O ponto crítico auxilia nos investimentos



O mercado de capitais conta com uma nova solução para analisar carteiras de investimento e definir onde e como distribuir as aplicações. Desenvolvido pela Faculdade de Economia e Administração da USP, o software Ponto Crítico já é utilizado por 12 corretoras, mas também pode ser usado por bancos, pois permite a administração de fundos próprios e de portfólios de clientes, uma vez que analisa simultaneamente centenas de ativos.


O programa é composto de três módulos. O primeiro, chamado de filtro, avalia estatisticamente o retomo esperado e o risco de cada ativo. O segundo, batizado de modelador, define o universo de ativos e os setores da economia nos quais se deseja investir, além das restrições a serem obedecidas. Já o terceiro, o otimizador, calcula os portfólios ótimos com base nas características estatísticas dos investimentos – fornecidas pelo filtro – e nas condições a serem impostas no portfólio final informadas pelo modelador. “As corretoras podem assim tomar decisões equilibradas, levando em conta a relação risco/retorno”, afirma Júlio Stern, responsável pelo desenvolvimento do programa.


Com interface gráfica, o software roda em PCs 486, Windows 3.1 e sistema operacional DOS 3.3. Embora não seja aplicativo de rede, pode rodar com um micro em rede Novell ou Windows for Workgroup. Segundo Stern, o programa costuma ser usado por equipes especializadas que administram os fundos das corretoras e as carteiras dos grandes clientes.


Stern foi contratado para desenvolver o Ponto Critico no âmbito de um convênio que a USP e a Bolsa de Mercadoria e Futuros (BMF) mantêm desde 91, que tem por objetivo desenvolver e produzir tecnologias específicas. Além do software, o acordo já resultou em um curso de extensão cultural de dois anos sobre mercado de capitais na Faculdade de Economia e Administração. A BMF também tem contratos semelhantes com outras escolas, entre elas, a Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, de Piracicaba.


No projeto com a USP, a BMF participou com US$ 100 mil, que foram utilizados na remuneração dos professores responsáveis pelo curso, na visita que fizeram às bolsas de Chicago e Nova York e na compra de equipamentos para o desenvolvimento do software. Em contrapartida, a BMF acertou com Julio Stern a produção para estudantes de uma versão reduzida do programa, que já tem 200 cópias distribuídas gratuitamente.