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  MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento

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Note: Avisos e assuntos administrativos

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Thu, 04 Mar 1999 20:23:53 GMT
From: Imre Simon <is@ime.usp.br>

Esta área deverá conter os avisos do Professor, Monitor, etc. e as nossas discussões sobre os assuntos administrativos da disciplina.


News: Linux Install Show no IME

Re: Note: Avisos e assuntos administrativos (Imre Simon)
Date: Fri, 05 Mar 1999 21:31:19 GMT
From: Imre Simon <is@ime.usp.br>

Date: Fri, 5 Mar 1999 18:08:59 -0300 (EST) From: Marcio Rodrigo de Freitas Carneiro <pipo@ime.usp.br> To: g-mac@ime.usp.br Subject: Linux Install Show

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       FAVOR DIVULGAR         FAVOR DIVULGAR         FAVOR DIVULGAR
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              Instalando Linux: dicas, truques e manhas

                 Auditorio Antonio Gillioli - Sala 262A           
                    Terça-feira, 9 de março às 13:30

Se você quer instalar Linux no seu micro pessoal, mas não se sente seguro para fazê-lo, deve assistir a esta palestra. O grupo de usuários linux vai demonstrar como instalar, respondendo a dúvidas de todos os interessados.

A livraria Tempo Real apoiará o evento, fazendo promoções de livros e CDs e sorteio de alguns CDs e camisetas.

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       FAVOR DIVULGAR         FAVOR DIVULGAR         FAVOR DIVULGAR
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Note: Escolha do tema do trabalho teórico

Re: Note: Avisos e assuntos administrativos (Imre Simon)
Keywords: trabalho teórico tema escolha
Date: Thu, 22 Apr 1999 14:48:08 GMT
From: Roger Gailland <gailland@linux.ime.usp.br>

O grupo formado por Daniel Muller, Roger Gailland e Wagner Dias escolheu trabalhar com a Parte 2 do livro Internet Dreams, talvez mais especificamente com os dois últimos capítulos desta parte.


None: Versão preliminar do trabalho teórico

Re: Note: Escolha do tema do trabalho teórico (Roger Gailland)
Keywords: trabalho teórico tema escolha
Date: Mon, 24 May 1999 00:35:02 GMT
From: Roger Gailland <gailland@linux.ime.usp.br>

O grupo formado por

Daniel Muller
Roger Gailland
Wagner Dias

diponibiliza a versão preliminar da leitura da parte 2 de Internet Dreams de Mark Stefik em: 

 http://www.linux.ime.usp.br/~gailland/mac333/


Note: Versao final do trabalho teorico

Re: : Versão preliminar do trabalho teórico (Roger Gailland)
Keywords: trabalho teórico tema escolha final
Date: Tue, 29 Jun 1999 14:09:42 GMT
From: Wagner Dias <dias@ansp.br>

A versao final do trabalho teorico (Parte II - The e-mail metaphor) ja esta disponivel.

http://www.linux.ime.usp.br/~gailland/mac333/


More: Flaming

Re: Note: Escolha do tema do trabalho teórico (Roger Gailland)
Keywords: e-mail flaming Linux Linus egcs cygnus inline
Date: Fri, 18 Jun 1999 16:52:19 GMT
From: Wagner Dias <dias@ansp.br>

O e-mail tambem apresenta algumas desvantagens. Como o Roger comentou na apresentacao, o uso que fazemos do e-mail faz com que nao pensemos muito antes de enviar uma mensagem, ou seja, nao revisemos nossas mensagens.

Isso as vezes provoca alguns desentendimentos. Flaming eh um tipo de discussao que pode ocorrer a partir desses desentendimentos.

O link a seguir eh um trecho de um thread de discussao da lista egcs@egcs.cygnus.com, onde ocorre flaming entre os desenvolvedores envolvidos no projeto do ambiente de compilacao egcs e Linus Torvalds, sobre inlining de funcoes no gcc.

http://www.linux.ime.usp.br/~dias/mac333/flaming.txt


Note: Sobre a entrevista de Domenico de Masi na Roda Viva

Re: Note: Avisos e assuntos administrativos (Imre Simon)
Date: Tue, 27 Apr 1999 16:53:49 GMT
From: Imre Simon <is@ime.usp.br>

O Estado de São Paulo, 25 de fevereiro de 1999

A sociedade do lazer e seu profeta

Gilberto de Melo Kujawski

A entrevista do professor italiano Domenico De Masi no Roda Viva, da TV Cultura, em janeiro, foi um acontecimento raro, um sucesso total de audiência. Foram tantos os pedidos que, na segunda-feira seguinte, o programa foi reprisado na integra. As idéias novas lançadas pelo entrevistado a propósito do tempo livre na sociedade pós-industrial, sua constante fluência e jovialidade na comunicação, sempre em tom ameno e coloquial, cativaram não só os telespectadores como o grupo de entrevistadores, que se mostrou excepcionalmente feliz na formulação das perguntas. Entretanto, por razes insodáveis, a imprensa escrita manteve-se omissa. Nenhuma palavra, nenhum registro daquele acontecimento cultural que magnetizou oPaís inteiro na Tv. Entenda quem puder.

