicam as teorias aprendidas na faculdade.
- [1] As máquinas/computadores nunca serão capazes
de nos substituir, haja vista que elas reduzem tudo a números
e nós não podemos ser reduzidos a eles. Antropomorfizar
máquinas é um erro. [2] Qual a utilidade real de
uma máquina de Turing? [3] Palestra incrível. O
professor Valdemar explica de uma maneira clara, de fácil entendimento
além de ser extremamente simpático. A palestra abordou
um tema muito relevante e necessário de se discutir. RESP.:
Eu critiquei a antropomorfização de termos computacionais,
como "memória", "o computador lê";
"inteligência artificial", "aprendizado de máquina",
"o computador trata informações" (trata dados!)
e muitas outras. Sim, não acredite no que eu disse, confira e
discuta para ver se minhas ideias são válidas.
- [1] O funcionamento prático de um computador, entendi
mais sobre a diferença verdadeira de uma máquina para
um ser humano. [2] Como o cérebro humano funciona e do
que se trata verdadeiramente as sensações e as demais
coisas que não podemos descrever formalmente. [3] Gostei
muito do todo filosófico da palestra, mais até que o funcionamento
da Máquina de Turing, pois percebi o quanto somos condicionados
a perceber tudo da maneira racional, principalmente na área da
computação. Também gostei da postura e oratória
do Valdemar, ele articula as ideias muito bem, de forma divertida e
didática. RESP.: Na verdade, a descrição
da MT foi teórica, e não prática... Na minha concepção,
jamais a ciência com o seu paradigma atual vai saber como o cérebro
funciona, e muito menos nossas sensações e sentimentos
que, de fato, como você colocou, não podem ser descritos
formalmente. Sim a área da computação é
toda racional; pior, racional formal, abstrata, algorítmica.
- [1] Por mais incrível que seja, o computador é
incapaz de representar 100% a realidade, assim como é impossível
de se viver a realidade somente sob pensamento computacional. Robôs
e máquinas jamais terão a capacidade humana! Nós,
os humanos, somos supra entendíveis para a racionalidade/objetividade
que tanto é perseguida! [2] Por que a humanidade caminha
(em uma análise histórica), para a dicotomia entre humano
e máquina, a fim de estreitar a identidade humana como sendo
uma máquina? Que tipo de espécie criaria algo tão
contraintuitivo, a si própria? [3] A simpatia do professor,
a magnitude da palestra e da temática e as reflexões presentes
na palestra fazem desta uma das melhores e mais legais que vi na vida.
RESP.: Sim, jamais terão a capacidade humana pois a realidade
não é numérica! (Posso criticar a física
quântica.) Aliás, o que é a realidade? Eu a caracterizo
como o que se percebe sensorialmente mais a essência do objeto
percebido, que atingimos com nosso pensamento. Ele é um órgão
de percepção de ideias, que estão no mundo platônico
das ideias, e se soma à percepção sensorial. As
máquinas são uma necessidade para nos libertarmos das
forças da natureza internas e externas a nós. Você
está lendo estas linhas pois as máquinas me deram a liberdade
de divulgá-las. O datashow permitiu-me mostrar os itens de minha
palestra sem perder tempo de escrevê-los no quadro-negro. Leia
meu artigo "A missão da tecnologia":
www.ime.usp.br/~vwsetzer/missao-tecnol.html
No entanto, em lugar de dar mais liberdade ao ser humano, as máquinas
são em geral usadas para escravizá-lo. Veja a obsessão
do uso da TV e dos celulares. Sobre a liberdade individual, ver a avaliação
Nº 5.
- [1] As máquinas são limitadas pela metafísica.
[2] Se houver uma reprodução exata do cérebro
ou dos mecanismos dele feita pelo homem, isso poderá ser considerado
um computador? Se sim, seria um computador com capacidade de abstração?
[3] Achei muito interessante a distinção entre
homem e máquina. Também as discussões filosóficas,
como metafísica x materialismo. A participação
exigida pelos exercícios e pelas ideias abstrata torna para os
ouvintes a palestra mais ativa e engajando. RESP.: A rigor, a
palavra metafísica significa, etimologicamente, "além
da física". Mas temo que as explicações filosóficas
do que ela abrange (a mente, a existência etc.) seja tudo expresso
fisicamente, isto é, materialmente. Por isso não emprego
essa expressão. Prefiro me referir a "algo não físico".
Não creio que será possível reproduzir o cérebro.
Não se sabe completamente como uma célula viva funciona.
Aliás, a ciência sabe quais são as manifestações
da vida, mas não o que ela é, o que a produz. Todo programa
é uma abstração formal simbólica. O resultado
de um programa é uma abstração. Quanto ao materialismo,
caracterizo um materialista uma pessoa que só pensa em termos
físicos. Já um espiritualista admite (idealmente, por
hipótese de trabalho e não por crença), que há
processos no mundo e no ser humano que não são físicos,
não podem ser reduzidos ou compreendidos fisicamente. O espiritualista
tenta pensar em termos não-físicos. Isso já foi
amplamente conceituado, e é a minha inspiração.
- [1] Funcionamento de um computador, como também, que
as máquinas nunca irá alcançar individualidade,
pensamento humano, sentimentos. [2] Se em algum momento da história
humana as máquinas alcançaria essa capacidade de pensar
como um humano. [3] Excelente palestra, com muitos questionamentos
sobre conceitos de pensar, sentir. RESP.: Em minha concepção
de mundo, as máquinas jamais terão a individualidade humana
e poderão pensar e sentir como os seres humanos. Tentei dar meus
motivos conceitualmente. Leia meus artigos em meu site.
- [1] [Meio ilegível] O ser humano sabe pensar sobre si
mesmo. É [?] errado, conceitar [sic?] que usamos para computadores.
[2] O que é "pensar"? [3] {vazio}.
RESP.: Não se pode definir formalmente o que é o pensar,
mas ele pode ser caracterizado pelas suas propriedades. Pensar sobe
o pensar é uma dessas propriedades únicas, pois o objeto
da ação (o pensamento) é idêntico à
ação (atividade de pensar). Podemos ter absoluta consciência
de que estamos pensando, portanto, o pensar é um fulcro para
nossa consciência. Por isso Descartes formulou o cogito, ergo
sum, "penso logo sou" ou "logo existo". Mas
se sinto uma dor, também tenho consciência de minha existência,
mesmo só sentindo a dor, sem pensar nela (difícil, pois
normalmente pensar, sentir e querer estão sempre juntos). E quando
durmo, não penso, de modo que não posso afirmar que existo.
Talvez você quis se referir à antropomorfização
das nomenclaturas usadas na computação. Veja a avaliação
37.
- [1] Aprendi o que é uma Máquina de Turing e o
seu funcionamento. Além de ter reforçado a ideia de que
uma máquina não é capaz de fazer tudo que um humano
consegue. [2] Por que termos como memória e inteligência
são utilizados para computadores, sendo esses termos abstratos?
[3] Ao misturar matemática, computação e
filosofia na palestra obtêm-se [sic] um resultado excelente. Além
disso, a palestra foi engajante. RESP.: Tenho a impressão
de que esses termos antropomórficos foram usados pois muitas
pessoas acreditavam (tadinhos) que o ser humano é uma máquina.
Além disso, talvez para tornar a nomenclatura popular. Minha
nomenclatura para IA é "simulação digital
de processos cognitivos" (SIDIPROC). Não é precisamente
o que a IA faz? Mas não tenho nenhuma esperança de que
SIDIPROC vai pegar... Sim, uma aula apenas de matemática, computação
ou estatística tende a ser monótona e desgastante, pois
os participantes não conseguem se envolver mental e emotivamente
com o que está sendo ensinado. Em minhas aulas eu sempre dava
um jeito de sair rapidinho da matéria e dar o que eu chamava
de "bicadinha" em algum assunto. Pois não é
que nas avaliações invariavelmente algum aluno perguntava:
"Por que o Sr. não dá aulas só de bicadinhas?"
Pois eram elas que tocavam não só o intelecto dos alunos.
Os serem humanos não são intelectos/cabeças ambulantes!
- [1] De mais importante foi aprender a respeito da máquina
de turing, que mesmo sendo a base da computação, ainda
não conhecia. [2] Não tenho perguntas a fazer a
respeito da aula, tenho sim algumas dúvidas, mas para pesquisas
futuras. [3] Adorei a aula!! E me deixou curioso para aprender
mais sobre como essas ferramentas base da computação funcionam
- como a própria máquina de turing e portas lógicas.
RESP.: É muito fácil aprender como as portas lógicas
funcionam, inclusive circuitos biestáveis, a base da aritmética
binária, pois podem representar o 0 e o 1 (por exemplo, em um
ponto do circuito, ou há tensão elétrica ou não
há). Quando dou palestra sobre computadores abordo tudo isso,
começando com relés, pois estes são facilmente
compreendidos; depois, mostro que os transistores funcionam como relés.
- [1] Que qualquer coisa que um computador faz pode ser feito
pela máquina de Turing com apenas uma instrução.
[2] Por que o ser humano quer tanto criar máquinas que
tentam substituir os humanos em tarefas como arte, ao invés de
focar nos problemas e deixar a criatividade para as pessoas? [3]
Gostei muito da palestra! RESP.: Sobre "apenas uma instrução",
não foi assim que apresentei essa característica das MTs,
e sim que elas tinham apenas um tipo de instrução.
De fato, sua pergunta é muito pertinente. Acho que a resposta
é que se tratava de um desafio, será que conseguimos fazer
o computador produzir uma obra que não é distinguível
de uma de arte? Cito aqui um caso: um pesquisador produziu um programa
(bem antes dos sistemas generativos) que compunha obras parecidas com
as de Bach, com todos os típicos contrapontos e fugas. Colocou
numa sala um pianista tocando Bach e obras compostas pelo seu programa;
numa outra sala, ouvindo, colocou musicólogos especialistas em
Bach. Estes últimos não conseguiam distinguir quais eram
as obras de Bach e as do computador. Só que o estilo de Bach
não foi inventado pelo computador, ele foi codificado e introduzido
no programa. A criatividade do Bach foi seu estilo (fora as fantásticas
melodias). Mas há outras questões ligadas à utilidade
da ciência. Para que enviar foguetes para, por exemplo, Saturno
- no fundo , soube-se algo a mais do que se sabia sobre os anéis,
mas não se ficou sabendo como eles tinha sido formados. Minha
pergunta é: será que não temos problemas mais prementes
aqui na Terra para gastar nosso dinheirinho?
- [1] Relacionar a humanidade e o Computador, pois, o ser humano
já é tão dependente as máquinas que até
às [sic] antropomorfiza e se adaptam às máquinas
na realidade. [2] {vazio}. [3] Palestra incrível
' Setzer é um ótimo palestrante; a filosofia é
algo maravilhoso. RESP.: Sim, o ser humano devia adaptar as máquinas
à sua realidade, e usá-las para o bem, e não mal
usá-las, adaptando-se a elas. Veja a avaliação
39.
- [1] Conceito e funcionamento da maquina [sic] de Turing. Máquina
[sic] nunca terão a capacidade humana. [2] O que é
pensar? Se maquina não sente, então ela pode realmente
entender? Isto é entender.de verdade exige sentir? Ou basta processar
dados corretamente? [3] Sem comentários [sic]. RESP.:
Infelizmente eu usei uma versão bem anterior da apresentação,
que estava no pendrive. Na que eu devia ter usado, eu abordava
o que é compreender. Vou começar com um exemplo: você
vê um galhinho de um arbusto se mexendo, mas os outros galhinhos
não se mexeram, não há vento. Você fica curioso,
pois não compreende o fenômeno. De repente, sai um pássaro
do arbusto, e você diz: "Aha! O pássaro se mexeu e
moveu o galhinho!". Pronto, você conseguiu associar uma ideia
ao fenômeno, e teve a curiosidade satisfeita. Poderá descrever
a explicação por meio de palavras, conceitos. Portanto,
compreender um objeto ou fenômeno é fazer o seguinte processo:
Percepção sensorial correta de um objeto ou fenômeno
=>representação mental correta (imagem interior) =>
associação correta com a ideia correta
Se o órgão de percepção sensorial não
é sadio, a percepção não é correta;
se a mente não é sadia, a representação
mental pode não ser correta e haver associação
com a ideia subjacente errada. A compreensão foi errada.
17. 12/6/24 palestra na disciplina MAC-0110 para ingressantes do Bacharelado
em Ciência da Computação do IME-USP, e interessados,
dentro do programa Embaixadores
da Matemática do IME-USP, usando a versão resumida da
apresentação. Info: prof. Roberto Hirata Jr. hirata no ime
dot usp ponto br.
- [1]. Devemos moldar nosso pensamento para conseguir criar um
algoritmo no computador. Isso porque o computador não consegue
compreender nosso pensamento complexo. Entretanto ao moldarmos nosso
pensamento para o pensamento algorítmico estamos nos autolimitando.
[2] Se moldamos o nosso pensamento para criar um algoritmo para
a máquina somos nós que a estamos programando para executar
algo? Ou somos nós que estamos sendo programados a pensar de
forma algorítmica. [3] Gostei muito da mistura entre os
conceitos da Máquina de Turing [MT, daqui para frente nas avaliações]
com conceitos filosóficos. Essa mistura me fez pensar em me interessar
mais sobre o funcionamento da máquina e do pensamento humano.
RESP.: Sim, para criar um algoritmo e expressá-lo em uma
linguagem de computação é necessário exercer
um pensamento muito particular - aquele que pode ser inserido numa máquina
digital! Por isso é importantíssimo equilibrar esse tipo
de pensamento com outros tipos - por exemplo, recomendo ler um bom romance
por mês, pois aí os pensamentos serão imaginativos
e não formais, além de envolverem os sentimentos. Um outro
equilíbrio se obtém com atividades artísticas,
pois nelas o espação de trabalho é sempre mal definido.
Veja meu artigo
www.ime.usp.br/~vwsetzer/antidoto.html
Sim, quando fazermos um programa estamos programando. Mas a máquina
impõe qual tipo de pensamento temos que usar; de certa maneira,
ela está nos programando. Sobre o pensamento humano, posso indicar
literatura. Escreva-me.
- [1] Aprendi sobre MTs e os limites de uma máquina real,
tanto comparando com MTs quanto comparando com a natureza e as capacidades
humanas. Aprendi sobre porque máquinas e robôs nunca poderão
copiar os humanos. [2] Acredito que ficaram dúvidas muito
mais filosóficas e de cunho existencial, quanto às fronteiras
que distinguem a humanidade da não humanidade. [3] Achei
muito importante a palestra, tendo em vista que em um ambiente universitário
marcado pela razão termos uma visão crítica sobre
o pensamento racional e sobre outras facetas do pensamento humano. RESP.:
Sim, é fundamental se reconhecer os limites das máquinas
- de hoje e de sempre, e sua influência nos usuários. Por
exemplo, a motocicleta, por ser ágil, induz a mentalidade de
motoqueiro, com ele quase sempre se arriscando. Que ótimo que
ficaram dúvidas filosóficas e existenciais. Eu tratei
de ambas as áreas na palestra. É absolutamente essencial
que se reconheça que o ser humano é único, não
há nada globalmente semelhante na natureza. O ambiente do IME
não é só racional, é racional-abstrato-formal-simbólico.
Vocês não estão recebendo uma formação,
e sim uma deformação. Vocês não são
apenas intelecto, e muito menos apenas formal. Infelizmente, vocês
devem equilibrar essa parcialidade por conta própria.
- [1] A coisa mais importante que consegui tirar foi que os seres
humanos são de uma complexidade inimaginável, que nem
sequer pode-se entender livremente claramente [?]. [2] O professor
disse que toda máquina universal pode emular/simular outra, com
suas devidas limitações e potencial. Sendo que a MT é
capaz de emular o funcionamento de qualquer máquina. Tomemos
a mente humana como um "modelo superior" com regras por nós
incompreendidas, ela simula todas as outras, mas não pode ser
simulada, pois uma vez que ela é a mais complexa de nosso conhecimento,
não podemos construir nada que a supere. A questão seria,
nós não podemos criar nenhum modelo que supere isto, pelo
princípio da MT, mas podemos simular modelos de mesmo nível
em nossas mentes? Outra questão seria, caso existisse um modelo
acima, este poderia simular e construir uma mente humana? RESP.:
Toda a natureza é de uma complexidade infinita. Imagine uma pedra:
os milhões de anos que duraram sua formação, e
todos os processos envolvidos. Se passar para os seres vivos, então,
a complexidade aumenta enormemente. Veja uma de minhas "leis":
www.ime.usp.br/~vwsetzer/jokes/leis.html
"Desconfie de qualquer explicação simplista da natureza."
(Veja detalhes e exemplos sobre ela naquela página.)
Uma MT universal U deve ser programada para emular qualquer outra MT
M. Para isso, as 5-tuplas ordenadas das transições da
M devem ser gravadas na fita da U, mais outras informações,
como o estado inicial de M, o seu conjunto de estados finais, os dados
da fita e a posição inicial do cabeçote. A nossa
mente não usa regras formais. Se usasse, seria puramente sintática,
não teria nem semântica (compreensão) nem pragmática
(adequação à realidade, bom senso). Sentimentos
são atividades mentais que não são formais e não
seguem uma lógica formal. Aliás, quando falei sobre sensações
e sentimentos, esqueci de dizer que graças a eles nos vivenciamos
como indivíduos, pois ninguém mais é capaz de ter
nossas sensações e sentimentos. Não é o
pensamento que nos faz sentir como indivíduos! Sim, como a mente
humana tem atividades que não são formais, não
pode ser formalizada. Certos tipos de pensamento podem ser objetivos
e universais como os matemáticos, e podem ser formalizados, como
faz a matemática! Se alguém expressa um pensamento matemático,
outra pessoa pode "emulá-lo" com seu próprio
pensamento. Não é só uma questão de complexidade,
e sim da essência do que é sentir e pensar. Quando você
diz "construir uma mente humana", você está partindo
da hipótese de que a mente é puramente física,
uma máquina. Esqueça, há evidências muito
fortes de que esse não é o caso. A vivência do livre
arbítrio no pensamento foi uma das indicações que
apresentei na palestra. A subjetividade e individualidade de sensações
e sentimentos foram outras.
- [1] O que aprendi de principal foram as nossas visões
sobre o ser humano, algumas das quais concordo outras não. Acredito
que o ser humano seja um animal, mas que isso não implique numa
"superioridade" inata ou desvalorização de outras
pessoas. Retomando, as reflexões sobre o Eu e quais processos
me formam (pensar, sentir, desejar) foram muito significativas.[2]
Acerca de como o raciocínio imposto sobre nós, que "deveria"
ser puramente lógico, gostaria de entender melhor as relações
da vontade e do sentimento no cenário de apatia (tanto de não
sentir quanto de não desejar).[3] Adorei a discussão
filosófica, entranhada na discussão sobre as máquinas
e "inteligência artificial" e gostei de "timão"e
da rosa dos ventos decorando o slide. RESP.: Que ótimo
que você não concordou com algumas coisas que eu disse!
Quais são? Vamos conversar a respeito, quem sabe você me
faz mudar de ideia. O ser humano tem características comuns aos
animais superiores, como respiração, mobilidade, reprodução,
crescimento e regeneração de tecidos etc. Mas ele tem
muitas características que não ocorrem nos animais, só
citando alguns casos, a fala e o aparelho fonador, a posição
ereta, a coluna em duplo S, a falta de pelo, couro, escamas ou penas,
a oposição do polegar (em relação aos macacos).
Portanto, é incorreto identificar um ser humano como um animal
(racional). Se você fizer isso, terá que chamar os animais
de "plantas móveis", pois os animais têm muito
em comum com as plantas (novamente, crescimento e regeneração
de tecidos, órgãos ocos, reprodução etc.).
Em vários aspectos somos superiores aos animais. Quem é
que está mudando o mundo (em geral, para pior...), os seres humanos
ou os animais??? Quem é capaz de produzir livros??? Etc. etc.
Não se deve reduzir os seres humanos a animais, pois senão
os primeiros serão tratados como os segundos. Acho que a apatia
é uma falta de força de vontade. A pessoa talvez queira
fazer algo, mas não tem vontade suficiente para isso. Timão?
Rosa dos ventos? Meus slides têm um fundo que é
o desenho de uma aquarela, só isso.
- [1] A presente palestra foi capaz de lecionar eficientemente
e provocativamente a base histórica, conceito, funcionamento,
implicações e utilização da MT, assim como
os seus "componentes formais". [2] Gostaria de ter
explicações sobre como reformular a MT, não determinísticas
em determinísticas e, sobretudo, como se toma a decisão
em uma transição múltipla. [3] A parte final
da palestra apresentou oposições veementes e provocativas
ao materialismo libidinal e às obras de Deleuze e Guattari. Com
capacidades técnicas e filosóficas elevadas, a palestra
foi engrandecedora e gerará divagações tanto no
campo matemático quanto filosófico e computacional. RESP.:
Para derivar uma MT determinista equivalente a um não-determinista,
é preciso usar uma estrutura de dados que vocês ainda vão
aprender, a pilha. Em linhas gerais, Quando a máquina está
em um estado com duas transições não-deterministas,
isto é, as duas usam o mesmo símbolo de entrada que está
sob o cabeçote, deve ser tomada uma dessas transições,
e empilhar na pilha todo o estado da máquina, inclusive a fita
(ou o trecho dela com os dados), e uma indicação da transição
tomada. Se a transição tomada não dá o resultado
no resultado esperado, ou acaba indo a um estado sem alguma transição
definida para o símbolo de entrada, desempilham-se os dados da
transição tomada, volta-se a máquina para o estado
em que estava ao tomar essa transição, e se toma a outra
transição não determinista. Isso é recursivo,
pois depois de uma transição não-determinista pode
aparecer outra não-determinista, e então são empilhados
os dados dessa segunda, sobre os da primeira. A pilha permite que se
volte para trás nas configurações nas quais a máquina
estava quando foi tomada cada transição não determinista.
Não conheço Deleuze, que trabalhou junto como Gattari.
O que sei dele é que ele identificava corpo com alma, isto é,
para ele a alma era material. Isso é materialismo lascado. Um
dos problemas é que é necessário caracterizar conceitualmente
o que são alma e espírito (dois membros não físicos
da constituição humana. Já existe essa conceituação;
é possível compreender o que eles são. Eu mesmo
escrevi um artigo a respeito. Quanto às divagações,
discuta o conteúdo com seus/suas colegas!
- [1] Ainda preciso amadurecer todas essas ideias apresentadas
na palestra. [2] o que os computadores podem fazer é limitado
pelas leis da física, certo? Isso porque eles são feitos
de matéria. Mas o ser humano também é feito de
matéria. Isso significa que o que os seres humanos conseguem
fazer transcendem as leis da física. [3] {Vazio}. RESP.:
Sim, os circuitos são projetados segundo "leis" e condições
da física. É uma maravilha de técnica ela pegar
materiais que não são precisos e conseguir construir um
computador determinista (a menos de falhas). Os circuitos determinam
o que o computador pode fazer; os programas só podem requerer
que ele faça o que os circuitos permitem. Na natureza, a partir
de uma certa complexidade, algo que não é físico
pode começar a atuar modificando a parte física. Tenho
uma teoria de como isso é possível sem violar as leis
físicas, usando escolhas de transições não
deterministas - essas escolhas, de qual transição tomar
a cada instante, não requer energia; veja a apresentação
completa da palestra, onde eu exponho brevemente isso.
- [1] o pensamento humano não se resume, e não
deve se resumir, à racionalidade. [2] Como ensinar/introduzir
esses conceitos complexos para outras pessoas? [3] Queria ouvir
mais ideias diferentes nessa linha de pensamento além da racionalidade
onde encontrar? RESP.: Eu faço uma distinção
entre pensamento racional e intuitivo. Falei sobre isso, mas me esqueci
de algo fundamental: como desenvolver o pensar intuitivo. Tome um problema
qualquer: pode ser científico individual ou social. Usando o
pensar racional, procura-se a solução para o problema
raciocinando todas as relações possíveis dentro
dele. Usando o pensar intuitivo, pensa-se profundamente sobe o problema,
sob todos os ângulos, mas sem tentar resolvê-lo. Vai chegar
um momento, muitas vezes quando não se está pensando no
problema (às vezes, ao acordar - nosso subconsciente é
mais sábio do que nosso consciente!) em que se terá o
#insight da solução. Talvez vocês já tiveram
essa vivência ao tentar achar o erro de um programa.
- [1] Aprendi o que é a MT, sendo uma máquina teórica,
com armazenamento infinito, capaz e de realizar apenas uma operação,
de realizar qualquer coisa. Além disso, aprendi a complexidade
do ser humano, principalmente por sua capacidade de pensar, de sentir
e de ter vontade, fazendo o computador jamais entender tal complexidade
e ser capaz de reproduzi-las [2] A maior dúvida foi qual
propósito de criação da máquina da MT? RESP.:
A MT usa apenas um tipo de instrução, a 5-pla ordenada
das transições. Pela tese de Church-Turing (esqueci de
dizer que é uma tese pois não pode ser provada), qualquer
algoritmo (na definição matemática de algoritmo)
pode ser implementado em um MT. Computadores não têm compreensão
não têm semântica, são máquinas puramente
sintáticas de seguir estritamente regras matematicamente formais.
Além disso, como eu expliquei, compreender é associar
uma representação mental a um conceito, ou um conceito
a outro conceito. Veja meu artigo bilíngue
www.ime.usp.br/~vwsetzer/conceito-cerebro.pdf
- [1] Hoje, o que aprendi de mais importante foi que as máquinas
jamais poderão reproduzir fielmente pensamentos, sensações
e comportamentos humanos, pois os robôs apenas respeitam as leis
e condições estabelecidas por circuitos, enquanto o funcionamento
do cérebro humano é uma incógnita. [2] Será
se, mesmo com o avanço de áreas como a neurociência
e a bioinformática, além do avanço de diversas
tecnologias, daqui a muito tempo, o cérebro humano continuará
sendo uma incógnita? [3] {vazio}. RESP.: O que
eu tentei mostrar é que as máquinas jamais vão
pensar como o ser humano, e dei dois argumentos para isso: o livre arbítrio
que temos no pensamento (como eu disse, na verdade na vontade, na decisão
do que pensar em seguida numa concentração mental), e
o fato de os conceitos não estarem no cérebro, sendo que
usamos o pensamento para ter a percepção de um conceito.
Não se trata de se desconhecer como o cérebro ou o pensar
funcionam. Nunca vai se ter esse conhecimento examinando o cérebro,
como é o paradigma científico atual.
- [1] Aprendi sobre MTs mas principalmente sobre filosofia. 2.
Qual o limite da IA à medida que tentam simular o pensamento
humano utilizando-a? Será que um dia saberemos qual processamento/característica
anatômica que nos super separa da IA? [3] gostei da palestra.
RESP.: A IA jamais será a inteligência humana. No
meu livro sobre IA eu faço a distinção entre inteligência
incorporada, que todas as máquinas têm, mas também
plantas e animais, e até mesmo a Terra, e a inteligência
criativa, que só os seres humanos têm. Aliás,
não se sabe cientificamente o que é a inteligência,
mas sabe-se como os programas de computador funcionam (a menos dos sistemas
de "aprendizado" de máquina. [ADENDO de 14/6/23. Por
que você teve um interesse especial sobre a parte filosófica?
Talvez porque a primeira parte, sobre a MT, era formal, objetiva e universal,
era algo fora de você apesar de ter incorporado
a sua compreensão. Mas com as questões filosóficas
você pôde se identificar, por exemplo dizendo: "Eu
realmente penso, sinto e tenho impulsos de vontade, eu sou assim!"
Quando foram dadas características sobre essas atividades interiores,
você pôde dizer: "De fato, reconheço tudo isso
em mim; agora eu me conheço melhor!" Isto é, você
se identificou com a parte filosófica (ou pelo menos trechos
dela).]
- [1] O mais importante que aprendi foi sobre o funcionamento
da MT, e que todas as outras máquinas são uma derivação
da mesma. Como também a parte mais filosófica da palestra,
em que pude pensar mais profundamente sobre a relação
das máquinas e os seres humanos. [2] Por enquanto não
[tenho dúvidas], mas queria saber com detalhes mais explícitos
da criação da MT. [3] Estou agradecida por ter
comparecido na palestra, com certeza foi algo único. RESP.:
As máquinas digitais podem ser todas simuladas por MTs. Eu não
diria que são #derivadas da MT. Como eu contei, Turing desenvolveu
a MT para resolver um problema matemático, da existência
de problemas insolúveis (indecidíveis).
- [1] Somos forçados a pensar de uma maneira lógica
limitada. Com computadores, tudo é reduzido a uma lógica
parcial de símbolos e números, sendo que o pensamento
humano quebra a barreira do pensamento lógico comum.[2]
Todos os computadores foram baseados na MT? Por que Turing pensou numa
loucura dessa? Ele era iluminado? Pessoas não iluminadas podem
inventar coisas grandes como Turing? RESP.: Um programador é
forçado a pensar em uma lógica limitada, a fornecida pela
linguagem de programação que ele usa (que no fundo usa
símbolos quantificados). Além disso, o pensamento comum
é baseado exclusivamente no mundo físico, mais abstrações
como a matemática. Mas é possível pensar sem se
basear no mundo físico; a matemática é um excelente
exercício para isso! Turing tentou construir computadores baseados
em instruções elementares, como é o caso da MT.
Funções mais complexas eram programadas usando as instruções
elementares. Curiosamente, posteriormente foram desenvolvidos e até
comercializados os denominados computadores RISC (#reduced instruction
set computer ), tendo o CDC6600 (na época, 1964, um super-computador)
sido o de maior sucesso. Eu não diria que Turing era iluminado,
e sim um gênio da matemática. Como eu expliquei, ele pensou
na MT para provar que a conjectura da decidabilidade da matemática
estava errada. Ele foi um precursor das máquinas digitais.
- [1] Aprendi sobre o Entscheidugsproblem, o problema da decisão,
proposto por David Hilbert e Wilhelm Ackerman. Também sobre o
cientista da computação Alan Turing e sobre as MTs. [2]
Se o Entscheidungsproblem já foi resolvido ou não, e se
sim, faz quanto tempo? Quais são os problemas mais modernos e
atuais similares ao Entscheidungsproblem? RESP.: Ackerman trabalhou
em decidabilidade, e atribui-se a ele também a formulação
do problema, mas ficou com o nome do Hilbert pois fazia parte d e uma
série de três questões matemáticas que ele
formulou em 1928 (já fazia parte de uma série de problemas
propostos por Hilbert em 1900. Alonzo Church e Turing resolveram independentemente
a questão do problema da decidabilidade em 1936. Não sei
responder a pergunta sobre problemas matemáticos atuais. Pergunte
aos matemáticos...
- [1] Eu aprendi que o pensamento está delimitado pelas
arbítrios da linguagem, inclusive no conceito de livre arbítrio.
Computadores seguem leis da física, que por sua vez não
são conhecidos pelo ser humano ponto. [2] Há liberdade
de pensamento? É possível controlá-lo? Não
seria apenas a liberdade de expressão que é controlada
pelo estado e os ditames da linguagem? [3] Há 3,5 bilhões
de anos alguém diria que um punhado de mofo teria todas as capacidades
humanas? Uma máquina não poderia ter alma, sentimentos
etc. se Deus lhe desse o livre arbítrio? RESP.: As linguagens
não são arbitrárias! Há pensamentos que
não podem ser expressos em uma linguagem, como por exemplo os
"sonhos acordados", "pensamentos em forma de imagem",
e quando pensamos sobre nossas sensações e sentimentos.
Suponha que você sinta uma dor de cotovelo. Você pode dizer
"estou com dor de cotovelo", mas não consegue descrever
a sensação que está tendo. Vai no máximo
dizer que está com dor, esperando que a outra pessoa entenda
o que é ter dor. Mas ela não poderá sentir a sua
dor. Mas você pode pensar sobre ela, sem usar palavras. Na minha
concepção de mundo, e minha vivência pessoal, o
ser humano pode ter livre arbítrio no pensamento, mas esta é
só um instrumento para se vivenciar o livre arbítrio,
que reside na decisão de pensar em algum tema. Sim, pode-se controlar
o pensamento. Se você não tivesse essa possibilidade, não
teria conseguido escrever sua pergunta! É preciso usar um pensamento
muito simplista para achar que o ser humano derivou de fungos! Além
disso, trata-se de mera especulação. Ninguém acompanhou
a evolução para comprová-la. Pior, nem hoje em
dia isso ocorre. Já foi provado que pássaros que migraram
de ilhas tiveram uma adaptação ao meio ambiente diferente.
Mas ninguém examinou as mutações genéticas
quando elas estavam ocorrendo, e nem os encontros sexuais que levaram
à seleção. Além de tudo, a evolução
darwiniana é uma teoria furada (os elos perdidos). Finalmente,
examinando macacos é impossível predizer como será
o ser humano; mas o contrário é verdade.
- [1] Como funcionam as MTs, simulação destas utilizando
outra MT.[2] Como ocorre a prova de um algoritmo na máquina
de Turing? Como prova-se, dada a entrada, se chegará no resultado
correto? [3] Achei muito interessante a palestra. RESP.:
A verificação formal de programas é uma área
específica da Ciência da Computação. Usando
uma teoria axiomática, é preciso deduzir os assim chamados
"invariantes", uma afirmação lógica sobre
os valores de variáveis do programa, que deve ser válida
ao se atingir um comando vindo de várias partes do programa.
Além disso, a parada da execução é muito
complicada de ser deduzida, pois exige cálculo de convergência
dos valores das variáveis.
- [1] O funcionamento, teoria e funções da MT.
Conceitos da natureza humana e relação humano-máquina.
[2] Apenas curiosidades sobre tópicos mencionados como
o efeito de computadores em crianças. [3] {vazio}. Sobre
o efeito de meios eletrônicos sobre crianças, adolescentes
e adultos, veja meu artigo
www.ime.usp.br/~vwsetzer/meios-educacao-sintese.pdf
- [1] O funcionamento da MT e a restrição do pensamento
computacional. [2] O pensamento "milagroso" também
não está em um prédio sem térreo. [3]
Palestra muito boa, adorei os comentários sobre as formas de
pensar. RESP.: sobre milagres, eu afirmei que a ciência
não consegue explicar todo o ser humano, como por exemplo a simples
sensação do gosto de uma fruta. Milagre é algo
que não pode ser explicado fisicamente. Portando o ser humano
é um milagre. Idem para todos os seres vivos! Eu disse que a
física não sabe o que é uma partícula atômica
em seu estado natural, e jamais saberá. Portanto, a física
não sabe o que é a matéria. Daí a imagem
de que materialista é uma pessoa que vive e trabalha num prédio
que não tem fisicamente o andar térreo. Não se
sabe como os pensamentos são gerados, portanto do ponto de vista
físico pensamentos são "milagrosos" - considerando
que não são físicos, obviamente do ponto de vista
físico eles não têm andar térreo físico.
- [1] Aprendi sobre a MT, além de aspectos filosóficos
sobre o ser humanos não são máquinas e máquinas
não chegarão a ter o mesmo funcionamento de humanos -
elas não pensam e nem pensarão. Ademais, ao fim da palestra
sobre um pouco da morte de Alan Turing. [2, 3] {Vazios}
- [1] O mais importante que aprendi, na minha opinião,
foi o funcionamento da MT que eu já tinha ouvido falar, mas nunca
tinha entendido. [2] Não fiquei com nenhuma dúvida.
[3] não tenho comentários.
- [1] Diferença de MTs e computadores. [2] Como
se emula um computador em uma máquina MT? (Na prática
quais componentes de um computador correspondem a cada componente de
uma MT o emulando. [33] {vazio}. RESP.: É preciso programar
a MT para executar todas as instruções da linguagem de
máquina do computador. Isso sempre é possível,
apesar de resultar numa MT monstruosamente grande.
- [1] Há problemas matemáticos que não têm
solução. MT' máquina abstrata e matemática.
Um computador não pode realizar tudo o que faz o ser humano.
Computadores não podem pensar, não têm livre arbítrio.
Computadores não sentem. Sentimentos são individuais e
subjetivos. [2] Nenhuma. [3] Achei muito interessante.
- [1] "Pensar fora da caixa". [2] {vazio}. [3]
Palestra bem equilibrada entre teoricidade e dinamicidade. RESP.:
Sobre minha técnica didática, (a "dinamicidade")
usei alguns ingredientes para tornar uma aula interessante. 1. Ter entusiasmo
pela matéria e transmitir esse entusiasmo. 2. Fazer contatos
pessoais com os alunos - por isso sempre perguntei o nome para quem
eu me dirigia, e de quem fazia perguntas ou dava respostas. Sempre elogiar
os alunos, e nunca criticar. 4. Perceber se os alunos estão acompanhando
interessados ou não. Usar fatos históricos (não
tive tempo para usar mais esse ponto). 5. Usar a experiência dos
alunos (por isso eu me reportei às vezes à experiência
de vocês com a programação em Python). 6. Não
ficar apenas em formalismos abstratos. No meu livro #A matemática
pode ser interessante... e linda!, o tópico 29.2 é "Como
interessar os alunos". e o cap. 30 é "Vinte e um pecados
capitais em uma aula de matemática", isto é, o que
deve ser evitado.
