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Re: paradigma2



    Olá colegas,
    Concordo com alguns pontos colocados pelo Pedro e pelo Jorge, mas
gostaria de colocar alguns pontos importantes, que tem me inquietado
ultimamente.
    Realmente, a escola (ensino fundamental, médio e universidade) atual
está muito além da realidade em que estamos vivendo, pois o modelo atual
ainda se baseia em "tradições" que não se aplicam mais na era da tecnologia,
porém na reformulação do ensino penso que não podemos pensar em formar
apenas profissionais técnicos, mas seres humanos com valores morais, éticos
e que saibam viver bem na sociedade, e que saiba utilizar o conhecimento
para fins construtivos e não para prejudicar a humanidade.
    Valorizo muito o ensino a distância, pois até o momento ainda não foi
explorado em todo seu potencial, mas penso que para a escola formar pessoas
e não apenas técnicos, profissionais com formação para a vida, é necessário
passar valores importantes como respeito, confiança, colaboração, etc.; e eu
acredito, que estes valores para serem passados precisam do contato entre as
pessoas. Por exemplo, é mais fácil você manter o respeito às pessoas
virtualmente, mas pessoalmente pode envolver reações onde o nosso
comportamento é muito diferente, e estes aparatos só são trabalhados através
da convivência humana.
    Vejo a rede como uma fantástica ferramenta para nos auxiliar na
aquisição de conhecimentos, mas não como uma única fonte de aprendizagem,
pois a formação de um indivíduo vai muito além dos conhecimentos técnicos
adquiridos. Por exemplo: o que é ser feliz na vida? Não é apenas trabalhar
com certeza. Como conviver bem consigo mesmo e com a sociedade? e outros
aspectos que só podem ser experimentados na convivência do dia a dia. É
importante o esporte, a cultura, etc, mas penso que apenas estes encontros
não bastam para estimular as pessoas. E os que não desejam participar,
viverão isolados?

    Quanto as suas perguntas, pelo que eu sei já existem Universidades que
tem projetos para o ensino superior a distância, parece que uma em Brasilia
e outra no Rio Grande do Sul que oferecerão cursos superiores a distância,
inclusive com registro no MEC, mas não tenho detalhes do funcionamento e se
já estão em operação.

   Um abraço,
    Regina


>  Ola Pedro,
>  discordo em grande parte dos seus argumentos e motivacoes para um ensino
>  baseado `a distancia ou via internet(como queira).
>  O processo de aprendizado envolve muito mais do que acesso a informacao.
>  Sem duvida alguma, concordo que a grande "Rede" seja, hoje, uma versatil
>  forma de divulgacao de informacoes, ideia, tecnica, etc...
>  Mas, o problema da eficiencia do ensino e sua acessibilidade nao tem como
>  causa o esquema vigente... Isso tem uma raiz cultural.
>  Veja. Um aluno precisa, e muito, do contato com os professores ate mesmo
>  como fonte inspiradora. Quem nunca se pegou pensando o quanto esse ou
>  aquele professor conhece de algum assunto e como seria bom um dia saber
>  tanto quanto ele...
>
>  Pesquisar e aprender exige maturidade do individuo e esse processo eh
>  totalmente pessoal e instransferivel :-)
>
>  Quando disse que a origem da ineficiencia do ensino superior no pais
>  tem origem cultural eh com base nas inumeras opnioes coletivas do
>  brasileiro. Pra exemplificar uma delas, no Brasil, uma pessoa que gosta
>  de estudar e passa uma sabado a noite estudando porque esta interessado
>  em determinado assunto eh considerado idiota...
>
>  O ensino via internet e via qualquer outra coisa nao vai resolver o
>  problema cultural do brasileiro e de qualquer outro povo que nao sabe
>  qual o verdadeiro valor da educacao.
>
>  Acredito na Internet como grande e definitivo meio de difusao cultural
>  e de tecnicas. Mas, nao como paradigma de educacao.
>
>  abraco,
>
>  Jorge
>
> On Wed, 20 Sep 2000, Pedro wrote:
>
> > Acredito que tenhamos no momento a capacidade de criarmos um ensino
superior bem diferente do atual. Ele seria baseado na internet, e as aulas
estariam escritas de forma detalhada e separadas por períodos de tempo
"ideais" para se aprender. Teríamos links para os pré-requisitos básicos e
contaríamos com listas de discussões para resolver dúvidas (que com o tempo
melhorariam a qualidade dos sites). As provas continuariam a existir assim
como trabalhos fundamentais. Elas seriam feitas de tempos em tempos (e
poderiam ser corrigidos pelos alunos com notas mais altas, algumas dessas
correções seriam sorteadas para se verificar a integridade dos
corretores...) . Não teríamos um prazo de término de curso e nem
precisaríamos de provas seletivas para entrar nas faculdades e portanto
qualquer pessoa, mesmo as que trabalham, conseguiriam se formar algum dia.
Para manter o contato entre os estudantes devemos estimulá-los a fazer aulas
esportivas e/ou culturais em algum período do dia em lugares construídos
especificamente para isso, mas seria uma escolha do aluno fazer essas aulas
ou não. Dessa forma acredito que esses cursos ficariam muito mais baratos e
acessíveis. Quanto aos professores do ensino superior, acredito que
diminuirão em número e se dedicarão mais às pesquisas e à manuntenção desses
sites. Com a criação dos centros de integração dos alunos teríamos um grande
crescimento do esporte e da cultura.
> > Perguntas:
> > Algum país já fez algo parecido?
> > Existe algum projeto?
> > Teria esse projeto uma chance real de acontecer? Seria bom? Tomará o
lugar do atual sistema de ensino superior?
> >
> >
> > É isso,
> > Pedro Assunção de Vasconcellos
> >
>