De Masi, professor de Sociologia do Trabalho na Universidade de Roma, consultor de grandes corporações, como a IBM e a Fiat, vê o século 21 dominado não pelo problema do trabalho, e sim pela temática da organização do ócio (entendido não como ''fazer nada", mas como tempo livre). A sociedade pós-industrial é gerada pela própria sociedade industrial, na medida em que esta aperfeiçoa e difunde seus programas de automatização e informatização do trabalho. A sociedade pós-industrial, esse fenômeno que já começou a existir, troca a produção de bens materiais pela produção de serviços, de informação e de conhecimento. Hoje em dia - diz ele -, o país que conta com muitas indústrias está atrasado. A linha de montagem foi superada. A economia sadia e avançada, segundo De Masi, não é unilateral, e sim diversificada, combinando a função agrícola e a industrial com o lazer. As condições para a construção da sociedade do lazer são: a grande arte, a grande literatura e a grande universidade. O Brasil conta de sobra com os dois primeiros fatores, mas falha no desenvolvimento da universidade na dedicação intensiva e extensiva ao estudo e à pesquisa científica.

O maior inimigo da criatividade organizada que caracteriza o mundo pós-industrial é o burocrata, o antípoda das inovações e do espírito criador. Os burocratas são "sádicos", só enxergam os limites e nunca as oportunidades; são "corruptos", tentam corromper os clientes com a exploração das dificuldades, dos prazos, etc. Atualmente, qualquer executivo pode terminar seu trabalho diário em cinco horas; mas o executivo representa uma comédia; faz de conta ter trabalho em demasia, inventa horas extras, para não ser capturado pela família e pela mulher, a qual, em geral, despreza. Propõe um sem-número de "reuniões sem finalidade e de regulamentos "para os outros". E preciso começar a sanear o regulamento das empresas, eliminando, um a um, todos os preceitos sem razão de ser.

A imaginação criadora é importante, mas não basta; tem de se completar pela realização. Fantasia + realização é a proposta dos grupos de trabalho estudados em seu livro A Emoçâo e a Regra (José Olympio Ed.). Tais grupos se constituíram na Europa, entre 1850 e 1950. E difícil deparar com a genialidade individual, mas é viável criar grupos que somem fantasia com realização. Um desses grupos foi a Escola de Biologia de Cambridge, que descobriu o DNA. Os cientistas produziram diversos desenhos da possível estrutura do DNA, a priori, sem base experimental. Na hora de testar aqueles desenhos surgiu a questão: qual deles? A resposta foi: o mais belo. Testou-se o desenho mais formoso e elegante. E não é que deu certo? O esquema do DNA era aquele mesmo. O episódio é importante para destacar a importância do espírito lúdico, do prazer de jogar, sem o qual não se constrói a ciência.

Ortega y Gasset, há mais de 70 anos,já acentuava a influência decisiva do jogo em qualquer tipo de criação: "Para advertência exemplar dos homens existe o feito gigantesco de que a civilização que obteve maior domínio material, prático, sobre o cosmos - a européia - foi também a civilização da matemática mais irreal e abstrusa. O mundo antigo só produziu uma técnica rudimentar e embotada - a meu juízo, uma das causas mais concretas de sua ruína - porque não cultivou a matemática e o pensamento com suficiente alegria desportiva. Digam-me o que seria de nossa técnica sem a geometria analítica de Descartes e o calcul des infiniment petits, de Leibniz! Em trabalho próximo a publicar-se - Marta e Maria ou Trabalho e Desporto -, você verá como as coisas chamadas 'sérias' e úteis, foram, na História, míseras decantações e como que migalhas do puro desportismo" (Ortega y Gasset, Carta a um Jovem Argentino que Estuda Filosofia, O.C., III, 350).

De Masi reconhece no desemprego crescente e mundial um perigo sério. Mas entende que a desocupação, que surge como uma ameaça, se revela logo uma oportunidade de reorganizar o trabalho e a sociedade. Para ele, aquelas três etapas da vida que andam separadas, o estudo, o trabalho e o tempo livre, tendem a integrar-se desde já. O tempo livre - diz De Masi - é o tempo do luxo; não da ostentação de riquezas ornamentais, mas da recuperação de alguns luxos hoje perdidos, como o tempo, o espaço, o silêncio, a segurança. Por isso, respondendo a um dos jornalistas, declara De Masi que o principal valor que sustenta seu trabalho é a estética. A estética - afirma - é a disciplina que dá sentido às coisas, unindo o fragmentário numa realidade inteiriça.