- [1] O funcionamento de uma MT e o fato de que qualquer computador
pode ser reduzido a uma MT. [2, 3] {Vazios}.
- [1] As diferenças entre o ser humano e o computador
do ponto de vista do professor Valdemar Setzer.[2] Como o cérebro
funciona? [3] {Vazio}. RESP.: na minha concepção
de mudo, a ciência, com o paradigma reducionista atual, jamais
vai saber como o cérebro funciona. Não se sabe para que
servem realmente as sinapses, o que elas calculam, se é que calculam
algo? Não se sabe nem mesmo onde está armazenada a representação
simbólica 2 do numeral dois, e como ela é usada.
16. 19/4/24, 15h00-16h40 (foi estendida até as 17h10,
com perguntas até 18h00), palestra presencial na disciplina MAC2166,
para a turma 7de alunos do curso básico da Escola Politécnica
da USP e interessados, dentro do programa Embaixadores
da Matemática do IME-USP, usando a versão resumida da
apresentação. Info: prof. Paulo A.V. de Miranda pmirantudojuntoda
no ime dot usp pt br
- [1] Máquinas não são seres humanos, não
vão nos substituir. Jamais pensarão como seres humanos.
[2] Sobre a parte de aprendizagem de máquina que ficou
para trás. Por quê ainda não teve uma palestra do
professor Setzer no IME? [3] A aula foi maravilhosa, ministrada
por um professor extremamente sábio, não só na
área da computação. Espero ter outras oportunidades
de encontrar o professor Setzer. Ele conseguiu ser ainda mais impressionante
do que como o Hirata falou. RESP.: Eu tratei das capacidades
das máquinas e dos seres humanos, mostrando que temos características
que as máquinas jamais terão, como nossos pensamentos,
nossas sensações e sentimentos (elas jamais vão
poder ter essas reações interiores). Não tratei
da substituição. Ela pode ocorrer, sim, dependendo de
quais de nossas ações se delega às máquinas.
A esse respeito, talvez valha a pena citar uma de minhas "leis",
em
www.ime.usp.br/~vwsetzer/jokes/leis.html
"Um computador (ou qualquer outro tipo de máquina) só
deveria substituir o trabalho de um ser humano quando esse trabalho
degrada-o, e não deve substituir o trabalho que o eleva."
Obviamente, isso depende da concepção que se faz de um
ser humano. Se ela é de que ele é uma máquina,
então tudo é possível. Depende também do
que se considera "degradar" e "elevar". Ruy Barbosa
disse "O trabalho que mais eleva o ser humano é ensinar."
Portanto, não deveríamos substituir o professor por uma
máquina, apesar de muitas vezes o resultado ser melhor com ela.
Conforme mais uma de minhas leis: "O ensino está tão
ruim, mas tão ruim, que até computador ou ensino a distância
(EAD) ensinam melhor. " (Publicada no fórum dos leitores
do Estadão.) Quanto a palestra minha no IME, eu costumava dar
uma palestra para todos os ingressantes, "A importância de
equilibrar atividades intelectuais com atividades artísticas
e sociais"; nunca mais me convidaram. Eu costumava dar uma palestra
por semestre no CAEM; nunca mais tive essa chance. Dava na Semana da
Licenciatura; nunca mais. É uma pena, certamente não durarei
muito mais tempo. Pena pois acho que os alunos deveriam ouvir ideias
diferentes, para formarem as suas.
- [1] Por conta de ser o foco da aula, o maior aprendizado que
tive foi sobre a parte técnica e teórica sobre o funcionamento
da MT e dos computadores. Além disso, o funcionamento do nosso
pensamento e a forma subjetiva, porém simples me surpreendeu.
[2] O funcionamento mais aprofundado dos computadores; o funcionamento
da mente humana. Os mecanismos com o código binário ainda
ficaram um pouco abstratos, mas acredito, que foi devido a falta do
tempo. [3] Fiquei extremamente surpreso em como coisas "simples",
porque na realidade são extremamente complexas, passam despercebidas
na nossa vida. Gostei muito da palestra, o Sr. Valdemar parece ter um
conhecimento infinito, felizmente tive a oportunidade e a honra de ouvi-lo
falar. RESP.: Na verdade, houve dois focos: a parte técnica,
da MT, pois penso que é importante que se a conheça, e
como ela esclarece o que significa a computação. O outro
foco foi mostrar que o ser humano não é uma máquina,
portanto certas de suas características jamais serão introduzidas
em máquinas. Organizei os dois focos de modo que eles se interligaram.
Note que não é possível provar formalmente, definir,
o que são o pensar, o sentir e o querer. Eles devem ser caracterizados
pelas suas manifestações interiores, e vivenciados pessoalmente.
Não pude me estender sobre o código binário (tenho
uma palestra sobre sistemas numéricos). Mas quero registrar aqui
algo que esqueci de dizer: os computadores usam o sistema binário
por pura conveniência técnica, e não por necessidade.
Poderiam usar qualquer outro sistema, mas os circuitos seriam muito
mais complexos e menos confiáveis. O conhecimento de cada pessoa
é infinito! Nosso conhecimento não é limitado,
como queria Kant. Aliás, outra coisa que deixei de falar: nossa
memória é ilimitada - ninguém teve a experiência
de tentar memorizar algo e sentir não havia mais "lugar"
para isso. Atenção: se a nossa memória é
ilimitada, ela não pode ser física! Finalmente, se quiser
ouvir-me mais, podemos combinar uma conversa pessoal! Eu também
gostaria de ouvi-lo
- [1-2] {Vazios}. [3] Primeiramente, gostei muito do professor
Valdemar. Ele conseguiu ser ao mesmo tempo muito didático e divertido,
trazendo discussões, comentários e temas interessantes.
Gostei muito de aprender sobre a Máquina de Turing e sua capacidade/importância
dentro do universo da computação. Entretanto, acima de
tudo, apreciei muito o espaço criado para reflexões e
discussões que vão além das exatas, pois esses
momentos estão se tornando cada vez menos comuns, sobretudo na
Poli, uma faculdade majoritariamente voltada para as exatas.
- [1] De mais importante, aprendi que as máquinas não
calculam, mas, sim, combinam. Também, é necessário
disciplina para usar computadores, já que esses tendem à
desobediência. [2] Acho que a maior dúvida acabon
sendo se um dia as máquinas vão realmente substituir a
humanidade. NO exemplo do xadrez de Kasparov, fiquei meio temerário,
mas, simultaneamente, crente que não. Um cenário de incerteza
é paradoxal. [3] {Vazio}. RESP.: Eu disse que os
computadores induzem indisciplina, e da pior espécie, a mental.
Por exemplo, programadores que programam de qualquer jeito, sem pensar
muito e documentar seus programas. O programa não vai funcionar,
aí eles passam a corrigi-lo, novamente sem pensar muito - e se
documentaram o programa, não atualizam a documentação
que, depois de algum tempo, não serve para mais nada.
- [1] {Vazio} [2] O que são pensamentos, sentimentos,
vontade, dentre outras questões de como funciona o cérebro
humano ou a essência de cada pessoa. [3] Professor didático
e carismático. RESP.: Eu não disse o que são
pensamentos etc., mostrei certas características deles, que qualquer
pessoa pode comprovar em si própria/o.
- [1] "Enxergar" a matemática de outra maneira.
[2] {Vazio} [3] Palestra rica e cativante. Palestrante
conseguiu abordar o tema de maneira lúdica. RESP.: Para
vocês enxergarem a matemática de outra maneira, o ideal
seria assistirem minha palestra sobre o infinito. Peçam para
os professores organizarem essa palestra e, se isso não ocorrer,
peçam ao Centro Acadêmico fazê-lo.
- [1] Eu compreendi que somos influenciados a pensar apenas com
a cabeça e que deixamos uma arma poderosa de lado; o pressentimento,
além da emoção, o que pode ser um diferencial dentro
da poli. [2] Não entendi direito a Máquina de turing,
orém não gosto de ficar parando a aula. [3] Curti
muito a didática do professor, realmente um ótimo profissional
e gostaria de ter mais aulas com ele. RESP.: Eu não usei
a palavra "pressentimento" (não deixa de ser interessante),
usei "pensamento intuitivo", em contraposição
ao "pensamento racional". Por exemplo, no segundo, tenta-se
racionalmente resolver um problema. No primeiro, examina-se o problema
de todos os lados, profundamente, sem tentar achar a solução,
e espera-se que se tenha a inspiração da solução.
Nosso inconsciente é mais sábio que nosso consciente!
Já que a MT não ficou muito clara, experimente baixar
a apresentação (a resumida, que usei na aula, ou a completa
- ver o cabeçalho desta página). Siga direitinho os passo
da explicação da MT, tente resolver os exercícios,
e você certamente compreenderá tudinho. Pena que você
não "parou" a aula! Não tenha medo de fazer
perguntas. Não há perguntas bobas - se ela for errada,
como eu disse, é uma grande chance de o/a professor/a mostrar
que daquele jeito as coisas não são!
- [1] MT é a base dos computadores. [2-3] {Vazios}. RESP.:
Base teórica!
- [1] {Letra quase ilegível] O que achei mais importante,
na palestra, foi adotar uma perspectiva mais subjetiva e aspectos, comumente,
tomados por objetivos. Além disso, penso que a unidade de ???
e o contraponto formado por Turing foi útil para um entendimento.
Dessa forma, esses aspectos combinaram para essa ??? [2] Não
compreendi, em sua totalidade, o funcionamento da MT. No caso, tenho
dúvida sobre como os marcadores funcionam (ex. se o "cabeçote"
atravessar "1", e ele marca um xis e faz com que volte (?)).
[3] Os comentários são os mesmos referidos na primeira
questão. RESP.: Para compreender a MT, veja a resposta
anterior. Marcadores (o x do meu exemplo) são úteis para
assinalar células da fita que já foram examinadas.
- [1] Funcionamento da MT; indisciplina causada pelo uso de computadores;
características dos computadores; atribuições exclusivamente
humanas. [2] "A 'inteligência artificial' não
representa, então, um perigo ao futuro da humanidade?" [3]
Ótima palestra. Obrigado! RESP.: Sim, apresenta um perigo
ENORME! Como a "inteligência" artificial (nome errado
pois não se sabe cientificamente o que é a inteligência
humana) está cada vez mais simulando ações humanas,
as pessoas tendem a relegar totalmente a ela funções que
deveriam ser humanas (como o caso do diagnóstico médico,
que eu citei). Um outro perigo é de induzir a mentalidade de
que o ser humano é uma máquina - essa mentalidade tem
sido certamente induzida em vocês desde a escola. Citei alguns
exemplos. (1) Dizer que o sangue circula porque o coração
o bombeia. Isso é uma "bomba" de explicação,
pois há milhares de km (100.000?) de vasos sanguíneos,
a maioria capilares, portanto essa "bomba" teria que ter uma
potência fantástica. Não se sabe porque o sangue
circula no corpo; o coração funciona parcialmente como
bomba, produzindo um pulso de pressão, detectado por todo o corpo,
que misteriosamente faz o sangue circular. Vejam na internet como a
explicação que o sangue circula pois o coração
o bombeia é prevalente. (2) Que os relâmpagos são
devidos à diferença de potencial elétrico entre
as nuvens e o solo, ou entre as nuvens: as distâncias são
muito grandes para que essa diferença faça com que o raio
inicie. (3) A teoria neodarwiniana como verdade e não como teoria.
Etc. etc.
- [1] Base binária. Intuição, MTs. Formação
do pensamento/sensação, sentimento. [2] O que é
contar? O que é uma porta? Moral: existe uma moral suprema? O
bem/mal existe? Moral de Máquina? Moral do ser humano sobra a
máquina, existe? [3] {Vazio}. RESP.: Eu mostrei
que ao se ver um objeto e dizer que ele é uma porta, estamos
associando o conceito de porta ao objeto. Conceitos não podem
ser "vistos", pois não são físicos, como
mostrei em meu artigo
www.ime.usp.br/~vwsetzer/conceito-cerebro.pdf
Eu usei a expressão "moral absoluta". Acho que sim,
existe moral absoluta, por exemplo a de que não se deve matar
um ser humano em nenhuma circunstância. Sou contra a pena de morte.
Aproveito para colocar mais uma de minhas ideias: faço uma distinção
muito clara entre moral e ética. Moral é individual, e
ética é comunitária. Por exemplo, suponha que um
advogado é contratado por um cliente que está sofrendo
um processo por ter cometido um crime financeiro, e o advogado fica
com a certeza de que o sujeito é culpado. No entanto, a ética
advocatícia permite que ele convença o juiz da inocência
do réu. Isso é ético, mas não é moral.
Uma religião tem sua ética, há uma ética
médica (que vem de Hipócrates) etc. etc. Sim, há
uma moral do ser humano em relação com as máquinas:
como usá-las moralmente.
- [1] O que eu aprendi de mais importante é que computadores
não calculam, copiam, leem ou fazem qualquer outra coisa da mesma
forma que um ser humano. [2] {Vazio} [3] Gostei que a
palestra abordou temas até que filosóficos sobe o pensar,
e esse tipo de reflexão é raro em uma faculdade como a
Poli, mas muito importante. O professor Setzer tem muito conhecimento
a compartilhar. RESP.: Eu disse que computadoes não calculam,
combinam símbolos para obterem o resultado esperado para um cálculo.
Eu acho que todos os professores deviam reservar um tempinho em cada
aula para tratar de questões filosóficas, políticas
(de maneira neutra e objetiva), sociais, artística etc. Eu sempre
fiz isso em minhas aulas, e chamava isso de "dar uma bicadinha".
Pois uma vez um aluno escreveu em um one-minute paper: "Professor,
o Sr. não que dar aula só de bicadinhas?" Pois eram
essas considerações que tocavam não só o
intelecto mas também os sentimentos, a vontade e a vida prática.
Vocês não são intelecto ambulante! Se todos professores
colocassem suas opiniões, imaginem como vocês teriam uma
quantidade de ideias diferentes para formarem as suas próprias!
- [1] A coisa mais importante que eu aprendi na aula foi sobre
como a máquina de Turing foi criada e como ela é basicamente
o arquétipo dos computadores, somente lendo símbolos numa
fita infinita organizada em estados finitos. Também elucidou
o conceito de pensar, e como isso diferencia os humanos das máquinas,
pois os computadores não podem ter livre-arbítrio. [2]
{Vazio}. [3] Queria poder ter ficado até o final da aula,
mas infelizmente tinha um compromisso, mas achei a palestra muito interessante
e interativa, me ensinando coisas que eu não esperava aprender
nessa palestra. RESP.: Cuidado com a redação, não
é a fita que é organizada em um número finito de
estados, é o controle finito. A MT está em apenas um desses
estados em cada "instante", ou melhor, em cada estado global
da máquina. Você captou maravilhosamente o meu argumento
principal para dizer que máquinas jamais vão pensar como
o ser humano: o livre arbítrio que podemos vivenciar no pensar
(na verdade, na decisão - uma vontade - do que pensar em seguida,
concentrando o pensamento). Sobre o fim da aula, terminei às
17h10 em lugar de 16h40, já que vocês não tinham
outra aula em seguida, e ainda fiquei até as 18h00 respondendo
perguntas. Foi um exagero de minha parte, logo depois das 5 horas de
aula perdi totalmente a voz, e 3 dias depois ainda não a tinha
recuperado totalmente... Nuca se deve exagerar, em nada, especialmente
na "veíce".
- [1] Eu aprendi que pensamento é diferente da intuição,
assim como um computador e uma MT funcionam. Aprendi a diferença
entre sensação e sentimento. [2] A maior dúvida
que ficou foi que, na minha ideia, cada vez mais os seres humanos tendem
a apresentar capacidades de robôs, a empatia e a subjetividade
estão desaparecendo, assim como a criação e junção
de ideias, devido a facilidade do mundo atual. Logo, robôs são
cada vez mais humanos, como humanos mais robôs, não? [3]
{Vazios}. RESP.: O pensamento racional é que é
diferente do pensamento intuitivo. Veja a avalição 4 acima.
Sim, existem forças que querem destruir o ser humano (já
estão destruindo a natureza, nossa base para existir!). Uma das
maneiras de destruir o ser humano é fazê-lo comportar-se
como robô. E, sim, as pessoas estão cada vez mais se robotizando
- por exemplo, na dependência do celular. Aproveito a deixa: uma
maneira garantida de destruir a humanidade é destruir as crianças
e os adolescentes justamente o que os celulares, vídeo
games, internet e a TV estão fazendo. Essa destruição
é principalmente psicológica, mas acaba tendo consequências
fisiológicas.
- [1] O Funcionamento da maquina de turing. [2] Se a maquina
e o cerebro funcionam de princípios parecidos, porque tem funcionamento
tão distinto? [3] Uma forma interessante de explicar a
maquina de Turing seria usando circuito elétrico com luz (mas
e claro que seria um sistema limitado, só para demonstração).
RESP.: Tentei mostrar que a MT e o cérebro não
funcionam de modos parecidos, simplesmente porque não se sabe
como o cérebro funciona. Para haver alguma semelhança,
o cérebro deveria usar um código simbólico (na
MT, as transições e o conteúdo da fita). Não
se conhece o código simbólico usado pelo cérebro,
e fiz uma conjectura muito forte: esse código não existe.
Há várias maneiras de se ilustrar a MT: uma interessante
foi proposta por Joseph Weizenbaum (o famoso inventor do programa Eliza),
em seu extraordinário livro Computer power and human reason:
usar um rodo de papel higiênico.
- [1] Que o ser humano não é uma máquina.
[2] Perguntas do tipo o que é vida, perguntas de natureza
mais filosófica. [3] Achei a aula muito interessante sobre
o determinismo e livre arbítrio, eu gosto de pensar que nem a
física, que é materialista, considera as partículas
de modo determinista (quântica). RESP.: Em minha concepção
de mundo, a ciência, com seu paradigma atual, jamais vai saber
o que é a vida, e nem conseguir explicar certas de suas manifestações,
por exemplo as formas orgânicas. Aos que ficaram até o
finzinho, mostrei uma folha de Costela de Adão, cuja curva formada
pelas linhas nas extremidades dos recortes da folhtem que ser controlado
por um modelo que impõe a curva. Um crescimento de cada recorte,
obivamente independente dos outros recores, se fosse controlado, por
exemplo, pelo DNA, não preservaria uma curva tão perfeita,
pois as células são altamente imprecisas. Nós reconhecemos
a curva com nosso pensamento, portanto o ele deve ser da mesma natureza
do modelo ou o modelo é um pensamento.
- [1] Pensar fora da caixa. [2] A maquina de turing Pode
fazer mais funções que o computador atual não pode?
[3] Professor muito simpático. RESP..: Se para
resolver algum problema for necessária uma "memória"
infinita, o computador não conseguirá resolvê-lo.
15. 19/4/24, 13h10-14h50, palestra presencial na disciplina MAC2166,
para a turma 8 de alunos do curso básico da Escola Politécnica
da USP e interessados, dentro do programa Embaixadores
da Matemática do IME-USP, usando a versão resumida da
apresentação. Info: prof. Paulo A.V. de Miranda pmirantudojuntoda
no ime dot usp pt br
- [1] A história da MT, e sua visão sobre várias
coisas da vida. *Pensar, *querer, *sentir. Como explicar essas três
coisas? Uma das coisas que eu aprendi foi não saber explicar
as coisas que fazemos normalmente. [2] Minha maior dúvida
é: quando ele voltará para dar outra palestra? [3]
Palestra maravilhosa, cheia de conhecimento, trazendo muitas reflexões
sobre várias coisas da vida, bastante história. A maneira
como o palestrante vai levando a palestra é perfeito, cheio de
carisma. RESP.: Na minha concepção, jamais vai
se conhecer uma explicação física para pensar,
sentir e querer, pois não são atividades físicas.
No entanto, elas têm uma consequência física, que
pode ser detectada, por exemplo na atividade elétrica ou sanguínea
do cérebro. P.ex., o cérebro é essencial para refletir
o pensamento para a nossa consciência (note que refletir = raciocinar!)
Mas as correntes elétricas (ou melhor, iônicas) e os fluxos
de sangue obviamente não são o pensar, o sentir e o querer.
O que se pode fazer é vivenciar pessoalmente essas três
atividades interiores, e descrever suas características, como
por exemplo algo que eu não mencionei: podemos pensar sobre nosso
pensar, e é por isso que podemos concentrar o pensamento. É
a única atividade cujo objeto é idêntico à
ação (digerimos o alimento, e não a digestão).
Podemos impor nosso próximo pensamento, p. ex. ao fazer uma soma
armada, com vários algarismos, sem divagar em outros pensamentos,
a não ser que paremos a soma; fazer a soma e pensar em outras
coisas simultaneamente certamente dará resultados errados. Eu
deixei de citar algo fundamental (falta de tempo...): o pensar pode
ser totalmente consciente, por isso Descartes pronunciou o cogito
ergo sum, "penso logo existo". Não podemos ter
certeza de que temos certo sentimento, nem de um impulso de vontade
(querer), mas temos absoluta segurança do que pensamos, quando
estamos autoconscientes. Nesse sentido, pode-se associar, imageticamente,
o pensar à consciência de vigília, o sentir à
consciência de sonho, e o querer à consciência de
sono profundo (esqueci de mencionar isso na palestra). Quanto a outra
palestra, quem sabe o Paulo Miranda poderá dispor de mais uma
aula, darei com prazer.
- [1] Primeira coisa: O filme "jogo da imitação"
não condiz completamente com os fatos acontecidos na época
de Turing. Segunda coisa: A MT, projetada por ele não pode ser
construída por conta de limitações matemáticas
e sua ineficiência por conta de loops infinitos. Terceira: MTs
não fazem cálculos nem cópias, somente sequências
lógicas. [2] Porque conseguimos comparar uma MT, algo
que não pode ser materializado mas somente idealizado, com um
computador atual, que assim como a MT utiliza a lógica para tentar
resolver problemas? [3] Uma ótima palestra! Você
consegue explicar de maneira didatica, interativa e que mantém
a atenção do aluno. Uma pena que presencialmente o tempo
nos limita, assistiria a palestra e discutiria por horas cada uma de
suas provocações aos espectadores. Tenha certeza que ganhou
mais um leitor de seus artigos e mais um espectador de suas palestras.
Melhora da gripe, abraços. RESP.: Ampliando o pensamento
para âmbitos não físicos, pode-se compreender muito
do que são essas três atividades. Podemos comparar computadores
às MTs quando pensamos nas essências deles, como expliquei,
por exemplo, manipulação discreta de símbolos discretos,
uso somente de escolhas lógicas, formais, determinismo (nas MTs
deterministas - em cada estado, uma só transição
para cada símbolo de entrada), número finito de estados
(que no computador é enorme), o fato de que qualquer computador
poder ser teoricamente simulado por uma MT, ambos são máquinas
matemáticas (da matemática discreta) etc. A MT é
do ano 1936, o "jogo da imitação" foi idealizado
por Turing em 1950, e é também chamado de "Teste
de Turing" no fundo trata-se de se descobrir, por perguntas
e respostas, se quem está respondendo é um ser humano
ou um computador. Atenção, o nome do filme está
errado, pois não tem nada a ver com o Teste de Turing. Daria
para construir uma MT, desde que a fita fosse infinita. Esqueci de chamar
a atenção para o fato de que na MT o cabeçote se
move e a fita é fixa, o que facilita a exemplificação
do funcionamento em uma imagem gráfica. Mas não haveria
mudança alguma na potência da MT se se considerar o cabeçote
fixo e a fita se movendo. De qualquer modo, as limitações
não são matemáticas, são físicas
(a fita infinita). As MTs não fazem "sequências"
lógicas; mais rigorosamente, fazem uma sequência de escolhas
lógicas: qual transição tomar, qual símbolo
gravar na fita, qual deve ser o movimento do cabeçote. A MT só
deve ser idealizada se em um problema for necessário usar uma
fita infinita.
- [1] A diferença do funcionamento da máquina e
do corpo humano, nos fazem pensar erroneamente que ambos são
semelhantes. [2] Se as funções do computador são
baseadas em nosso comportamento e em nossas capacidades, já que
a maneira como nosso sistema funciona é desconhecido, e senão
será possível investigar por meio da própria máquina.
[3] Palestra incrível, incentiva o questionamento e a
fuga do pensamento limitado, a melhor que já vi na poli. RESP.:
Desculpe, não é a diferença, mas a semelhança.
Por exemplo, o ChatGPT produz sentenças muito bem escritas, semelhantes
àsproduzidas por seres humanos. Mas não se deve esquecer
que as diferenças são enormes. As funções
do computador não são baseadas em nosso comportamento.
Mas programas inseridos em um computador podem não ser baseados
no nosso comportamento, mas dando resultados semelhantes ou iguais.
Por exemplo, algo simples como o resultado de uma soma com vários
algarismos. Por exemplo, não se sabe como o ser humano executa
2 + 3 = 5 (nem mesmo como tem dentro de si, "armazenado",
a representação simbólica do numeral 2, como essa
daí). No entanto, o computador (se não der um defeito),
chega ao mesmo resultado. Aliás, se um computador executar qualquer
ação, simulando uma ação humana, isso é
uma prova de que nós seres humanos não "fucionamos"
daquele jeito! Lembre-se do que eu mostrei: sensações
e sentimentos dão individuais e subjetivos. Como os computadores
são universais e objetivos, jamais poderão sentir como
os seres humanos. Podem imitar consequências de sentimentos, por
exemplo exibir um sorriso ou um rosto triste. Mas eles não estarão
sentindo absolutamente nada. Como uma máquina universal e objetiva
poderia investigar algo individual e subjetivo?
- [1] Antropomorfismos na computação (ex: memória)
passam a falsa imagem de que o ser humano é uma máquina.
Computadores são MTs restritas, são máquinas discretas
de combinar símbolos e universais. Se a MT não consegue
fazer algo, os computadores também não consegue. A MT
só possui um tipo de instrução. Computadores jamais
vão ter livre arbítrio para pensar. Ainda não se
sabe como o cérebro funciona. O quão perigoso é
igualar o ser humano a uma máquina. [2] Se um dia a ciência
souber todo o funcionamento do ser humano incluindo as origens dos sentimentos
e desejos, poderemos fazer uma máquina que seja indistinguível
a ele? [3] Uma aula boa para refletir sobre a quantidade de coisas
que ainda não sabemos, mas que achamos que sabemos. RESP.:
Sim, uso de denominações antropomórficas para certas
características ou ações das máquinas produzem
a impressão de que o ser humano é uma máquina.
Mostrei que isso é muito ruim, inclusive podendo resultar em
uma vsão desumana dos seres humanos. Mostrei que a ciência
jamais vai saber o que é uma partícula atômica em
seu estado natural. Então a ciência jamais saberá
realmente o que é um átomo e uma molécula em seus
estados naturais, não vai saber o que é a matéria,
como vai conhecer todo o funcionamento do ser humano? Qualquer máquina
não sentirá sensações e sentimentos, de
modo que jamais será indistinguível do ser humano. Segundo
S. Hanard, uma máquina que fosse indistinguível do ser
humano passaria o que ele denominou de Total Total Turing Test (isso
mesmo, duas vezes o Total).
- [1] O funcionamento, e a lógica por trás de uma
Máquina de Turing (MT) além de sua associação
com o funcionamento dos computadores atuais. [2] Não possuo
dúvidas, muito bem explicado. [3] Achei muito interessante
a parte filosófica quantos as capacidades humanas e o embate
frente a capacidade dos computador. Óbvio, não desmerecendo
a parte técnica que também foi interessante e importante.
- [1] O quanto o ser humano é diferente de uma máquina
e o quanto se tenta aproximar o humano da máquina, e a máquina
do humano. Máquinas apenas simulam as capacidades de uma pessoa,
caracteristicas complexas como pensar e sentir estão além
da condição que se pode simular com leis e circuito. [2]
{Vazio}. [3] A apresentação respondeu perguntas
que eu nem sabia que tinha. RESP.: Atenção, máquinas
simulam algumas capacidades do ser humano. A criatividade de inventar
algo totalmente novo, sem que seja combinação de conhecimentos
anteriores, jamais será exercida por uma máquina.
- [1] A história e lógica por trás da criação
da computação contemporânea. [2] O fato da
MT ser uma fita, refletiu nas tentativas iniciais de usar fitas furadas
como forma de Input. [3] É bacana a maneira como estimula
o imaginário do ouvinte, acerca de questões fundamentais.
RESP.: De fato, nos primeiros computadores, antes mesmo dos cartões
perfurados, foram usadas fitas perfuradas (punched tapes), tanto
na entrada de dados como na saída. As primeiras fitas perfuradas
para entrada de dados datam de 1870 para teletipos, os precursores do
fax.
- [1] A MT é incapaz de executar comandos e funciona apenas
a partir da interpretação de símbolos. Qualquer
algoritimo que existe pode ser executado pela Maquina de Turing. Logo,
a MT pode emular qualquer computador. É uma máquina universal,
que funciona a partir da interpretação e manipulação
de símbolos. Matemática ' exata. Física ' precisa.
A Física é incapaz de criar resultados exatos, mas aproxima
resultados por meio da medição de grandezas e sua manipulação
matemática. Pensamento associa representações a
conceitos. Uma vez que a máquina é capaz apenas de interpretar
uma sequência lógica de representações, computadores
jamais terão livre arbítrio. [2] De que forma funciona
o Enigma e como a MT é capaz de manipular um código construído
pelo Enigma tendo como resultado o código original. A mudança
de estado de uma máquina não pode ser considerada a execução
de um comando? Por que? Será que, na realidade, o cerebro não
funciona a partir de um modelo químico, sendo uma máquina
química extremamente complexa. Dessa forma, em função
de sua grande complexidade química, o cérebro aparenta
funcionar além da pura lógica computacional. [3]
{Vazio}. RESP.: a MT interpreta as instruções que
estão no controle finito, as 5-plas ordenadas. A mudança
de um estado para outro é consequência da interpretação
de uma transição, a 5-pla ordenada. Se o cérebro
funcionasse partindo de um modelo químico, não seríamos
capazes de determinar o nosso próximo pensamento, fazer uma concentração
mental, controlar o pensamento (o que, aliás, é uma atividade
da vontade; a vontade é que pode ser livre, daí a expressão
"livre arbítrio" (free will!). Os pensamentos
iriam pipocar aleatoriamente.
- [1] Aprendi que, de certa forma, todos os computadores são
derivados da MT, e vários termos antropológicos ou não
na computação são equivocados como por exemplo:
"memória", "leitura", "executar".
Um computador pode apenas manipular símbolos, aos quais podem
ser associados números. Algoritmo: sequência finita de
comandos interpretáveis que viram solucionar um determinado problema.
O que o ser humano pode fazer? Pensar, sentir, querer. Como se livrar
do pensamento computacional? Realizando atividades artísticas.
Temos livre arbítrio, diferentemente dos computadores. Máquinas
jamais terão sensações e sentimentos. [2]
Qual o limite da evolução computacional? Como o ser humano
funciona? [3] Aula extremamente interessante e profunda. RESP.:
Se "executar" refere-se a uma ação humana (exterior,
com os membros, ou interior, como pensar em algum tema), realmente os
computadores não executam. Eu disse que os computadores interpretam
a linguagem de máquina, o código interno com as instruções.
Depois de interpretar, o computador executa o que a instrução
especifica. Algoritmo é uma sequência de ações
matematicamente bem descritas. Esse "matematicamente" é
essencial. Além disso, um algoritmo deve parar para qualquer
dado de entrada, se não para para alguns dados, é um semi-algoritmo.
Não se pode imaginar o limite para a evolução computacional.
Há 10 anos nenhum cientista da computação poderia
imaginar que algo como o ChatGPT pudesse existir. No começo dos
computadores, ninguém poderia imaginar que um computador pudesse
ter o tamanho de um celular.
- [1] As máquinas jamais conseguirão sentir e imaginar
como os humanos, considerando que nem nós, os próprios
seres humanos, sabemos explicar como acontece. Não se sabe o
Código do Cérebro. 2-3 {Vazios}. RESP.: Não
conseguimos explicar do ponto de vista físico.
- [1] As características mais "humanas" são
as mais complexas, devido a atual incompreensão, a subjetividade
e impossibilidade de reprodução. Por isso, tais características
como imaginar e sentir são extremamente inaplicáveis em
máquinas/programas. Além disso, "antropoficação"
dos programas confundem os conceitos e induzem a diversos erros lógicos.
2-3 {Vazios}. RESP.: Não sei o que você quis dizer
com "reprodução", mas isso toca em um ponto
fundamental: o er humano não é reprodutível, pois
ele incorpora todas suas vivências. Vocês saíram
de minha aula um pouco diferentes do que entraram! Atenção:
recomendo usar atividades artísticas para equilibrar o pensamento
computacional (ao qual se é obrigado ao usar um computador, e
muito pior quando se elabora um programa), e não para nos "livrarmos"
do pensamento computacional. Em qualquer atividade artística,
o espaço de trabalho é mal definido, e se pode fazer qualquer
coisa, dentro dos limites do que é usado.
- [1] Diferença máquina e corpo. [2] O quão
longe o computador chega. [3] Amei, prof.
- [1] A capacidade de pensamento humano é altamente complexa
e jamais será alcansada pelos computadores. [2] O funcionamento
exato das funções do cérebro na tomada de decisões,
nas emocões, sentimentos, são complexas e de difícil
explicação. [3] Palestra excelente, trazendo o
pensamento filosófico e matemático como fatores que se
somam e se complementam. RESP.: Você tem razão em
dizer que o pensamento e as emoções são complexas.
Mas não é essa a principal causa de eles serem difíceis
de serem explicados. Ocorre que se procuram explicações
físicas para algo cuja origem não é física.
Os conceitos não são físicos, como mostrei no meu
artigo
www.ime.usp.br/~vwsetzer/conceito-cerebro.pdf
onde mostro que os conceitos não podem estar no cérebro.
Se os conceitos não são físicos, o pensar também
tem que ter algo de não físico.
- [1] O que o ser humano pode fazer: pensar, sentir e querer.
[2] O que o ser humano pode fazer? (Até onde vai a capacidade
pensativa e criativa do ser humano, capacidades essas que as máquinas
não possuem.) [3] Ótima palestra! Super interessante
e informativa.
- [1] Primeira coisa: O filme "jogo da imitação"
não condiz completamente com os fatos acontecidos na época
de Turing. Segunda coisa: A MT, projetada por ele não pode ser
construída por conta de limitações matemáticas
e sua ineficiência por conta de loops infinitos. Terceira: MTs
não fazem cálculos nem cópias, somente sequências
lógicas. [2] Porque conseguimos comparar uma MT, algo
que não pode ser materializado mas somente idealizado, com um
computador atual, que assim como a MT utiliza a lógica para tentar
resolver problemas? [3] Uma ótima palestra! Você
consegue explicar de maneira didatica, interativa e que mantém
a atenção do aluno. Uma pena que presencialmente o tempo
nos limita, assistiria a palestra e discutiria por horas cada uma de
suas provocações aos espectadores. Tenha certeza que ganhou
mais um leitor de seus artigos e mais um espectador de suas palestras.
Melhora da gripe, abraços. RESP.: o "jogo da imitação",
aplicando a computadores, foi introduzido em 1950. A MT é de
1936. A MT não pode ser construída por causa da fita infinita.
Se se usar uma fita limitada, seria possível construir uma MT.
A MT executa passos (as transições) escolhidos logicamente;
pode-se dizer que ela segue uma sequência lógica de passos.
Como você disse, os computadores, assim como a MT, utilizam uma
lógica simbólica em sua atuação. Portanto,
podem ser comparados desse ponto de vista.
- [1] Uma maquína é responsável por seguir
uma linha lógica para efetuar uma ação, com isso
é incapaz de pensar ou emitir opiniões. [2] Será
que algum dia as maquinas não poderão emular uma falsa
consciência. Pois, caso a maquina consiga emular sentimentos e
conceitos individuais (através da aquisição de
infinitas informações), ela será capaz de simular
a mente humana, assim construindo uma consciência. [3]
{Vazio}. RESP.: A "linha lógica" de transições
e mudanças na fita é determinada pelo que está
na fita e pelo controle finito. De fato, nosso pensamento pode ser ilógico,
por exemplo quando ele se conscientiza de uma emoção.
A consciência e, muito mais ainda, a autoconsciência, são
grandes mistérios para a ciência. Houve um filósofo,
David Chalmers, que escreveu que seria necessário para a física
descobrir um novo tipo de energia para se compreender a consciência.
