Elias,
HÃ algumas questÃes que no momento dificultariam adotar ideias
como as que vocà propos.
1. Os alunos que chegam ao bacharelado aqui talvez nÃo tenham
o mesmo preparo em matemÃtica que os noruegueses (paÃs cuja
universidade e curso vocà usou como exemplo).
2. LÃ na universidade
norueguesa os cursos tomados durante o bacharelado podem
contar como crÃditos para o curso de mestrado. Creio que isto
nÃo à viÃvel aqui no Brasil, por enquanto, por restriÃÃes
legais.
3. HÃ uma legislaÃÃo
federal definindo carga horÃria e currÃculo mÃnimo para os
cursos de bacharelado em estatÃstica. Esta exige carga e
conteÃdo muito maiores que as 1440 horas da sua sugestÃo.
4. Outra forma de
reduzir a relaÃÃo aluno / professor à reduzir a oferta de
vagas. Nos cursos de estatÃstica, a evasÃo à imensa. Cerca de
2/3 dos que entram nÃo terminam. Menor oferta de vagas
implicaria seletividade mais intensa.ÂEntÃo à possÃvel
argumentar que reduzir as vagas talvez pudesse ser feito sem
dano ao nÃmero de concluintes.ÂÂInfelizmente, medidas como
essa vÃo contra as orientaÃÃes polÃticas vigentes, que vÃo no
sentido da ampliaÃÃo do nÃmero de vagas, e poderiam ser vistas
como indicativo de problemas nos cursos (Ã uma das penalidades
impostas pelo MEC a cursos que sÃo mal avaliados).Â
5. Finalmente, tambÃm
se pode reduzir a relaÃÃo aluno / professor à aumentando os
quadros docentes, permitindo que estes tenham menor carga
didÃtica de aulas e mais tempo para dedicaÃÃo Ãs atividades de
pesquisa e extensÃo, e mesmo ao preparo de cursos mais
atraentes e motivadores. Mas esta à talvez a variÃvel de menor
elasticidade dentre as que se pode manejar numa universidade
(seja pÃblica ou privada).
Vale comentar que
vÃrios cursos de bacharelado tÃm enfrentado discussÃes e
implementado reformulaÃÃes curriculares recentes. Na ENCE
estamos quase ao final de um ciclo de debates que vai levar a
uma reformulaÃÃo do curso a partir de 2015. Infelizmente,
parte da dura discussÃo com os docentes à decidir o que pode
ser retirado da carga de cursos obrigatÃrios, e hà muita
pressÃo para manter grande nÃmero de disciplinas como
obrigatÃrias.Â
Note que acho
fundamental que discussÃes como a que vocà propÃs sejam
travadas na comunidade. Mais um SINAPE vem aÃ, e tenho certeza
de que conversas como essa vÃo fazer parte dos papos entre
coordenadores e docentes dos vÃrios cursos de graduaÃÃo quando
se encontrarem por lÃ.
SaudaÃÃes, Pedro.