Precioso subsídio para as teses do pensador italiano seria a noção do tempo hispânico, forjada por Gilberto Freyre. o mundo desenvolvido, diz Freyre, está dominado pela tensão abominável do tempo anglo-saxônico, o tempo planificado segundo objetivos pragmáticos de utilidade e ganho material, um tempo que nunca é "nosso", de cada um de nós. mas da empresa. do capital e do trabalho, da sociedade, enfim. Já o tempo hispânico (comum a Espanha, Portugal e seus descendentes) é o tempo pessoal, que considero próprio, "meu". Numa palavra, é o tempo do que interessa por si mesmo, e não por outra coisa. Gilberto fala do cafezinho, do charuto fumado, lentamente, do tempo da cervejaria ou da confeitaria, da conversa gratuita. dos sorvos de vinho do porto das guloseimas, etc. (G. Freyre, O Brasileiro entre os Outros Hispanos).

Espanha e Portugal, Brasil e Itália são países que chegaram por último ao festival do desenvolvimento. Talvez porque o pensamento espanhol. a sociologia brasileira e o gênio italiano estejam reservados para brilhar na temporalidade do ócio, do tempo livre, no mundo pós-industrial.

( Gilberto de Melo Kujawski é escritor  e jornalista
   O Estado de São Paulo, 25 fev 99) 


Note: Tema projeto teorico

Re: Note: Avisos e assuntos administrativos (Imre Simon)
Date: Mon, 03 May 1999 20:27:26 GMT
From: Julio César Silva de Queiroz <jqueiroz@linux.ime.usp.br>

O grupo formado por Julio Queiroz, Telmo Souza e Alencar Shibayama desenvolverao o tema DINHEIRO basedos nos trabalhos de LIETAER


None: Projeto Teórico - Versão Preliminar

Re: Note: Tema projeto teorico (Julio César Silva de Queiroz)
Date: Sun, 23 May 1999 21:41:05 GMT
From: Julio César Silva de Queiroz <jqueiroz@linux.ime.usp.br>
Body-URL: http://www.linux.ime.usp.br/~jqueiroz/dinheiro.html

404 Not Found

Not Found

The requested URL /~jqueiroz/dinheiro.html was not found on this server.


Idea: Artigo que pode ser útil para o trabalho

Re: : Projeto Teórico - Versão Preliminar (Julio César Silva de Queiroz)
Keywords: dinheiro eletrônico
Date: Wed, 09 Jun 1999 01:29:34 GMT
From: Elisângela Peres <eperes@keyword.com.br>

Na página abaixo há um artigo publicado na revista BYTE em junho/96 que fala sobre o dinheiro eletrônico. Talvez ele possa ser útil...

http://infojur.ccj.ufsc.br/arquivos/informatica_juridica/Comercio_eletronico/dinheiro_eletronico.html


News: Versao Final do projeto

Re: Note: Tema projeto teorico (Julio César Silva de Queiroz)
Date: Fri, 02 Jul 1999 15:06:31 GMT
From: Telmo Dias de Souza Carlos <unknown>
Body-URL: http://www.linux.ime.usp.br/~jqueiroz/dinfinal.html

404 Not Found

Not Found

The requested URL /~jqueiroz/dinfinal.html was not found on this server.


News: Palestras de Manuel Castells e de Domenico de Masi e duas noticias sobre Linux

Re: Note: Avisos e assuntos administrativos (Imre Simon)
Date: Tue, 25 May 1999 17:34:56 GMT
From: Imre Simon <is@ime.usp.br>

*******************************************************************

 A seguir estou reproduzindo um anúncio feito na lista do Grupo de
 Estudos de Informação e Comunicação do IEA. Peço desculpas aos que
 receberem mais de uma cópia deste anúncio e para evitar este incômodo,
 dentro em breve estarei enviando estas notícias apenas à lista
 <edic-l@ime.usp.br> Se Você tem interesse neste tipo de material,
 inscreva-se, por favor, na lista. Para tanto, visite a página

	       http://www.ime.usp.br/~edic/edic-l.html

*******************************************************************

Boa tarde,

Na semana que vem teremos uma semana muito ativa em termos de Informação e Comunicação e gostaria de anunciar dois eventos públicos e algumas novidades que podem interessar a esta lista.

1. Na quarta feira que vem,

			dia 26mai99, as 19:00,

		     o Professor Manuel Castells,

	      da Universidade da California em Berkeley,

   estará dando uma palestra no Parlamento Latino Americano, à
   Av. Auro Soares de Moura Andrade, Portão 9, Barra Funda, São Paulo
   sobre o tema

	  A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura

   As inscrições são gratuitas pelo telefone 3824-6325 ou Fax
   3824-6324. 