Há filósofos que acham que a consciência é
algo fundamental no universo, permeando-o (mas não explicam o
que é). Na minha visão de mundo, ela não é
física, e jamais será compreendida fisicamente. Cuidado,
qualquer simulação que se faça da consciência
não é uma consciência construída. Se você
simular um incêndio no computador, não sairá correndo,
não é mesmo?
- [1] Uma MT pode calcular uma função matemática
definida por um algoritmo. Dado tempo suficiente, qualquer MT pode emular
qualquer outra. [2] O que somos? [3] Ótima palestra.
RESP.: Não somos máquinas, isto é seres
puramente físicos. As evidências nesse sentido são
enormes. RESP.: Cuidado, em uma MT não existe o tempo,
existem estados consecutivos. Eu disse que se um computador tiver capacidade
e tempo suficiente, pode emular qualquer outro. Quanto ao que somos,
o mais importante que eu quis transmitir é que temos livre arbítrio
no pensamento (na verdade, no exercício da vontade ao escolhermos
o próximo pensamento), somos individuais e subjetivos em nossas
sensações e sentimentos, portanto NÃO somos máquinas.
Podemos entender muito mais profundamente o que somos se abandonarmos
a mentalidade materialista, sem perder a consciência e sem crenças.
- [1] Computador não lê, apenas reconhece caracteres;
maquinas não tomam decisão, escolhem a lógica;
computador não executa um código, ele interpreta; física
é precisa, não é exata; computadores são
MTs restritas pois não tem uma fita infinita; unidade de armazenamento,
não memória; o MT é o arquétipo de todas
as máquinas digitais; se uma MT não consegue fazer algo,
nenhum computador fará; pensar, querer, sentir, coisas distintas,
mas que em geral estão juntas; o ser humano não é
uma máquina. [2] Por que os computadores são limitados
à limitação da MT? [3] Ótima palestra,
o palestrante soube prender a atenção do ouvinte. RESP.:
Máquinas digitais não escolhem a lógica, escolhem
segundo uma lógica. Excelente síntese dos principais pontos
da palestra! Mostrei que a MT só manipula símbolos, nem
mesmo copia símbolos ou faz cálculos. O programa do controle
finito é que produz esses efeitos. Os computadores fazem escolhas
lógicas e manipulações discretas de símbolos
discretos, senão não poderiam ser simulados em uma MT.
- [1] Que os computadores fazem o que a MT faz, e não
fazem o que a MT não faz. Como uma MT funciona. Que a MT possui
apenas 1 instrução. Que TMs e computadores são
máquinas universais. [2] Se o ser humano conseguir compreender
tudo o que sentimos/entendemos/pensamos, os robôs poderão
ter todas as capacidades humanas? [3] Adorei a palestra! RESP.:
Tentei mostrar claramente a vocês que os computadores, portanto
robôs, jamais vão ter todas as capacidades humanas, por
exemplo ter uma simples sensação do gosto de uma fruta.
- [1] O que achei de mais interessante é a parte em que
os computadores e máquinas apesar da evolução da
tecnologia, nunca terão os 3 tópicos, pensar, sentir e
querer diferente de nós humano. Poder colocar os sentimentos
no pensamento é muito importante e relevante. 2-3 {Vazios}. RESP.:
Enriquecer os pensamentos com sentimentos é fundamental. Se não
se faz isso, o pensamento vira somente racional, e isso é desumano.
Mas o contrário é verdade, o pensamento deveria enriquecer
os sentimentos. Por exemplo, um fanático é uma pessoa
que é exclusivamente levada pelos sentimentos, e não pensa
se eles são válidos ou morais.
- [1] Comparação do funcionamento dos computadores
como o da MT. Imprecisões da linguagem cotidiana no que se refere
aos sistemas e funcionamentos dos computadores e máquinas. Qualquer
uso de um computador exige um pensamento lógico-simbólico,
algoritmico. [2] Uma MT pode analisar, por exemplo, um sistema
linear impossível e dizer que ele é impossível?
[3] Palestra muito interessante e, apesar de reduzida, muito
completa. RESP.: Interessante questão. Um sistema de duas
equações lineares x+y=2 e x+y=3 é "impossível",
inconsistente, isto é não tem solução. Acho
que computadores podem deduzir que vários sistemas são
inconsistentes, mas não todos. Por exemplo, não existe
um programa de computador que analise um outro e deduza se o programa
para ou não para para quaisquer dados de entrada. Esse éo
halting problem, com o qual Turing mostrou que nem todas as questões
matemáticas bem formuladas têm solução, são
decidíveis. Veja a minha apresentação completa
para uma prova desse teorema.
- [1] Achei muito interessante como a MT pode ser tão
complexa e potente mesmo possuindo apenas uma instrução.
Além disso, não sabia que a MT é tão abrangente
ao nível do computador. [2] A MT se assemelha ao computador,
mas a MT em si atualmente ainda é utilizada? E para que? [3]
Gostei muito da palestra, abrangeu pontos que eu nunca pensaria e associaria
antes. Muito interessante! Obrigada pela palestra! Gostei principalmente
no tópico 11 - "O que o ser humano pode fazer", muito
reflexivo. RESP.: Cuidado, cada 5-pla ordenada do Controle Finbito
é uma instrução. O que a MT tem de característica
fundamental é que ela usa apenas um só TIPO de instrução.
No PC, soma inteira de 8 bits é um tipo, soma de 16 bits é
outro tipo. Sim, a MT é utilizada na teoria da computação.
E eu a usei para mostrar que o computador só manipula símbolos
fazendo escolhas lógicas. Não é uma utilidade da
MT? Espero que, com as considerações sobre o ser humano,
vocês passaram a se conhecerem melhor a si mesmos.
- [1] Nem todo problema matemático, mesmo que bem formulado,
tem solução. Dirigir uma guerra pode, muitas vezes, ser
mais do que cruel. Usar comentários ' localização
para erros futuros. Computador não faz ações, não
realiza ações. Interpreta e entrega resultados, Máquina
não calcula, recebe e entrega símbolos. Física
' precisão, matemática ' exatidão. MT ' arquétipo
de todas as máquinas digitais. Tudo que MT não pode fazer,
comp. algum pode fazer. Ph ' grego; f ' latim.[2] Temos livre
arbítrio mas temos liberdade? Como diferencio um computador perfeito
que emule um sentimento humano de um ser humano real? Seria esse o "problema
do quarto chinês"? [3] {Vazio}. RESP.: Você
pode encarar uma escolha lógica que um computador faz como sendo
uma ação dele. Computadores calculam, mas internamente
o que estão fazendo é combinar símbolos discretos.
Existem dois tipos de liberdade: a exterior, isto é, nada impedindo
uma pessoa de fazer alguma ação (inclusive pensar!), e
a interior, que se passa no pensamento, quando pensamos em algo sem
nada que nos imponha esse pensamento. Por exemplo, se estamos com fome
pensamos em comida. Isso não é pensar livremente. Depois
de pensarmos, podemos decidir agir - por exemplo, pensar em levantar
um braço e depois levantá-lo (experimente!). Não
há nada que nos imponha levantar um braço naquele momento,
não há nenhuma utilidade nisso. Será uma ação
feita em liberdade interior, fruto do livre arbítrio. Um neurocientista
provavelmente vai dizer que o livre arbítrio é uma ilusão.
Óbvio, ele provavelmente é um materialista, e da matéria
não pode advir liberdade, ela está inexoravelmente sujeita
às "leis" e condições físicas.
Mas não é essa a nossa experiência. Pensamos em
levantar o braço e o levantamos em total liberdade. A propósito,
ninguém é capaz de saltar (sem vara) 4 m de altura. Mas
qualquer pessoa pode decidir pensar algo em seguida, e efetivamente
pensar nisso. O que é um computador perfeito? Um que nunca dá
pane? (Então não pode rodar o Windows, he he he!). Tentei
mostrar a vocês que pelo fato de sentirmos e sensações
e sentimentos serem totalmente individuais e subjetivos, jamais os computadores
os terão, pois são máquina universais e objetivas
(sabe-se muito bom como funcionam). Em muitas ações, vai
ser cada vez mais difícil diferenciar um sistema computacional
de um ser humano. Isso já está acontecendo com LLGs como
o ChatGPT. É preciso ter muito conhecimento e discernimento (que
crianças e adolescentes ainda não têm!) para ler
um texto produzido pelo ChatGPT e reconhecer que não foi produzido
por um ser humano. Esse é o caso de textos; já existem
geradores de voz, de imagens e de vídeos. Provalmente isso ainda
será estendido a outras áreas, como construir algo físico
e não se reconhecer que isso foi feito por uma máquina
e não um ser humano - por exemplo, um objeto artístico
de cerâmica (eu sou ceramista, veja algumas de minhas cerâmicas
em páginas endereçadas em minha home page) ou madeira.
14. 13/9/22 palestra presencial para alunos e professores da FATEC
Franco da Rocha, e interessados, dentro do projeto Embaixadores
da Matemática do IME-USP; info: Profa. Nadia Said Avila chukr(dot)nadia
no gmail.com. Graus de satisfação com a palestra, de 1 (muito
insatisfeita/o) a 5 (muito satisfeito): 4% de 3; 4% de 4;
92% de 5. Aprendeu coisas novas: 96% de Sim e 4% de
Talvez.
- [1] Um ponto de vista diferente sobre a evolução
das máquinas, meu pensamento parte do ponto que a humanidade
está evoluindo tanto que vai chegar um momento onde as máquinas
serão facilmente confundidas com seres humanos e vice-versa.
Realmente o futuro é uma incógnita, mas o senhor trouxe
uma perspectiva de que nunca seremos iguais as máquinas e elas
nunca serão iguais a nós. [2] Como seria realmente
o funcionamento da máquina de Turing, já que pareceu algo
fora da realidade, talvez eu tenha ficado em dúvida por não
estar tão envolvido no assunto, porém fiquei meio confuso
somente nessa parte, mas mesmo assim foi uma excelente palestra. [3]
Parabéns pela palestra, muito interessante e cativante. O senhor
é um ótimo palestrante! Obs: As interações
com o público ajudam muito no entendimento. RESP.: Há
já muito tempo as estão sendo confundidas com seres humanos,
desde o programa Eliza de Joseph Weinzenbaum, de 1966, que imitava um
psiquiatra rogeriano; uma pessoa formulava uma pergunta e o programa
devolvia-a, por exemplo, "por que você está perguntando
isso" ou "diga algo mais sobre isso." A Sociedade Americana
de Psiquiatria até propôs (e felizmente nunca realizou)
que o programa poderia ser usado para tratamentos psiquiátricos
por telefone... Como evitar o mau uso das máquinas que, aliás,
estão destruindo a natureza e os seres humanos, inclusive psicologicamente:
sabendo o que elas são, em especial as digitais, e o que é
o ser humano. Foi o que eu trouxe um pouco para vocês. Reveja
a minha apresentação com calma, e você entenderá
direitinho como a MT funciona. Tente fazer os exercícios. Sabe
qual é um dos grandes segredos do uma boa palestra? Ter entusiasmo
pelo assunto e irradiá-lo, colocando-se no lugar dos ouvintes.
- [1] Como a computação tem diversas possibilidades
e cada vez mais está integrada em nossa sociedade, é algo
bom a se pensar, ainda mais nas diversas situações que
permeiam a rotina da sociedade. [2] Avanços que podem
ser prejudiciais a nossa sociedade e como reverter essa questão.
[3] Tempo de apresentação foi bom, mas alguns pontos
poderiam ser mais curtos e precisos, explicar demais determinado assunto
pode confundir a primeira ideia compartilhada. RESP.: Os avanços
da tecnologia JÁ estão sendo altamente prejudiciais à
natureza e à humanidade. Temos que colocar a tecnologia em seu
devido lugar; não ser dominado por ela, como está acontecendo
com a internet e jogos eletrônicos, e sim dominá-la. Veja
meu artigo
www.ime.usp.br/~vwsetzer/missao-tecnol.html
- [1] Que não há nada que um computador atual possa
fazer, que uma máquina de Turing também não possa.
[2] {Vazio}. [3] Gostei bastante da maneira com que o
palestrante interagia com a plateia, isso prendeu a atenção
de todos e acredito que facilitou o aprendizado.
- [1] Aprendi que apesar do computador possuir várias
utilidades incríveis ele é abordado muitas vezes de maneira
equivocada e possui limitações estabelecidas pelas leis
da natureza que não podem ser quebradas. [2] Eu fiquei
com dúvida referente aos cálculos de números binários.
[3] Achei a palestra incrível, a maneira com que o palestrante
chamou a atenção dos ouvinte para então ministrar
seu conteúdo foi excepcional, uma didática muito eficiente
e que prende a atenção de quem está ouvindo. O
assunto abordado foi de extrema importância e o ponto de vista
que o Sr. Valdemar conseguiu transmitir aos espectadores foi fenomenal
e despertou dúvida e questionamentos na minha cabeça que
com certeza buscarei as respostas. Só queria deixar aqui meu
agradecimento por essa oportunidade de ouro! RESP.: Sim, as máquinas
digitais têm limitações pois tudo nelas tem que
ser expresso por meio de números, quantitativamente. Como isso,
tudo o que não é quantitativo tem que ser reduzido a quantidades,
obtendo-se uma sombra da realidade. Por exemplo, nossos sentimentos
não são quantitativos. Qualquer afirmação
em contrário é mera especulação. E nossas
sensações e sentimentos são fundamentais. Se fôssemos
apenas seres cognitivos, só conhecendo as coisas, o mundo seria
indiferente para nós; nós mesmos nos seríamos indiferentes!!!
- [1] O Funcionamento e Arquitetura da Máquina de Turing.
[2] Como isso tornou-se nas sequências lógicas que
vemos hoje, principalmente em estruturas de decisão / repetição,
ex: If() While(), For() pois o conceito de sequência é
perfeitamente explicado no funcionamento da Máquina de Turing.
[3] Palestrante carismático e empolgante, ajuda muito
a não tornar o conteúdo de grande complexidade chato e
repetitivo. RESP.: As condições lógicas
nas linguagens de programação correspondem ao teste de
qual transição deve ser tomada. A malha de repetição
corresponde a uma transição para um estado pelo qual a
máquina já passou. Qualquer matéria pode ser apresentada
de uma maneira interessante! Veja meu livro (detalhes em minha home
page)
A matemática pode ser interessante... e linda!
- [1] Que os robos nunca terão todas as capacidades humanas.
[2] {Vazio} [3] Gostei bastante da palestra, o professor
tem uma didática que te faz prestar atenção no
que ele está dizendo, além de ser carismática.
RESP.: Que bom que você deu importância a uma das
conclusões mais fundamentais da palestra!
- [1] Para mim, o mais importante foi a reflexão sobre
o quanto do nosso entendimento de mundo está baseado em percepções
e sensações em contraste com o modo objetivo de resolver
problemas associado às máquinas. [2] Uma hora de
palestra não foi suficiente para aprender o funcionamento da
máquina de Turing (apenas apreender os conceitos básicos);
ao tentar entender a MT, fiquei com ainda mais dúvidas sobre
como um computador funciona. [3] O tema da palestra foi muito
interessante e o modo como ele foi abordado foi extremamente didático
e leve. RESP.: Sim, nosso entendimento é baseado principalmente
em nossas percepções do mundo físico, que é
objetivo. Mas nós percebemos, com o pensamento, os conceitos,
que estão fora de nós e são objetivos. Os programas
que controlam as máquinas digitais são pensamentos (do
tipo que denomino de "maquinais") que não têm
nada a ver com o mundo físico. Sim, teria sido muito melhor ter
ido mais devagar, mas para isso eu teria que dar várias palestras.
- [1] Foi importante ter a certeza de que as máquinas
jamais irão chegar a ser exatamente como os humanos. [2]
{Vazio}. [3] Foi uma palestra incrível, gostaria de poder
presenciar mais palestras deste extraordinário professor. RESP:.
Para mais palestras, é só me convidar! Gostei muito de
me dirigir a vocês, foram muito atentos e atenciosos.
- [1,2] {Vazios}. [3] Gostei muito da palestra! RESP.:
Que bom que consegui tocar seu coração!
- [1] Sobre a MT. [2] De como são as outras palestras
[3] {Vazio}. RESP.: Dou palestras sobre muitos assuntos
diferentes, veja por exemplo em
www.ime.usp.br/~vwsetzer/pals/pals-cursos.html
- [1] Que a Maquina de Turing pode simular qualquer computador,
mas nenhum computador pode simular o computador de Turing, porque esse
computador e universal e infinito. [2] Não ficaram dúvidas.
[3] A palestra foi sensasional, deixou um gosto de quero mais.
RESP.: Não é bem assim. Pode-se simular uma MT
em um computador, desde que não seja necessário usar um
número infinito de símbolos armazenados. Por exemplo,
ter que gerar um número qualquer, ilimitado, de símbolos
para resolver um problema.
- [1] A existência propriamente dita dessa maquina, nunca
tinha ouvido falar! [2] Como estava remoto, uma dúvida
que tive foi quando a maquina para de processar? [3] Ótima
didática na apresentação e incrível compartilhamento
de conhecimento. RESP.: Cuidado, a existência dela não
é física, é mental.
- [1] O conceito de matemática e sua ligação
com a tecnologia , a capacidade humana e a capacidade das máquinas.
[2] Nenhuma. [3] Eu amei a palestra, o professor é
muito inteligente e passa a sua visão para nós. RESP.:
Todo computador é uma máquina matemática. Qualquer
programa correto pode ser considerado como um teorema, que prova que
para certos dados de entrada, o resultado é o que o programa
fornece.
- [1] Algo que me chamou muita atencao foi a analise de pensamento
para desenvolver o conceito da máquina de Turing, onde, a mesma
se tornou a base da tecnologia computacional atual. [2] Porque
a escolha do caqui ? Kkk Piadas a parte, estou pesquisando mais e adrentando
no assunto justamente para tentar compreender a analogia proposta pelo
senhor sobre a antropormofização das máquinas e
a capacidade ilimitada do ser humano no que diz respeito a constante
evolução como espécie do mesmo em contraste da
limitação imposta pelas leis da natureza as máquinas
criadas pelo homem. [3] Sou do curso de gestão de energia
e eficiência energética e grande admirador de pensadores
e cientistas das áreas de física e biologia. Entrei na
palestra do senhor como "leigo" na área da computação,
no entanto, consegui compreender os aspectos fundamentais sobre o tema
da palestra graças a explicação do senhor. Muito
obrigado pela palestra e, caso seja possível, espero mais eventos
como este com o senhor compartilhando seu conhecimento e reflexão
do mundo sob sua concepção. RESP.: Já que
você perguntou, vou contar. Eu usava uma banana, pois é
a fruta mais popular no Brasil. Mas depois de uma palestra em meu Instituto,
houve comentários de que eu estava usando um símbolo fálico,
o que era um absurdo total. Aí pensei em usar uma maçã,
mas alguma mente igualmente obtusa poderia fazer outra associação
indesejada. Aí comecei a usar o caqui, que tem a vantagem de
ser muito desagradável quando verde, e não imaginei que
associação indevida poderia ser feita com ele. As máquinas
digitais são uma demonstração de que o ser humano
pode desenvolver coisas que não têm nada a ver com a natureza.
Jamais houve sistemas digitais como o dos computadores. Aliás,
é interessante notar que os modelos matemáticos usados
na Física expressam variáveis que são quantidades
medidas por instrumentos, não tendo, portanto nada a ver diretamente
com a natureza. O negócio da Física é prever -
sempre aproximadamente, exatidão só existe na matemática
- resultados de medidas feitas por instrumentos.
- [1] Não conhecia a MT, aprender sobre ela achei muito
importante. [2] Gostaria de ter ouvido mais sobre o assuto. [3]
Pena não ter tido a palestra completa devido o tempo. RESP.:
A tem uma importância muito grande na teoria da computação.
Use a apresentação em ppt para ver o que ficou faltando,
há alguns tópicos muito importantes, como consideração
sobre o livre arbítrio e sobre o não-determinismo.
- [1] A importância da matemática para o meio científico
e principalmente para a evolução da sociedade. [2]
De onde vem a fita infinita da Máquina de Turing. [3]
O palestrante nos mantém presos a sua apresentação
com informações extremamente relevantes e exemplos claros
no cotidiano do uso da matemática. RESP.: A fita infinita
foi uma ideia genial do Turing, pois se ela fosse finita haveria uma
máquina mais potente com a fita infinita. Tentei dar alguns impulsos
também para a vida prática.
- [1] Sobre números binário. [2] Inteligência
das maquinas. [3] Como estava de casa, quase não entendi
nada. RESP.: Cuidado, as máquinas têm o que denominei
de "inteligência incorporada" que plantas, animais e
o ser humano também têm. O que o ser humano tem e que os
outros não têm é o que chamei de "inteligência
criativa". As máquinas não têm inteligência
criativa. Uma parte dessa inteligência incorporada pode simular
certos tipos da inteligência humana.
- [1, 2, 3] {Vazios}.
- [1] As máquinas nunca poderão fazer tudo que
os seres humanos fazem! [2] {Vazio} [3] Durante a palestra
foi demonstrado um outro raciocínio sobre como a máquina
por mais processos que possa executar, ainda sim não consegue
imitar um ser humano totalmente, pois até um processo simples
como ler, a máquina não consegue realizar. RESP.:
Sim, pois as máquinas são sub-naturais (p.ex. compare
os milhões de anos que um seixo ou um cristal levou para ser
formado, com o tempo que leva para se construir uma máquina)
e os seres humanos, ao contrário, transcendem a natureza. Plantas
e animais são naturais, o ser humano só o é parcialmente.
Os processos das máquinas digitais são todos expressos
quantitativamente. O que você percebe visualmente quando lê
uma página de um livro? Tinta preta sobre papel branco! Quando
você reconhece uma letra com seu significado (seu fonema, por
exemplo), seu pensamento entrou em contato com o conceito daquela letra.
Quando reconhece uma sílaba, idem. Quando reconhece uma palavra,
idem. Uma frase, idem. Veja como seu pensamento está sempre levando
você ao mundo dos conceitos, que não é físico,
pois todas as pessoas que falam a sua língua reconhecem os mesmos
conceitos (a menos de interpretações da frase...). A leitura
envolve todos esses conceitos. Ora, nenhuma máquina tem a capacidade
de perceber conceitos, como faz nosso pensamento. Portanto, não
de deveria dizer que uma máquina "lê" e colocar
em uma linguagem de programação comandos ou funções
com o nome de read; como eu disse, o correto é a máquina
reconhecer as letras etc. Talvez melhor ainda do que reconheciemtno
(obrigado pela inspiração), dizer que há uma "entrada"
(input) de um símbolo na máquina.
- [1] Que a cada dia as empresas estão se informatizado,
substituindo a mão de obra humana por robôs. [2]
Que os pesquisadores ( cientistas) acham que as máquinas podem
substituir o homem. [3] Mesmo com toda as tecnologias, sempre
vai precisar do trabalho humano, seja para operação, das
máquinas ou até manutenção e programação.
RESP.: Eu não citei o problema da substituição
da mão de obra por máquinas. Isso é um grande problema,
pois o ser humano deve ser socialmente produtivo, senão ele se
sente inútil, com depressão etc. Sim, a maioria dos cientistas
acha que o ser humano é uma máquina, e, portanto, pode
ser substituído por máquinas. Penso que se deveria considerar
que é essencial dar trabalho aos seres humanos.
- [1] Que as maquinas jamais serão como os humanos, por
conta das emoções e sentimentos que só os seres
vivos são capazes de demonstrar. [2] Simplesmente quando
teremos uma proxima e maravilhosa palestra em nossa Fatec novamente.
[3] Neste palestra fora o conhecimento transferido a nos, fiquei
impressionado com a sua disposição e alegria em transferir
um pouco de seu conhecimento, parabéns!! RESP.: Cuidado,
plantas não têm sensações e sentimentos.
Só animais e seres humanos os têm. Quanto a uma próxima
palestra, é só convidar! (E eu ter disponibilidade.) Sim,
sinto uma imensa alegria em poder transmitir alguns conhecimentos que
considero importantes.
- [1-3] {Vazios}
- [1] Aprendi que seria bom praticar atividades físicas
com mais frequência, aproveitando melhor o tempo. Acho que isso
foi o mais importante, pois está relacionado ao bem estar e à
vida. Na palestra, aprendi o que é a Máquina de Touring,
pois achava que fosse uma máquina com válvulas, mas não
é. É mais um conceito do que uma máquina. [2]
Fiquei em dúvida se a instrução da máquina
de Touring seria análoga à instrução da
vida, que seria "viva!". [3] Gostei muito de conhecê-lo.
Agradeço a sua visita à Fatec Franco da Rocha, pois os
alunos e professores tiveram a oportunidade de conhecer um ser humano
generoso, com muita informação interessante a compartilhar.
As informações da apresentação foram analisadas
e selecionadas com muita dedicação. Foi um exemplo de
preparação a ser seguido. Muito obrigado. RESP.:
Sim, o ser humano não se desenvolveu para ser sedentário.
Estamos condenados a fazer exercícios a vida inteira, e isso
deveria ser encarado não como algo horroroso, mas como necssidade
da vida, e devemos ficar contentes em poder fazer os exercícios.
Sim, a MT é puramente abstrata. Existe na nossa mente ou descrita
em símbolos no papel. O que seria a "instrução
da vida"? Do ponto de vista científico, não se sabe
o que é a vida. Vou dar um exemplo. Não se conhece o código
usado pelo cérebro. Tenho uma conjectura muito forte: esse codigo,
com suas instruções, não existe! Isso significa
que jamais vai se fazer o download de nossa memória para
um computador, e fazer upload do que está armazenado nele
para a nossa memória. Esse aspecto do "transhumanismo"
é 'besteirol', em minha opinião. Parece que minha palestra
foi bem recebida, transmitiu conhecimentos e experiência de vida,
e despertou muitas questões, e fico muito grato por ter tido
essa oportunidade. Adorei o público, muito receptivo e atento.
- [1] Como a máquina de Turing faz as contas matemáticas
e funciona, por meio dos #, leitura e escrita de símbolos. [2]
Sobre como o computador nunca conseguirá fazer o que a máquina
de Turing não consegue fazer, mesmo os computadores evoluindo
para a computação quântica, onde a física
clássica aplicada na máquina de Turing não iria
se aplicar neles, além do conceito de Emaranhamento e Superposição.[3]
Gostei muito da palestra, o professor conseguiu explicar bem os conceitos
que estavam nos slides, além da interação com os
alunos/professores que não deixou a palestra maçante,
uma pena que não deu para terminar de ver por causa do tempo.
RESP.: Atenção, o # foi apenas um truque para indicar
o começo e o fim de um dado de entrada. No exercícios
4 (no início, é necessário detectar onde está
o dado de entrada) ele não é usado. O que os computadores
quânticos fazem, se se tornarem viáveis (sobre o que tenho
minhas dúvidas), é processar problemas que são
denominados de "intratáveis", por demorarem tempos
exponenciais (ou, pior, fatoriais) em relação ao número
de dados de entrada. A MT não aplica a Física clássica,
ela não tem nada a ver com a Física, é um sistema
mental. Não creio que se a MT admitisse estar em mais do que
um estado (superposição) em cada situação
do processamento, isso iria aumentar seu poder de resolver problemas.
Tenho a impressão de que é possível simular o emaranhamento
com uma MT. Aliás, esse é o caso de uma MT não
determinista (que não tive tempo de abordar, veja na apresentação);
mas é fácil provar que dada uma MT não determinista,
sempre existe uma determinista equivalente, isto é, que dá
os mesmos resultados.
- [1] que os computadores não sâo "deuses"
mas máquinas muito bem ajustadas por um cérebro humano,
para nos trazer respostas. [2] a questão matemática
mesmo, uma linguagem difícil para mim que sou de outra área.
[3] já efetuado. RESP.: Sim, as MTs não
existem na natureza -- mas nem os computadores! A especulação
de que o cérebro é um computador não se sustenta.
A única coisa que usei de matemática foi a representação
formal de uma MT, mas isso não é essencial, fique com
os diagramas de estado. Estude a apresentação e pule o
que achar que é matemático.
13. 14/9/21 palestra remota pelo webex com retransmissão pelo
youtube no projeto CREA Convida, do CREA de Pernambuco, dentro do projeto
Embaixadores da Matemática do IME. Info: Ciara Carvalho ciaratudojuntocarvalho
arr creape pt org dot br e rafaeltudojuntosotero aaa creape dot org pt
br. Ver a gravação
desta palestra. Itens do formulário: [1] Satisfação
com a palestra (de 1 a 5) - 100% de 5; [5] Já conhecia
o funcionamento da MT, 100% Não; Formação/profissão
- 100% engenheira/o. Houve 29 participantes.
- [1] usar o pensamento intuitivo... [2] sobre computador
quântico; o QI da IA será igual ou superior ao de quem
a programou ? [3] a próxima palestra sobre a programação
para crianças ... RESP.: Como eu expressei na fase
de perguntas, tenho sérias dúvidas sobre a viabilidade
dos computadores quânticos, pelas seguintes razões.. (a)
Eles trabalham com a "sobreposição" de estados
das partículas atômicas, mas estas são extremamente
sensíveis a ruídos, energias externas, como induções
eletromagnéticas. (b) Necessitam trabalhar em temperaturas criogênicas.
(c) A saída deles tem complexidade linear no tempo, isto é,
para entregarem múltiplos resultados (como por exemplo muitas
possíveis combinações de uma chave) é necessário
produzir um de cada vez. Quanto ao QI, Depende do que se denomina de
QI. Por exemplo, se se fonecer muitos testes de QI com as respostas
corretas e com isso fazer um programa de "aprendizado de máquina"
ter grande probabilidade de acertar as futuraas questões, a máquina
poderia ultrapassar a capacidade de seres humanos. Mas apenas nessa
modalidade de problema! Essa máquina não terá um
pingo de inteligência social. Ou capacidade de jogar xadrês.
Quanto à questão do uso dos meios eletrônicos por
crianças e adolescentes, veja os artigos em meu site.
- [1] Detalhes da Maquina de Turing [2] sem dúvidas
[3] Muito interessante a abordagem do professor, excelente iniciativa
do CREA. RESP.: Sobre a minha apresetação da Màquina
de Turing, compare com descrições dela que você
pode encontrar na internet. A parte filosófica é possivelmente
única no mundo.
- [1] Mais sobre Maquina de Turim, detalhes de seus conceito,
que uma MT pode fazer o que computadores fazem e que uma MT não
faz, computadores também não podem fazer. [2] Conceitos
de MT. Entendo que uma MT é um arquetipo de computador, mas se
pudéssemos imaginar, qual seria a velocidade de uma MT, se so
pode usar a leitura de dados sequencial e em uma fita? Seria medido
em ciclos por segundo Hertz? [3] A palestra foi muito boa. Aprendi
conceitos importantes, ilustrações e exemplos muito úteis
para minhas aulas de IA. É um desafio atrair geotécnicos
novos para usarem redes neurais, ou fazer geotecnicos consagrados acreditarem
em seus potenciais. RESP.: O importante da palestra foi mostrar
a universlidade e objetividade das MTs e dos computadores, e que os
seres humanos têm subjetividade e individualidade (nos sentimentos
e na vontade). Não faz sentido em se falar em velocidade de uma
MT. Velocidade é um fenômeno físico, e a MT é
puramente mental. O que se pode falar é do número de transições
que uma MT tem que fazer para resolver um problema. Para suas aulas
de IA, leia meu livro sobre ela; detalhes em minha home page.
Acho fundamental você abordar os problemas que ela pode causar,
especialmente a substituição de decisões humanas
envolvendo pessoas ou a sociedade.
12. 8/6/21 palestra remota pela plataforma jit.si, conjunta dos seminários
do Grupo de Estudos sobre a Abordagem da Natureza pela Complexidade da
Associação Brasileira de Informática, e do Núcleo
de Estudos de Complexidade e Fluxo de Sistemas de Informação.
Info: profs. Carlos I. Z. Mammana cizmmaisnada arr uol pt com ponto br,
Alaide Pellegrini Mammana alaidepontomammana idem e José Piqueira
piqueiramaisnada attt lac dot usp pt br. Avaliações numéricas,
pela ordem do formulário: 1 - Satifação com a palestra
(de 1 a 5), 88,2% de 5, 5,9% de 4, 5,9%
de 3; 5 - Satifação com a transmissão
remota, 82,4% de 5, 17,6% de 4; 6. Já conhecia o
funcionamento da MT, 5,9% Não, 47,1% conhecia sem
detalhes, 43,8% Sim; 7- Participação nos seminários:
58,8% Núcleo de Estudos..., 23,5% Grupo de Estudos...,
17,6% não são participantes; 8- formação:
64,7% Ciências exatas e engenharia, 23,5% Ciências
humanas e artes, 5,9% Ciências biomédicas, 5,9% Outra.
Avaliações recebidas: 17.
- [Sem respostas de texto] [6] Não conhecia a MT. [7] Do Núcleo
de Estudos. [8] Ciências exatas e engenharia.
- [1] Que o ser humano é muito mais que a simples matéria
que o encapsula. [2] O que é a Vida! [3] Maravihosa
sua palestra Prof Valdemar, e me fez pensar que o Sr. ajudava o "Antonio
Abujamra" no programa dele : " Provocações"
muito obrigado. !!! me senti mais humano hoje! [6] Não
conhecia a MT. [7] Grupo de estudos. [8] Ciências exatas
e engenharia. RESP.: Sim, nosso corpo físico é
um instrumento de nossa essência, nosso Eu, que as plantas e animais
não têm. Mas todos os objetos, inclusive os vivos, têm
uma essência, o seu conceito, que podemos captar com nosso pensamento.
Quando você olha para o objeto na entrada da sala em que está
e diz que aquilo é uma 'porta', está entrando com contato
com o conceito, a essência do objeto; isso é feito pelo
seu pensamento usado pelo seu Eu. Sobre a vida, ela é devida
a um membro não físico que atua nas plantas, animais e
seres humanos. Por isso aparecem as formas típicas deles, que
diferem das dos minerais (cristalinas ou amorfas), inclusive as simetrias,
como é o caso de nossas mãos, orelhas, olhos etc. Muitos
de nossos órgãos de contato com o exterior são
simétricos; muitos dos órgãos interiores não
são simétricos. Quanto ao Abujamra, a entrevista com ele,
em
www.youtube.com/watch?v=um-eWYJ4W78
www.youtube.com/watch?v=sPNdD3Nm35I
foi muito curiosa: em primeiro lugar, eu jamais tinha visto uma delas,
e não estava preparado para a agressividade dele (nem sabia que
o nome do programa era Provocações...). Em segundo, note
como mantive a serenidade, apesar das agressões...
- [1] Não sabemos como aprendemos e no entanto aprendemos.
Isto nos leva a pensar no desafio que é abrir as portas do aprendizado.
[2] Qual seria a convergência homem-máquina? Ela
é possível? Tendo a pensar que tecnologia não resolverá
nossas angústias e desejos. Mas pode nos dar tempo para pensar,
ao executar tarefas (quais?) corriqueiras.(Não sei se isto é
conjectura.) [3] Sua palestra me ajudou a refletir sobre vários
temas. Um que me foi proposto e tento entender melhor são os
princípios do pensamento sistêmico. Um ato que não
vejo como sistemas digitais o farão. [6] Não conhecia
a MT. [7] Núcleo de estudos. [8] Ciências exatas e engenharia.
RESP.: Em termos escolares, o ensino deveria corresponder à
maturidade de crianças e jovens. Para isso é necessário
ter uma concepção profunda do desenvolvimento segundo
as idades, como é usada na Pedagogia Waldorf, daí seu
sucesso. Por exemplo, aos 11 anos as crianças têm um pico
de equilíbrio; é a hora de introduzir equações
lineares, como equilíbrio entre os pratos de uma balança.
Sobre a convergência ser-humano - máquina, leia meu artigo
sobre a missão da tecnologia
www.ime.usp.br/~vwsetzer/missao-tecnol.html
que foi traduzido para várias línguas, por pessoas interessadas
(meus artigos foram traduzidos para 18 línguas, veja minha home
page). Quanto ao pensamento sistêmico, acho muito importante
desenvolverem-se pensamentos holísticos, e não reducionistas,
como faz o paradigma padrão da ciência. Da parte nunca
se chega ao todo. Partindo do todo, do mais geral nunca se o perde de
vista ao chegar às partes. É isso que Goethe fez em sua
Teoria das Cores, mostrando um novo paradigma de pesquisa científica
que, infelizmente, não foi aceito pela academia.
- [1] Pensar sobre o que realmente somos, e qual a possibilidade
de termos uma covergencia entre o homem e as maquinas. A importancia
de termos um ponto de vista, como foi muito bem apontado pelo professor
Valdemar. [2] Como montar os comandos da MT. [3] Palestra
espetacular. Pena ter sido tao curta. Poderia ficar horas ouvindo e
teria muitas perguntas e temas a explorar. Parabens!! [6] Conhecia a
MT em detalhes. [7] Núcleo de Estudos. [8] Ciências humanas,
artes. RESP.: Desde o desenvolvimento de instrumentos há
convergência entre seres humanos e instrumentos e máquinas.
