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Re: [ABE-L]: USP perde o posto de melhor universidade da AmÃrica Latina



Elias, Pedro e demais colegas

Contribuindo um pouco na discussÃo sobre a reduÃÃo de vagas, devemos observar que nem sempre os alunos evadidos sÃo aqueles que ingressam nas Ãltimas vagas do curso. Em uma anÃlise preliminar realizada aqui na ENCE (apenas com alunos que ingressaram a partir de 2010) nÃo encontramos evidÃncias de que o desempenho dos alunos no curso (mensurado via CR e grau de adiantamento) esteja correlacionado com a nota de entrada.

Em outras palavras, diminuir o nÃmero de vagas pode implicar em reduÃÃo proporcional no nÃmero de formados...

sds
Gustavo Ferreira
ENCE



Em 28 de maio de 2014 07:51, Elias T. Krainski <eliaskrainski@yahoo.com.br> escreveu:
Caro Pedro,

Concordo com todos os pontos que voce levantou, infelizmente... A ideia geral da proposta esta baseada em menos horas em sala de aula. Isso implica mais horas fora da sala de aula. Sei que a principal barreira sao as 3000 horas aula, exigidas por lei, pois tambem ja participei de reforma curricular.

E' realmente dificil a questao das disciplinas... Minha opiniao nisso baseia-se no fato de que em vez de eu ter feito quatro disciplinas de regressao na graduacao poderia ter feito uma ou duas mais gerais que englobassem o assunto das quatro. Ou seja, poderia ter reduzido 'a metade o numero de horas em sala de aula.

Abs,
Elias.


On 28/05/14 10:56, Pedro Luis do Nascimento Silva wrote:
Elias,

Hà algumas questÃes que no momento dificultariam adotar ideias como as que vocà propos.

1. Os alunos que chegam ao bacharelado aqui talvez nÃo tenham o mesmo preparo em matemÃtica que os noruegueses (paÃs cuja universidade e curso vocà usou como exemplo).

2. Là na universidade norueguesa os cursos tomados durante o bacharelado podem contar como crÃditos para o curso de mestrado. Creio que isto nÃo à viÃvel aqui no Brasil, por enquanto, por restriÃÃes legais.

3. HÃ uma legislaÃÃo federal definindo carga horÃria e currÃculo mÃnimo para os cursos de bacharelado em estatÃstica. Esta exige carga e conteÃdo muito maiores que as 1440 horas da sua sugestÃo.

4. Outra forma de reduzir a relaÃÃo aluno / professor à reduzir a oferta de vagas. Nos cursos de estatÃstica, a evasÃo à imensa. Cerca de 2/3 dos que entram nÃo terminam. Menor oferta de vagas implicaria seletividade mais intensa.ÂEntÃo à possÃvel argumentar que reduzir as vagas talvez pudesse ser feito sem dano ao nÃmero de concluintes.ÂÂInfelizmente, medidas como essa vÃo contra as orientaÃÃes polÃticas vigentes, que vÃo no sentido da ampliaÃÃo do nÃmero de vagas, e poderiam ser vistas como indicativo de problemas nos cursos (à uma das penalidades impostas pelo MEC a cursos que sÃo mal avaliados).Â

5. Finalmente, tambÃm se pode reduzir a relaÃÃo aluno / professor à aumentando os quadros docentes, permitindo que estes tenham menor carga didÃtica de aulas e mais tempo para dedicaÃÃo Ãs atividades de pesquisa e extensÃo, e mesmo ao preparo de cursos mais atraentes e motivadores. Mas esta à talvez a variÃvel de menor elasticidade dentre as que se pode manejar numa universidade (seja pÃblica ou privada).

Vale comentar que vÃrios cursos de bacharelado tÃm enfrentado discussÃes e implementado reformulaÃÃes curriculares recentes. Na ENCE estamos quase ao final de um ciclo de debates que vai levar a uma reformulaÃÃo do curso a partir de 2015. Infelizmente, parte da dura discussÃo com os docentes à decidir o que pode ser retirado da carga de cursos obrigatÃrios, e hà muita pressÃo para manter grande nÃmero de disciplinas como obrigatÃrias.Â

Note que acho fundamental que discussÃes como a que vocà propÃs sejam travadas na comunidade. Mais um SINAPE vem aÃ, e tenho certeza de que conversas como essa vÃo fazer parte dos papos entre coordenadores e docentes dos vÃrios cursos de graduaÃÃo quando se encontrarem por lÃ.

SaudaÃÃes, Pedro.


Em 28 de maio de 2014 04:46, Elias T. Krainski <eliaskrainski@yahoo.com.br> escreveu:
Caros,

Notei na noticia a alusao a reducao do numero de alunos por professor. E' possivel implementar uma politica simples e reduzir numero de alunos por professores sem aumentar custos, alias, reduzindo custos.

Tomo como exemplo o curso de bacharelado em estatistica. Atualmente sao necessarias 3000 (3 mil) horas pelas para um aluno se formar bacharel em estatistica. Observacao a parte: Em universidades com curso noturto tem sido bem dificil colocar todas essas horas em menos de 5 anos, dado a restricao de 20 horas semanais em sala de aula... Para ter em 4,5 anos e' necessario atribuir 300 horas em outras atividades que nao em sala de aula. Em cursos diurnos e' possivel fazer em 4 anos tendo 6 disciplinas de 4 horas por semestre complementando 120 horas com outras atividades.

Se fossem reduzidas essas 3000 horas para 1440 horas poderiamos reduzir para a metade o indice numero de alunos por professores sem reduzir custos. Mas so' 1440 horas????? Explico: Se em vez de 20 horas semanais em sala de aula com 5 disciplinas de 4hs (ou 24 horas semanais para cursos em 4 anos) tivessemos 15 horas semanais (4 disciplinas de 4hs) em apenas 6 semestres (3 anos).

Isso nao e' loucura uma vez que e' usado na NTNU (http://www.ntnu.no/studier/bmat/oppbygging/st . O bacharelado em matematica com especializacao em estatistica e' completado em 6 semestres. Geralmente os alunos fazem mais dois anos e saem com o grau de mestre (http://www.ntnu.edu/studies/msmnfma/components)

[]
Elias

On 27/05/14 21:05, Artur Lemonte wrote:




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Pedro Luis do Nascimento Silva
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