   Castells é um sociólogo espanhol que escreveu uma trilogia com o
   título acima. O primeiro volume, A Sociedade em Rede, está sendo
   lançado no Brasil pela Editora Paz e Terra. Os outros dois volumes,
   O Poder da Informação e Fim do Milênio serão lançados em portugês
   em breve. Esta trilogia, amplamente aclamada, é considerada hoje em
   dia como o estudo mais completo da globalização e das consequências
   do grande avanço das tecnologias da informação. Ela caracteriza as
   transformações pelas quais estamos passando através do fluxo e
   troca quase instantâneos de informação, capital e comunicação
   social. Castells investiu 20 anos de pesquisas até completar esta
   obra.

   Algumas URLs de interesse:

   The Informational City is a Dual City: Can It Be Reversed?
   http://web.mit.edu/sap/www/high-low/1castells.html

   Book review by Cliff Barney 
   http://www.rewired.com/98/0126.html

   Book review by Steve Cisler, 1997 
   http://www.ctcnet.org/r981cisl.htm

   Castell meets Torvalds in Berkeley
   http://www.ias.berkeley.edu/cwes/calendar.html#A30

2. O segundo convite se relaciona a um assunto ligeiramente fora do
   nosso foco, mas mesmo assim, achei que vale a pena anunciá-lo neste
   lista.

	     Na quinta feira, 27mai99, das 9:30 às 11:30,

			  Domenico de Masi,

   o sociólogo italiano que advoga a Sociedade do Lazer, proferirá uma
   palestra no 

	      IPT prédio 1, Auditório Adriano Marthini,

   sobre o tema

       O trabalho criativo nos centros de ciência e tecnologia.

   Favor confirmar a presença com Valéria, pelo telefone 3767-4176 ou
   pelo Fax 3767-4050.

   Uma URL de interesse:

   A sociedade do lazer e seu profeta, artigo de Gilberto de Melo
   Kujawski no Estadão
   http://www.ime.usp.br/~is/ddt/mac333/aulas/DdMasi.html

As próximas duas notícias, referem-se ao Linux, mas em função da sua abrangência elas podem vir a ser de interesse mais amplo.

3. Foram inaugurados dois sites que se dedicarão à intermediação entre
   empresas e programadores, visando a criação remunerada de software
   de fonte aberta. Um dos sites é parcialmente patrocinado pela
   HP. Veja estas URLs:

   http://lwn.net/1999/0520/

   http://www.sourcexchange.com/

   http://www.cosource.com/

4. Linus Torvalds foi agraciado com o título de Doutor honoris causa
   pela Universidade de Stockholm. Maiores informações na URL:

   http://linuxtoday.com/stories/6056.html

Boa diversão! Eu recomendo, em particular, ver o Castells na quarta à noite.

Saudações,

Imre Simon
 


More: Matéria com De Masi no Estadão de ontem

Re: News: Palestras de Manuel Castells e de Domenico de Masi e duas noticias sobre Linux (Imre Simon)
Date: Mon, 31 May 1999 21:12:04 GMT
From: Clayton Selani <unknown>

Olá pessoal,

ainda continuando a discussão sobre o tema "A sociedade do lazer", Domênico de Masi deu uma interessante entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", a qual foi publicada ontem (dia 30 de maio/99). Nela, o sociólogo debate sobre o assunto "fadiga e ócio", com declarações interessantes sobre o tema supracitado.

Além do desemprego, redução de jornada de trabalho e aposentadoria, o professor fala, inclusive, sobre comuninsmo X capitalismo.

Abaixo, algumas declarações de De Masi: "O trabalho é, pela sua natureza, uma maldição bíblica. Desenvolve-se em lugares indecentes e feios, onde uma pessoa deve gastar muito tempo, gastando muito energia, com rituais inúteis..."

"... hoje, quando fazemos um trabalho intelectual, poderíamos inverter a situação fazendo com que o trabalhador viesse à nossa casa por meio de infovias, como a Internet..."

"... é inútil estabelecer horários para trabalhos intelectuais..."

"Uma pessoa deve trabalhar até quando quiser..."

"O regime comunista sabia distribuir a riqueza muito melhor que nós; porém, não sabia produzí-la. Nós, ao contrário, sabemos produzir, mas não sabemos distribuir..."

A matéria foi publicada na seção "Caderno 2/Cultura" do jornal, página D9.

Há também um "trailler" de suas idéias no mesmo jornal, no encarte "Empregos", na primeira página.

Um abraço a todos e boa leitura.


None: Projeto Teórico

Re: Note: Avisos e assuntos administrativos (Imre Simon)
Keywords: Internet, Ensino
Date: Tue, 25 May 1999 23:10:51 GMT
From: Rafael Valvassoura <rafael@linux.ime.usp.br>

O tema que escolhi é "Ensino a Distância". Já estou pesquisando os sites relacionados e contactando órgãos governamentais para saber o que o Brasil está fazendo a respeito.


None: Como andam as leis sobre ensino a distância

Re: : Projeto Teórico (Rafael Valvassoura)
Keywords: Internet, Ensino
Date: Tue, 25 May 1999 23:30:58 GMT
From: Rafael Valvassoura <rafael@linux.ime.usp.br>

http://www.geocities.com/WallStreet/7939/html/leis.html

Na página acima estão as leis que entraram em vigor no dia 11/02/98, a respeito de ensino a distância.