O problema é colocar os últimos a nosso serviço,
e não nós a serviço deles. Mas para isso é
preciso ter uma concepção muito ampla do que é
o ser humano. Sobre a MT, experimente recordar a introdução
a ela e fazer os exercícios. Pode escrever-me se tiver dificuldades.
Pela fase de perguntas, você pode ter notado que tenho muita coisa
diferente a transmitir. É que eu penso de maneira diferente -
mas sei também pensar dentro do padrão. A carreira científica
foi essencial nesse sentido. Obrigado pelos parabéns. Acho que
tenho o dom de organizar e dar palestras interessantes - faltam convites...
- [1] Que as ciências exatas nada têm de exatidão.
[2] Se realmente é impossível que máquinas
tenham sensações e sentimentos. [3] A pergunta
abaixo sobre a formação poderia permitir mais de uma opção.
Sou graduanda em Relações Internacionais (Humanas), mas
tenho mestrado e doutorado em Energia (Exatas). [6] Não conhecia
a MT. [7] Não participa dos seminários. [8] Ciências
humanas, artes. RESP.: Sim, o nome Ciências Exatas está
errado. A única ciência exata é a matemática,
e talvez a física teórica. Todas as outras ciências
dessa área são aproximadas. Aliás, todas baseadas
em medidas quantitativas feitas por instrumentos - o que não
é a realidade, é esta transformada pelos instrumentos..
Aliás, todo instrumento é projetado e construído
dentro de uma certa teoria, e não mostra nada fora dela. Um exemplo
típico disso é a Teoria das Cores de Newton (que é
uma teoria, não é a realidade!). Acho que a Teoria das
Cores de Goethe também é coerente, mas é muuuuito
mais humana! Quanto a máquinas terem sensações
e sentimentos, meu argumento de que isso é impossível
baseou-se no fato de que essas atitudes interiores são individuais
e subjetivas, e as máquinas são objetivas, e no caso das
digitais, são universais.
- [1] A associação da Teoria de Computação
com a existência além do físico do ser humano, e
com isso ter me revelado de um dos principais motivos de eu ter escolhido,
quando adolescente e ainda imaturo, de estudar ciência da computação:
imaginar, de forma simplista, que poderia representar/modelar qualquer
elemento do reino da natureza; termos erroneamente utilizados na computação:
leitura, informática, memória; teoria da informação;
de que não temos conhecimento suficientes para "algoritmizar"
tudo; Que deveríamos ensinar inteligência emocional que
talvez seja a melhor forma de aprender a fazer crescer o nosso emocional.
[2] Crianças não deveriam ter conhecimento de algoritmos?
Por que? Para não limitarem sua criatividade? Para não
se limitarem as limitações do que pode ser computável
quando o universo não é computável. [3]
Seria possível acrescentar e/ou associar a Teoria da Complexidade
Computacional na sua palestra/fala? Se pudéssemos resolver problemas
de qualquer classe (P, NP) seria possível avançar na modelagem
do ser humano? [6] Já conhecia a MT. [7] Núcleo de Estudos.
[8] Ciências exatas e engenharia. RESP.: Quando se algoritmiza
algo, fez-se uma teoria, um modelo desse algo; não é o
próprio algo, é uma sombra dele. O desenvolvimento do
que denominei de inteligência social não serve apenas para
crescer o nosso emocional (o que é muito importante): é
absolutamente essencial para se viver em sociedade e ter sucesso profissional.
Quanto às crianças, o pensamento algorítmico é
prejudicial às crianças. Por exemplo, força um
pensamento e uma linguagem formais, e a atomização racional
dos processos (divide and conquer). Nem mesmo o cérebro
das crianças está preparado para isso (a mielinização
não se completou). Até mesmo Piaget, que foi unilateral,
examinando apenas capacidades cognitivas, leva a essa conclusão.
Isso acaba sendo muito prejudicial psicologicamente, e prejudica o aprendizado.
Além disso, crianças deveriam ter um mínimo de
contato com máquinas, e usar brinquedos e instrumentos rústicos
(para incentivar a imaginação; o adulto criativo é
o que preservou a imaginação que tinha quando criança!)
e cujo funcionamento é intuitivamente fácil de ser compreendido.
Veja também o que escrevi na avaliação de número
9 abaixo. Sim, seria possível avançar na teoria da complexidade
computacional, mas isso seria ir longe demais para o público
em geral. Quanto a P-NP, isso não ajuda em nada a compreender
o ser humano, pois para começar ele não é nem um
sistema discreto nem um sistema computacional. Esse seu comentário
me fez perceber que não tratei de um assunto importante, os problemas
intratáveis (complexidade exponencial ou fatorial). Mas não
teriam ligação com a parte filosófica...
- [1] raciocíno filosófico. [2] Ainda nao
endendo bem sobre Turning machine. [6] Conhecia a MT sem detalhes. [7]
Núcleo de Estudos. [8] Ciências exatas e engenharia. RESP.:
Reveja a apresentação da palestra, e tente fazer os exercícios
sobre a MT.
- [1] Diminuir minhas preocupações com o pensar
e o não pensar, com o focalizar, com o meditar. Tranquilizei-me
um pouco. Obrigado Setzer! [2] Justamente em relação
a como se dá o sequenciamento do pensamento. [3] EXTRA:
Sugiro-lhe, Setzer, acrescentar um campo de pergunta-resposta deste
formulário para que a pessoal adicione, opcionalmente, o número
de celular. [6] Comhecia a MT sem detalhes. [7] Grupo de Estudos. Ciências
exatas e engenharia. RESP.: Interessante você ter preocupações
com o pensar. Em geral ele é ignorado na filosofia. Por exemplo,
Schopenhauer concentrou-se na vontade, Hegel no conceito. Kant dizendo
erradamente que o pensar era limitado, apesar de ter reconhecido que
existia algo transcentende por detras das coisas (das Ding an sich,
"a coisa em si") que, devido à limitação
do pensamento, seria inatingível. Kantianos posteriores deturparam
Kant dizendo que não existia nada transcendente à matéria,
uma mão cheia para o materialismo. Quem primeiro examinou
profundamente o pensar foi Rudolf Steiner, como bem mostra seu livro
A Filosofia da Liberdade; uma nova tradução, bem
melhor do que as duas anteriores, deve sair ainda neste ano - eu e minha
esposa estamos fazendo uma cuidadosa retradução de uma
nova tradução, tentando simplificar ao máximo a
complicada linguagem do Steiner. Garanto que vai ser mais fácil
ler a tradução do que o original, para quem lê em
alemão... Quanto ao celular, é só enviar por e-mail
(endereço no topo de minha home page).
- [1] A importância da educação para que
se possa conhecer e bem usar as tecnologias. [2] Os recursos
digitais estão ao alcance das crianças. Em vez de privá-las
do acesso na escola não é melhor orientar para o bom e
equilibrado uso? [3] Excelente apresentação, excelente
visão e muito boas idéias. Parabéns ao palestrante.
[6] Conhecia sem detalhes. [7] Grupo de Estudos. [8] Ciências
exatas e engenharia. RESP.: A educação é
fundamental, e também a autoeducação. Infelizmente
o mundo está muito agressivo, e há sempre o perigo de
adolescentes se desviarem do que os pais consideram saudável.
É necessário prestar muita atenção no comportamento
deles, para detectar qualquer desvio. Por exemplo, um adolescente que
sofre bullying ou mobbing em geral começa a se
fechar a ficar triste e tem vergonha de revelar o que está sofrendo.
Nesses casos é preciso tomar ações corretivas urgentes.
Muita atenção a sintomas de vício. Nunca houve
uma droga tão viciante quanto os video games e a internet;
note que os adultos estão se viciando, imagine adolescentes!
Usando sua formulação, uma grande parte dos adultos não
está conseguindo aplicar o "bom e equilibrado uso".
Quanto à orientação, crianças não
vão entender por que se impõe restrições.
Além disso, chamando a atenção para os perigos
e ensinando a usar os aparelhos criticamente trata-se a criança
como adulto, e isso é muito ruim. Crianças deveriam encontrar
sempre um mundo bom, belo e verdadeiro; isso cria segurança nelas.
Veja a resposta que dei à avaliação de número
6 acima. Em educação, em termos de algo que faz mal às
crianças e adolescentes, não há meio termo, deve
ser evitado. Note que a educação sempre foi radical: ninguém
dá cigarros e bebidas alcoólicas para crianças
ou deixa uma criança ou adolescente com pouca idade sozinha/o
numa esquina em uma cidade movimentada. Mas deixam-na/o sozinha/o no
uso dos meios eletrônicos, que são extremamente perigosos!
Veja meus artigos
www.ime.usp.br/~vwsetzer/meios-educacao-sintese.pdf
www.ime.usp.br/~vwsetzer/efeitos-negativos-meios.html
- [1] No particular, como a Máquina de Turing pode ser
usada para provar o ponto que ele levantou; no geral o cuidado com a
tecnologia devido à sua não neutralidade. [2] Sempre
tive a impressão que se olharmos todos os cérebros que
existem na natureza veremos um quase continuo, na verdade uma corrente
de discretos bem próximos, começando em uma ponta muito
simples e chegando ao homem e, a partir daí, me pareceu que o
poder de pensar não é exclusivo do homem e sim que ele
se torna mais sofisticado a medida que a complexidade aumenta. [3]
Palestra que consegue nos manter interessados por horas a fio e nos
faz ver a miríade de pontos interessantes que ainda esperam por
nossa atenção. [6] Não conhecia a MT. [7] Do Núcleo
de Estudos. [8] Ciências exatas e engenharia. RESP.: Acho
houve várias coisas importantes; sobre a MT, como ela é
uma máquina discreta, que segue estritamente as regras dadas
pelo controle finito (diagrama de estados), que é seu programa.
Em minha opinião, considerar que os animais pensam é resultado
de uma falha de observação. Imagine um cavalo preso por
dias em uma baia. Se ele pensasse, ficaria louco. Se as abelhas pensassem,
tentariam outros tipos de colmeia. Não temos a vivência
de que nosso sentir e pensar sejam discretos. Além disso, como
eu disse, a nossa memória é aparentemente infinita, portanto
não pode ser física. A maior atenção deveria
ser devotado ao que é um ser humano, e a ciência reducionista
não dá respostas a isso, a não ser como se fôssemos
máquinas físicas.
- [1] Gostei muito da explicação sobre a Máquina
de Turing, porque as pessoas não costumam entender esse conceito.
Acho importante mostrar essa ideia de que ela é o "arquétipo"
dos computadores, como dito na palestra. Eu já conhecia, mas
fiquei feliz que outras pessoas que estavam presentes puderam conhecê-la
e compreendê-la. [2] Muito embora a explicação
da Máquina de Turing tenha sido muito importante, não
está suficientemente clara, principalmente para os iniciantes.
A animação do "controle finito" não está
clara, as letras da "fita" estão pequenas e, assim,
não é possível ao espectador verificar mentalmente
o papel das "quintuplas". Acho muito importante esse conceito
da MT e penso que seria importante dar um pouco mais de tempo para a
audiência pensar sobre ele e suas consequências. [3]
Eu fiquei pensando bastante sobre a diferenciação entre
"sentimento" e "sensação". Penso que
poderia ter um pouco mais de referências, traçando um paralelo
sobre o que se sabe sobre isso em outros campos, como a psicologia,
etc... [6] Conhecia a MT sem detalhes. [7] Do Grupo de Estudos. [8]
Ciências exatas e engenharia. RESP.: Que bom que você
achou que as pessoas que não conheciam a MT puderam compreendê-la!
Tentei apresentá-la de uma maneira bem simples. Na literatura,
ela é apresentada de um ponto de vista muito matemático.
A sua frase de minha explicação não ter sido suficientemente
clara contradiz a anterior. Você teria uma sugestão de
como simplificar mais ainda? Note que eu tinha pouco tempo. Quem sabe
você estava com uma imagem pequena na tela; nunca alguém
chamou a atenção para o fato de os símbolos da
fita serem pequenos demais! Eu também gostaria de ter ido mais
devagar, mas quase não deu para terminar em 2 horas! A distinção
clara entre sensação e sentimento é coisa minha.
De fato, teria sido interessante mencionar outros pontos de vista. Cuidado
que na psicologia o que eu chamei de percepção é
chamado de sensação e vice-versa.
- [1] Rever assuntos já estudados. [2] Não
tive dúvida importante. [3] Sem comentários. [6]
Conhecia sem detalhes. [7] Do Núcleo de Estudos. [8] Ciências
exatas e engenharia.
- [1] Pensamento lógico-simbólico é péssimo
para crianças. [2] porque escolhas não determinísticas
não requerem energia. [6] Conhecia a MT sem detalhes. [7] Do
Núcleo de Estudos. [Ciências exatas e engenharia. RESP.:
O simples pensamento abstrato formal é extremamente prejudicial
às crianças. Por exemplo, algo que todas as crianças
sofrem no Brasil: "Ilha é um pedaço de terra cercado
de água por todos os lados." Essa é uma ilha morta,
sem vida, sem ondas, sem cheiro do mar, sem plantas e nem cobras e lagartos.
Tudo o que a criança recebe ou ser contado a ela deveria ser
impregado de vida, inclusive objetos; toda criança é animista.
Quanto às decisões, é uma de minhas hipóteses
fundamentais que uma decisão de qual estado tomar dentre várias
possíveis transições não deterministas não
requer energia. A transição escolhida pode requerer energia
ou até mesmo gerar energia. Se minha hipótese estiver
correta, talvez eu tenha resolvido um problema milenar: como algo que
não é físico pode atuar fisicamente sem violar
as "leis" físicas.
- [1] O significado da máquina de Turing no contexto do
surgimento da computação que conhecemos hoje. [2]
Se podemos desvincular a computação de Turing e novos
paradigmas. [3] Muito importante entender a excessiva influência
da computação nas gerações mais recentes
e os riscos inerentes. RESP.: A MT foi a inspiração
para o aparecimento de computadores tipo RISC (reduced instruction
set computer); o próprio Turing achava que os computadores
deveriam ser assim. Mas um passo muito grande foi dado por von Neumann
ao propor que as instruções ficassem na mesma unidade
de armazenamento que os dados, o que não é o caso da MT
(a não ser que o progrrama esteja na fita e outro, no controle
finito, o interprete).
- [1] Não sei se é bem aprender, mas fiquei na
dúvida se uma pessoa deva começar a aprender computação
aos 17 anos. [2] Se realmente uma criança não deve
aprender a lidar com programação, mesmo que bem simples
[3] Tenho uma neta de cinco anos e ela já lida com o computador
melhor que eu. Fico na dúvida se seria melhor ela não
saber nada vivendo neste tempo onde a internet é quase tudo.
[6] Não conhecia a MT. [7] Núcleo de Estudos. [8] Ciências
humanas, artes. RESP.: Quanto aos 17 anos, essa foi minha conclusão,
devido ao amadurecimento do pensamento, podendo ser formal abstrato
e do autoconhecimento e autocontrole, e mais ainda a possibilidade de
compreender os prejuízos do mau uso da tecnologia. Mas reconheço
que essa idade é totalmente utópica hoje em dia em termos
de uso dos meios eletrônicos. Pelo menos não se devia ensinar
programação antes dessa idade. E, nela, somente como funcionam
os programas, e não forçar a programar. nem todas as pessoas
conseguem pensar algoritmicamente como exigido pelos programas. Quanto
às crianças, não há nenhuma, repito, nenhuma
necessidade ou utilidade em aprenderem a programar. Pelo contrário,
nesse caso estar-se-á forçando o intelecto a exercer uma
atividade para a qual nem mesmo o cérebro está preparado
(a mielinização não se completou). Quanto ao caso
de sua neta, em educação há tempo certo para cada
coisa. Você lida suficientemente com o computador, e não
aprendeu a usá-lo quando criança. E se precisasse lidar
com mais profundidade, por motivos profissionais, iria aprender. Portanto,
não é necessário começar cedo. Além
disso, quando sua neta tiver 20 anos o uso dos computadores certamente
será bem diferente do que hoje. Observe bem: quando sua neta
usa o computador ou o celular, está pensando como adulto. Mas
ela não tem conhecimento, discernimento, autoconhecimento e autocontrole
(as 4 condições para se usar bem qualquer tecnologia)
para usar os meios evitando os males que eles produzem em alto grau
(veja os artigos citados na avaliação 9)..
- [1] A máquina deve servir a máquina e o nosso
cérebro deve servir a nossa espiritualidade, reunião de
sentimentos e sensações. [2] A questão do
código do cérebro... que por ser invisível , êle
não existe? [3] Fui ler sobre a máquina de Turing.
Allan Turing foi recentemente homenageado pelo primeiro ministro da
Inglaterra, com direito ao pedido de desculpas pelo péssimo julgamento
que lhe foi dado naquela época. Portanto aguardemos com paciência
pois........ "O UNIVERSO é toda uma sinfonia de obediência,
garantindo os objetivos da evolução". [6] Nâo
conhecia a MT. [7] Núcleo de Estudos. [8] Ciências biomédicas.
RESP.: Nossa espiritualidade é muito mais do que nossos
sentimentos e sensações que, na minha hipótese
(baseada em evidências muito fortes), não são físicos.
Minha conjectura de que o cérebro não interpreta e executa
um código não é devido ao fato de esse código
ser invisível (isto é, desconhecido), mas que ele simplesmente
não existe. Quanto à sinfonia de obediência, se
obedecemos não somos livres. E uma das missões mais importantes
da humanidade é o desenvolvimento do livre arbitrio. Outra é
usá-lo para exercer o amor altruísta (que não faz
sentido sem livre arbitrio). Note que se for reconhecido que devemos
desenvolver o livre arbitrio, cercear o livre arbítrio de uma
pessoa adulta mentalmente sadia é imoral. Essa é uma moral
individual baseada na compreensão, e não em sentimentos.
- [1] Que as máquinas jamais serão capazes de desenvolver
sentimentos e pensar como humanos. [2] Não entendi quando
se disse que o "código do cérebro" não
existe. [3] A apresentação provoca muitas indagações
metafísicas. [6] Não conhecia a MT. [7] Não é
participante. [8] [Ciências humanas, artes. RESP.: Obrigado
pela observação. Nas próximas vezes cuidarei de
explicar o que entendo por código do cérebro. Toda máquina
digital usa dois códigos: para os dados a para as instruções
(sendo que o primeiro pode se dividir em vários subcódigos).
Todos esses códigos são expressos, ou codificados, numericamente.
Todos os símbolos usados por um computador são na verdade
números. Minha conjectura é que o cérebro não
usa códigos numéricos, nem para armazenar algo na memória,
nem para as funções que ele executa. Não há
programas dentro do cérebro no mesmo sentido que nos computadores.
O famoso físico-matemático Roger Penrose, ganhador do
Nóbel de Física em 2020, afirmou que o cérebro
não executa algoritmos. O fato de o cérebro não
usar códigos numéricos leva-me á conjectura de
que jamais será possível "descarregar" nossa
memória num computador ou carregá-la deste último.
A simbiose ser humano-máquina jamais vai chegar a esse nível
(por exemplo, ao querermos fazer um cálculo complexo, passá-lo
mentalmente para um computador e receber o resultado). Quantas às
indagações metafísicas, dou ênfase a isso
pois uma de minhas hipóteses fundamentais é que o ser
humano é metafísico, isto é, transcende o mundo
físico. Segundo essa hipótese, baseada em muitas evidências
fortes, pensar que o ser humano é puramente físico, é
uma máquina física, é uma espécie de doença,
pois nega a nossa natureza, que nosso inconsciente conhece muito bem.
11. 23/10/20 palestra pela plataforma Zoom nos Seminários de
Estudos em Epistemologia e Didática (SEED)/Seminários de
Ensino de Matemática (SEMA) da Faculdade de Educação
da USP (FEUSP), dentro do projeto Embaixadores
da Matemática do IME. Info: prof. Nilson J. Machado njtudojuntomachad
arrob usp pt br e Marisa Ortegoza da Cunha marisa pt ortegoza no gmail
pt com (21 participantes).
- [1] Aprendi sobre o funcionamento da máquina de Turing
e considero isso muito importante. Sabia dela há muitos anos,
mas nunca havia procurado informação. [2] Não
propriamente uma dúvida, apenas gostaria de aprofundar a discussão
sobre a natureza do ser humano (transcendência, livre arbítrio
etc.). Gostaria de ter dito que a complexidade do ser humano (comparada
com computadores, ou vírus ou mesmo animais superiores) poderia
ser a razão que nos leva a supor que ele tem livre arbítrio;
também é possível que o comportamento humano tenha
causas aleatórias, o que elimina sua previsibilidade, mas também
não prova a existência do livre arbítrio. [3]
Tenho uma posição quase totalmente materialista, mas sei
que não posso demonstrar que essa é a verdade, assim como
não se pode demonstrar a hipótese do professor Setzer
. Entretanto, acho a minha posição mais provável
e não creio que o materialismo negue a dignidade do ser humano.
Mudando de assunto, gostaria de dizer que o professor Setzer explicou
muito bem a natureza dos algoritmos e, nesse ponto, para o pessoal mais
distante das ciências exatas (não é meu caso), conviria
ter ido um pouco mais devagar. Isso porque trata-se de um tema importante,
que o pessoal ligado às ciências humanas deveria entender
melhor. RESP.: Muito obrigado por ter preenchido a avaliação!
Sobre o livre arbítrio, como eu disse na palesra, cada um tem
que vivenciar que pode tê-lo, usando o seu pensamento. Na minha
concepção, o fato de você poder escolher seu próximo
pensamento, e fazer uma concentração mental mantendo o
tema escolhido, são indícios muito fortes de que temos
livre arbítrio. Se o pensamento fosse gerado pelo cérebro,
ele não poderia ser controlado, iria pipocar aleatoriamente,
o que não é nossa experiência. Quanto ao materialismo,
não acho possível que possa existir um "quase"
coerente. Se uma parte do ser humano é puramente matéria,
não há razão para ele não ser inteiramente
só matéria. O mesmo se pode dizer sobre algo trenscendente
à matéria influenciando tudo o que se passa com o ser
humano. Da matéria não pode advir liberdade. Sem liberdade
para decidir o que você vai pensar ou fazer, como pode haver responsabilidade
e dignidade? Como a pura matéria pode ter dignidade? Como se
pode ter compaixão pela matéria? Você tem compaixão
por uma pedra? Por uma geladeira? Interessante que, em minha opinião,
a responsabilidade e a dignidade advêm não de algo puramente
racional, mas dos sentimentos. Se o ser humano fosse puramente físico,
seus sentimentos seriam objetivos e universais, ao contrário
do que são, absoutamente subjetivos e individuais, como mostrei
na palestra. Quanto à velocidade, de fato, eu deveria ter ido
mais devagar nos programas da MT, mas infelizmente eu tinha que correr.
10. 5/10/20 palestra remota pelo Google Meet retransmitida ao vivo
pelo youtube, para interessados e alunos do Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Info: Prof. Adolfo Neto adoltudojuntofo arr
utfpr pt edu pt br. Gravação
desta palestra, com pequeno corte devido a uma invasão e consequente
mudança de endereço. Houve 26 participantes. Graus de satisfação
(1 muito insatisfeito a 4 muito satisfeito): com a palestra,
100% de 4; com a transmissão remota (houve uma invasão com
música pornográfica e foi necessário mudar de endereço);
80% de 4.; 20% de [3] Aluno da UFTPR: 1; aluno ou formado em ensino
médio: 1; professores: [3] A palestra durou 2 h, com mais
1h45 de respostas a perguntas.
- [1] Que existem critérios e conceitos que precisamos
compreender melhor antes de fazer afirmações sobre o processamento
de computadores. [2] o conceito de sentimento. RESP.:
Sem compreender-se como as máquinas funcionam, não poderemos
usá-las com segurança para o bem e evitar o mau uso. Não
conceituei o que são sensações e sentimentos; dei
algumas caracterizações deles, apelando para a vivência
pessoal de cada um.
- [1] Na minha opinião, o mais interessante foi os pontos
de vista do professor sobre a questão do "ser humano"
frente à máquina. RESP.: Essa é uma questão
fundamental. Tenho um livro do Norbert Wiener, em que ele escreva algo
como "Dê à máquina o que é da máquina
e dê ao ser humano o que é do ser humano." Infelizmente
não achei o livro, mas se achar coloco a referência aqui.
Temos que ter muito cuidado para não considerar as máquinas
como tendo o nível humano, e nem os seres humanos como sendo
máquinas. Ambos degradam a imagem que se deveria ter do ser humano,
inclusive o respeito por ele. Como eu disse na palestra (ou na fase
de perguntas), é uma aberração ter-se dó
das máquinas, mas se o ser humano é considerado uma máquina,
poder-se-á chegar a essa aberração.
- [1] O que o computador realmente pode fazer. Mas o aspecto
interdisciplinar adorei. [2] só o funcionamento da máquina
de Turing. [3] A palestra foi maravilhosa!!! O problema foi aquele
incidente desrespeitoso ao Prof. Valdemar e aos participantes. RESP.:
Achei que introduzi a MT com muita simplicidade... Quanto à invasão
que sofremos, com aquelas músicas pornográficas horrorosas,
serviu para nos lembrarmos de que existe gente literalmente maldosa
neste mundo. Não se tratava nem mesmo de não concordar
com minhas palavras, pois acho que a invasão começou durante
a descrição da MT, o que não implicava em nenhuma
posição pessoal.
- [1] relação contraditória entre materialismo
e livre-arbítrio. [2] Os limites do livre-arbítrio:
estamos limitados pelos nossos corpos, mente e a sociedade (cultura
e sistemas de valores) moldam nossa forma de pensar. O livre-arbítrio
portanto é realmente livre? [3] Interessante como saímos
de um artefato como a máquina de Turing e chegamos em pensamentos
para refletirmos sobre nossas condutas. RESP.: Sim, da matéria
não pode advir livre arbítrio, pois a matéria segue
inexoravelmente as "leis" e condições físicas,
senão os aparelhos não funcionariam e os edifícios
cairiam. A constituição dos seres vivos permite que, em
certo ponto dela, algo não físico pode atuar no organismo
físico, por isso dei minha teoria de como isso é possível
(decisão de qual transição não-determinista
deve ser tomada em cada instante). Para que tenhamos livre arbítrio
(considero que o seu desenvolvimento é uma das missões
da humanidade; a seguinte é usá-lo para praticar o amor
altruísta), é necessário que haja um membro não
físico de nossa constituição que os animais não
têm, pois eles estão sujeitos somente aos seus instintos
e condicionamentos. Quanto à passagem da MT para nossas condutas,
talvez o título da palestra deveria ser, mais precisamente, "A
MT e o que os computadores podem e não podem fazer em relação
aos seres humanos." Mas aí o título ficaria um pouco
grande demais.
- [1] O que é e como funciona uma maquina de Turing. [2]
Acredito que em geral, nenhuma. [3] A palestra foi boa. Abordou
o tema e transmitiu o conhecimento de uma maneira legal. Além
disso, provocou a reflexão sobre alguns temas durante a palestra,
e depois no momento de perguntas e respostas.
9. 10/8/20 palestra remota pela plataforma Jitsi Meet para interessados
e para alunos de Sistemas de Informação da Universidade
do Estado de Santa Catarina (UDESC) em São Bento do Sul, SC, dentro
do projeto Embaixadores da Matemática
do IME; info: prof. Nilson Modro nilsonjuntomodro arr gmail. As avaliações,
feitas on-line pelo google forms, envolvem comentários sobre
a palestra ter sido em videoconferência. Houve 100 participantes.
Graus de satisfação (1 muito insatisfeito a 4
muito satisfeito): com a palestra, 73,9% de 4; 21,7% de 3, 4,3% de 2,;
com a transmissão remota, 43,5% de 4.; 4,3% de [2] 56,5%
eram alunos do curso de Sistemas de Informação. A palestra
durou 2 h, com mais 2,5 h de respostas a perguntas. Houve uma avaliação
repetida e outra com os textos em branco. Os textos das avalições
foram copiados e colados sem alterações, a não ser
iniciais maiúsculas nos começos dos itens.
- [1] A 5-Tupla ordenada e a maquina de touring em si. [2]
Sem duvidas grandes. [3] Palestra boa e produtiva, a transmissao
esta boa. RESP.: Estou impressionado com a quantidade de respostas
telegráficas. Será influência de preencher o formulário
no computador, e vicio de se expressar nele sempre telegraficamente?
Comparar com as respostas de palestras presenciais (abaixo, após
a 8 inclusive). Mais uma coisa: quando o Felipe me perguntou o que eu
recomendava para os alunos de Sistemas de Informação,
esqueci de mencionar algo fundamental: ler pelo menos um bom romance
por mês. Quando se lê um romance, treina-se a capacidade
de imaginar, no caso, os ambientes, os personagens, a trama. Compare-se
com filmes e vídeos: a imagem já vem pronta, e não
se consegue imaginar mais nada olhando para a tela.
- [1] Somente os seres humanos tem a capacidade de liberdade
de pensamento, não sendo possível um computador substituir
ou pensar igual a um ser humano. [2] A busca constante da humanidade
por assemelhar a máquina ao homem, não pode ser uma passo
para uma nova extinção? [3] Quanto conhecimento!
Tema explanado exaustivamente. Todos os temas abordados foram explicados
com propriedade e conhecimento. No decorrer percebeu-se que o conhecimento
transmitido foi apenas uma fração do que o professor tem
a oferecer. Mesmo com tamanha história e conhecimento, mostra
humildade se deixando disponível para esclarecer qualquer dúvida,
não restringindo horário, não limitando o conhecimento.
RESP.: O pensamento pode ser usado como um instrumento para se
vivenciar o livre arbítrio, ao se exercitar uma concentração
mental em um tema de livre escolha, sem deixar outros pensamentos invadirem
a mente; deve-se variar o pensamento, mas sempre em redor do tema escolhido,
como seria o caso daquele relógio com um ponteiro azul e outro
amarelo. Mas o livre arbítrio, como o nome mostra muito bem,
não está no pensamento, e sim na vontade, no querer, de
se concentrar o pensamento no tema escolhido. É preciso considerar
vários tipos de extinção. Uma das piores seria
transformar o ser humano em um robô, mecanizar seu pensar, sentir
e querer. Uma outra seria eliminar sua autoconsciência, por exemplo
por meio de drogas, propaganda etc. Minha concepção de
mundo me permite dar palpites (alguns, talvez errados...) em muitas
áreas diferentes.
- [1] Varias coisas sobre a maquina de turing. [2] A principio
nenhuma duvida. [3] Fiquei interessado na palestra sobre o infinito
que o palestrante falou. RESP.: A palestra sobe o infinito não
teria algo a ver diretamente com o curso de Sistemas de Informação,
mas também dá margem a várias considerações
filosóficas. Além disso, acho que contribui um pouco para
o conhecimento matemático não usual e para o autoconhecimento.
Estou à disposição. Peça para o prof. Nilson
organizar.
- [1] Aprendi muitas coisas de importante, e passarei a valorizar
mais o meu lado humano, pois entendi que a vida do programador não
é só código, e que devemos exercitar não
só o intelecto, mas também o físico e social. [2]
A minha maior duvida é quando terei a oportunidade de assistir
outra palestra do professor. [3] Fiquei impressionado com a palestra,
é a primeira vez na minha vida que eu consigo ficar vidrado por
5 horas na tela do computador, sem soltar um bocejo. RESP.: Não
só o físico e o social, mas também o artístico,
pois toda atividade artística, como eu falei, se passa em um
ambiente mal definido, o que é o oposto do computador. Obrigado
pelo comentário sobre a duração da palestra: eu
tinha receio de que o assunto não prendesse pelas 2 horas dela...
Quanto a exercícios físicos, para quem faz caminhadas,
corridas ou faz exercícios em escadas, talvez possa aproveitar
os exercícios com os membros superiores que eu desenvolvi e descrevi
no artigo (com links para vídeos):
Minha
caminhada/corrida/escada com exercícios dos membros superiores
- [1] O que é a Máquina de Turing. [3] Foi
uma ótima palestra.
- [1] Muitas coisas sobre a maquina de Turing, alem de conhecer
da inteligência de maquinas, e da simbiose de maquina e humano.
[2] Nenhuma, professor explica super bem. [3] Ótima
qualidade, para um momento de pandemia faz com que assim os alunos não
parem de ter conhecimentos. RESP.: Se considerarmos a inteligência
humana de maneira global, não se pode dizer que um dia as máquinas
terão a nossa inteligência. Em casos particulares, como
jogar xadrez, sim. Só que um programa de jogar xadrez não
joga como um mestre no xadrez, como mostrei no caso do torneio Kasparov
vs. Deep Blue. Portanto, o que o programa faz é dar resultados
até melhores do que um mestre, mas não é fruto
de inteligência no sentido humano; há uma inteligência
incorporada no programa. Inteligência tinham os programadores
do sistema... Veja meu artigo sobre IA:
I.A.
'Inteligência' artificial ou imbecilidade automática?
As máquinas podem pensar e sentir?
- [1] Maquina de Turing. [2] Não há. [3]
Transmissão de boa qualidade.
- [1] Sobre a Maquina de Turing. [2] Ainda fiquei com
algumas duvidas sobre o funcionamento da Maquina de Turing. [3]
Teve um excelente qualidade.
- [1] Não entendi muito bem a palestra. [2] Não
entendi muito bem a palestra. RESP.: Pena que você não
especificou o que não entendeu.
- [1] Funcionamento da maquina de Turing. [2] Alguns aspectos
da importância da maquina de turing na sociedade ainda hoje. [3]
Muito boa. RESP.: A MT só tem importância para o
conhecimento. Ela é a máquina digital abstrata mais simples
possível, e mostra qual é a essência de todas as
máquinas digitais.
- [1] Das limitações do computador. [3]
Achei interessante o método utilizado, mas acho que deveria ser
usado plataformas mais conhecidas. RESP.: Pela minha experiência,
o único defeito foi o de não aparecer minha imagem pequeninha
durante o screen sharing, como é o caso do zoom. Assim, eu não
sabia se estava bem centrado na tela. O uso é bem simples.
- [1] A maquina dificilmente um dia poderá ser igualada
a um humano, em relação a questão emocional e forma
reacional. [3] Ótima plataforma a qual forma possibilitou
a quebra de barreira em relação a distancias. RESP.:
Eu tentei mostrar que as máquinas jamais vão se igualar
aos seres humano; elas jamais vão ter sensações,
sentimentos e pensamentos como nós temos. Obviamente, isso depende
da vivência pessoal de cada um em relação a essas
atividades mentais.
- [1] Já conhecia o conteúdo, mas o professor ampliou
minha compreensão do assunto. [2] Nenhuma. [3]
Boa iniciativa, serve para divulgação e torna possível
termos algum contato com nossos professores de mais destaque.
- [1] Vai ser dificil criar um computador com IA. [2]
Calculo da maquina de Turing. [3] Interessante. RESP.:
Como eu expliquei, isso depende de que IA está se falando. Se
for, por exemplo, jogar xadrez, o computador atingiu com o programa
AlphaZero um nível
inigualável; bateu todos os outros programas que jogam xadrez:.
Se for para passar o Teste de Turing, eu mostrei que se está
muito longe disso; não se pode afirmar que haverá um programa
que passe o teste (mas isso vai depender da cultura de quem o está
testando...).
- [1] Desde as características, como programar como otimizar
o sistema de Turing. [2] Nenhuma. [3] ótima palestra!
Muito conhecimento adquirido.
- [1] A incapacidade de um computador emular uma pessoa. [2]
Por que a parte mais interessante da palestra (final) foi pulada. RESP.:
Não houve tempo dentro das 2 horas. Preciso correr mais no resto.
- [1] Foi uma excelente oportunidade para lembrar conceitos básicos
da computação e aprender um pouco das Leis de Setzer.
[2] Sem dúvidas. [3] A ferramenta se mostrou adequada
e foi possível acompanhar os conteúdos e perceber a energia
e a entrega do Prof. na palestra. Apesar da palestra de sido das 19
até as 23:30 ficou com gostinho de quero mais. Gratidão
pela noite de aprendizados! RESP: a palestra propriamente dita durou
cerca de 2 h, o resto foi respostas a perguntas. Fiquei admirado com
interesse dos participantes!
- [1] O conceito geral da máquina de Turing. Que a MT
manipula símbolos matemático e que tem uma unica instrução:
5-upla ordenada que descreve uma transição. Outra item
que me chamou a atenção foi a conveniência dos computadores
usarem sistema binário. [2] O computador faz o que é
programado e quem programa tem suas falhas e indecisões, justamente
por isso tem-se as tentativas, erros e acertos. Desta forma como saber
se a MT não pode ser melhorada ou aperfeiçoada. [3]
Parabéns pelo seu conhecimento e a sua forma cativante de conduzir
a palestra, adorei. A transmissão remota da palestra, nos tempos
atuais é necessário, mas não é o ideal,
falta o contato humano. RESP.: Não sei se você se
refere à definição de MT ou a uma determinada máquina
com seu programa (controle finito). No primeiro caso, eu mostrei que
qualquer variação da MT pode ser provada matematicamente
como sendo equivalente à MT como eu apresentei. No segundo caso,
No fundo não interessa se é possível diminuir o
número de estados, desde que o tempo de processamento (por exemplo,
número de estados visitados) seja o mesmo. Sim, se a palestra
tivesse sido presencial, eu teria interagido com os presentes, colocando
perguntas e conversando pessoalmente, como costumo fazer.
