Em muitas situações práticas as variâncias de ambas as medidas são diferentes para cada nível de concentração. Nesta seção estudaremos o modelo funcional heterocedástico com erros nas variáveis, descrevendo as principais características do modelo e quais suposições são necessárias para utilizar tal modelo. A distribuição conjunta de () é dada por
as variáveis e
têm a mesma interpretação que no caso homocedástico,
é o viés aditivo e
o viés multiplicativo,
e
são variâncias conhecidas de
e
para
respectivamente. Assim o logarítmo da função de verossimilhança é dada por
sendo
e o parâmetro
,
e
. A log-verossimilhança (
) é limitada, pois as variâncias são conhecidas. Ripley e Thompson (1987) consideram o modelo heterocedástico acima e derivam os estimadores para
e
, a partir da verossimilhança perfilada que se obtém substituindo
por
, pois
maximiza (
) em relação a
. Os autores também propuseram testes marginais para
e
, sendo que as variâncias usadas para o teste são obtidas por analogia a metodologia de mínimos quadrados, que não são consistentes assintóticamente. Em Galea et al 2003 encontram estimativas consistentes para a matriz de covariâncias de
e
baseadas na teoria de estimação para parâmetros incidentais, ver Mak, usando a verossimilhança perfilada. Os autores demonstram que as estimativas para
e
são
sendo que
e
Para se obter as estimativas de máxima verossimilhança faz-se necessário um método iterativo. O algoritmo proposto pelos autores segue os seguintes passos: (1) Inicia-se o procedimento iterativo com e os valores iniciais
,
, (2) calcule
, (3) calcule
e
, (4) incremente uma unidade a
, (5) repita os passos 2, 3 e 4 até a convergência. A matriz de covariâncias assintótica para os estimadores é obtida calculando
sendo que
Galea et al 2003 mostram que os elementos da matriz de covariâncias assintótica de
são
sendo que
Para estimar
Var consistentemente, basta substituir
,
,
e
por
,
,
e
, respectivamente que são as estimativas obtidas no último passo do processo iterativo. A estimativa para
é dada por
. De forma analoga ao caso homocedástico, é possível usar a estatística de Wald para testar se o método novo mensura sem viés a concentração desejada.
Os modelos acima podem ser estendidos para o caso em que existem vários métodos a serem validados. Galea et al 2003 também derivam os estimadores para este caso, usando a verossimilhança perfilada, e propõe uma estatística de Wald para testar o viés dos métodos.
patriota 2006-04-16