News: Notas e aproveitamentos

Re: Note: Avisos e assuntos administrativos (Imre Simon)
Date: Mon, 19 Jul 1999 23:19:43 GMT
From: Imre Simon <is@ime.usp.br>

                     Trabalho       
 MAC 333           grupo - Nota    P1    P2     Aproveitamento

 Adelia                   0	   4,6   5,0     2,4				       

 Adriana               C  7        4,0   3,0     5,3                                    

 Alencar               J  6        3,8   4,5     5,1                                    

 Bruno                    0        5,3   3,5     2,2                                    

 Carlos Alberto           0        -     -       0                                  

 Clayton               C  7        5,0   6,5     6,4                                    

 Daniel                F  8        5,1   5,0     6,6                                    

 David                 G 10        5,5   6,5     8,0                                    

 Debora                D  9        6,8   7,0     8,0                                    

 Denis                 C  7        7,1   5,0     6,6                                    

 Eduardo               C  7        5,1   3,5     5,7                                    

 Edward                B 10        8,0   9,0     9,3                                    

 Elisangela            D  9        4,5   9,0     7,9                                    

 Enrico                A  6        -     -       3,0                              

 Gustavo               I  8        4,6   4,5     6,3                                    

 Henrique              I  8        5,5   3,5     6,3                                    

 Jefferson             D  9        8,3   8,0     8,6                                    

 Joao Luiz                0        5,6   3,5     2,3                                    

 Julio Cesar           J  6        5,7   6,0     6,0                                    

 Marcello              A  6        7,7   5,0     6,2                                    

 Rafael                   0        5,1   7,5     3,2                                    

 Rodrigo               E  8        5,7   5,0     6,7                                    

 Roger                 F  8        5,1   5,5     6,7                                    

 Rogerio               B 10        3,8   8,0     8,0                                    

 Sergio                E  8        5,7   6,0     7,0                                    

 Shigueo               B 10        -     4,0     6,0                                      

 Telmo                 J  6        5,5   5,0     5,7                                    

 Wagner                F  8        8,0   7,5     7,9                                    

                   Trabalho						       
 MAC 5800         grupo - Nota     P1    P2     Aproveitamento

 Clenio               H  9         -     -      I	       

 Francisco	      H	 9	   7,5   7,5    A             


None: Tema 1 - Dicionário Básico desta Disciplina

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Thu, 04 Mar 1999 20:27:19 GMT
From: Imre Simon <is@ime.usp.br>

Esta área é destinada às discussões do tema 1.


None: Tema 2: Exitirá Mesmo uma Revolução da Informação?

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Thu, 04 Mar 1999 20:29:26 GMT
From: Imre Simon <is@ime.usp.br>

Esta área é destinada às discussões do tema 2.


Idea: Existirá uma Revolução da Informação?

Re: : Tema 2: Exitirá Mesmo uma Revolução da Informação? (Imre Simon)
Date: Thu, 11 Mar 1999 21:12:26 GMT
From: Jefferson Kato <jskato@linux.ime.usp.br>

  Conversando com um colega meu a respeito da influência da Internet na sociedade, entramos em uma discussão sobre a relação homem-máquina ao longo da história. Meu colega levantou uma idéia sobre a possibilidade de o homem estar se alienando em relação à sociedade humana. Um dos pontos que sustentavam essa opinião era a de que o homem, desde que nasce, recebe uma identidade, um nome pelo qual é chamado, características físicas que o identificam, costumes que adquire através da educação de seus responsáveis e assim por diante. São essas características que ligam o homem à sociedade a que ele pertence. Ao entrar na Internet, toda essa identidade adquirida ao longo da sua vida é deixada de lado e ele passa a viver uma nova identidade, se desligando dessas características e deixando de lado também a chave para o seu relacionamento com a sociedade. Como num chat, por exemplo, ele têm um apelido novo, características físicas novas, e até seu comportamento pode mudar.
  Eu, particularmente, discordo do ponto de vista de alienação do homem. Para mim, há uma outra sociedade na Internet, no qual cada ser humano terá que refazer sua identidade. Por mais que ele se desligue da sua vida social fora da Internet, ele ainde estará vivendo numa nova sociedade totalmente diferente da sociedade em que vivemos, com uma identidade diferente, talvez totalmente forjada pelo indivíduo que ela identifica. Essa nova sociedade, onde essa troca de identidade se torna possível, não cabe na teoria social que vivemos fora da Internet. Uma nova forma de pensar e de se relacionar fará com que sociólogos tenham que redefinir a teoria social que caberia para essa nova sociedade. Embora eu não ache que ela venha a substituir a sociedade em que vivemos.
  Poderia ser considerada a idéia de revolução, mesmo que não haja uma completa mudança de paradigma, mas sim a criação de mais um e a co-existência dos dois modos? A história diz que sim. Como no caso das Revoluções Agrícolas, apesar de toda a tecnologia que as grandes plantações dispunham, ainda continuava a existir o pequeno plantador, como antes da revolução. Um trabalhador que planta para o consumo e um pouco de excedente que é vendido gerando algum lucro. Isso existe até hoje.
  Essas foram as conclusões que chegamos nessa discussão. Queria dizer que acredito sim que uma revolução nesses termos esteja em andamento.