- [1] Que há problemas que nao podem ser resolvidos com
computadores. [2] Como funciona o código que descreve
como um animal deve ser formado. RESP.: Na minha concepção
de mundo, não existe esse código que descreve qualquer
ser vivo. O DNA é um código, mas ele muda e depende do
ambiente celular para gerar proteínas. Um gene pode eventualmente
gerar várias proteínas diferentes, o que conjeturo ser
um não determinismo físico.
8. 15/10/19 na Delegacia da Receita Federal do Brasil, Sorocaba, SP,
dentro do projeto Embaixadores
da Matemática do IME; info: Fabiana L.M. Benavides fabianapontomilare
arrobat rfb.gov.br
- [1] Foi muito bom rememorar os conceitos básicos de
computação. Ficou muito clara a distinção
entre a máquina e o ser humano. [2] Sem dúvidas,
as propostas foram muito claras. [3] Publique logo o livro novo!
Disponibilize o acesso à compra do mesmo. RESP.: O livro
"A matemática pode ser interessante ... e linda!" deverá
sair pela Editora da USP no meio do ano que vem. Ainda preciso convencer
a Editora a não mudar o título. O livro entrará
em produção na Editora da USP em janeiro, e deverá
ficar pronto no meio do próximo ano. Fique de olho em minha home
page pois colocarei uma aviso lá.
- [1] Saber dos limites da máquina (ao contrário
do que se tenta mostrar). Saber que os limites humanos estão
além do que se tenta mostrar. [3] Interessante como um
tema matemático pode levar a uma palestra tão humana!
RESP.: O darwinismo tentou induzir a mentalidade de que o ser
humano é um animal, com algumas características adicionais
em relação ao últiimo; a inteligência artificial
tenta induzir a mentalidade de que o ser humano é uma máquina,
o que é muito pior - por exemplo, podemos ter compaixão
por um animal, pois ele tem dor como nós. Mas é uma aberração
ter dó de uma máquina.
- [1] Pensar mais. Estudar mais. Questionar mais. Ver menos TV.
[2] Nenhuma. [3] Apreciei o entusiasmo e a cultura do
professor. Lembrei dos meus tempos do USP, dos professores. Obrigado
pelo seu tempo, professor. RESP.: Um dos segredos de uma boa
aula ou palestra é o professor ou palestrante ter entusiasmo
pelo assunto, e irradiar isso.
- [1] Que às vezes é necessário muito conhecimento
teórico e científico para reconhecer o humano que nos
habita. [2] Para onde caminhamos? [3] Fiquei emocionada
com a paixão por ensinar e compartilhar conhecimentos, teorias,
hipóteses e conjecturas que o professor Valdemar nos trouxe.
Obrigada. RESP.: Sim, para dominar a tecnologia e não
ser dominado por ela é muito importante conhece-la e também
o impacto que ela exerce sobre os usuários. É muito difícil
fazer previsões do futuro da humanidade. Mas talvez seja possível
dizer que, do jeito que estamos caminhando, vamos continuar a destruir
a natureza e nós próprios, provavelmente piorando continuamente
como está acontecendo desde o século passado, que denomino
"o século da barbárie". Para mudar esse rumo,
é necessário mudar a maneira de pensar.
- [1] Que os computadores não realizam operações
matemáticas, eles apenas manipulam dados. [2] Nenhuma.
[3] Professor excelente, muito culto, como muito conhecimento,
e que sabe motivar os alunos a buscar conhecimento. RESP.: Os
computadores manipulam ou processam símbolos, que podem ser representados
por números. Eu defino dado como uma representação
simbólica quantificada ou quantificada, veja meu artigo
www.ime.usp.br/~vwsetzer/dado-info.html
- [1] Aprendi que as máquinas nunca conseguirão
ser como os seres humanos, pensantes, com intuição e compaixão.
[2] A dúvida que ficou é como no futuro será
a interação homem/máquina com todo esse avanço
tecnológico que estamos presenciando. [3] Adorei a apresentação,
a didática, a explanação. Foi muito gratificante
ter a oportunidade de participar. RESP.: Infelizmente o avanço
tecnológico está "desembestado". Veja o IoT,
Internet of things: para que raios precisamos de um dispositivo
comandado por voz para acender as luzes de nossa residência, ou
ligar remotamente a máquina de lavar roupa? É provável
que haverá cada vez mais interação do ser humano
com a máquina, fazendo com que o ser humano perca cada vez mais
a sua humanidade. Mas isso dependerá de cada indivíduo.
É absolutamente necessário que se use a tecnologia cada
vez com mais consciência, colocando-a em seu devido lugar e evitando
os exageros.
- [1] Utilizar conceitos/conhecimentos aprendidos em um assunto
em outros mais práticos e acessíveis, como o caso da planta
"costela de Adão" no qual por trás de sua forma
aparentemente aleatória pode haver uma "programação"
ao se notar algumas regras para a sua aparência. [2] Se
o ser humano é apenas físico??? Se o ser humano vai saber
usar com sabedoria a evolução das máquinas??? [3]
Obrigado pela palestra. Foi plantada uma semente para novos pensamentos.
RESP.: Eu não denominei de "programação"
o que dá a forma extraordinária à costela de Adão
(a folha começa inteiriça e à medida que vai crescendo
vai recortando, e as partes que formam os pequenos segmentos das bordas
desenham uma curva característica); denominei de "modelo".
E disse que esse modelo controlava a divisão celular que produz
o crescimento. Além disso, esse modelo é mental, da natureza
de nosso pensamento, por isso podemos reconhecer a curva com esse último.
Observe bem algumas dessas plantas, é muito instrutivo e penso
que leva a uma admiração pela natureza. RESP.:
Minha conjectura (não é uma crença, é uma
hipótese de trabalho, sujeita a revisão e aperfeiçoamento!),
muito forte, baseada em muitas evidências, é de que o ser
humano, os animais e as plantas não são seres puramente
físicos. Leia em meu site os artigos sobre espiritualidade;
note que são todos dirigidos à compreensão, e não
aos sentimentos como é o caso das religiões em geral.
Infelizmente, não vejo o ser humano usar as máquinas com
sabedoria. Para isso é preciso conhecer muito bem o funcionamento
das máquinas, conhecer muito bem o ser humano e também
o impacto das primeiras nesse último. As pessoas não estão,
em geral, dominando a tecnologia, estão sendo dominadas por elas.
Pesquisa recente da Univ. Federal do Espírito Santo revelou que
25% dos jovens de 15 a 19 anos são viciados na Internet. Espero
ter mostrado que é possível mudar a maneira de pensar.
- [1] Que o computador não vai conseguir nos substituir.
[2] Será que realmente isso não vai acontecer ou
o ser humano não vai acreditar "de pés juntos"
que isso é possível. [3] Excelente palestra e excepcional
palestrante. É muito bom escutar uma pessoa inteligente e aberta.
RESP.: Depende. O computador substitui muito bem o ser humano
em cálculos, em jogar xadrez, e se controlar veículos
os acidentes vão diminuir. O computador jamais vai substituir
o ser humano naquilo que exige pensamentos não formais, quantificados,
naquilo que exige nossa intuição e no que exite sensações
e sentimentos, como por exemplo o relacionamento social.
- [1] A beleza da "máquina humana". O mistério
que a envolve. [2] Como será o futuro da humanidade...
[3] Palestrante adorável, talvez o melhor seria, entretanto,
que o tema, para uma plateia de serviço público, fosse
mais filosófico e menos matemático. RESP.: Eu jamais
chamo o ser humano de "máquina". Não há
nenhuma máquina com a complexidade do corpo humano, e que pensa
e sente como ele. Por exemplo, levante seu braço. Uma pessoa
que considera o ser humano como sendo uma máquina vai dizer que
foi um efeito de alavanca. Mas nunca houve uma alavanca com milhares
de fibras, algumas se contraindo e outras se expandindo. Muito pior:
como surgiram os impulsos - digamos que sejam elétricos - que
fizeram o braço levantar? Suponhamos que eles surgiram de uma
área A do cérebro. Por que essa área emitiu esses
impulsos? Suponhamos que uma outra área B emitiu impulsos para
a área A. E assim por diante, até se chegar a um beco
sem saída. Tenho uma conjectura de que se forem procuradas as
causas de qualquer fenômeno interno dos seres vivos, sempre se
chega a um beco sem saída, pois a sua origem não é
física. Quanto à palestra, espero ter apresentado os aspectos
técnicos de uma maneira simples. Tente rever a minha apresentação
e veja se há algo difícil de compreender. Espero que o
tratamento filosófico da técnica tenha sido importante.
- [1] Cada família deve criar seu espírito único
de sua família. Na solução de problemas, não
tem que encontrar a solução. Pense no problema e a intuição
lhe dará a solução. Universidade é uma museu
de preconceitos. [2] Qual o limite do aprendizado de máquina?
Música? Artes? Sonhos? [3] Agradeço a disponibilidade.
Apresentação ajuda a pensar um pouco mais sobre o que
é ser humano. RESP.: Eu sugeri que se desenvolvesse um
pensar intuitivo para resolver problemas; para isso, deve-se pensar
profundamente no problema, sob todos os ângulos, sem procurar
racionalmente uma solução. Quando se vislumbrar a solução
intuitivamente, deve-se em seguida testá-la racionalmente. Um
dos limites do aprendizado de máquina parece-me ser a generalidade,
pois se a máquina fosse "treinada" para resolver uma
gama variada de problemas, iria dar a maior confusão. Isto é,
os seres humanos são, em boa parte, generalistas; as máquinas
sempre serão especialistas. Além disso, as máquinas
jamais irão resolver problemas que não podem ser quantificados
e que exijam bom senso (ligado à intuição!) e sentimentos,
como os problemas sociais. É interessante saber que existem programas
que geram música no estilo de um compositor (já foi feito
isso com Bach), que não se consegue distinguir se é dele
ou não. Mas, atenção: antes disso o compositor
introduziu seu próprio estilo! A arte devia revelar por meio
de objetos físicos (inclusive sons) uma realidade não
física. Veja, por exemplo, o famoso "O grito", pintura
expressionista de Edvard Munch.
- [1] Que devemos nos conscientizar cada vez mais, que precisamos
manter equilíbrio entre a tecnologia e espírito. O perigo
já se instalou. [2] O que fazer para diminuir esse caminho
sem volta (paradoxo). [3] Excelente palestra para reflexão.
RESP.: Veja minhas reflexões acima.
- [1] Os conceitos de máquina universal e individual.
[2] Só foi mencionado, mas não é tão
óbvio, entender como uma máquina não determinista
pode ser representada em um modelo determinista. [3] Interessantíssima
a hipótese da conclusão. RESP.: Não há
máquina individual no sentido humano. Por exemplo, todas foram
projetadas, e cada indivíduo pode ter sido planejado, mas não
projetado... Vamos ver se consigo descrever sem entrar em detalhes técnicos.
Toda vez que uma Máquina de Turing, estando em um estado S tomar
uma transição não determinista, é necessário
gravar o estado S e a fita, a posição do cabeçote,
e qual transição foi tomada. Se não der certo,
mais tarde deve-se voltar àquele estado e restaurar a fita, e
continuar com a próxima transição não determinista.
Como a fita é infinita, e qualquer gravação é
finita, sempre é possível fazer esses armazenamentos por
uma máquina determinista.
- [1] Funcionamento básico da lógica de programação.
[2] Por que é tão importante saber tudo a fundo?
90% é melhor do que 100%. [3] Há alguns séculos
"sabia-se" que a Terra era plana e que o homem não
poderia voar. RESP.: Somente na matemática pode-se saber
100% sobre alguma coisa, mas não sobre a matemática como
um todo pois, como mostrei, existem problemas indecidíveis, isto
é, não se sabe se têm solução. Além
disso, existem teorias matemáticas que são incompletas
(teoremas de Gödel).
- [1] Que é possível conciliar o conhecimento matemático
com o humanista, visto a abrangência de conhecimentos e discussões
apresentados pelo professor, que é um "matemático"
com profundas preocupações humanistas. [2] Como
conseguir conhecer sobre tanto? [3] Parabéns ao professor!!!
RESP.: Leia! E depois de ler, leia mais! Devido aos meios eletrônicos,
cada vez mais pessoas estão tendo uma incapacidade de ler concentradamente,
o que é uma tragédia: depois de um trecho (por exemplo,
2 páginas) já querem pular para outro assunto (oura página).
Leia meu artigo
www.ime.usp.br/~vwsetzer/internet-mentes.html
- [1] A importância de se compreender a teoria para se
perceber que teoria não é tudo. [2] Como não
enlouquecer sabendo que sabemos tão pouco? [3] Ótima
palestra, observações e pensamentos que realmente nos
fazem refletir. RESP.: O que você sabe certamente é
suficiente para você sobreviver. No entanto, é importante
saber cada vez mais, especialmente sobre a tecnologia...
- [1] Que o computador é uma máquina de manipular
símbolos matematicamente. [2] A linguagem da programação
deixou algumas dúvidas. [3] É difícil tecer
comentários sobre o assunto da palestra, afinal, muita coisa
está baseada em conjecturas! Se se optar por um comentário
avaliativo, sem dúvida a palestra é muito edificante.
RESP.: Não abordei linguagens de programação,
apenas como se programa uma Máquina de Turing. Tenho palestras
que abordam como funciona um computador do ponto de vista lógico
e as linguagens de programação. Se quiserem, posso dá-la:
www.ime.usp.br/~vwsetzer/pals/comput-a-papel-resumo.html
E sobre algoritmos:
www.ime.usp.br/~vwsetzer/pals/algoritmos-resumo.html
- [1] Limitação da máquina. Desconhecimento
do funcionamento do cérebro humano. [2] A medida que a
ciência avançar e desmistificar o cérebro humano,
isso poderá ser implantado na máquina? RESP.: Tenho
uma conjectura de que jamais haverá uma interação
cérebro-máquina usando o código empregado pelo
cérebro, pois ele não existe. Mas já existe implantação
de chip no cérebro detectando impulsos elétricos
e transformando-os em funções motoras, mas isso é
puramente empírico, sem se saber como os impulsos cerebrais são
gerados e o que significam. Ou emissão de impulsos para controlar
ataques epilépticos. Mas não se sabe quais as consequências
profundas, por exemplo psicológicas, de tais implantações.
- [3] Prezado prof. Valdemar foi muito gratificante ouvir a transmissão
de conhecimentos acumulados por um estudioso que além da ciência
traz experiências da vida. Obrigada pela palestra. "A cada
dia acredito mais em Deus." RESP.: Examine meus artigos.
Jamais uso a entidade Deus, simplesmente por que ela virou mera abstração.
Perdeu-se totalmente a noção do que poderia ser essa entidade
e a vivência dela. Em lugar dela, uso o que há de divino,
isto é, não físico, em cada ser humano, pois é
possível notar a atuação desse membro, que é
individual em cada pessoa mas de mesma natureza em todas. É devido
a ele que pensamos, sentimos e queremos, é devido a ele que entramos
no sono e sonhamos, que temos autoconsciência e identidade própria.
- [1] Firmei o conceito de que o ser humano não é
apenas material, e de que o universo também não o é.
Essa transcendência, para mim, leva a Deus! [2] Muito do
que a sociedade é reside em uma ilusão. Com o avanço
da tecnologia criam-se máquinas cada vez mais "parecidas"
com os humanos. Se nós "emulamos" alguém como
nós, não podermos nos confundir com eles? [3] O
risco de se diminuir a complexidade da pessoa humana, ao ponto de torna-la
mais perto de uma máquina exibe uma ausência de espiritualidade,
o reconhecimento de que há algo maior do que nós, a abstração
que se chama Deus. RESP.: Acho improdutivo ficar falando de Deus
(veja a avaliação anterior). O importante é reconhecer
a existência de algo não físico atuando em cada
ser vivo, fazendo com que o ser humano transcenda a natureza física.
Por isso podemos sublimar a animalidade que existem em nós e,
por exemplo, termos compaixão pelo sofrimento de outra pessoa.
Se o ser humano for puramente físico, não pode haver livre
arbítrio (as "leis" físicas são inexoráveis),
e portanto não pode haver responsabilidade e dignidade. Existe
uma campanha, liderada por cientistas e acadêmicos, que tenta
impingir a mentalidade de que somos máquinas. Para isso, nunca
houve uma metáfora tão poderosa quanto o computador, que
simula certos tipos de pensamentos humanos. Considerar o ser humano
como máquina levará a tragédias muito maiores do
que as que fizeram o nazismo e o comunismo, ambos baseados em uma cosmovisão
materialista.
- [1] Intuição e liberdade de pensamento jamais
poderão ser replicados por máquinas. [2] É
possível que a disseminação dos carros autônomos
elimine os acidentes decorrentes de erros de condução?
[3] Muito obrigado pela palestra. RESP.: Sim. 90% dos
acidentes de tráfego são devidos a falhas humanas. Não
tenho nada contra máquinas controlarem máquinas, na medida
em que isso for útil e não traga consequências piores.
Já imaginou máquinas controlando foguetes com ogivas atômicas,
sem interferência humana? É impossível provar formalmente
que um programa, mesmo de relativamente pequeno porte, está correto,
isto é, produz aquilo que se espera dele. Isso quando o programa
é programado comando por comando. No caso de sistemas de "aprendizado"
de máquina, há sempre uma probabilidade de acerto - e
também de erro!
- [1] Por mais sofisticada e desenvolvida a tecnologia de uma
máquina, ela será sempre uma máquina e não
chegará ao nível humano. [2] Qual será a
primeira fronteira que separa homem vs. máquina? RESP.:
Há fronteiras que considero intransponíveis, como o pensar
humano global, o sentir e o querer, e também a inteliência
humana, que é múltipla e não especializada, e é
parcialmente devida à intuição, que acho que jamais
se saberá fisicamente o que é.
- [1] A máquina jamais será comparável ao
ser humano, ou capaz de ter sentimentos ou sensações da
mesma forma. [2] A maior dúvida é como iremos fazer
como sociedade para não nos "tratarmos" como máquina.
RESP.: Como já disse acima, é necessário
que saibamos como as máquinas funcionam, e qual o impacto delas
nos seres humanos, inclusive psicologicamente. É também
fundamental se conhecer profundamente o que é o ser humano, o
que não citei acima. Por exemplo, sem uma conceituação
profunda de como crianças e jovens se desenvolvem, base da Pedagogia
Waldorf (que está comemorando 100 anos de existência de
sucesso em 2019 - já existem 160 escolas Waldorf no Brasil, incluindo
jardins de infância, e apenas 7 estados não contam com
uma), é impossível determinar a partir de que idade elas
devem ter contato com os computadores e a Internet (mas isso é
uma outra palestra...); leia, por exemplo,
www.ime.usp.br/~vwsetzer/meios-educacao-sintese.pdf
- [1] O poder da reflexão. [2] Até onde
podemos pensar. [3] Excelente palestra, profundo conhecedor,
estudioso o professor. RESP.: Não há limites para
nosso pensamento pois, segundo minha hipótese de trabalho, ele
não é físico. Por isso podemos fazer matemática,
que não é física!!!
- [1] Que cada ser é individual e deve ser respeitado
como tal. [2] Não tem. [3] Excelente a palestra
para fins de reflexão. RESP.: Obrigado, adorei dar a palestra
para vocês e fiquei muito satisfeito com o resultado!
7. 25/9/19, para interessados e alunos de Engenharia da Computação
da Escola Politécnica da USP, da disciplina MAC-0122 Desenvolvimento
de Algoritmos, dentro do projeto Embaixadores
da Matemática do IME; Info: Prof. Paulo Miranda pav.sempontos.mbr
arr gmail
- [1] O que aprendi de mais importante foi o processo de funcionamento
da Máquina de Turing, em conjunção com o Problema
da Parada. [2] A maior dúvida que ficou: será que
não seria possível criar um algoritmo (baseado em algum
estudo da psicologia, como os 8 sentimentos básicos ou alguma
outra teoria) que simulam emoções, sentimentos, ou até
mesmo simular livre arbítrio? Qual é a prova de que nós,
seres humanos, não estamos atualmente vivendo nessa simulação?
[3] Eu não entendi muito bem como acessar a apresentação;
poderia me mandar por e-mail? RESP.: Veja, simular emoções
(por exemplo, fazendo a figura de um rosto mostrar um sorriso de satisfação
(ao fingir comer um caqui doce) ou um desgosto (ao comer um caqui verde,
cheio de tanino) não é ter sensação e sentimento!
Nós temos a sensação de vivermos a realidade e,
como mostrei, temos a vivência de termos livre arbítrio
ao determinarmos nosso próximo pensamento (a propósito,
esqueci de dizer que a liberdade está na vontade, como o próprio
nome "arbítrio" indica; o pensamento é só
um instrumento dela, e permite que a vivenciemos). Se fosse tudo uma
simulação, como ela é feita em máquinas,
não haveria livre arbítrio. Veja o link da apresentação
no cabeçalho desta página (ou é só entrar
em minha home page e acionar, no índice em amarelo, "Lista
de palestras, entrevistas ..:" ou "Apresentações
de palestras em ppt")
- [1] Turing demonstrou que a conjetura de Hilbert estava errada.
[2] Informática, os alunos de informática aprendem
a analisar e processar dados, então está certo o nome
do curso de informática. RESP.: A análise e o processamento
que os alunos aprendem não é de informação,
é de dados. Então deveria ser "dadótica"
e não "informática". Algo passa a ser informação
se um ser humano recebe esse algo e compreende do que se trata. Uma
dor de cotovelo pode ser uma informação: o lugar onde
dói, sente-se uma dor etc., compreendendo-se o que é um
cotovelo, o que é uma dor (no caso, uma vivência) etc.
- [1] De mais importante, eu aprendi o funcionamento da máquina
de Turing, e, a partir disso, o que os computadores podem e não
podem fazer. Portanto, o que nos torna humanos. [2] A minha maior
dúvida é em relação a algumas conjeturas
feitar pelo senhor, por exemplo: como fazer conjeturas tais quais "os
computadores jamais pensarão" se não sabemos como
o próprio pensamento funciona? [3] Gostei muito do detalhamento
no aspecto do aspecto da análise linguística de termos,
palavras e jargões que usamos corriqueiramente, o que levou a
várias provocações filosóficas, e com certeza
me trouxeram e trarão reflexões; o que acende uma luz
de curiosidade em mim que leva ao aprender. Muito obrigado! Gostaria
de assistir a outras palestras/workshops seus, como faço? Realmente
é um privilégio ouvir suas explicações e
histórias com muita alegria, realmente é uma inspiração
(me lembrou um pouco do professor Feynman e seu jeito de explicar. Gostaria
de bater um papo pessoal se possível! RESP.: Eu disse
literalmente que na minha concepção as máquinas
jamais pensarão como os seres humanos. Elas podem simular certos
tipos de pensamento (por exemplo, fazer uma conta armada de somar, se
bem que não se sabe como somamos 3+5, por exemplo). Meu argumento
foi que podemos ter liberdade no pensamento, isto é, determinarmos
o nosso próximo pensamento (o que, como já disse acima,
é no fundo um ato de vontade, uma decisão). Uma máquina
simplesmente segue as regras (no caso dos computadores, as instruções)
inexoravelmente, a não ser que haja uma pane. Sobre minhas palestras
e entrevistas, veja na minha página a lista de palestras dadas
e programadas, no índice em amarelo):
www.ime.usp.br/~vwsetzer/pals/pals-cursos.html
(Se a palestra não for pública, escreva-me que porei você
para dentro da instituição e da sala como meu convidado
(isso sempre é permitido).
- [1] O maior aprendizado foi o funcionamento da Máquina
de Turing, o qual eu desconhecia, descobrir a realização
das transições a partir das 5-tuplas, descobrir suas importâncias
e aplicações matemáticas. Além disso, conhecer
um pouco sobre filosofia das máquinas e sua relação
com o ser humano. [2] A maior dúvida que possuí
durante a palestra, foi sobre se existe outras aplicações
para a máquina de Turing, sem ser as aplicações
matemáticas, ou se esse conceito da M.T. é aplicado em
alguma aplicação real. Além disso, sobre a filosofia
das máquinas, como é explicado as reações
das novas (Inteligências Artificiais) que tanto se assemelham
a sensações e sentimentos humanos. [3] Ótima
aula, faz o aluno ter um engajamento maior no conteúdo mostrado,
devido ao interesse gerado e demonstrou um imenso conhecimento sobre
diversos assuntos que tornam a aula ainda mais informativa. RESP.:
O Turing tentou projetar computadores baseando-se na ideia de ter instruções
muito básicas, como na M.T., e o resto era feito por software.
Durante algum tempo a ideia de computadores com poucas instruções
básicas foi realizada, nas máquinas tipo RISC (Reduced
Instruction Set Computer). Mas os computadores com instruções
complexas (macroinstruções) acabaram sendo muito mais
velozes devido aos circuitos integrados (chips). Veja, as máquinas
podem simular sentimentos (por exemplo, mostrando faces com certas expressões),
mas não sentem nada! É um mistério para a ciência
como temos sensações e sentimentos. Reflita um pouco:
como é que você sente o gosto de um caqui, ao comê-lo?
Tratei de sensações e sentimentos no artigo
IA - Inteligência Artificial ou Imbecilidade Automática?
As máquinas podem pensar e sentir?
- [1] As diferenças básicas entre um ser humano
e uma máquina, e aquilo que torna um ser humano individual, enquanto
uma máquina tende a ser universal. [2] Por que Máquinas
de Turing deveriam ter memória infinita? [3] Achei a palestra
extremamente gratificante, muito interativa e didática, facilitando
o entendimento do tema no geral. RESP.: Só as máquinas
digitais, ou melhor, computadores, são universais, isto é,
qualquer uma pode simular qualquer outra. Isso é impossível
no ser humano, como mostrei: se alguém come um caqui, tem a sensação
do gosto dele, e ninguém, absolutamente ninguém mais consegue
ter a sensação que aquela pessoa está tendo, e
a atração ou repulsa pelo gosto, isto é, o sentimento
que acompanha a sensação. Atenção: todas
as máquinas foram projetadas e construídas por seres humanos,
eventualmente com a ajuda de outras máquinas. Nenhum ser humano
foi projetado e construído, por isso é indevido dizer
que o ser humano é uma máquina. Máquinas de Turing
com memória limitada são chamadas de Linear Bounded Automata.
Pode-se provar que eles não conseguem processar certos tipos
de funções que as Máquinas de Turing processam.
- [1] Computadores são máquinas que interpretam
símbolos. [2] O Problema da Parada. [3] A dinâmica
da palestra foi muito boa. Todos os temas e comentários pareciam
pertinentes e interessantes. RESP.: Estude os slides do
Problema da Parada da minha apresentação, e veja se consegue
compreender.
- [1] A coisa mais importante que aprendi foi o funcionamento
da máquina de Turing, e como ela pode ser utilizada para resolver
uma série de problemas lógico/mateméticos. [3]
Palestra muito boa onde pudemos aprender, além do conteúdo
principal da aula, uma série de outros conhecimentos nas mais
diversas áreas. RESP.: Em minha opinião, nenhuma
aula deveria ater-se somente a matéria. Se todos os professores
expusessem questões filosóficas, suas opiniões
e experiências de vida, os alunos seriam imensamente enriquecidos,
já pelo fato de ouvirem opiniões e enfoques diferentes.
Na área de ciências exatas, no nível de graduação
não existem opiniões diferentes no sentido estrito das
matérias abordadas. Opiniões diferentes produzem flexibilidade
mental.
- [1] Aprendi sobre a essência dos computadores. Foi uma
interessante discussão sobre como máquinas realizam operações
e como é possível escrever programas utilizando operações
tão simples como os da Máquina de Turing. [3] Os
paralelos entre máquinas e humanos e outras coisas do cotidiano
foram interessantes.
- [1] A Máquina de Turing não pode ser construída
pois ela necessita de uma memória infinita. A essência
de um computador é ser uma máquina matemática discreta.
O computador apenas pode manipular símbolos discretos, ou seja,
ele não é capaz de representar o infinito e nem os números
reais. A M.T. só tem um tipo de instrução: a 5-tupla
ordenada. Com ela é possível calcular qualquer função
matemática. Não se sabe como o cérebro funciona
nem o quanto ele consegue armazenar. [2] Qual o motivo para afirmar
que Alan Turing não tinha inteligência emocional? RESP.:
Mesmo se fosse construída com uma enorme fita limitada, uma M.T.
seria muito ineficiente. Eu acho que o fato de o Turing ter ido denunciar
o seu amiguinho para a polícia mostra uma falta de bom senso
social supondo que ele sabia que o homossexualismo era proibido
naquela época.
- [1] Termos como memória, leitura e informática
aplicados no assunto de ciência da computação equivocados,
pois referem-se a atributos e capacidades humanas não completamente
definidos. [3] Na minha opinião, a distinção
entre o ser humano e uma máquina é debatível. O
cérebro humano funciona na base de sinais lógicos assim
como uma máquina. Compará-los no nível abstrato
como feito na palestra é, no meu ver, falho. Em suma, a resposta
para "o ser humano é universal ou individual?" deve
ser respondido levando em conta que é fisicamente possível
transcrever sensações humanas em códigos lógicos,
tornando o ser humano potencialmente universal. Digo potencialmente
pois essa transcrição não é possível
somente com as tecnologias e conhecimentos atuais, mas é fisicamente
possível. Em outras palavras, foram tratados codificação
de dados no nível básico e no nível abstrato no
cérebro, mas faltou na palestra uma correlação
forte entre esses dois níveis. O palestrante comentou que os
materialistas têm crenças demais mas não fundamentou
seus argumentos no nível dos sinais lógicos neurais, crendo
que o funcionamento do cérebro é essencialmente abstrato
e completamente desconhecido no nível básico, ambas proposições
insustentáveis. Outras citações do palestrante
como "vídeo games violentos causam violência"
e a "organização celular é não determinista"
foram muito pouco fundamentadas e até ideias justificavelmente
equívocas. Adoraria discutir mais sobre isso. Segunda observação:
a crítica feita ao materialismo foi baseada na frase "não
se sabe o que é matéria" o que é um fato equivocado.
Tudo tem base física por definição no campo
de estudo da física. Na palestra só faltou ser dito
"a ciência ainda não sabe, então a resposta
é 'milagres divinos'". Consideração final:
eu critico a filosofia do professor, mas admiro o questionamento filosófico,
em uma aula de computação. RESP.: É pior
do que não se ter uma definição de certas capacidades
humanas, como o pensar, sentir e o querer: não se sabe como elas
funcionam. Minha conjetura é muito forte: com o atual paradigma
da ciência, jamais vai se saber. Não se pode afirmar que
será possível compreender esses fenômenos, mais
a memória, a vida, o sono, a forma dos seres vivos, de um ponto
de vista estritamente físico. Note-se que não se sabe
o que é a matéria. Eu não disse que os materialistas
têm crença demais; o que eu disse é que há
dois tipos de materialistas: os que tomam sua concepção
de mundo como hipótese de trabalho (e, nesse caso, não
deviam ter preconceitos contra outras concepções de mundo)
e outros que a tomam como crença, como fé, não
sujeita a comprovação e contestação. Muitos
cientistas são crentes, por exemplo, a evolução
neodarwinista é tomada por eles como verdade, e não como
teoria - afinal, ninguém estava lá há milhões
de anos atrás para comprovar. A teoria evolucionista aplicada
a tempos imemoriais tornou-se um verdadeiro dogma nos meios científicos.
Quanto a não se saber o que é matéria, não
se sabe o que é um elétron; ele é tomado como pontual,
sem extensão espacial, mas tem massa. Pode? Há fenômenos
nas partículas atômicas completamente incompreensíveis,
como os saltos quânticos instantâneos, o spin (que seria
uma rotação em todos os sentidos ao mesmo tempo, pode?),
o emaranhamento (entanglement) das partículas e a não
localidade instantânea etc. Não se sabe o que é
a matéria e a energia escuras, que se calculam serem responsáveis
por 95% da matéria do universo. O Big Bang é estapafúrdio:
se toda a matéria estava concentrada em um ponto (matemático,
pode?), isso devia gerar um hiper-duper-super buraco negro e não
haveria explosão; aí se imagina que no começo a
energia era repulsiva e não atrativa (o "universo inflacionário"),
etc. etc. Haja ignorância - e paradoxos e cada vez mais teorias
para tentar explicá-los. Eu usei a palavra "milagres"
(sem o "divino" você não vai encontrar
a palavra Deus ou a expressão "seres divinos" em meus
artigos) para me referir a fenômenos que não têm
explicação física. Você mesmo está
cheio desses fenômenos, começando pelo seu pensamento e
o seu sono. Finalmente, já que, do ponto de vista da física,
não se sabe o que é matéria, repito aqui a metáfora
que usei: uma pessoa materialista (ou fisicalista) é alguém
que vive e trabalha em um edifício onde não há
o andar térreo. Em minha opinião, o materialismo não
se sustenta; as evidências contra ele são muitas e fortes
demais. Infelizmente, a educação escolar e universitária
tenta impor a mentalidade materialista, o que acaba por criar preconceitos
contra qualquer explicação não materialista. Quanto
ao não determinismo físico das células, é
uma teoria minha que mostrei a vocês: examinando-se uma célula,
não se pode prever o que acontecerá com ela no próximo
instante: se ela vai continuar como está (transição
para o mesmo estado), vai fazer uma transição para um
estado onde começa a subdividir (meiose ou mitose) ou para um
estado onde começa a morrer (apoptose). Essa minha teoria está
errada?
- [1] A impossibilidade, e sua causa, das máquinas tornarem-se
similar aos humanos em sentimentos. [2] Dados que comprovem a
memória humana ser infinita. [3] IA e Homem Bicenternário
são ótimos filmes, sugiro o livro Androides sonham
com ovelhas elétricas? RESP.: Não conheço
esses dados. Eu usei uma vivência que todos têm: de nunca
ter a experiência de querer memorizar algo e sentir que não
há mais "lugar" para isso na memória. O fato
de não se saber como a nossa memória funciona permite-me
fazer essa conjetura. A crítica que tenho aos dois filmes, que
realmente são ótimos do ponto de vista cinematográfico,
é apresentarem coisas impossíveis, que eu chamei de besteiróis.
Por exemplo, o robô do IA ficar 1.000 anos debaixo do mar e as
suas baterias não gastarem e ele não enferrujar. Mas a
minha maior crítica é eles passarem a ideia de que robôs
terão capacidade de sentir. Isso eleva os robôs ao nível
humano, e degrada os seres humanos ao nível das máquinas,
que eu chamo de nível sub-natural.
- [1] Os computadores e os seres humanos são incapazes
de se sobreporem umas sobre as outras, apesar de ser possível
a interseção. Os computadores não conseguem reproduzir
as sensações e sentimentos dos humanos e nós não
conseguimos nos restringir a interpretações e definições
lógicas. [2] Quais serão os próximos passos
de nossa evolução? A carne é limitada e delicada,
visando a exploração espacial, por exemplo, encontramos
limitações originadas de nossa condição.
Mas, recorrendo às máquinas, perderemos aquilo que nos
caracteriza, nossa essência, aquilo que nos torna humanos. [3]
A análise e a abordagem filosóficas foram muito interessantes,
em geral, deixamos de lado a oportunidade de discutir, de maneira mais
profunda, as influências de tudo aquilo que criamos e vivemos
em nossa essência e nos caminhos que decidiremos seguir. RESP.:
Não posso dizer quais serão os próximos passos
tecnológicos. Mas posso dizer o que deveríamos estar desenvolvendo:
a auto-consciência, o livre arbítrio e o amor altruísta.
Se você examinar bem, a destruição da natureza e
da humanidade é resultado de egoísmo ou de ações
inconscientes.
- [1] Os fundamentos da Máquina de Turing e a prova de
problemas impossíveis de solucionar. [2] Se seres humanos
são indivíduos (não universais) por possuírem
conceitos subjetivos como sensação e sentimento, por que
uma manifestação artística criada com o intuito
principal, do entretenimento é tachada pejorativamente de "besteirol"
se ela carrega consigo o título de "ficção"?
A arte não deveria ser subjetiva? RESP.: Não tachei
os filmes IA e O Homem Bicentenário de besteiróis
artísticos, tachei disso certos conteúdos específicos.
