Existem duas abordagens em modelos com erro nas variáveis, ou seja, o modelo funcional que não supõem uma distribuição para a verdadeira concentração, e o modelo estrutural que considera uma distribuição para a verdadeira concentração. Neste trabalho consideramos apenas o modelo funcional por ser menos restritivo em relação a distribuição da concentração, podendo a mesma ser assimétrica. Essa abordagem gera alguns problemas na consistência dos estimadores pois algumas condições de regularidade não estão satistifeitas. Ema dessas condições é que o número de parâmetros cresce com o tamanho da amostra, ou seja, o modelo considera que
são parâmetros incidentais. Considerando que os erros de medição seguem uma distribuição normal, o modelo funcional homocedástico é dado por
e
de modo que a distribuição conjunta de () é dada por
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para
, sendo
Valor observado da
-ésima concentração medida pelo método novo;
Valor observado da
-ésima concentração medida pelo método padrão;
Valor verdadeiro da
-ésima concentração (não observado);
Viés aditivo do modelo;
Viés multiplicativo do modelo.
Neste modelo é o valor da
-ésima concentração observada pelo instrumento novo que pode possuir alguma vantagem em relação ao instrumento padrão, como por exemplo custos mais baixos, maior facilidade na manipulação do equipamento (métodos, instrumentos) de medição, menor tempo de treinamento para que uma pessoa o opere, entre outros. A variável
é o valor observado da
-ésima concentração medida pelo método padrão, o instrumento padrão mensura a concentração com grande precisão, mas com algum custo operacional não desejado. O interesse principal é verificar se o método novo consegue mensurar sem viés a concentração desejada, para isso utilizamos a metodologia da máxima verossimilhança, sendo o loarítmo da função de verossimilhança dado por
sendo
e o parâmetro
,
e
. Portanto, temos
parâmetros para serem estimados. Uma das formas de obter estimadores consistentes para o viés aditivo
e para o viés multiplicativo
é maximizar a log-verossimilhança perfilada, ou seja substituir
pelo seu estimador de máxima verossimilhança (MV) dado por
em (
) obtendo
sendo
e
. Além desse problema verifica-se que a verossimilhança acima é ilimitada, gerando problemas de maximização, quando
e
. Uma das formas de contornar este problema é considerar conhecido alguns parâmetros. Quando consideramos
conhecido, (substituindo
por
) a log-verossimilhança se torna limitada, porém o estimador de MV para
não é consistente, ver Patefield 1978, um estimador consistente para
é dado por
sendo que
é o estimador de MV. Patefield 1978 mostra que os estimadores para
,
e
para o caso em que
é conhecido são dados por
os quais serão consistentes se
sendo e
constantes. Patefield 1977 deriva as variâncias assintóticas dos estimadores
e
no caso ultraestrutural, ou seja, quando a verdadeira concentração
tem distribuição normal com média
e variância
. Fazendo
, temos como caso particular o modelo funcional. O estimador consistente para a matriz de covariâncias é dado abaixo
sendo
,
e
.
Assim é possível utilizar a estatística de Wald para testar
contra
, ou seja, testar se não existe viés aditivo (
) e multiplicativo (
) na medição do intrumento novo. A estatística Wald para este caso é dada por
Pelas propriedades dos estimadores obtidos maximizando a log-verossimilhança perfilada, ver Mak, pode-se mostrar que a distribuição assintótica de é uma quiquadrado com 2 graus de liberdade. Quando consideramos
conhecido a log-verossimilhança perfilada se torna limitada, mas o estimador de MV para
não é consistente, (ver Fuller), assim o estimador de MV para o caso estrutural é usado para estimar
( ver Cheng e Van Ness 1991). Estimadores consistentes para
,
e
, quando
é conhecido, são dados por
Cheng e Van Ness 1991 encontram a matriz de covariâncias assintótica de
que é dada por
sendo
e
. Desta forma para testar se não existe viés no instrumento novo poderiamos utilizar a estatística de Wald de forma analoga ao caso em que
é conhecido. A estatística é dada por
Poderiamos também considerar e
conhecidos, assim os parâmetros
e
são estimados consistentemente, fazendo
. Os estimadores encontrados usando a verossimilhança perfilada do viés aditivo e multiplicativo são dados por
que coincidem com o caso em que apenas é conhecido. A matriz de covâriancias assintótica de
no caso em que ambas as variâncias são conhecidas é
sendo
e
. A estatística Wald para testar o viés é dada abaixo
A distribuição assintótica da estatística acima é quiquadrado com 2 graus de liberdade. (colocar aqui a referencia do Singer, 1993)
patriota 2006-04-16