More: Sobre a identidade na rede

Re: Idea: Existirá uma Revolução da Informação? (Jefferson Kato)
Keywords: identificacao, autenticacao, personalidade
Date: Mon, 15 Mar 1999 17:03:49 GMT
From: Wagner Dias <dias@ansp.br>

Também acredito que exista um novo conceito de sociedade na qual se pode refazer a sua identidade, como no caso dos chats (muitas pessoas são atraídas pela troca de identidade, personalidade e comportamento, daí talvez venha o sucesso de tais aplicações).
Mas acho que um outro conceito de identidade está surgindo, apoiado pelas tecnologias de autenticação eletrônica. Há situações em que queremos ter certeza da identidade da pessoa com quem estamos conversando ou trocando informações potencialmente sigilosas.
Enfim, a pergunta é: Pode ser muito interessante ter uma certa liberdade na rede, mas até que ponto? Será que não se tornará necessário no futuro um mecanismo de identificação global na rede?


Idea: identidade

Re: More: Sobre a identidade na rede (Wagner Dias)
Keywords: identificacao, autenticacao, personalidade
Date: Mon, 15 Mar 1999 18:24:03 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Identidade na Rede

Talvez no futuro a sua identidade na rede seja muito mais importante que a sua identidade real. Se for assim, não haveria muito sentido mais você precisar provar que é você mesmo... Um grupo de trabalho poderia por exemplo ter uma identidade única na rede, e não teria mais importância saber qual pessoa deste grupo estaria acessando no momento. :-)


Question: Identidade na Rede

Re: Idea: identidade (David Machado)
Keywords: identificacao, autenticacao, personalidade
Date: Fri, 19 Mar 1999 12:00:13 GMT
From: Julio César Silva de Queiroz <jqueiroz@linux.ime.usp.br>

Se algum dia a identidade na rede se tornar mais importante que a do próprio individuo como ser humano nós estaremos vivendo em um mundo onde todo o contato social como nós o conhecemos hoje(receber um abraco de um amigo, o beijo da namorada, ver o sorriso das pessoas, etc...) nao existirá mais. Será que nós queremos um mundo assim???

Com certeza eu não quero!!!


Feedback: Identidade na rede

Re: Question: Identidade na Rede (Julio César Silva de Queiroz)
Keywords: identificacao, autenticacao, personalidade
Date: Wed, 24 Mar 1999 01:30:33 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Não foi exatamente isto que eu quis dizer, devo ter me expressado mal...

Eu não sugeri que as pessoas perderiam suas identidades reais para trocá-la por uma identidade na rede. O que eu quis dizer foi que talvez estas duas identidades fiquem cada vez mais separadas, o que do meu ponto de vista é muito bom! Lógico que as pessoas vão continuar tendo suas identidades no mundo "real"(bom, o que é real ou não já é outra discussão...). Tal identidade continuaria sendo muito importante para as relações humanas, como as que você citou. Mas para realizar um trabalho cooperativo pela rede, com um grupo espalhado pelo mundo todo, não importa muito quem é a pessoa na realidade. Em alguns casos saber isto pode até atrapalhar!

O que eu tentei dizer foi que o mundo real e o mundo existente na rede tendem a se separar cada vez mais, a ponto da identidade da pessoa deixar de ser importante (do ponto de vista dos usuários da rede, nunca em relação às pessoas que convivem com tal indivíduo).

É interessante notar que atualmente algumas pessoas fazem o contrário: ao invés de separar, misturam os dois mundos. É comum pessoas procurarem através da rede os tipos de relacionamento que você enumerou, mas que a rede (pelo menos com a tecnologia de hoje) ainda não é capaz de transmitir na forma de bits...

Bom, talvez eu possa resumir tudo isto do seguinte modo: a rede mundial serve, e muito bem, para se trabalhar e conseguir informações; tentar usá-la para conseguir algo só possível pelo contato direto entre as pessoas é, no mínimo, um erro...


Question: Identidade na rede

Re: Feedback: Identidade na rede (David Machado)
Keywords: identificacao, autenticacao, personalidade
Date: Tue, 06 Apr 1999 03:26:20 GMT
From: Gustavo Tadao <gtadao@uol.com.br>

Como poderia uma pessoa ter uma identidade na Rede e outra na vida real diferentes? E se algum dia, por algum motivo, estas duas identidades virem a se confrontar? Qual serah levado em conta? Supona que na vida real vc seja uma pessoa muito introvertida e com um potencial carismatico pequeno, e que na rede vc seja uma pessoa expansiva e extremamente criativa, como confrontar estas duas identidades? Qual delas sera levada em conta na hora de uma suposta entrevista? Esta eh uma duvida que tenho e que a qualquer hora posso me deparar com ela, acho que eh uma pergunta muito aberta, cheio de "Depende" mas, com a identidade virtual, isto eh possivel de acontecer.