Uma ficção não precisa apresentar coisas fisicamente
impossíveis ou atribuir a máquinas características
que elas não são capazes de ter. Além disso, uma
coisa é escrever um livro com ficções científicas
absurdas, e outra é fazer um filme com elas. Os filmes têm
uma enorme capacidade de condicionamento; ao se ler um livro é
preciso prestar muita atenção e é possível
criticar cada trecho. Veja meus artigos sobre meios eletrônicos.
- [1] Não jogar jogos violentos. O computador é
um manipulador de símbolos. Pensamentos podem ser universais
mas sentimentos não.
- [1] Aprendi que máquinas de turing são ideais,
uma coisa imaginada e idealizada, onde é possível de fazer
(quase) qualquer coisa. Que é uma parte da computação,
a ideal, que eu ainda não conhecia. [2] A maior dúvida
foi nos termos difíceis de explicar, coisas como consciência
e sentimentos, pensamento e emoções foram utilizados como
algo que as máquinas não têm, mas não foram
bem definidas o suficiente para serem utilizadas na aula. [3]
O One-Minute-Paper foi executado de maneira pouco inteligente, feito
para ser escrito no final da aula, tirou a concentração
do aluno na palestra e o levou para a redação do mesmo.
RESP.: As MTs não podem fazer quase qualquer coisa: elas
só manipulam símbolos discretos por meio de algoritmos
lógico-simbólicos. Hoje é impossível definir
formalmente o que é, por exemplo, um sentimento, e minha conjetura
é que isso jamais será possível. Sensações
e sentimentos têm que ser vivenciados e o são por
qualquer pessoa. Pena que eu não perguntei a vocês o que
era "pensar"... Na esfera realmente humana, é preciso
caracterizar, e não definir. Qualquer definição
"mata" o que está sendo definido. Sobre o one-minute
paper, eu pedi para vocês começarem a escrevê-lo
um pouco antes do fim da palestra, pois pela minha experiência,
se peço isso depois que ela termina muitos escrevem muito pouco
para poderem sair logo.
- [1] Apesar da máquina de Turing ser a "mãe"
de todos os computadores, aprendi que ela é extremamente simples,
não sendo capaz de sequer guardar dados, o que modifica a forma
como opera e como devemos raciocinar para utilizá-la. [2]
Não ficou muito clara a transição de um estado
para ele mesmo, funciona como um looping? [3] Achei que a palestra
esclareceu muito sobre o trabalho realizado por Turing, e também
sobre o funcionamento dos seres humanos ao diferenciá-los de
máquinas. RESP.: Sim, uma transição de um
estado para ele mesmo é um loop. Mas isso também
pode ocorrer se uma transição volta para um outro estado
anterior já "visitado".
- [1] Aprendi um pouco sobre a maquina de Turing. Fiquei com
algumas duvidas sobre as operações da maquina de turing,
porém não prestei tanta atenção assim, perdi
alguns pontos da palestra. RESP.: Baixe a apresentação
e estude-a calmamente.
- [1] Qualquer maquina digital pode simular outra maquina digital.
[2] A memória não poderia ser finita caso partes
menos "importantes" fossem apagadas com o passar do tempo?
[3] Onde encontrar a prova do item 1? RESP.: Na verdade,
a tal máquina digital deve ter as capacidades básicas
de uma Máquina de Turing, o que se chama tecnicamente de ser
"Turing-completa" (a menos da fita infinita). Nunca me preocupei
com uma prova da universalidade da MT, e não sei se existe (procure,
e se achar avise-me!). Acho que isso é tomado como algo evidente.
- [1] Aprendi a importância de pensar além do puramente
racional, o que são máquinas de turing, e a solução
do problema da parada. "Faça sua escolha e seja coerente".
[2] Como colocar em prática o que aprendi e me comprometer
a essa prática. [3] Muito obrigado pela palestra! Espero
que você e os outros embaixadores da matemática possam
perseverar nessa missão. RESP.: Acho que o que transmiti
de prático foram uma conceituação do que são
os computadores e certas características humanas. Se você
diferenciar bem o que um computador é e não é capaz
de fazer já será um resultado prático ótimo.
Além disso, apresentei um pouco de uma concepção
de mundo diferente, para mostrar que se pode pensar e encarar o ser
humano de maneira diferente do usual (o padrão é achar
que ele é uma máquina).
- [1] A dificuldade de a sociedade aceitar que as máquinas
jamais possuíram emoções e jamais pensarão
como os seres humanos. [2] A maior dúvida foi a respeito
dos estados da máquina de turing. Não ficou clara a diferença
entre um estado e uma transição. [3] Palestra muito
boa, com abordagem bem filosófica, distanciando da maioria das
palestras que focam em critérios mais técnicos. RESP.:
Uma MT (e um computador!) só está em um determinado estado
em cada passo de seu funcionamento. Uma transição é
a mudança de um estado para outro, feita sob certas condições
(no caso da MT, a transição é escolhida baseada
no símbolo de entrada).
- [1] Inteligência humana é muito mais ampla e mais
complexa do que a computacional. Outro ponto relevante foram os exemplos
concretos da importância de entender a causa das coisas. [2]
Dado os diversos tipos de inteligências, como se desenvolver em
todas as vertentes de maneira equilibrada dada as exigências técnicas
exigidas pelo mundo? [3] Achei muito interessante a sua iniciativa
quanto a exploração de vários conhecimentos e o
trabalho de divulgação, seja Internet, palestras, aulas
... Parabéns!! RESP.: Não fique apenas no que você
está aprendendo na faculdade! A USP oferece uma enorme quantidade
de disciplinas. Além disso, desenvolva-se fora dela, assistindo
peças de teatro, indo a concertos (o ingresso no coro da Sala
São Paulo custa muito pouco para a meia entrada, e a OSESP é
uma das melhores orquestras do mundo), lendo muito (eu recomendei a
leitura de um bom romance por mês, e esqueci de dizer por que:
quando se lê um romance, é preciso imaginar os personagens
e o ambiente. Isso desenvolve a imaginação e portanto
a criatividade. Faça alguma atividade artística. Se você
não toca nenhum instrumento, tente aprender a tocar flauta doce,
é o melhor instrumento para a iniciação musical.
Compre uma, inicialmente de plástico, e um método; é
possível que você possa aprender sozinho (você pode
mostrar para mim o que aprendeu, para eu corrigir). Tente ajudar outras
pessoas, especialmente carentes, para desenvolver a sensibilidade e
a ação sociais.
- [1] Funcionamento da Máquina de Turing e suas Propriedades.
[2] Se o computador não é capaz de sentir, deveríamos
parar de tentar criar tais modelos? (Ex: Robô Sophia) [3]
Melhor aula de Filosofia que eu assisti em anos. RESP.: O máximo
que se conseguirá é que os robôs imitem os seres
humanos. Por exemplo, contando-se a um deles uma piada, ele reconhecer
que é uma piada e forjar um sorriso - mas não terá
sentido nada do que se sente ao ouvir uma boa piada... O mais importante
é que não se construam robôs que "falem"
coisas absurdas, como as que mostrei "faladas" pelo Sophia;
isso é uma enganação e degrada a imagem que o ser
humano faz de si próprio.
6. 27/5/19, na Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de
Fiscalização, São Paulo, SP. dentro do projeto Embaixadores
da Matemática do IME; info: Luiz Felipe Carvalho, felipepontopps-at-gmail
- [1] Visões bonitas do ramo da ciência da computação,
não só no campo da matemática mas também
na vida, o grande mistério que se revela em tudo. [2]
Cérebro não tem código: seria algo como ordem
cérebro ' caos? RESP.: As minhas concepções
de mundo e da constituição do ser humano levaram-me a
concluir que o cérebro não usa um código, como
é o caso de qualquer computador ou máquina digital. Mas
essa é uma conjetura, não é uma certeza. Eu diria
que mente (e não o cérebro!) é capaz de reconhecer
ordens, seja na natureza, seja na matemática. De fato, ordem
e caos são polaridades. Mas no meio eu colocaria o ritmo, e não
o cérebro. Quando há ritmo não há uma ordem
rígida, pois há movimento. Duas ondas diferentes (como
as da água) podem ocupar o mesmo lugar no espaço, o que
não ocorre com corpos sólidos. Talvez eu não tenha
salientado: o código da Máquina de Turing (MT) é
a quíntupla ordenada descrevendo uma transição
entre estados, que faz o papel de uma instrução.
- [1] Pensar a influência da MT/computadores/máquinas
no ser humano, na atualidade. [2] Até onde esta interferência
vai levar, o que mudou, muda e vai mudar? [3] O que pode superar
o conhecimento, o "saber" humano, que projeta a máquina?!?!?
RESP.: Está havendo uma brutal aceleração
da penetração das máquinas na vida humana. Não
tenho esperança na massa da humanidade, acho que ela vai se entregar
cada vez mais às máquinas e ser cada vez menos humana.
Mas tenho esperança em indivíduos; acho que alguns irão
reconhecer os problemas profundos causados pelas máquinas e vão
colocá-las no seu devido lugar, isto é, usá-las
apenas beneficamente, por isso dou minhas palestras. A perda da concentração
mental que citei foi apenas um dos problemas causados pelas máquinas
(especialmente TV, video games, computador e Internet). A destruição
da natureza é outro exemplo.
- [1] Difícil destacar algum ponto. Só posso parabenizar
a riqueza do conhecimento do Mestre e a facilidade de transmitir. [2]
Sempre ouvia os termos Inteligência Artificial, coisas do tipo.
Com a brilhante exposição pudemos retroceder às
raízes da computação e pensar que a inteligência
continua do domínio do homem. [3] Parabéns. RESP.:
O grande problema é delegar às máquinas decisões
que deveriam ser tomadas por seres humanos, especialmente decisões
sociais. Quando máquinas controlam máquinas, como no caso
dos carros autônomos, quase não há problemas (eles
vão diminuir drasticamente os acidentes de tráfego, pois
a maior parte deles são causados por falhas humanas).
- [1] Aprendi que precisamos restringir o uso de Internet, aplicativos
e TV para reaprender a se concentrar a fim de resolver problemas cotidianos.
[2] A maior dúvida seria como conhecer as forças
não deterministas que controlam a natureza humana! RESP.:
É possível conhecer essas forças transcendentes.
Elas já foram descritas. Entre em contato pessoal comigo para
mais detalhes. Meu endereço de e-mail está no topo de
minha home page.
- [1] Da impossibilidade de a máquina alcançar
o homem. [2] O livre arbítrio é possível?
Tudo é determinado? [3] O curso é interessante
pois demonstra a importância da filosofia mesmo num assunto tão
"matemático" como o computador. RESP.: Minha
concepção de mundo, baseada em estudos e observações
próprias, leva-me a adotar a hipótese de trabalho de que
o ser humano tem livre arbítrio, como mostrei a vocês por
meio do exercício de concentração mental. Se somos
capazes de determinar nosso próximo pensamento, e nos concentrarmos
nele, isso significa que temos livre arbítrio. Essa é
uma vivência que cada um tem que fazer por si próprio,
por isso eu dei o exercício. Mas o livre arbítrio não
está no pensamento: ele é apenas um instrumento mental
para vivenciarmos o primeiro. O livre arbítrio, como o nome diz,
está na vontade, no querer: a ação de concentrar
o pensamento e de decidir o que se vai pensar.
- [1] Que sem a filosofia, não se pode entender/explicar
bem o que são as máquinas computacionais. [2] As
quebras de paradigmas e de conceitos... Ex.: O que é inteligência?
O que é pensamento? (Desconstrução de conceitos
aceitos como certos.) [3] No espiritismo, se diz que a regeneração
de algum membro obedeceria aos limites do "perespírito".
RESP.: Parece-me que a explicação de como funcionam
as máquinas digitais, do ponto de vista lógico, e não
do ponto de vista eletrônico, requer apenas um pensamento matemático,
mais precisamente lógico-simbólico, e não filosofia.
Sim, tento quebrar alguns paradigmas, principalmente os que levam pessoas
a acreditarem em certas explicações pseudo-científicas.
Quanto à inteligência, podemos caracterizá-la mostrando
como ela se revela. Por exemplo, a inteligência inter-pessoal
(cf. Howard Gardner) ou emocional (cf. Daniel Goleman) é a capacidade
de se relacionar socialmente, de resolver conflitos sociais, de liderar
grupos, de trabalhar em equipe, etc. Quanto mais uma pessoa tem essas
capacidades, mas socialmente inteligente ela é. Quanto ao pensamento,
caracterizei-o por meio de várias de suas ações,
como a reflexão sobre si mesmo (pensar sobre o pensar), associar
uma percepção sensorial a um conceito, associar conceitos
e, principalmente, a possibilidade de pensar com absoluta clareza, como
é o caso da matemática e da filosofia. Ao contrário,
os sentimentos e a vontade não são claros, a vontade muito
mais ainda que os sentimentos. Quanto ao espiritismo, estudei Kardec.
Não consegui compreender o que ele denomina de perespírito.
A ideia de que ele é uma matéria mais sutil não
faz sentido; ou é material ou não é. As plantas
têm perespírito? Elas têm vida, e isso já
mostra que há algo de não físico atuando nelas.
Em minha opinião, o espiritismo tem dois problemas principais:
a tentativa de trazer algo de não físico para o mundo
físico (pois eles são totalmente diferentes) e o mediunismo
(pois a observação não é consciente, é
forçada sobre o médium).
- [1] Iniciação à informática. [2]
O ser humano é muito mais do que matéria? [3] O
início do curso me causou sonolência, talvez pelo enfoque,
depois tornou-se dinâmico. RESP.: Na minha concepção
de mundo, o ser humano é muito mais do que a sua matéria.
Aliás, por detrás de qualquer coisa material existe uma
essência que não é material; entramos em contato
com ela por meio de nosso pensamento. Nesse sentido, não é
lógico visitar-se um falecido no cemitério: a sua essência
não está lá! Veja a seção Espiritualidade
em meu site. Quanto à sonolência, quem sabe você
está mais para filósofo do que matemático ou computata...
- [1] Há um arquétipo da vida. [3] Os seres
vivos, em especial o humano, devem ser contemplados, admirados. RESP.:
Sim, é preciso desenvolver uma admiração, uma veneração,
por todos os seres vivos, o que não faz sentido do ponto de vista
material. Como se pode amar uma matéria? Se houvesse admiração
e veneração pela natureza, não a estaríamos
destruindo.
- [1] As delimitações da máquina, e a certeza
que a máquina não será como um ser humano e vice-versa.
[2] Não ficaram dúvidas e sim reflexões.
[3] Gostei muito do exercícios de focalizar o pensamento.
- [1] O ser humano é extremamente complexo e perfeito.
E as máquinas nunca o superarão. [2] Podemos racionalmente
concluir sobre a existência do espírito como um ser sutil
e invisível que existe em cada um de nós? [3] Palestra
extremamente estimulante. Gostei muito. RESP.: Na concepção
que adoto, o ser humano tem vários membros que não são
físicos, responsáveis (1) pelas manifestações
vitais (o que as plantas também têm), (2) pela consciência
e sentimentos (que os animais também têm); (3) pela autoconsciência
e pensar consciente (que só o ser humano tem).
- [1] Que o ser humano não é uma máquina.
[2] O "modelo" da natureza. [3] Existe transcendência
independentemente do nome que se dê. RESP.: Chamei de "modelo"
para simplificar, e por podermos reconhecer formas em nosso corpo.
- [1] Não há livre arbítrio na matéria.
RESP. Sim, a matéria está inexoravelmente sujeita
às "leis" e condições físicas,
de modo que o livre arbítrio não pode advir dela. Com
a minha teoria das transições não deterministas,
pode-se compreender como algo não físico pode atuar fisicamente
sem violar as leis físicas (decidindo por uma dentre possíveis
transições fisicamente não deterministas).
- [1] Que o ser humano não é uma máquina.
Esta é a certeza que levo comigo. RESP.: Os nazistas trataram
seres humanos como animais. Pode-se ter dó dos animais, pois
eles têm dor como nós, e é por isso que existem
sociedades protetoras dos animais. Mas não faz sentido ter dó
de uma máquina. Tratando-se os seres humanos como máquinas,
o resultado será muito pior do que no nazismo.
- [1] Aprendi várias coisas MT, filosofia etc. [2]
Como é tratada ambiguidade? RESP.: Depende da ambiguidade.
De certo modo, ela tem algo a ver com não determinismo: uma frase
ambígua pode ser interpretada de duas ou mais maneiras diferentes.
- [1] Funcionamento da MT. [2] Didaticamente, qual a relação
entre a indecidibilidade de Turing e a incompletude de Gödel? [3]
Muito interessante e informativo. Grato. RESP.: O primeiro teorema
da incompletude de Gödel trata da impossibilidade de se provar
todos os teoremas de uma teoria matemática a partir de axiomas
enumeráveis. A indecibilidade do Turing mostra que existem problemas
matemáticos para os quais não se sabe se existe ou não
uma solução. São coisas diferentes.
- [1] Aprendi a meditar sobre as diferenças entre homem
e computador, de um outro ângulo. Minha formação
e vida acadêmica no Direito, me fez vê-lo como uma ciência
que nos "esgota", pois é sujeita ao erro humano, já
que o Direito é produzido por linguagem, que é feita por
humanos. Já a Biologia, a Física, a Química são
ciências que não mudam cada vez que mudam os homens, por
que estudam as leis naturais, que são imutáveis (Deus).
Com a palestra do professor, vi que as máquinas de processamento
também padecerão sempre dos mesmos problemas que o Direito,
pois embora sejam modelos matemáticos, são feitas pelo
homem, portanto, são também sujeitas às suas limitações,
imperfeições, e variações (diferentemente
dos seres vivos, que seguem as leis naturais - Deus). [2] Será
que há uma lei natural única que seja a regente de todas
as outras, ou seja, será que existe um modelo em que todas as
leis naturais interagem e coexistem? RESP.: Na verdade, as ciências
aplicadas mudam. A teoria da gravitação de Newton foi
suplantada pela de Einstein. Elas mudam, ou são aperfeiçoadas,
não com os seres humanos, mas com o conhecimento. Só para
complicar: existem dúvidas se há "leis" na natureza.
Quanto a Deus, jamais menciono essa entidade, pois virou mera abstração.
Acho muito mais importante e útil tratar do que o ser humano
tem de transcendental à matéria, pois isso pode ser vivenciado,
como por exemplo o pensamento. Leia meus artigos sobre espiritualidade
em meu site.
5. 23/5/19, para alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro
Universitário FIAM-FAAM, São Paulo, SP. dentro do projeto
Embaixadores da Matemática
do IME; info: prof. Ennio Possebon, ennio-semhifem-possebon@gmail.com
- [1] É extremamente interessante a forma como as máquinas
decodificam códigos. Aprendi a entender códigos binários,
informar se são ímpares ou pares, o que depende do último
número. Os computadores, diferentemente dos seres humanos não
pensam, apenas entendem e dicifram símbolos. [2] Nenhuma.
[3] Palestra incrível, cativante e muito bem estruturada.
RESP.: Atenção, os computadores não entendem
absolutamente nada. Somente seguem regras fixas. São máquinas
sintáticas, e não semânticas. Não existem
máquinas semânticas, com compreensão.
- [1] que o ser humano é genuino, graças a individualidade,
a forma única que toda pessoa tem de pensar, graças a
isso Alan Turing pensou de uma forma diferente de Leibniz, e dessa forma
surgiu a máquina de turing, e as futuras gerações
de máquina. [2] Como funciona o processo de funcionamento
da Maquina de Turing. [3] Uma palestra com muito aprendizado
sábio, importantes para evoluir, mostrando a importância
da concentração e foco mas também não esquecendo
da saúde mental. Referente a lógica da maquina de Turing,
não consegui entender completamente. RESP.: Se
você não compreendeu bem como funciona a Máquina
de Turing, baixe a apresentação e siga-a com cuidado.
- [1] Achei super interessante a palestra, o que o eu mais gostei
foi ouvir sobre a diferença entre a maquina de Turing e humanos,
mesmo sabendo a diferença foi super util saber. [2] A
maior duvida foi entender as transições porém com
o tempo fui conseguindo entender, mais é bem complicada. [3]
Achei a palestra super de boa, exemplos que deixaram fácil a
compreensão do que estava sendo dito, e a interação
com os alunos foi boa, principalmente na parte de relaxar, trouxe uma
leveza e nos deixou mais confortaveis. RESP.: Talvez você
soubesse aquela diferença intuitivamente. Eu expliquei racionalmente.
O funcionamento da Máquina de Turing é muito simples,
dê uma estudada na apresentação em ppt.
- [1] O que aprendi de mais importante foi como é feita
a máquina de Turim, como multiplico números binários
por [2] [3] Assunto interessante, diferente do que estamos
acostumados. Bem interativo. Me fez olhar por outro ângulo algumas
coisas.
- [1] Como foi criada a maquina de Turing e que um computador
nuca vai poder substituir o humano. [2] Eu gostaria de saber
por que o computador trabalha apena com símbolos e não
comando por escrito. [3] Muito interessante, aprendi coisas que
eu não sabia e me fez pensar em coisas que eu nuca tinha parado
para me questionar. RESP.: O programador pode escrever seu programa
em um papel. Quando insere no computador, precisa digitá-lo em
um teclado.
- [1] Maquina - objetivo e universal. Ser humano - subjetivo
e individual. [2] Simbolos e sistemas. [3] A aula foi
muito produtiva, e nós ofereceu bastante conhecimento e não
deu a oportunidade de pensar doq ouvimos dizer e oque a mídia
diz sobre os robos e programas de computador.
- [1] Aprendi muito sobre a maquina Turing, sua instrução,
ela grava, o cabeçote se desloca para esquerda e direita. Após
a "#" o cabeçote vai para a direita até a última
"#" gravando todos os números que aparecem (um de cada
vez), voltando após a última "# para identificar
se é par ou ímpar. Como multiplicar o binário por
[2] Somar dois números unários. Se o ser humano
é uma máquina. [2] A dúvida que realmente
ficou foi como Valdemar consegue ser tão inteligente e prender
os alunos em sua palestra (muito interessante. [3] Palestra incrível,
onde foi possível absorver muito conhecimento. RESP.:
Eu uso várias técnicas nas minhas palestras, a fim de
interessar os ouvintes, como por exemplo mostrar um genuíno entusiasmo
pela matéria, interagir com os ouvintes, não usar uma
voz monótona, olhar para os ouvintes e não para a tela
ou quadro negro, verificar se os ouvintes estão acompanhando
etc. Qualquer professor pode usar as mesmas técnicas.
- [1] Vulnerabilidade da matemática. [2] Nenhuma.
[3] Excelente didática e organização.
- [1] A palestra me fez refletir sobre a nossa existência
e a pensar um pouco mais sobre nossa individualidade e relação
com a tecnologia. [3] Adorei a palestra, muito dinâmica
e o prof. Valdemar trás exemplo do nosso cotidiano. Muito empenhado
em ensinar. Obrigada.
- [1] Como funciona a programação da maquina de
turing. [2] maquina de turing com múltiplas fitas. [3]
Uma palestra muito informativa, e interessante, com aprendizado muito
sabio e lógico que leva a considerações filosóficas
essenciais. RESP.: Uma Máquina de Turing com várias
fitas precisa ter um cabeçote por fita, e cada transição
deve especificar de que fita está tratando; é preciso
estender as 5-plas ordenadas das transições para conter
mais um símbolo especificando a fita. Mas o mais importante é
que essa e outras extensões não aumentam a potência
da MT, pois é possível demonstra que uma MT padrão
pode simular qualquer outra com alguma extensão.
- [1] Aprendi sobre a maquina de turing e mais sobre os computadores.
[2] Sobre como ela funciona direito, e por que não da
para construí-la. RESP.: Não dá para construir
uma Máquina de Turing pois a fita deve ser infinita.
- [1] A palestra foi bastante esclarecedora sobre a maquina de
turing e sua especificação e particularidades, com as
várias etapas foi possível ter outras perspectivas de
seu funcionamento e compreender seu contexto e impacto histórico.
[2] O funcionamento é de forma básica porém
mesmo assim tende a ser um tanto complexo de se compreender, foi uma
dúvida inicial porém com o passar da palestra esclarecida.
- [1] O computador não tem as mesmas capacidades de um
ser humano. Como funciona a maquina de TURING (M.T.). O ser Humano não
é uma máquina. [2] Qual o objetivo da palestra?
[3] Acho que a palestra não tem a ver com a matéria.
RESP.: Atenção, na minha concepção
o ser humano não é uma máquina, mas não
posso provar isso. Usei o fato, por exemplo, de sensações
e sentimentos serem absolutamente subjetivos e individuais, e as máquinas
são objetivas e universais (pelo menos em seu projeto e construção).
Mas alguém poderia contestar dizendo que não sabemos o
que é fisicamente ter sensações e sentimentos,
e que um dia será possível mostrar que é tudo físico
e quantitativo.
- [1] Inteligência á algo amplo. [2] Nenhuma.
[3] Palestra muito bem articulada, descontraída e o mais
importante, informações sobre um assunto pouco discutido
em meu círculo social.
- [1] Que aprender conhecer novos assuntos que não são
da "minha área" é sempre bom. E que as máquinas
não são "maiores" que os humanos. [2]
Como realmente funciona a máquina Turing. [3] Mesmo não
entendendo muito sobre o assunto da palestra, gostei muito do senhor,
e gostaria muito de ter aula com o senhor. Obrigada. RESP.: Reveja
a apresentação para compreender melhor a MT.
- [1] A "inteligência" humana é um conceito
muito profundo e relativo. Com isso, não podemos afirmar
que máquinas possuem as mesmas capacidades de nós seres
humanos, e que um dia iram nos substituir. Nós reagimos a estímulos
do meio no qual estamos inseridos, de acordo com nossas vivências
anteriores; já as máquinas por sua vez apenas manipulam
e reconhecem símbolos. [2] Tive um pouco de dificuldade
em entender o funcionamento da máquina de Turin com base nos
diagramas apresentados. [3] Gratidão por o senhor compartilhar
seus conhecimentos conosco. O senhor desmistifica muitos conceitos pré-estabelecidos
e muitas vezes usados de maneira incorreta. Mudou minha visão
sobre muitos assuntos. RESP.: O ser humano pode ser criativo;
criar algo sem que isso seja consequência de vivências anteriores
ou de percepção do meio ambiente. Para entender melhor
o funcionamento da MT, reveja a apresentação.
- [1] O que aprendi de mais importante foi em relação
a como é feita a máquina de Turin. [2] O que eu
tive mais dúvida foi na multiplicação de números
binários. [3] Achei muito interessante esse conhecimento
passado para nós, acredito que ele amplia nosso conhecimento
de uma forma ampla e nos faz enxergar as coisas de forma diferente.
RESP.: Eu mostrei a multiplicação de um número
binário por 2, e não a multiplicação geral
de 2 números binários quaisquer, mas esta última
é muito mais simples do que a multiplicação de
2 números decimais.
- [1] O funcionamento de uma maquina de turing, e como "fazer"
o funcionamento de uma. Sobre os números também binários.
[2] Nenhuma. [3] Palestrante bem animado, com ótimo
conteúdo para explicação aos alunos, com um bom
gingado para explicação.
- [1] Sobre a maquina de turing, como movimenta suas etapas,
como numeros binarios e outras formas, e que a inteligência artificial
não é superior a inteligência humano. Em questão
ao calculos, é mais rapido do que um humano, mas humano tem uma
inteligência mais ampla. [2] Simbolos de turing fiquei
com algumas duvidas. [3] Muito boa palestra, muito inteligente,
acrescentou no meu ensino. RESP.: reveja a apresentação.
- [1] A MT Ñ calcula, nem copia, manipula simbolos matemáticos.
Maquina é universal; tudo se resume à numeros. [2]
Nenhuma. [3] Boa abordagem do palestrante, forma verbal bem expressada,
com alto nível de entendimento. Forma bem humorada e descontraida.
Boa absorção do conteúdo. OBS: Maquina é
algo produzido pelo homem, planejado.
- [1] Que é muito importante a consentração
e também aprender novas linguas, para obter maior rendimento
e rendimentos academicos e na vida. [2] Gostaria de saber em
qual momento vamos usar (a maquina de turing) na na nossa carrera? Ou
no nosso cotidiano? RESP.: Foi seu professor que escolheu a palestra;
eu tenho outra que, em minha opinião, traria impulsos para sua
carreira de arquiteta. Mas a palestra não teve esse intenção,
e sim transmitir conhecimentos que acho fundamentais, como a diferença
entre seres humanos e computadores.
4. 18/9/18, no Instituto de Ciências Exatas da Universidade
Federal de Juiz de Fora, São Pedro, Juiz de Fora, MG. dentro do
projeto Embaixadores da Matemática
do IME; info: prof. Heder Soares Bernardino heder.arr ice.ufjf.br (as
avaliações a partir da 18ª inclusive, foram inseridas
em 26/11/18).
- [1] Além do conhecimento sobre Alan Turing e sua máquina,
as partes mais importantes para mim foram as reflexões existencialistas
sobre a natureza do próprio ser humano, ao confrontar as capacidades
do mesmo com as máquinas cada vez mais desenvolvidas atualmente.
Em resumo, eu aprendi que eu sou muito mais interessante e complexo
do que o meu celular. [2] A minha maior dúvida foi a existência
de um modelo metafísico que descreva todas as coisas e se, um
dia poderemos prová-lo. [3] Professor, eu poderia passar
mais algumas horas ouvindo e discutindo suas ideias, algumas fazem muito
sentido em particular. Adorei sua apresentação, o Sr.
é um professor incrível. RESP.: O modelo a que
me referi é mental, da natureza de nosso pensamento, por isso
podemos captá-lo com nosso pensar. Não é possível
provar fisicamente algo que transcende a matéria física,
que é metafísico. Mas pode-se achar evidências de
sua atuação, por exemplo na simetria das mãos e
das orelhas. O próprio pensar é, para mim, uma das evidências
mais fortes, pois tenho a vivência (e certamente todas as pessoas
podem ter a mesma vivência) de poder determinar o próximo
pensamento. Se ele fosse físico, isso não seria possível,
ele seria determinado pelo cérebro e não pelo meu "Eu".
- [1] O ser humano é uma "coisa" muito complexa
e nós não nos entendemos completamente para poder nos
"transformar" em códigos computacionais. [2]
Se os computadores jamais simularão o cérebro humano,
as redes neurais, o "machine learning" e todos os outros métodos
que tentam simular o cérebro humano estão fadados ao fracasso?
Faço essa pergunta pois penso em trabalhar nessa área.
[3] A palestra foi ótima, me senti bastante enriquecido.
RESP.: O que os computadores fazem é simular os resultados
de certos tipos de pensamento, como por exemplo fazer um cálculo
aritmético. Aliás, a esse respeito há uma "lei"
de Setzer:
www.ime.usp.br/~vwsetzer/jokes/leis.html
"Um programa que simula algum comportamento humano demonstra uma
maneira como o ser humano não 'funciona'"
Eu conjeturei que o objetivo de fazer os computadores pensarem e sentirem
como os seres humanos está fadado ao insucesso. Mas isso não
significa que o computador não pode ultrapassar, até com
vantagem, a capacidade humana em determinados processos, como por exemplo
fazer cálculos aritméticos e escolhas lógicas.
(O ser humano toma decisões, o computador faz escolhas lógicas,
o que é bem diferente.) A maior parte dos acidentes de trânsito
são devidos a falhas humanas; se carros totalmente autônomos
causarem menos acidentes, eles terão ultrapassado a capacidade
humana de dirigir.
- [1] O funcionamento da máquina de Turing. [2]
Se um dia, apesar do que o Sr. falou, a máquina consiga ter a
mesma Inteligência que nós, humanos. [3] Um palestra
muito boa, mas bem longa (minha opinião). RESP.: Minha
conjetura é que as máquinas jamais terão a inteligência
humana. Mas, como mostrei, isso depende do que se entende por inteligência.
Em meu artigo sobre I.A.
www.ime.usp.br/~vwsetzer/IAtrad.html
eu caracterizei dois tipos de inteligência: a incorporada e a
criativa, e disse que máquinas, plantas, animais e até
a Terra têm inteligências incorporadas. Mas só os
seres humanos têm inteligência criativa. Essa jamais será
ultrapassada pelas máquinas.
- [1] Funcionamento da máquina de Turing. As besteiras
que estão sendo ditas sobre inteligência artificial. [2]
Gostaria de saber um pouco mais sobre essa máquina: por exemplo,
qual a similaridade com a máquina do filme "Jogo da Imitação".
[3] Gostei muito. Parabéns, professor. RESP.: Como
eu citei na palestra, a máquina do filme era a que decodificava
as mensagens da máquina Enigma dos nazistas, e que foi desenvolvida
por Turing e sua equipe. Não há nada em comum entre as
duas. Curiosamente, como eu citei, o "jogo da imitação",
usado por Turing para seu famoso teste sobre a capacidade dos computadores
imitarem os seres humanos, não tem nada a ver com a máquina
Enigma. O filme não trata do "jogo da imitação"
(teste de Turing); o nome do filme está errado.
- [1] O conceito da máquina de Turing e de que qualquer
outro problema matemático resolvível por um computador
pode ser estruturado como um algoritmo que resolva o problema na máquina
de Turing. [2] Minha dúvida é se de fato uma experiência
de um pensamento não pode ser sentida por outra pessoa, pois
é facilmente observado que o ser humano consegue, sim, ter a
experiência do que a outra pessoa pode estar sentindo naquele
momento (de forma reduzia), isso mostra que apesar dos pensamentos serem
individuais, as sensações podem, sim, serem compartilhadas
e vivenciadas por outros organismos. RESP.: Sim, uma pessoa pode
pensar em algo, transmiti-lo a outra e ela pensar exatamente a mesma
coisa, por exemplo algum ente ou dedução matemáticos.
Os pensamentos podem ser universais, não dependerem, da pessoa
que pensa. Isso não se passa com os sentimentos. Como eu citei,
se você comer um caqui, só você estará sentindo
o gosto do caqui, de sua maneira. Uma outra pessoa que comer o mesmo
caqui sentirá o gosto de sua maneira. Da próxima vez que
você encontrar um marciano recém chegado, supondo que em
Marte não há caquizeiros, experimente descrever a ele
como é um gosto de caqui: isso é impossível. Cada
pessoa tem que vivenciar esse e outros gostos por si própria.
Essas são sensações. O que se pode reconhecer em
outra pessoa não são suas sensações, mas
seus sentimentos. Por exemplo, imagine que o caqui esteja verde, cheio
de tanino. Se você o comer, fará uma careta, e outra pessoa
poderá garantir que você não gostou do caqui, mas
jamais poderá sentir o seu sentimento de repulsa pelo gosto do
caqui. Assim, pode-se por exemplo reconhecer que uma pessoa está
alegre ou triste, mas não se pode sentir a alegria ou a tristeza
dela. Por isso eu diss que sensações e sentimentos são
absolutamente subjetivos e individuais. Como os computadores são
objetivos e universais, como mostrei, minha conclusão é
que jamais terão as sensações e sentimentos humanos.
- [1] Como funciona de forma básica a máquina de
Turing. [2] De onde veio esse "modelo" a que você
se refere? A conjetura de que há processos não físicos
baseada na sua afirmação de que não sabemos o que
é matéria é realmente um argumento a ser considerado?
Já que o modo de pensar materialista nos levou até o estado
em que estamos hoje. A sua base para esse argumento (o pensamento etc.)
passa fortemente pela sua visão enviesada e, perdão, pela
falta de conhecimento biológico e a vontade de que sua ideia
esteja correta, e por isso pode estar errada. A discussão passa
pela filosofia fortemente, e muitas vezes devemos distinguir um "experimento
mental" da realidade. Um processo não físico, não
pode, por definição ser demonstrado. Talvez por isso fiquei
conhecendo suas ideias, ou melhor a primeira vez que conheço
ideia semelhante a essa, é com o Sr. e não por uma notícia
ou algo "escandaloso", em uma revista científica por
exemplo. Acho que é um argumento muito frágil, e apesar
de nãos ser impossível, não merece ser levado em
consideração, pelo menos no mesmo nível de teorias
já comprovadas. De onde veio esse modelo? Qual a alternativa
para ela [ilegível]? A resposta para essas perguntas baseada
em evidências amplamente aceitas seria interessante. [3]
Ponto de vista interessante. RESP.: O que eu disse é que
um materialista ou fisicalista é uma pessoa como que mora e trabalha
em um edifício em que não há o andar térreo.
Ela nega a existência qualquer coisa ou processo que não
seja físico, material, mas não sabe o que é matéria
(os físicos não sabem). Sim, minha concepção
de mundo é bem caracterizada, mas é conceitual e posso
descrevê-la sem usar sentimentos, como se passa com os que se
dizem religiosos. Sim, um processo que não é físico,
como por exemplo, na minha hipótese de trabalho (não é
crença!), os pensamentos e sentimentos, não podem ser
demonstrados fisicamente. Mas todos os vivenciamos! Isto é, todos
somos ocultistas, temos a certeza de que pensamentos e sentimentos existem
mas não podemos demonstrá-los fisicamente. Não
se tem a mínima ideia como é o processo físico
de termos a sensação do gosto de um caqui que comemos.
Isso me permite conjeturar que no processo há algo não
físico se passando. Sobre levar em consideração,
isso depende de cada um. Se uma pessoa se sentir tocada pelos meus argumentos
em prol da existência de processos não físicos,
deveria aprofundar-se nessa teoria. Uma atitude científica básica
é não ter preconceitos. Infelizmente a concepção
de mundo que adoto não é amplamente aceita, pois em geral
os intelectuais são materialistas e preconceituosos em relação
a qualquer coisa que não siga esse ponto de vista. Mas tenho
muitas evidências para mostrar que o mundo não é
só material. Cito apenas duas: a origem da matéria e da
energia físicas e os limites do universo. Ambos não fazem
sentido físico.
- [1] Funcionamento da M.T. Teste de Turing. [2] Um pouco
parcial a respeito de alguns assuntos e não explicou/embasou
esta parcialidade. Não falou sobre "o quarto chinês".
RESP.: Infelizmente tive que ser breve. Você poderia exemplificar
algo que eu devia ter embasado mais? Não tive tempo de abordar
o "Quarto Chinês" de John Searle, veja-o em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Quarto_chin%C3%AAs
Só que Searle parte da "compreensão", mas não
diz o que é compreender. Eu caracterizo o que significa compreender.
Além disso, o teste de Searle é linguístico, e
não comportamental, como o Teste de Turing.
- [1] Sobre a definição formal de uma máquina
de Turing. [2] O Problema da Parada. Não entendi absolutamente
nada, me desculpe. RESP.: Reveja a apresentação,
e tente acompanhar o raciocínio calmamente. Ele é um pouco
sutil. Note que eu coloquei a demonstração gráfica
mas há também uma descrição em forma de
texto, que não usei na palestra, pois falei tudo aquilo.
- [1] Além dos conhecimentos sobre a máquina de
Turing, e as hipóteses advindas dessa, foi o conhecimento filosófico
contido na palestra. [2] Se deve existir um modelo não
físico que descreve e se impõe sobre as coisas como por
exemplo o crescimento simétrico das folhas, como esse modelo
interagiria de forma não física? RESP.: Eu tenho
uma teoria que talvez resolva esse problema milenar: se algo não
é físico, como pode interagir com o mundo físico?
Ela usa transições não deterministas, como descrevi
na palestra, introduzindo-as com a máquina de Turing. Veja o
cap. 6 de
www.ime.usp.br/~vwsetzer/espiritualista.html
- [1] Aprendi sobre o funcionamento da Turing machine. [2]
Se a gente não sabe como se dá o processamento humano,
como pode afirmar que está certo ou errado a comparação
com máquinas? [3] Talvez seja uma boa ideia dar referências
nos slides para perder a tendência de cair no achismo. As afirmações
feitas nas outras áreas de conhecimento podem ser revistas pois
não estão corretas. RESP.: Justamente por não
se saber como funcionamos, não se pode dizer que uma máquina
processa algo como o fazemos. Os resultados podem ser os mesmos, por
exemplo em um cálculo aritmético, mas não se pode
dizer que a máquina seguiu todos os nossos processos.
- [1] Questões filosóficas sobre a própria
vida, ser humano etc., por ser capaz de pensar de uma maneira diferente.
[2] A maior dúvida que ficou foi: uma memória física
não pode ser ilimitada? Por que? RESP.: Para nós,
não existe o infinito. Se há uma implementação
física, ela tem que ser limitada. A propósito, as noções
matemáticas e físicas do infinito são interessantíssimas
e em geral contra-intuitivas. Posso dar uma palestra sobre isso (estou
bolando uma).
- [1] A "simplicidade" e "eficiência"
de uma máquina de Turing. [2] Sobre seu questionamento
em relação à paleontologia. [3] Não
é porque, hoje, não sabemos (a ciência) a explicar
determinadas perguntas que não tenham explicação
(sobre simetria e outras "evidências") ou seja, talvez
apenas o "meio material" (físico) seja o suficiente
para explicar a razão das "evidências" apresentadas
pelo Sr. e só não toma o conhecimento suficiente (ainda!).
RESP.: Não lembro de ter abordado a paleontologia, mas
minha crítica é que a partir de seus ossos não
se pode inferir a vida de uma pessoa. Aliás, está havendo
uma grande controvérsia sobre a origem do homo sapiens, se ele
se misturou com outras espécies de homo ou não, de quando
e de onde é sua origem etc. A meu ver, um dos grandes problemas
é se achar que o ser humano sempre foi do mesmo jeito, sempre
sentia e pensava como nós etc. Por isso a interpretação
marxista da história é a mais chata possível: sempre
foi tudo luta de classes, até nas cavernas. Sobre a falta de
conhecimento "ainda", essa é uma desculpa padrão
dos cientistas: se não conhecemos hoje, algum dia conheceremos.
Tome nota: tenho uma conjetura de que jamais conheceremos o código
usado pelo cérebro, pois ele não existe. Outra: não
vai se achar evidência de vida inteligente fora da Terra, pois
ou ela não existe ou é incomunicável, e tenho um
raciocínio puramente lógico aristotélico para mostrar
isso.
- [1] Utilizar lógica de computação para
analisar problemas de biologia e outras áreas. Máquina
de Turing como arquétipo. As verdadeiras funções
realizadas por um computador, como usos errados de termos como "memória",
e "leitura". [2] Qual seria uma ideia para a teoria
da evolução (pré-DNA). Como seriam os processos
não físicos, e se poderiam ser estudados fora do campo
teórico. RESP.: Minha concepção para a origem
da vida é que ela não foi aleatória. Sim, os processos
não físicos podem ser estudados, e muitos deles o foram.
Só que o método que deve ser usado é uma extensão
do método científico usual. Já existe uma ampla
teoria sobre aqueles processos. Eu não a mencionei pois não
quis fazer proselitismo. Quem se interessar, pode escrever-me. Eu apenas
quis mostrar que se pode pensar de uma maneira conceitual que não
é a usual. Quem não se satisfaz com a maneira usual, que
procure algo diferente. Posso garantir que existe, mas para isso é
preciso não ter preconceitos.
- [1] Como a máquina de Turing funciona e sua importância.
[2] Se existem modelos não físicos agendo sobre
o mundo físico, é possível para o ser humano ser
capaz de "detectar" ou "manipular" esses modelos
não físicos, mesmo estando no mundo físico? RESP.:
Sim, pois temos processos que não são físicos dentro
de nós, como o pensar, o sentir e o querer.
- [1] O professor nos mostra uma outra maneira de interpretar
os fenômenos da vida, desconstruindo a ideologia materialista
que a sociedade e a ciência nos impõe. [2] Como
reconstruir a ciência com essa ideologia "mentalista"
mostrada pelo professor. RESP.: Ver respostas anteriores. Mas,
atenção, eu não quis desconstruir a ideologia materialista,
pois isso é impossível: não é possível
mostrar fisicamente que há algo não físico no universo.
O que eu quis é mostrar que existe a possibilidade de se estender
toda a ideologia materialista, sem negar nenhum fato científico
- mas eventualmente pode-se negar algum julgamento científico,
como a teoria da evolução neo-darwinista, que é
uma mera teoria: ninguém observou a evolução nas
eras geológicas.
- [1] Sobre o fator transcendente e não materialista do
ser humano. [2] Como podemos definir "criatividade"
e qual seria a extensão dessa ideia aplicada às máquinas?
A partir da conjectura de que os computadores jamais pensarão
e sentirão como os humanos, então qual é o parâmetro
básico para definir pensamentos e emoções? Poderíamos
assumir que a subjetividade sensual e pensativa seguem "passos"
bem definidos em si, processos computáveis e distintos, mas que
seguem uma sequenciação coerente e ordenada? E assumindo
isso positivamente, é positivo achar um padrão que é
uma convergência de todos os outros padrões? RESP.:
Segundo o sociólogo do lazer, Domenico de Masi, criatividade
= fantasia + concretividade; fantasia é ter ideias novas, concretividade
é fazer algo de útil para si ou para o mundo. Pensamentos
e emoções não podem ser definidos. São vivências
interiores. No caso dos pensamentos, se são conceituais e universais
podem ser externalizados. Acho que na palestra eu mencionei uma teoria
minha: se você tomar qualquer processo interior de um ser vivo
(como por exemplo o crescimento de um ser vivo ou um movimento de um
braço) e for procurar a causa física dele, e a causa da
causa, e a causa da causa da causa etc., sempre chegará a um
beco sem saída: não há a convergência que
você citou.
- [1] A incoerência sobre a realidade de conceitos computacionais.
[2] Se um dia será possível compreender completamente
o funcionamento do universo e da vida. [3] Palestra interessante
que prende a atenção. RESP.: Na minha concepção
de mundo, jamais será possível compreender completamente
o funcionamento do universo considerando apenas processos físicos.
Aliás, o átomo é incompreensível! Em minha
concepção, no infinitamente pequeno e no infinitamente
grande a matéria física desaparece.
- [1] Aprendi de mais importante que todos os conhecimentos que
a humanidade adquiriu e acumulou durante sua existência são
na verdade uma parcela minúscula do que realmente é a
escênsia da natureza e do universo que nos cerca. [2] A
maior dúvida é de natureza metafísica, mas que
não há respostas para as perguntas, com relação
à transcendência humana e a razão para a existência
do livre arbítrio e do pensamento. [3] Ótimo tema
para reflexão sobre o que realmente somos e qual o objetivo da
ciência moderna em todas as suas áreas. RESP.: Em
minha concepção de mundo, uma das grandes missões
da humanidade é o desenvolvimento do livre arbítrio. É
mesmo possível traçar esse desenvolvimento ao longo da
história. A pertir do livre arbítrio, a missão
seguinte é o desenvolvimento do amor altruísta (que não
é altruísta se não for exercido livremente). A
ciência moderna deu uma contribuição filosófica
muito importante: mostrou que o ser humano pode ser objetivo e expressar
seus pensamentos conceitualmente de maneira clara, dirigida à
compreensão e não à fé ou aos sentimentos.
Infelizmente, ela enveredou por um caminho extremamente parcial. Deveria
haver 3 ciências distintas: a que lida com o que inorgânico,
a que lida com os seres orgânicos e a que lida com os seres humanos.
Ocorre que ela está usando apenas o primeiro enfoque, aplicando-o
a tudo. Com isso, a ciência tornou-se desumana.
- [1] Os conceitos envolvidos na maquina de Turing e os abusos
de linguagem envolvendo computação. [2] Como descrever
o processo humano sem questionar a existência de uma divindade.
RESP.: Minha preocupação com o antropomorfismo
das nomenclaturas da computação, como 'memória',
'processamento de informações' e 'informática'
(computadores e suas redes processam dados, e não informações;
a informação exige compreensão por parte do receptor,
e computadores não têm com preensão (e conjeturo
que jamais terão compreensão verdadeira), 'inteligência
artificial', 'aprendizado de máquina' etc. Em minha opinião
essas denominações erradas (pois não sabemos o
que é memória, inteligência, aprender etc.) degradam
o ser humano ao nível subnatural das máquinas, e elevam
as máquinas ao nível humano. Não sou contra o uso
delas, mas gostaria que as pessoas que as usam tivessem consciência
de que o computador não é nada disso, e o ser humano é
muito mais.
- [1] Aprendi que muitas questões filosóficas humanas
se misturam com muitos conceitos da computação e qual
o poder da computação para entende-las. [3] Achei
interessante pois contesta algumas teorias em alta atualmente e forneceu
uma hipótese nova a considerar, além disso as questões
filosóficas abordadas na palestra foram bastante interessante.
RESP.: Cuidado. Em minha concepção de mundo, jamais
se entenderá o ser humano tendo como ponto de partida o computador,
como muitos cientistas da assim chamada Inteligência Artificial
queriam (é a chamada "hard I.A.").
- [1] Alguns temas podem ser mais complexos do que parecem. [2]
Como se definiria algo não físico? [3] A explicação
sobre maquinas de Turing foi muito boa. Assista "Serial experiments
Lain", é parecido com a palestra. RESP.: Eu tenho
dificuldades de falar e escrever sobre temas que envolvem algo que não
é físico, pois teria que apresentar uma teoria muito extensa.
Estou ciente de que não se pode definir algo por exclusão.
No fundo, eu quis me referir ao fato de que, na minha concepção
de mundo, há processos e substâncias que não podem
ser reduzidos a processos e substâncias físicos. Por exemplo,
o que dá vida aos seres vivos não pode ser reduzido a
fenômenos físicos, é um membro que eles têm,
de uma 'substância' que não é física. Note
que a ciência não sabe o que é a vida! Assisti a
primeira pare do "Serial experiments". Tenho uma grande objeção
aos desenhos animados: todos eles são caricaturas da natureza
e dos seres humanos. Esse parece ser um desenho sobre o sobrenatural
mas, como acontece quase sempre, o sobrenatural é apresentado
de maneira material, o que é um engano muito grande.
- [1] A diferença entre humanos e computadores, além,
de falácias e ideias errôneas atuais na computação.
[2] Como pode algo tão desordenado como o ser humano funcionar?
RESP.: O ser humano não é desordenado. Se o fosse,
estaríamos constantemente doentes, pois germes não faltam
em todo lugar. Se ele fosse um ser puramente físico, aí
sim, seria totalmente desordenado. Não são as forças
físicas que estabelecem sua estrutura física. Se assim
fosse, os seres vivos seriam ou amorfos ou cristalinos, sujeitos apenas
a transformações devidas a fatores externos.
- [1] Questionamentos são sempre construtivos independente
da natureza deles. [2] Qual é a sua teoria evolutiva (pois
disse que a vigente não satisfaz totalmente). [3] Achei
que em determinados momentos você força que o ouvinte chegue
a mesma conclusão que você, e que vc utiliza do apela a
ignorancia muitas vezes. RESP.: Minha teoria da evolução
é que nem todas as mutações e nem todos os encontros
levando a alguma seleção são casuais. Eu tento
não acreditar em nada, e ter apenas hipóteses de trabalho,
sempre sujeitas a comprovação e a revisão. Uma
das primeiras coisas em que não acredito é justamente
no acaso. Eu apelei para a compreensão de vocês, e o faço
em todas as palestras; transmiti apenas conceitos (mas reconheço
que muitas vezes coloco entusiasmo em meu tom de voz). Com isso, tento
preservar a liberdade de quem está me ouvido.
- [1] O pensamento humano não pode ser reproduzir por
computadores (máquinas) por possuir componentes, características
não físicas, materiais. [2] As máquinas
seriam capazes de simular o pensamento humano de modo que não
se consiga distinguir de um funcionamento de uma máquina? [3]
A palestra conseguiu lidar com a matemática por trás da
computação e suas consequências filosóficas
de forma clara e objetiva. RESP.: Sim, as evidências são
muitas e fortes para se concluir que o pensamento não é
um processo puramente físico. Por exemplo, se o fosse, não
poderíamos concentrá-lo; não conseguiríamos
nem mesmo efetuar uma soma armada. Não me parece que as máquinas
serão capazes de simular o pensamento humano de modo que elas
se tornem indistinguíveis deles, de um ponto de vista comportamental
linguístico. Isto é, acho que jamais as máquinas
passarão realmente o teste de Turing, se quem fizer o teste tiver
uma boa inteligência e cultura. Por exemplo, todos os sistemas
de I.A., como por exemplo os de 'deep learning' são especializados
em pouquíssimas funções. O ser humano é
um generalista.
- [1] Aprendi como funciona a Máquina de Turing e afirmei,
através dela, que a forma como eu penso é semelhante em
relação aos computadores e inteligência artificial.
[2] As minhas dúvidas foram solucionadas durante a palestra.
[3] A palestra é muito interessante e informativa. Vejo
que as ideias que há em relação à IA estão
sendo passadas à população estão incorretas,
mas vi na palestra os fundamentos para comprovar isto. RESP.:
Não, a maneira como você pensa não é semelhante
à maneira como os computadores processam dados. Para começar,
não se sabe como o ser humano pensa.
- [1] Aprendi que nossa compreensão do universo é
sempre limitada, porque sempre haverá algo que a gente não
sabe. E nos comentários finais percebi que não devo ter
a mente "presa" em nada. [2] A maior dúvida
que ficou é quando definir uma aproximação boa
o suficiente do que eu sei pra fazer algo. Porque analiticamente é
"fácil", mas e pro resto? [3] Eu me interesso
por essa área de "IA" e o que eu tenho ideia de pesquisa
acaba entrando em filosofia, por isso as minhas perguntas foram meio
"peculiares". RESP.: Cuidado, é o método
científico atual que produz limitações no conhecimento,
como já foi exposto por Kant. Mas ele não imaginava que
poderia existir outros métodos mais amplos, sem limitações.
Note que você tem a intuição de que algo que sabe
está correto. Se duvidássemos de tudo o que percebemos
e pensamos, seríamos esquizofrênicos, pelo menos esquizoides.
3. 9/5/18, na Semana de Eventos IDEAR da Universidade São Judas,
campus UNIMONTE, Santos, SP, dentro do projeto Embaixadores
da Matemática do IME; info: Debora Agraz Cutino Nogueira debora.nogueira.arro.ba
unimonte.br
- [1] O funcionamento do acionamento de uma máquina. [2]
Não entendi como o professor fez a soma dos números binários
e depois elevou ao quadrado. [3] Adorei a palestra, professor
bem interativo, tira bastante dúvida, aponta os erros e corrige,
bem comunicativo e objetivo. RESP.: Cuidado, vimos a essência
das máquinas digitais, e não de todas as máquinas.
Vimos um como seria o algoritmo de uma soma de números unários,
e não binários. Não houve exemplo de elevar ao
quadrado.
- [1] A diferença entre o pensamento humano e o funcionamento
das maquinas. [2] O problema da parada. [3] Gostei muito
da abordagem filosófica. RESP.: Cuidado, conhecemos perfeitamente
o funcionamento lógico das máquinas digitais, não
conhecemos o funcionamento do pensamento. Veja a apresentação
em ppt e estude o problema da parada, usando a representação
gráfica e a textual que vem logo em seguida.
- [1] Dispositivo teórico elaborado por Alan Turing tem
uma fita e cada celula contem alfabeto finito. Um cabeçote, registrador
de estados e uma tabela de ação. [2] Duvida pessoal
foi como um matematico chegou a elaborar a maquina/raciocínio
Como provou que a matematica não consiste em resolução
de todos os problemas. [3] Conteudo coplexo porem passado de
forma simples e unica que torna não tão complexo de entender.
Didatica muito boa. RESP.: Cuidado, cada célula da fita
de entrada ou saída contém apenas um símbolo de
um alfabeto, que é sempre um conjunto finito. O que você
chamou de "ação" é o conjunto de transições
que, de fato, como você diz, pode ser representado como uma tabela.
O que Turing provou é que existe problemas matematicamente bem
definidos para os quais não se sabe se têm solução
ou não.
- [1] Que os computadores são limitados a aquilo que nós
o ensinamos pois mais magnifico que possa parecer, tudo é apenas
uma programação ordenada. [2] Em alguma fase da
vida podemos ser comparados a um M.T, levando em contas que também
aprendemos até nos tornamos um ser individual. RESP.:
Cuidado, não "ensinamos" um computador; fornecemos
dados e ele calcula parâmetros e armazena dados e resultados.
Se fazemos cálculos e manipulamos símbolos, podemos ser
comparados, do ponto de vista do resultado, a uma M.T. ou a um computador.
Aliás, os computadores ganham de longe... Mas temos ações
mentais que não podem ser simuladas por um computador - por exemplo,
gostar de algo, pois o sentimentos são absolutamente subjetivos
e individuais, como mostrei.
- [1] Máquina de Turing. É uma máquina abstrata
matemática. Turing fez um teste para definir a inteligência
artificial. As máquinas não leem, reconhecem símbolos.
Como a MT funciona. Seus (os) Estados. Diagrama de Estados. A única
coisa que ela faz é escolher uma transição baseada
no símbolo de entrada. Um máquina discreta. É o
arquétipo de todas as máquinas digitais. Com a MT, Turing
provou que nem todos os problemas matemáticos podem ser resolvidos.
Turing foi essencial na derrota contra a Alemanha na 2ª Guerra
Mundial. Quebra o código da Máquina alemã. [3]
Professor, gostei muito de sua explicação sobre o por
que somos livres, caso pudesse me mandar em suas palavras via e-mail
ficaria grata! (quero mandar para minha antiga professora de filosofia).
Obrigada pela oportunidade de uma palestra maravilhosa dessas que o
senhor teve o prazer de nos proporcionar. RESP.: Parabéns
por ter anotado tantos tópicos abordados! Não expliquei
como somos livres, ninguém pode provar isso. Fiz vocês
terem a vivência do livre arbítrio no exercício
mental de rodar o antebraço na horizontal. Quem sabe vou escrever
a você pessoalmente sobre minhas evidências para se vivenciar
individualmente o livre arbítrio.
- [1] Que a complexidade do raciocinio humano não pode
ser exemplificada racionalmente por uma máquina, mas sim apresentada
matematica utilizando quaisquer algoritmo finito. [2] Até
onde a máquina é capaz de processar, ou melhor, seria
capaz de simular uma personalidade humana e tomadas de decisões
lógicas complexas como o ser humano? [3] O grafeno poderia
contribuir para um melhor desenvolvimento de inteligências artificiais
mais rápidas e menores? RESP.: Não se sabe como
o ser humano toma decisões, portanto isso não pode ser
introduzido em uma máquina. Pode-se simular nela uma tomada de
decisão, mas terá que ser reduzida a uma escolha lógica.
O grafeno permite construir condutores com certas vantagens (poder ser
enrolado, por exemplo). No máximo, aumentará a velocidade
os computadores.
- [1] Pensamos, logo somos. [2] Com cheguei ao final da
palestra, não há espaço suficiente para as dúvidas.
[3] Assunto fascinante! Vou pesquisar no site. Parabéns.
RESP.: Em minha concepção de mundo e do ser humano,
pensamos portanto não somos seres puramente físicos.
- [1] Aprendi o funcionamento básico das maquinas, e gostei
principalmente de como o professor desenvolveu ideias filosóficas
de inteligência e liberdade. [2] Dúvida referente
ao que foi passado, eu não tive, só tenho que procurar
aprimorar o conhecimento obtido. [3] Ótima forma de ensinar,
me deu uma nova concepção/um novo jeito de olhar as coisas
"simples". É genial a forma como o professor demonstra
que o ensino é materialista e que nós temos que enxergar
o mundo por outros ângulos. RESP.: Cuidado, vimos o funcionamento
básico das máquinas digitais. Deve-se ter abertura a falta
de preconceito para examinar qualquer concepção de mundo;
essa é uma atitude científica. O ensino normalmente induz
o materialismo; é preciso um esforço para se entrar em
contato com concepções racionais não materialistas.
- [1] O que mais achei interessante para meu aprendizado foi
que a computação das operações de leitura,
iscrita e exclusão de símbolos binarios poderiam ser satisfeitas
por uma maquina que continha uma fita de comprimento ilimitado. [2]
Qual a logica que Turing teve para ter essa ideia. [3] Uma palestra
muito interessante, absorvi novos conhecimentos!!! RESP.: qualquer
processamento simbólico discreto pode ser feito por uma M.T.
Acho que o Turing estava à frente de seu tempo; naquela época
não se pensava tanto em máquinas, muito menos digitais.
- [1] Que o computador não calcula, ele combina símbolos
e que todo problema matemático tem solução. [2]
Não entendi como se multiplica um número binário
por [2] [3] Achei interessante saber que Não há
máquina digital abstrata mais potente do que a máquina
de turing. RESP.: Eu mostrei como o Turing provou que nem todo
problema matemático tem solução (era a conjetura
de Hilbert): não se pode construir uma M.T. universal que examina
qualquer M.T. e prova que ela para ou não para quaisquer dados
de entrada (Problema da Parada).
2. 9/3/18, palestra na disciplina MAC-0119 "Introdução
à Programação" para alunos do Instituto de Ciências
Biomédicas (ICB) da USP, no Instituto de Matemática e Estatística,
Cidade Universitária, São Paulo; info: prof. Roberto Marcondes
Cesar Junior rmcesar at#arroba usp.br
- [1] Aprendi que, ao contrário da crença popular,
os computadores modernos jamais alcançarão a complexidade
da mente humana (ao menos até ser definida a concepção
de mente e inteligência). Honestamente, imaginei que sairia da
sua palestra mais fascinada por matemática do que quando entrei
(o que não está errado, sua palestra realmente me deixou
impressionada sobre a Máquina de Turing e com altas expectativas
para as aulas de programação), mas ainda eu redescobri
meu fascínio pelo corpo humano e os mistérios que ele
abriga, o que me trouxe inicialmente para o curso de biomedicina. [2]
Por enquanto não tive tempo de digerir todas as informações,
mas tenho certeza que assim que absorvê-las as dúvidas
surgirão aos baldes. [3] Sua aula excedeu em níveis
absurdos todas as expectativas que eu tinha sobre a primeira aula de
programação. Fico profundamente agradecida ao senhor.
RESP.: Em minha concepção de mundo, jamais teremos
uma definição de mente e inteligência, elas não
são definíveis. Só podemos vivenciar e caracterizar
os seus efeitos.
- [1] Aprendi que a inteligência é algo além
do que compreendemos o raciocínio lógico
e que máquinas são somente ferramentas que identificam
códigos que damos a elas. [2] A maior dúvida que
ficou foi o que difere os seres humanos das máquinas. O que nos
torna não puramente físicos? [3] A teoria sobre
Máquina de Turing foi maravilhosa, mas o incentivo ao pensamento
sobre nossa essência, o que difere nós de máquinas
e como sabemos pouco sobre a natureza foi maravilhosamente engrandecedora.
Obrigada! RESP.: As máquinas digitais interpretam
códigos. No caso da MT, a "máquina" interpreta
os símbolos de entrada e saída de uma trasição
(ou quíntupla ordenada), bem como o "movimento" do
cabeçote efetivando-o, e produz a mudança de estado pois
interpreta o nome do estado seguinte ao atual, e torna-o o novo atual.
É importante compreender que um computador não executa
um programa (a extensão .exe do Windows está errada!);
ele interpreta o código do programa, e executa cada instrução
dele em seus circuitos, que poderiam ser programas, usando circuitos
mais básicos! Por exemplo, uma soma poderia ser feita por instruções
de um programa, em lugar de ser feita por meio de circuitos eletrônicos.
- [1] O mais importante que aprendi seria a compreensão
do ser humano como um ser diferente de um sistema maquinário.
Entender que o funcionamento do computador não depende da máquina,
mas sim do homem é importante para a visão de mundo. [2]
A maior dúvida seria como os espaços nas Máquinas
de Turing são programados previamente. [3] A aula foi
muito boa e importante tanto no conhecimento para programação
quanto para a vida. O que eu recomendaria acrescentar seria um ensino
da leitura de binários. RESP.: Tentei mostrar algumas
evidências que me levam a uma concepção de mundo
permitindo admitir, por hipótese de trabalho, que o ser humano
transcende a natureza física. Tenho muitas outras evidências.
Mas não é só o ser humano, também o resto
da natureza e mesmo o universo. Em termos deste último, só
como exemplo, obviamente a origem da matéria e da energia não
pode ser física, e os limites do universo não fazem sentido.
Quanto aos "espaços" da MT, quem sabe você está
se referindo ao programa do Controle Finito, que representei como diagrama
de estados. Na aula, dei um exemplo completo (deduzir se um número
binário é par ou ímpar). Programar uma MT pode
ser considerado com desenhar o seu diagrama de estados. A importância
para a vida é o reconhecimento de que é possível
admitir que o ser humano não é somente físico,
baseado em evidências - eu usei o pensar, o sentir e as formas
de seres vivos, como por exemplo o fato de que no crescimento mantemos
as mãos com muita simetria.
- [1] A compreensão sobre como a Máquina de Turing
funciona, e os princípios dos pensamentos lógicos na programação.
Além disso, as limitações dos sistemas. [2]
No "Problema da Parada" o primeiro exemplo em que T1
é gerado por T3, ocorre o mesmo problema de parada
que no exemplo em que T3 gera o próprio T3?
Como resolver o problema da parada? [3] Foi muito construtivo
tudo o que foi dito na palestra, inclusive as dicas, e as hipóteses
que nos fazem pensar e questionar o que somos ao redor dos conceitos
de limitações das máquinas em relação
ao que somos essencialmente. RESP.: No Problema da Parada, no
primeiro exemplo não ocorre o segundo problema ao qual você
se referiu. No primeiro caso, não há contradição.
Tente estudar calmamente o Problema da Parada usando minha apresentação.
Introdizi uma mudança em um slide mostrando como seria o caso
de duas MTs usando uma só fica, de modo que T3 pode
ativar T[2]
- [1] Inteligência social é essencial. [2]
Como sai da Máquina de Turing para computadores modernos. [3]
O professor precisa atualizar seus conhecimentos biológicos para
o final da palestra. RESP.: Atenção, não
existe só inteligência lógico-matemática
e social. Existem inteligências intrapessoal (p. ex. conhecer
os próprios limites), musical, espacial, cinestésica etc.
Quanto aos computadores (não só os modernos, mas desde
os primeiros!), uma das diferenças básicas é que
tanto os programas (o diagrama de estados na MT) como os dados que eles
processam estão gravados na "memória", sendo
normalmente indistinguíveis. Pergunte ao prof. Roberto como o
computador distingue dados de instruções. Em respeito
aos meus conhecimento biológicos, realmente são parcos.
Mas a esse respeito eu disse algo que não é verdade?
- [1] Aprendi que o ser humano e os computadores são muito
diferentes apesar da ciência atual tentar aproximá-los
e sobrepô-los, até, em alguns casos, tenta colocar a máquina
como superior aos seres humanos. No entanto, a máquina não
possui sentimentos ou sensações próximas, nem mesmo
consegue chegar a uma resposta sem ter sido programada anteriormente,
ou possui livre arbítrio. [2] Não entendi muito
bem como ocorre a transcrição na fita da Máquina
de Turing. RESP.: Em várias funções, as
máquinas são superiores aos seres humano, como tratores,
aviões e computadores no que concerne velocidade e menos falhas
em cálculos e manipulação de símbolos. Computadores
também não têm compreensão. De fato, um programa
é um conjunto de regras que o computador interpreta para executar
alguma manipulação simbólica. Nesse sentido, computadores
são máquinas puramente sintáticas. Nós temos
semântica, compreensão. Na minha concepção,
no pensamento podemos não seguir regra alguma, isto é,
temos livre arbítrio. Por exemplo, podemos nos impor nosso próximo
pensamento e concentrarmo-nos nele.
- [1] Aprendi que uma máquina nem sempre é mais
inteligente que o ser humano, por que existem diversos tipos de inteligência.
[2] Tive dúvida na Teoria da Indecisão. [3]
Professor muito simpático, adorei o fato de ele falar alemão
por que é uma língua fantástica. Adorei o termo
"besteirol". RESP.: Um computador pode executar melhor
tarefas às quais associamos inteligência, como por exemplo
fazer contas. No meu artigo www.ime.usp.br/~vwsetzer/IAtrad.html
eu caracterizei "inteligência incorporada", que todas
as máquinas e seres vivos têm, e "inteligência
criativa", que só o ser humano tem. Quanto ao Problema da
Decisão de Hilbert, ele tratava de algo relativamente simples
de ser exposto: "Qualquer problema matemático bem formulado
tem solução". Mostrei que, com o Problema da Parada,
Turing mostrou que isso não era verdade, isto é, há
problemas matemáticos indecidíveis.
- [1] Aprendi que deve ser possuir senso crítico e se
manter firme nas propostas, de forma coerente, mesmo que contra o senso
comum. [2] Nenhuma. [3] Palestra muito interessante, informativa,
mas um pouco desfocada da proposta em certos momentos. RESP.:
Sim, eu tenho toneladas de coisas para contar, e aproveito as palestras
para abordar rapidinho umas e outras fora do assunto em pauta.
- [1] Eu aprendi a construir um diagrama para transitar de um
estado para outro por meio de comandos baseados nas quíntuplas
ordenadas, além de aprender sobre o que os computadores podem
ou não fazer e o que os distinguem dos seres humanos. [2]
A maior dúvida que ficou foi como somar dois números unários.
[3] A aula foi muito proveitosa pois permitiu a interdisciplinaridade
com diferentes assuntos, bem como uma ampla interação
entre aluno e docente. RESP.: Experimente fazer algumas somas
unárias. Por exemplo, 101 (5) + 110 (6). Talvez sua dificuldade
esteja na representação binária. 110 = 0x1
+ 1x2 + 1x4. Cada
posição corresponde a uma potência de 2, da direita
para a esquerda 1, 2, 4, 8, 16 etc.
- [1] O processo de "ler" e "gravar" dígitos
ocorre em 5 passos (quíntupla ordenada). A Máquina de
Turing realiza apenas um tipo de instrução (a quíntupla
ordenada). [2] Como um computador entende uma instrução
simples e muda seu estado? Ocorre um processo físico e mudança
física para isso ocorrer? [3] Sendo que não conhecemos
como funciona processos como inteligência geral, sensações
e percepções subjetivas, que talvez são apenas
um efeito colateral do grande número de neurônios e conexões
cerebrais, não há como afirmar
que um computador é incapaz
de sentir e de possuir
uma consciência, ou que nunca terá livre arbítrio.
Nosso conhecimento sobre consciência é simplesmente muito
limitado. RESP.: Como já respondi acima, o correto é
dizer que a MT interpreta as quíntuplas ordenadas. Um
computador não entende nada; simplesmente interpreta as instruções
que estão em "linguagem de máquina", gravadas
na "memória" central, junto com os dados que elas têm
que processar. Sim, isso é feito por meio de circuitos eletrônicos,
que produzem mudanças físicas, ao contrário da
MT que é puramente abstrata, mental. Quanto a nossas ações
subjetivas, justamente por serem subjetivas e individuais conjeturo
que jamais serão feitas por máquinas, que são objetivas
e universais. Isso não depende do conhecimento que ser tem. Quanto
à consciência, ela é considerada na ciência
um problema hard, difícil. Minha conjetura é que
com o método científico atual jamais vai se compreender
o que ela é, como também não vai se compreender
o que é vida, memória, sono, sonho, pensar, sentir e querer,
pois pela minha concepção de mundo a origem deles não
é física.
- [1] Aprendi os mecanismos lógicos da Máquina
de Turing, o que possibilitou compreender superficialmente as relações
destes com os processos básicos dos computadores atuais. [2]
Como ocorre a colocação de uma Máquina de Turing
como um símbolo de entrada de outra? [3] Gostei de como
o professor instiga o pensamento crítico e nossa expressão
individual como ser pensante. RESP.: Mudei um slide de minha
apresentação, mostrando como duas MTs podem usar a mesma
fita. Mas a quíntupla ordenada deve ser estendida com mais um
símbolo indicando que a outra MT (ou melhor o outro controle
finito) deve ser ativada, assumindo o controle, passando a executar
seu programa. Eu coloquei dois cabeçotes de leitura, mas agora
ocorre-me que poderia haver apenas um, simplificando o processo.
- [1] O ser humano PODE ser composto de algo imaterial. [2]
O que é esse algo imaterial? [3] Aula boa, professor único!
RESP.: Veja meu texto www.ime.usp.br/~vwsetzer/const[1]htm
- [1] Que eu não sei de praticamente NADA. [2]
A maior dúvida foi a MT Universal. Teve também o Problema
da Parada. [3] Gostei do entusiasmo e ter sido solícito.
RESP.: Você certamente sabe uma infinidade de coisas. Mas
à medida que estiver sempre procurando aprender (quem para de
aprender começa a se comportar como um animal), você saberá
cada vez mais coisas! Estude o Problema da Parada na apresentação
em ppt.
- [1] Aprendi que há muitas diferenças entre o
homem e a máquina, e que não é apenas o físico
que conta. Além disso, a lógica das máquinas não
serão sempre superior à dos adultos. [2] As somas,
multiplicações, operações em geral da MT.
[3] A palestra é interessante mas muito longa. A intersecção
entre máquina e humanidade foi fundamental para ativar a atenção,
principalmente de quem "não é de exatas". RESP.:
Lógica dos computadores: depende. Em termos de fazer cálculos
e manipular símbolos, os computadores são muito superiores
aos seres humanos. Se não me engano, 90% dos desastres de trânsito
são devidos a falhas humanas. Carros autônomos, controlados
por computadores, certamente diminuirão essa porcentagem drasticamente.
- [1] Sobre funcionamento de computadores (informações
gerais), sobre fita, cabeçote, transformação de
números binários em decimais, entre outros. [2]
Sobre como utilizar marcas em símbolos para fazer soma. RESP.:
Em uma MT, uma marca colocada na fita serve, entre outras funções,
para indicar que já se passou por aquela célula; foi assim
nos exemplos dados.