More: identidade virtual

Re: Question: Identidade na rede (Gustavo Tadao)
Keywords: identificacao, autenticacao, personalidade
Date: Tue, 06 Apr 1999 20:12:18 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Este dilema acontece quando pensamos que esta identidade virtual somos nós mesmos. Não é assim que eu vejo: esta identidade virtual seria mais ou menos como um boneco que nós controlamos. Poderia até ter grande importância dentro da rede, mas o que eu estou tentando questionar é o quanto isto poderia afetar a vida real. Para mim não poderia afetar de forma alguma, para nosso próprio bem-estar. Lógico que muita gente deve pensar diferente...


None: adfajfajfkja'lgkja

Re: Idea: Existirá uma Revolução da Informação? (Jefferson Kato)
Keywords: adgadgfgagaga
Date: Mon, 08 Nov 1999 02:12:26 GMT
From: <unknown>

a'gkajgájgoajkldgakjdfdknbka'dfoadofkagd


News: Dinheiro

Re: : Tema 2: Exitirá Mesmo uma Revolução da Informação? (Imre Simon)
Keywords: Money, Dinheiro, e-money, Lietaer
Date: Fri, 12 Mar 1999 20:45:54 GMT
From: Wagner Dias <dias@linux.ime.usp.br>

O professor Imre comentou o autor Bernard Lietaer na aula de hoje. Alguns artigos escritos por ele, que falam sobre o dinheiro no futuro, podem ser encontrados em:

http://www.transaction.net/money/bio/lietaer.html


Question: Pode haver revolução, mas...

Re: : Tema 2: Exitirá Mesmo uma Revolução da Informação? (Imre Simon)
Date: Sat, 13 Mar 1999 03:32:14 GMT
From: Eugenio A Nassu <nassu@ime.usp.br>

Pois é, pessoal. Acredito que o prof. juntou argumentos suficientes para me fazer acreditar que estamos vivendo uma revolução. Mas, só para refletir, será que essa revolução vai ser boa para nós ? Será que vai resultar em uma vida melhor, sem violência, sem pobreza, sem os problemas que vivemos hoje ?

Particularmente, me parece que não. Mas, os efeitos são imprevisíveis... quem sabe é de uma mudança radical na sociedade é o que é necessário...


Feedback: Os benefícios da Revolução

Re: Question: Pode haver revolução, mas... (Eugenio A Nassu)
Date: Wed, 31 Mar 1999 17:04:11 GMT
From: Rafael Valvassoura <rafael@linux.ime.usp.br>

 Eugênio, você perguntou se essa revolução que está acontecendo vai ser algo bom para nós. 

 Eu respondo: sim, vai ser algo muito bom para nós, que estamos dentro do coração da mudança, acompanhando os acontecimentos e colhendo seus frutos.
 No entanto, para a parte da sociedade que não tem contato com esse mundo, a revolução representará um distanciamento ainda maior.

 Como foi dito durante a aula, num futuro não muito distante existirá um segundo tipo de analfabetismo, o tecnológico. Quem não souber lidar com o computador terá menos chances de sucesso na vida. 

 Se você voltar ao passado, verá que em toda revolução uma parte da sociedade saiu "prejudicada". Durante a Revolução Francesa foram os nobres que perderam as cabeças, durante a Revolução Industrial foram os operários que perderam os empregos, e durante a Revolução da Informação, não haverá ninguém mais prejudicado do que as classes mais pobres da sociedade.


Question: Consequencias para a sociedade

Re: Feedback: Os benefícios da Revolução (Rafael Valvassoura)
Date: Tue, 06 Apr 1999 03:38:10 GMT
From: Gustavo Tadao <gtadao@uol.com.br>

Rafael, Concordo com vc sobre o segundo tipo de analfabetismo, acho que toda revolucao traz um crescimento e ao mesmo tempo uma instabilidade cada vez maior entre a sociedade humana. Acho que esta instabilidade eh vista nas crises que, hoje tem suas dimensoes cada vez maiores. Sobre o ponto de vista de que esta revolucao eh boa para nos que estamos no meio, eh relativa pois somos engrenagem de um processo muito maior que esta tracando o rumo da humanidade. Vc nao acha muita responsabilidade? Ou vc encara como um processo natural?As vezes tenho medo nas consequencias que nossas atitudes podem causar no futuro e me pergunto : Será que o que estou fazendo é o melhor? Ou vamos fazer e depois veremos o que acontece? Acho isto muito perigoso.