- [1] Como funciona a Máquina de Turing. [2] Como
localizar a sequência partindo de um ponto qualquer. [3]
Achei interessante ver como uma ferramenta desenvolvida a tanto tempo
ainda continua eficaz. RESP.: Os dados de entrada podem ser localizados
varrendo-se cada vez mais uma célula da fita para a esquerda
e em seguida para a direita. Para saber quais já foram varridas,
pode-se usar um símbolo diferente de branco e de todos os símbolos
dos dados, que funciona como uma marca.
- [1] Aprendi que máquinas não pensam, apenas
executam funções programadas. [2] Como funcionam
os números binários? (Ex: soma, multiplicação,
etc.) [3] Adorei a aula, deu uma ótima introdução
de como pensar como um programador e como entender o modo que as máquina
trabalham. RESP.: O tipo de pensamento é o mesmo: é
preciso usar exclusivamente os elementos simbólicos fornecidos
pela máquina ou pela linguagem de programação,
e como combiná-los. O pensamento fica "engessado" em
um espaço puramente abstrato. Por isso é muito importante
compensar com o que produz um pensamento flexível: atividades
sociais e artísticas, onde o espaço é mal definido.
Cuidado, estamos falando de máquinas digitais.
- [1] Independente da programação uma máquina
jamais terá sentimentos ou sensações, além
de que o uso de "memória" na tecnologia é totalmente
errônea, pois diminui a dimensão do ser humano. Ademais,
Turing provou que a conjectura de Hilbert estava errada, os chamados
Problemas Indecidíveis através da Máquina de Turing.
[2] Por que uma M.T. não pode se autodefinir (se para
ou não para), para isso precisaria de outra máquina (T2)
porém, ela não existe [dificil de ler], pois se a máquina
é definida como "para" ela retorna, em um ciclo. [3]
A aula foi ótima, com uma didática muito desenvolvida.
O professor é muito atencioso. RESP.: Não é
só a denominação "memória" para
o que deveria se chamar "unidade central de armazenamento";
a computação é eivada de denominações
indevidas, como o computador "ler" ("read" em linguagens
de programação, o correto deveria ser "input",
"escrever" ("write", correto seria "output"),
"inteligência artificial" e uma das mais mais terríveis,
a atual "machine learning" (máquinas não aprendem,
calculam e armazenam parâmetros; não se sabe como e porque
o ser humano aprende). Note que a T2 é geral, além
de gravar o seu controle finito (as transições, estados
inicial e final na fita comum a T3)ela pode fazer outras
operações quaisquer; se a T2 analisasse a sua
própria descrição, seria algo que valeria apenas
para a T[2] O importante é não existir
uma MT universal que receba a descrição de qualquer
MT e determine se ela para para quaisquer dados de entrada.
- [1] A importância da Máquina de Turing e suas
semelhanças com os computadores atuais. [2] Como a Máquina
de Turing refutou o "Problema da decisão" de David
Hilbert. [3] A aula tinha tudo para ser chatíssima, mas
o carisma do professor não deixou que isso acontecesse. RESP.:
Bem , na verdade quem refutou foi o Turing, usando sua máquina
abstrata...
- [1] O computador é uma máquina que possui em
sua essência um nível de abstração impressionante.
[2] Até que ponto um problema matemático pode ser
reduzido, em sua forma mais abstrata. [3] Palestra bastante interessante
que tornaria-se ainda melhor com mais curiosidades da história
da computação. RESP.: Para ser processado por um
computador, qualquer problema, matemático ou não, deve
ser expresso em símbolos quantificados. Como "mundo real"
não é composto por esses símbolos (por exemplo,
uma árvore), o que o computador vai processar vai ser um modelo
aproximado daquele mundo.
- [1] O funcionamento base da programação e que
computadores não são capazes de pensar/decidir, apenas
seguir parâmetros pré-definidos. [2] O funcionamento
exato de uma Máquina de Turing Universal como exatamente ela
simula uma outra MT. [3] Gosto dos pequenos comentários
sobre outros assuntos, que são feitos durante a aula, para que
a mente não se canse/sature rapidamente do conteúdo exposto.
RESP.: Como expliquei, uma Máquina de Turing pode simular
outra se na fita da primeira inserir-se como texto as quíntuplas
ordenadas do controle finito da segunda, e seus dados de entrada. Por
isso as MTs são máquinas universais; pode-se programar
uma para simular qualquer outra.
- [1] Como funciona uma máquina de Turing e sua importância.
[2] O modo de pensar para se construir a máquina de Turing
ainda é usado em programas atuais? [3] Aula deveria ser
mais direta, sem digressões. RESP.: Fundamentalmente sim,
mas os programas atuais são escritos em linguagens de programação
elevando o nível de abstração. Por exemplo, uma
dessas linguagens poderia ter uma função que ordenaria
uma lista de números ou palavras. Não seria mais necessário
pensar em todos os passos para ordenar uma tal lista, é só
pensar em escrever no programa a ativação daquela função
fornecendo a lista.
- [1] A utilidade da numeração binária e
a facilidade que ela traz a computação. Além disso,
como uma máquina de apenas um "comando", a quíntupla
ordenada, pode realizar inúmeros resultados. [2] Os comandos
exatos da MT, como movimentar e substituir células na fita. Problema
da parada (loop infinito). [3] O domínio do conteúdo
que o professor V.Setzer possui é incrível. Até
para leigos como eu um assunto complicado pareceu no mínimo encantador.
A mescla de filosofia na aula otimizou o processo. RESP.: Não
são inúmeros. Pena Tese de Church-Turing, que não
pode ser provada, pode-se programar uma MT para calcular qualquer função
matemática expressa algoritmicamente. Treine programar MTs e
você compreenderá o seu funcionamento (movimentação
teórica da fita, substituição dos símbolos
dela etc.). Estude o capítulo do Problema da Parada da apresentação
em ppt. Retorne por e-mails se ainda tiver dúvida
- [1] A importância da noção de que a máquina
não é superior ao ser humano. [2] Teorema da decisão
discutido por Turing. RESP.: Não foi um teorema, foi uma
conjetura, uma tese que se revelou falsa, e que é chamada de
Problema da Decisão, isto é, é possível
decidir matematicamente se qualquer problema matemático bem definido
tem solução.
- [1] O funcionamento de uma máquina de Turing, a base
do funcionamento lógico dos computadores.
- [1] A importância das ciências exatas para nossa
reflexão e como funciona a máquina de Turing. RESP.:
As ciências deram um impulso muito importante para a humanidade:
[1] Fazer experimentações objetivas. [2]
Expressar os experimentos e os resultados conceitualmente, dirigindo-se
para a compreensão, isto é, usar pensamentos claros. [3]
Exposição do método empregado, a fim de que qualquer
pessoa possa repeti-lo, desde que se desenvolva mentalmente; no caso
da ciência atual, tenha ainda os instrumentos para montar as experiências.
- [1] De mais importante, aprendi sobre o funcionamento da Máquina
de Turing, bem como correlações entre ela e elementos
do cotidiano. As reflexões sobre inteligência humana, "inteligência
artificial", pensamento, sentimento e livre arbítrio também
foram enriquecedoras. [2] Não compreendi bem as aplicações
diretas da Máquina de Turing. Ao meu ver tudo parece muito abstrato
e torna-se difícil visualizar seu funcionamento, bem como o sentido
de sua existência. Uma máquina imaginária me parece
inútil, embora eu saiba que isto não é verdade.
[3] A palestra poderia ser mais curta, pois no fim ficou difícil
manter a atenção. Além disso, as aplicações
práticas poderiam ser melhor exploradas. RESP.: Como a
MT é abstrata, as suas aplicações são teóricas,
incluindo as filosóficas como procurei mostrar. Mas ela ajuda
a compreender certos conceitos, como o de não-determinismo, objeto
do nosso último capítulo da palestra. O mais importante
é se compreender qual é a essência dos computadores
e de conceitos de linguagem de programação, como o de
execução cíclica (loop).
- [1] O mais importante aprendido foi que o computador e outros
aparelhos tecnológicos reconhecem e manipulam dados, mas não
os leem. [2] A maior dúvida se deu na linguagem dos números
binários, tendo como sugestão para as demais palestras
envolvendo esse tema, explica-la previamente. RESP.: Sim, basicamente
somente o ser humano lê, pois na leitura ele é capaz de
associar um bocado de tinta preta sobre papel branco com conceitos,
por exemplo reconhecendo uma palavra e a compreendendo, isto é,
chegando ao seu conceito (que, obviamente, não está na
tinta...).
- [1] A exatidão e simplicidade da MT que antagoniza justamente
com a profundidade, incerteza da condição humana. [2]
Como se dá a "leitura", processamento de dados de uma
MT por outra. [3] Ótima palestra/aula, professor dotado
de grande receptividade! RESP.: Isso me faz lembrar a minha "lei":
"Desconfie de qualquer explicação simplista da natureza."
Ver ela, comentário e exemplos, bem como várias outras
"leis" em
www.ime.usp.br/~vwsetzer/jokes/leis.html
Tanto a "leitura" de um símbolo (ou melhor, "reconhecimento")
da fita quanto o processamento são teóricos, abstratos.
Faça o exercício que talvez compreenderá melhor.
- [1] A distinção entre computadores e humanos,
com relação ao modo de agir. [2] Exercícios
de programação. [3] Aula muito interessante que
abrange desde aspectos "conteudistas" até aspectos
filosóficos.
- [1] Hoje aprendi que não há inteligência
artificial. [2] Aqueles exercícios de programação.
[3] Achei interessante a desconstrução de alguns
conceitos. RESP.: Uma máquina pode simular alguma ação
que necessita de inteligência, como jogar bem xadrez. Mas isso
não significa que a maquina é mais inteligente que um
ser humano. A propósito, uma pessoa pode ser intelectualmente
insignificante e ter uma enorme inteligência social, resolvendo
conflitos, confortando pessoas etc. Esqueci de desconstruir a imagem
errada que provavelmente todos vocês fazem de um átomo.
Não é um sistema planetário (modelo mecânico
clássico de 1909 de Rutherford, que vocês devem ter aprendido
na escola como verdade): o elétron não é uma bolinha
e não gira em torno do núcleo (senão, do ponto
de vista clássico, irradiaria energia e iria fazer uma espiral
caindo no núcleo). Não se sabe o que é um elétron;
há modelos matemáticos para o seu funcionamento, mas eles
são incompreensíveis.
- [1] Uma visão bastante conceituada sobre o não-materialismo.
[2] Qual a opinião dos cientistas sobre essa visão
não-materialista? Qual seriam os seus argumentos? RESP.:
A quase totalidade dos cientistas são materialistas. Argumentos
de quem, meus ou dos materialistas? Os meus são baseados em minhas
vivências (por exemplo, como eu mostrei, o livre arbítrio
no pensamento) e em uma teoria muito abrangente e coerente envolvendo
elementos e processos não físicos. Uma grande parte dos
materialistas são preconceituosos, e não querem conhecer
outros pontos de vista. Isso é compreensível, pois associam
o que é transcendente com as religiões, e estas não
se dirigem à compreensão, e sim aos sentimentos, o que
não mais satisfaz uma pessoa com uma certa cultura.
- [1] Eu aprendi a importância de emuladores para o resgate
de ferramentas anteriores, o funcionamento da máquina de Turing
e sua utilidade.
- [1] A mudança de estado redundante, que permite percorrer
uma fita com um número indeterminado de 1 e 0's. RESP.:
Não é redundante, pois não se repetem os estados
no controle finito; o que é repetido é a máquina
passar por eles ciclicamente (loop). A sua solução
para o problema geométrico de traçar uma paralela por
um ponto dado não funciona...
- [1] Números binários e máquina de Turing.
[2] Como escrever programas para a máquina de Turing.
[3] Exemplos comparando a máquina de Turing e seus programas
com a linguagem que usaremos no curso seria muito bom.
- [1] O processo de funcionamento da máquina de Turing
e algumas de suas possibilidades, determinações e indeterminações.
[2] A dificuldade de entender alguns dos processos da MT, como
os exercícios sem marcadores de entrada e fim, e a prova por
absurdo da impossibilidade de uma máquina de Turing definir outra
como cíclica ou não. [3] A dinâmica e interação
da aula/palestra fazem com que o assunto se torne mais interativo do
que parece num 1º momento. No entanto, acredito que algumas partes
foram passadas depressa demais (como a prova por absurdo), dificultando
a compreensão. No geral, a aula introdutória foi excelente!
RESP.: Você quis referir-se a determinismos e indeterminismos.
O princípio de detecção de onde estão os
dados em uma fita baseia-se no fato de se poder examinar uma célula
a mais de cada vez, á direita e à esquerda, sempre substituindo
o branco por uma marca qualquer, indicando que aquela célula
já foi examinada. Procure estudar os slides do capítulo
sobre o Problema da Parada, para ver ser compreende a prova por absurdo.
Quanto ao "depressa demais", infelizmente o tempo era curto,
e as perguntas atrasaram o andamento da palestra (mas foram excelentes!).
- [1] Aprendi que não necessariamente algo que me ensinam
é uma verdade absoluta, mesmo aqui na USP. [2] Como as
"inteligências artificiais" se baseiam na M.T. RESP.:
Quem sabe algo sobre I.A. vai ser coberto no curso.
- [1] Um computador ou objetos baseados na Máquina de
Turin têm em sua essência a manipulação de
símbolos, nada mais do que isso. [2] Sendo a fita infinita,
o comando final não deveria ser um estado final s com a instrução
(s, b, b, D, s) [estou interpretando a figura desenhada], para assim
o cabeçote continuar percorrendo a fita até encontrar
uma nova #? [3] Sensacional.
RESP.: E se não houver novo delimitador #? Como eu expus,
a parada se dá se em um estado não houver uma transição
com o símbolo da célula atual da fita, ou se se atingir
um estado final.
- [1] O processo do raciocínio para operar e entender
a máquina de Turing. [2] Se o ser humano não sabe
o que é a consciência, como é possível determinar
ou não se uma máquina poderia chegar ao mesmo grau de
sentiência humana? [3] Legal a sua palestra, prof.! Acho
que abrir um pouco mais a discussão sobre "inteligência
artificial" seria bem interessante. Se o que é a consciência
ainda não foi determinado, por que pode-se dizer se ela é
imaterial e não somente um elaborado código binário?
RESP.: Estou à disposição para discutirmos
essa questão da I.A. e de outros assuntos; quem sabe mais para
o fim da disciplina seria o ideal, mas se quiserem conversar comigo
é só marcarmos. A consciência é um problema
muito difícil; baseio-me numa teoria muito abrangente e coerente,
com aplicações práticas de sucesso. Aborde algo
do qual temos uma vivência mais clara, como o pensamento. Se você
tem a experiência de determinar seu próximo pensamento,
como fiz vocês vivenciarem com a experiência de imaginar
o antebraço movendo-se na horizontal, então pode haver
livre arbítrio no pensamento (na verdade, na decisão de
imaginar o movimento, isto é, na vontade ou querer), então
necessariamente tem que concluir que há algo não físico
envolvido no querer e no pensar, pois se o pensamento fosse gerado fisicamente,
por exemplo pelo cérebro, você não conseguiria determina-lo
e concentrar-se nele; pensamentos ficariam pipocando aleatoriamente
- como acontece quando você não pensa no que está
pensado, isto é, tem consciência do que está pensando
- e aí voltamos à consciência...
1. 25/10/17, palestra na disciplina MAP-2003 "Panoramas da Matemática"
do IME-USP, oferecida para alunos de toda a USP e como atividade da Semana
USP de Ciência e Tecnologia 2017, no Instituto de Matemática
e Estatística, Cidade Universitária, São Paulo; info:
prof. Eduardo Colli colli.eduardo sinal_at gmail.com
- [1] O modo de funcionamento geral da Máquina de Turing,
mas gosto também das outras considerações (filosóficas
etc.). [2] O nome do remédio (caranguejo? Coitado) para
pedra nos rins. [3] A palestra me lembrou de uma citação
que vi (não era atribuída a ninguém, não
sei o autor): "Vivemos em uma época em que devemos provar
às máquinas que não somos máquinas."
(A respeito de Captchas). Achei muito interessante a hipótese
de que o ser humano não é meramente físico, a parte
sobre a planta gostaria de estudar a matemática voltada
para a natureza, que é uma coisa fundamental mas às vezes
não vemos. Aceito sugestões de livros/material. RESP:
O nome do medicamento é Renodoron (nome fantasia), da Weleda.
Sobre matemática aplicada à natureza, venha uma vez assistir
minha palestra "A sequência e a espiral de Fibonacci, a razão
e a espiral áureas e suas ocorrências na natureza".
Sobre livro, recomendo de György Doczi O poder dos limites:
Harmonias e proporções na natureza, arte e arquitetura.
São Paulo: Publicações Mercuryo Novo Tempo, [2]01[2]
Sobre o ser humano não ser meramente físico, leia artigos
em meu site na seção "Espiritualidade, bem
como o artigo "IA
- Inteligência Artificial ou Imbecilidade Automática? As
máquinas podem pensar e sentir?"
- [1] Aprendi muito sobre a Máquina de Turing e como esta
funciona, mas acho que o mais importante é lembrar e entender
que as máquinas nunca se aproximarão dos humanos. [2]
A maior dúvida foi sobre a impossibilidade de haver uma Máquina
de Turing que analise outra. [3] Achei todos os comentários
e informações maravilhosos! RESP: a impossibilidade
é de provar de uma Máquina de Turing provar que outra
pare para qualquer dado de entrada (esse é o Problema da Parada).
- [1] Que existe uma diferença entre o pensamento humano
e um possível pensamento de uma máquina. [2] O
que é pensamento? RESP: Fantástica pergunta! Pena
que você não a fez durante a aula. Posso dar várias
características do pensamento. Por exemplo, o fato de se poder
pensar sobre o pensar; é a única atividade no universo
cuja ação (pensar) pode ser idêntico ao objeto da
ação (o pensar). Com o pensar, podemos associar uma percepção
sensorial a um conceito, e associar um conceito a outro. Pelo pensar,
podemos vivenciar o nosso livre arbítrio que, aliás, não
está no pensar, mas na decisão do que pensar. Isto é,
podemos ser livres no querer.
- [1] Aprendi sobre a Máquina de Turing muito bem, como
seus limites e aplicações. A ideia é muito boa
e traz muitas discussões, inclusive filosóficas, e são
muito interessantes. Porém, alguns tópicos que dariam
uma bela discussão são passados muito rapidamente e muitas
vezes opiniões são dadas como fatos. Apesar de ressaltos
do professor, a ideia fica como verdade. RESP: Sempre tive o
cuidado de chamar as opiniões filosóficas de hipóteses
ou conjeturas.
- [1] A Máquina de Turing fornece os elementos de lógica
e algoritmos que permitem compreender a base para o funcionamento dos
computadores. Ela também pode abrir as perspectivas para que
se tente compreender o funcionamento da mente humana, embora após
algumas reflexões, percebe-se que o cérebro humano parece,
em vários aspectos ser mais complexo e difícil de compreender.
[2] O ser humano é uma máquina? Esse é um
questionamento lançado na palestra que para mim, ficou como uma
dúvida interessante. [3] Nenhum comentário a ser
feito! RESP: Mostrei o que para mim são várias
evidências de que o ser humano não é uma máquina,
isto é, um ser puramente físico. Por exemplo, a liberdade
que temos no pensamento (na verdade, na decisão do que pensar,
isto é, na vontade), as extraordinárias simetrias apesar
de crescimentos independentes (por exemplo, das mãos e das asas
das borboletas), os sentimentos individuais subjetivos etc.
- [1] Que devo buscar desenvolver inteligência emocional,
me despertou curiosidade essa abordagem do que é "estar
sendo educado" ou "formado" e me interessei pelo livro
Inteligência Emocional. [2] Como uma máquina
pode ser universal? [3] Gostei muito da palestra e das abordagens
diferentes sobre o assunto. Muito obrigado! RESP: Uma máquina
digital é universal pois pode simular o funcionamento lógico
que qualquer outra máquina digital. Uma máquina analógica,
como uma geladeira, é universal pois o projeto e a construção
são os mesmos para quaisques delas de mesmo modelo e tipo.
- [1] O mais importante foi saber que a Máquina de Turing
consegue executar qualquer algoritmo a partir de uma só instrução.
[2] De onde o professor tira tanta convicção de
suas conjecturas? [3] Interessante a grande gama de assuntos
tratados. RESP: Minha convicção provém da
concepção de mundo que adoto, que é extremamente
abrangente, coerente e com aplicações práticas,
sem contradizer nenhum fato científico.
- [1] Acho que o mais importante nessa aula foi entender como
funciona a Máquina de Turing. Também gostei bastante de
saber algumas curiosidades, como o papel de Turing na guerra. [2]
Ficaram algumas dúvidas após a discussão dos exercícios,
mas isso pode ter acontecido por não ter muito contato com a
área de exatas. [3] Gostei da segunda parte da aula, quando
foram abordadas a Inteligência Emocional e a Singularidade. O
professor tem uma didática boa, e fica claro que tem muito conhecimento
sobre o assunto. RESP: sobre os exercícios, baixe a apresentação,
estude o exemplo da Máquina de Turing dada, e tente resolver
os exercícios.
- [1] Aprendi sobre o funcionamento de uma Máquina de
Turing e sua aplicação histórica. Essencialmente,
uma Máquina de Turing manipula apenas símbolos. [2]
A maior dúvida continua sendo: será que as máquinas
são inteligentes? Será que elas desenvolverão autonomia
de decisões (Singularidade)? [3] A palestra foi muito
interessante, tinha bastante curiosidade pelo tema, e gostei bastante
da contextualização histórica e dos questionamentos
acerca do homem x máquina. RESP: mostrei que as máquinas
serem ou não inteligentes depende da noção de inteligência.
Se jogar bem xadrez é ser inteligente, então as máquinas
podem ser inteligentes. Mas se se abranger toda a gama de inteligência
humana, minha conjectura é que jamais as máquinas serão
inteligentes. Leia meu artigo
IA - Inteligência Artificial ou Imbecilidade Automática?
As máquinas podem pensar e sentir?
- Os computadores são máquinas autônomas. Eles não
tomam decisões no sentido humano, fazem escolhas lógicas
pré-programadas ou baseadas em parâmetros calculados a
partir dos dados de entrada.
- [1] Gostei muito das reflexões sobre pensamento e tipos
diferentes de inteligência e das conjecturas sobre o que uma máquina
pode ou não fazer. [2] Assim como o computador funciona
limitadamente, seguindo uma série de regras, será que
o pensamento ou sensações humanas são limitados,
porém, por nosso corpo e órgãos e estruturas físico-químicas?
O pensamento do ser humano seria igual a outras espécies ou essas
outras espécies também não são puramente
físicas? [3] Foi uma excelente palestra que certamente
me fez pensar além da matemática, mas também sobre
psicologia e ética. RESP: Na minha conjetura, baseada
em várias evidências, o pensamento e as sensações
não são físicos. O pensamento é limitado
apenas quando pensa sobre aspectos físicos, isto é, quando
ele é mecânico, como já dizia Kant. Mas é
possível pensar de maneira não física. Por exemplo,
sonhar acordado (day dreams), ou a intuição, ou
quando se tem uma ideia que não é uma combinação
de ideias anteriores.
- [1] Novas possibilidades de refletir sobre conceitos de inteligência
e sobre relações e comparações entre cérebro
e máquina. [2] Como podemos estudar/entender aquilo que
não é físico? [3] Precisamos de professores
preparados para lidar com a inteligência emocional e preparar
os alunos nesse sentido. RESP: é só estudar o que
foi transmitido pelos grandes iniciados, como por exemplo Rudolf Steiner,
que em minha opinião foi o maior deles. Ele dirigiu-se à
compreensão moderna e não aos sentimentos, como em geral
fazem todas as correntes ligadas às religiões.
- [1] Ter conhecimento tanto da Máquina de Turing quanto
das implicações éticas e filosóficas do
desenvolvimento dos computadores. [2] Pela falta de contato com
matemática, foi relativamente difícil para mim acompanhar
os exercícios da Máquina de Turing. [3] Acho que
as implicações históricas, filosóficas e
éticas foram importantes e interessantes como uma ótica
interdisciplinar. RESP: baixe a apresentação, reveja
o exemplo que dei da Máquina de Turing e tente resolver os exercícios.
- [1] Percebi que os conceitos da Máquina de Turing são
bem atuais, Turing conseguiu prever a computação atual
à décadas atrás. Aprendi que muitos problemas atuais,
podem ser resolvidos com a Máquina de Turing. A teoria da computação
é incrível, e sinto irá revelar muitas soluções
para os problemas contemporâneos e do futuro. [2] Minha
dúvida é, a Máquina de Turing pode ser semelhante
a autômatos finitos (determinísticos ou não)? [3]
Parabéns prof. Valdemar pela palestra! RESP: Autômatos
de Estados Finitos têm uma cabeça apenas de leitura, e
a fita move-se somente num sentido, para cada símbolo "lido".
Eles são os autômatos mais limitados. A Máquina
de Turing não têm limites em termos de manipulação
simbólica.
- [1] Que computadores são burros. [2] Sequência
de números binários e também unários. [3]
Um professor com ótima didática, carisma e conhecimento
inspira os alunos a buscarem por respostas importantes de problemas
complexos.
- [1] O que e uma Máquina de Turing e como ela funciona,
além de muitas outras coisas. [2] Como tal conhecimento
poderia ajudar minha carreira? [3] Apresentação
excelente, continue assim. RESP: Talvez conhecendo a essência
dos computadores, você poderá usá-los colocando-os
em seu devido lugar - por exemplo, não relegando a eles decisões
sociais.
- [1] O funcionamento da Máquina de Turing além
das conjecturas interessantíssimas do professor Setzer. [2]
Nenhuma dúvida. [3] Não me ocorre nenhum comentário.
Apenas que a hipótese espiritualista parece muito razoável
em relação à visão materialista. RESP:
desde que a espiritualidade seja baseada em compreensão e não
em sentimentos.
- [1] Aprendi como a Máquina de Turing resolve alguns
problemas, com números unários, por exemplo. [2]
Não entendi muito bem o problema da parada. [3] Gostei
bastante dos assuntos que "fugiram" do tema e que tinham um
aspecto filosófico. RESP: baixe a apresentação
e tente seguir a explicação em forma de texto, acompanhando
a representação gráfica que usei.
- [1] A importância de Turing na história da humanidade,
além dos exercícios de concentração. [2]
Não houve dúvida. [3] Parabéns pela palestra.
- [1] O mais importante para mim foi a constatação
pessoal do professor que as máquinas nunca ultrapassaram a "capacidade"
do ser humano. E também sobre a inteligência emocional
e ensino. [2] A minha maior dúvida foi entender direito
o diagrama de estados da Máquina de Turing, pois cheguei no meio
dessa parte da palestra. [3] Achei bem interessante a ideia de
livre arbítrio de pensamento. RESP: Baixe a apresentação
e siga-a desde o começo. RESP: Baixe a apresentação
e siga os slides sobre a Máquina de Turing. Se alguém
admite que podemos ter liberdade em nosso pensamento, não pode
ser um materialista. Da matéria não pode advir liberdade,
pois ele é inexoravelmente sujeita às leis e condições
físicas.
- [1] Máquina de Turing. Diferenças importantes
homem-máquina. [2] Qual será o próximo passo
na busca pelo computador ideal? [3] Palestra extraordinária
com temas que avançam em todas as áreas da ciência
e retoma a necessidade de discussões filosóficas importantes.
RESP: Acho que Máquina de Turing mostra que o computador,
qualquer que seja sua forma, sempre será uma máquina de
manipular símbolos. Mas manipulando símbolos você
não constrói um ser vivo. RESP: Até hoje
os computadores sempre seguiram o modelo de von Neumann, com as instruções
ocupando o mesmo espaço que os dados (na unidade central de armazenamento).
Estão havendo tentativas de mudar esse paradigma. Um, antigo,
é usar "memórias" associativas.
- [1] O "funcionamento" da Máquina de Turing.
[2] Foi quanto ao "jogo da imitação".
Queria entender melhor este teste proposto por Turing. [3] Gostei
muito da parte filosófica da palestra. RESP: Veja, por
exemplo,
- https://en.wikipedia.org/wiki/Turing_test
- [1] O que ficou de mais importante foram as reflexões
filosóficas humano x máquina. [3] Adorei como você
coloca reflexões totalmente pertinentes à nossa época
no meio da palestra. RESP: se todos os professores em todas as
suas aulas colocassem um pouquinho de filosofia, de história
e de fatos da atualidade, as aulas seriam muito mais interessantes.
- [1] O funcionamento da Máquina de Turing, e as definições
de o que pode ser calculado e o que não pode. [2] Que
tipos de perguntas podem ser usadas num Teste de Turing? [3]
Gostei do paralelo feito com o pensamento humano, e também os
comentários sobre os limites das definições físicas
e como nem tudo pode ser explicado com elas. RESP: o teste de
Turing é um teste linguístico-comportamental. Quaisquer
perguntas em forma de texto podem ser feitas no teste.
- [1] Por que as máquinas são universais e por
que não têm sensações. [2] Não
entendi muito bem como funciona o Problema da Parada, e também
não entendi o resultado da questão 4 dos exercícios
(tópico 5). [3] A palestra foi muito boa, não entendi
muito bem algumas coisas, pois não sou da área da matemática
e nem da área computacional. RESP: sobre o Problema da
Parada, baixe a apresentação e estude o texto do problema,
acompanhando com os gráficos seguintes, que usei na aula. Acho
que a questão 4 foi a de repetir os problemas anteriores sem
os delimitadores dos dados de entrada e a cabeça da máquina
poder começar em qualquer lugar da fita. O truque é examinar
uma célula de entrada, colocar um marca (p.ex. um x) se ela contiver
um branco, aí desviar para a esquerda, colocar um x se houver
um branco, desviar para a direita todas as células com x até
achar um branco, colocando nele um x etc. até que apareça
algo que não é um branco.
- [1] O que aprendi de mais importante na aula foi sobre a importância
de Alan Turing nos avanços da tecnologia e sobre suas descobertas.
[2] A maior dúvida que ficou foi sobre a soma de números
unários. RESP: o truque essencial é examinar um
1 e colocar nele uma marca, por exemplo um x. Aí desviar para
o # à direita e substituí-lo por um 1, colocar um # na
célula à direta, e voltar para o primeiro x à esquerda,
desviar para a próxima célula à direita etc.
- [1] Como funciona a Máquina de Turing e as reflexões
sobre pensamento e máquina x ser humano. [2] A Máquina
de Turing pode resolver/ser programada para solucionar problemas mais
complexos? Pela Tese de Church-Turing, ela pode processar qualquer algoritmo.
- [1] Máquinas de Turing são máquinas abstratas.
[3] Modelos mentais trouxeram uma reflexão interessante.
- [1] Que as máquinas nunca vão chegar ao nível
dos humanos. [2] Não entendi como funciona o Teste de
Turing. [3] Tirando as partes mais teóricas, achei muito
difícil, como alguém de fora do IME, entendeu o que estava
acontecendo. RESP: Veja uma resposta a uma das dúvidas
acima.
- [1] Máquina de Turing manipula símbolos matematicamente.
Tese de Church-Turing. Teste de Turing. Humano e Máquina de Turing.
[2] Parte do início, as "transformações"
dos estados. [3] Gostei a palestra, mas preciso mais tempo para
entender todos os tópicos. RESP: Não existem transformações
de estados, e sim transições entre estados. Estudo os
slides da Máquina de Turing da minha apresentação.
- [1] A capacidade dos computadores e suas limitações,
por exemplo, quando se trata de emoções e sentimentos.
[2] A minha maior dúvida ficou em saber como a Máquina
de Turing é. Faltou alguma imagem para nada disso ser tão
abstrato em nossa mente. [3] A apresentação de
slides é boa mas falta imagem para termos uma ideia menos abstrata
do que estamos falando. RESP: Eu achei que tinha introduzido
a Máquina de Turing de uma maneira bem pouco abstrata, graficamente...
Veja com calma os slides da apresentação.
- [1] Conceito de Máquina de Turing, é famoso,
mas nunca tinha ouvido uma abordagem mais aprofundada. [2] A
parte de que a Máquina de Turing é capaz de fazer várias
operações. [3] Eu gostei das discussões
sobre inteligência artificial, sobre singularidade, esse tipo
de reflexão é interessante. RESP: Ela é
capaz de executar qualquer algoritmo.
- [1] Aprendi mais sobre o funcionamento dos computadores e da
Máquina de Turing. Gostei bastante da reflexão sobre capacidades
e sentimentos das máquinas em relação aos seres
humanos. [2] Não é exatamente uma dúvida,
mas achei difícil imaginar a Máquina de Turing considerando
que ela é abstrata. [3] Talvez uma atividade prática
(como na aula sobre algoritmos) ajudasse a visualizar melhor o funcionamento
da Máquina de Turing. Achei muito interessante o exemplo do jogo
de xadrez. RESP: Estude os slides da apresentação,
quem sabe aí ficará tudo mais claro.
- [1] Gostei muito de aprender como funciona a Máquina
de Turing matematicamente, já que, após ver o filme "Imitation
game" me interessei muito pelo protagonista e sua inteligência
ao tratar dos números. [2] Creio que entendi o conteúdo
da palestra, de maneira satisfatória. [3] Eu sugeriria
ao prof. Setzer um estudo mais aprofundado das teorias das ciências
sociais. Creio que o esforço de um professor da área de
exatas em dissertar acerca do pensamento social é muito válido,
porém certas assertivas são extremamente problematizáveis
do ponto de vista do estudo das ideias, ou seja, dos conceitos das ciências
sociais. RESP: Estou à disposição para você
me contar o que acha que não sei sobre sociedade. Certamente
não conheço várias teorias sociais, mas não
achava que elas me faziam falta - e tenho as minhas próprias.
- [1] Aprendi que as máquinas nunca terão sentimentos,
pois isso não pode ser inserido no código delas, sendo
algo exclusivo dos seres vivos. [2] Fiquei com um pouco de dúvida
na aplicação do Código Binário. [3]
Um pouco mais de dinamicidade/interatividade à exposição
seria benvinda. Achei muito interessante os diversos temas tratados
em sala de aula, passando por vários tópicos. RESP:
Estude algo a respeito do sistema de numeração binário.
- [1] O funcionamento da Máquina de Turing, tão
importante para o início da computação. [2]
Não fiquei com dúvidas, o funcionamento da máquina
foi muito bem ilustrado e exemplificado e também ficou mais fácil
de entender o paralelo que o professor fez entre máquinas e mentes
humanas.
- [1] Devido às diferentes faces do que chamamos de inteligência,
supõe-se que a "inteligência artificial" não
suplantará a humana, ou seja, não haverá a singularidade.
[2] Ainda me restou a dúvida se o livre arbítrio
seria realmente liberdade ou ilusão. [3] Seria interessante
mais exercícios como o de concentração que foi
feito. RESP: Em meu entender, qualquer pessoa pode vivenciar
o fato de poder ter livre arbítrio no pensamento - é só
decidir qual será o próximo pensamento. Por exemplo, quando
você se concentra em fazer à mão uma soma armada,
está escolhendo os próximos pensamentos.
- [1] O que é a Máquina de Turing, e como ela funciona.
[2] O problema da decisão. RESP: O problema da
decisão era se todo problema matemático bem formulado
tem solução ou é indecidível. Estude a apresentação
da palestra, especialmente o capítulo sobre o Problema da Parada.
- [1] Aprendi que com uma única operação
posso "replicar" outras, até mais complexas. [2]
Na questão de inteligência artificial, quando você
diz que uma máquina é capaz de sentir, o que separa os
sentimentos humanos (que são, de certa forma, respostas a estímulos
externos) de decisões que algoritmos possam tomar como resposta
a estímulos? [3] Não faça os alunos comerem
banana. RESP: Não é uma única instrução,
é um único tipo de instrução.
- [1] O funcionamento da Máquina de Turing. [2]
O modelo não determinístico da Máquina de Turing,
por não usar energia. RESP: Toda a Máquina de Turing
não usa energia, pois é abstrata, mental. O que eu disse
que não usava energia era uma escolha que um ser vivo faz de
uma entre várias transições de estado não
deterministas.
- [1] Como se prova a indecibilidade de problemas pelo uso de
máquinas. [2] Algumas conjecturas pareceram mais um "achismo"
sem evidências formais. [3] Acredito que poderia abordar
mais aplicações da 2ª Guerra. RESP: Qualquer
ser vivo não é formal.
- [2] Não entendi nada do funcionamento da máquina
(slide 3 - A Máquina de Turing características do controle
finito). PS: não sou da área de exatas. [3] Você
poderia explicar de forma mais calma, para pessoas burras, como eu.
RESP: Baixe a apresentação e veja se estudando-a
fica tudo claro. Infelizmente essa palestra devia tomar várias
aulas. Não tive tempo e tive que correr. Ninguém é
burro.
|