None: A terceira onda da Revolucao

Re: : Tema 2: Exitirá Mesmo uma Revolução da Informação? (Imre Simon)
Date: Mon, 15 Mar 1999 12:03:28 GMT
From: Daniel Müller <muller@ime.usp.br>

  Creio que o cerne da questao que nutre esta lista e sua polemica é justamente a terminologia empregada. Nao que discorde pessoalmente da existencia de uma Revolucao que permeia nossas vidas, muito pelo contrario, mas talvez pelo termo Revolucao ter se tornado apos seculos e seculos parte intrinsica de uma manifestacao de carater físico, o que nao se evidencia nesta tal revolucao da informacao. Essa falta de materia palpavel, creio eu, e o que leva a discussao da veracidade de sua existencia.
  Allan Toffler, escritor americano, defende a existencia de tres ondas de poder no curso da historia. Primeiro temos a violencia, depois o dinheiro e depois a informacao. Em cada estagio da evolucao, aqueles que detiveram, concentraram, manipularam, ou seja, tiveram controle sobre o poder correspondente a sua era, foram justamente aqueles que ditaram as regras do jogo.
  Estaremos entao vivendo a revolucao no seu sentido mais puro, o de passagem de um estado da humanidade para outro. De um estado onde o dinheiro ainda e o simbolo maximo de poder para um onde a informacao passaria a ter tal status.
  Como toda revolucao, seus frutos dependerao das acoes tomadas em seu desenvolvimento. Isto torna este momento tao importante para os que estao cientes da existencia de tal movimento.
  Infelizmente, e dificil conceber um modo de se integrar a mudança. Por isso, para finalizar, gostaria de propor a seguinte questão: qual é o nosso papel, como profissionais da informacao, nesta Revolucao?


Feedback: Nosso papel nesta revolução

Re: : A terceira onda da Revolucao (Daniel Müller)
Date: Wed, 31 Mar 1999 17:58:44 GMT
From: Rafael Valvassoura <rafael@linux.ime.usp.br>

 Muito bem argumentado, Daniel.

 Em nossa sociedade quem possui mais dinheiro possui mais influência e poder, isso é uma certeza. A importância que se dá à informação é grande, mas a importância dela na sociedade como um todo não irá ser equivalente à do dinheiro, pelo menos não tão cedo.
 Um dos principais fatores que me levam a crer nisso é que a informação está sendo utilizada principalmente com a finalidade de se obter lucro.

 Você pode, por exemplo, desenvolver um algoritmo que seja mil vezes mais eficiente na resolução de um problema. Como aquela garota que descobriu uma maneira dez vezes mais rápida para calcular o determinante de matrizes (ou algo do gênero, desculpe por não saber todos os detalhes). O que fazer com essa informação?
 Existem basicamente duas opções: divulgar abertamente a informação ou cobrar um certo preço para quem quiser ter acesso a ela.
 
 Seguindo pela primeira opção, você certamente será muito reconhecido, e com certeza terá um status muito alto, dentro do círculo de pessoas que se beneficiaram com a informação.
 A segunda opção com certeza lhe renderá muito capital, que mesmo que não lhe traga boa fama vai garantir conforto material e um status alto, além de muito poder dentro da sociedade.
 Temos como exemplo Linus Torvalds e Bill Gates. Linus foi o pioneiro nesse assunto, ao divulgar seu sistema operacional livremente pela internet. Todos que tiveram acesso ao Linux sabem o valor do trabalho deste gênio. Bill Gates cobra (e cobra caro) pelas informações que ele possui. E apesar de não ter boa fama, todo o dinheiro que juntou durante esses anos o faz ser simplesmente um dos homens mais ricos do mundo. E esse status não pode ser compartilhado por Linus.


Warning: Desculpe, o título da última mensagem está errado...

Re: Feedback: Nosso papel nesta revolução (Rafael Valvassoura)
Date: Wed, 31 Mar 1999 18:19:49 GMT
From: Rafael Valvassoura <rafael@linux.ime.usp.br>

Troquei as bolas. Escrevi o título pensando em uma coisa e abordei um assunto completamente diferente.


Idea: Internet e cooperacao

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Tue, 09 Mar 1999 22:10:59 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

  Estive pensando sobre uma das ultimas aulas do professor. Em uma delas, citava-se que a Internet permitiu, forneceu um meio para aumentar o grau de cooperacao entre as pessoas, inclusive pessoas distantes geograficamente. Concordo com isso, mas devo acrescentar que a Internet fez mais do que isso. Hoje a Internet, alem de possibilitar a cooperacao entre as pessoas, parece obrigar as pessoas a cooperarem.

  Isso esta sendo bem sentido pelo meio empresarial. A cooperacao tornou-se um fator de competitividade entre as empresas, pois gera economia de custos. Sendo assim, as empresas que nao adotarem a filosofia cooperativa da Internet estarao destinadas a perder competitividade perante as empresas que o fizerem.

  Dessa forma, posso concluir que a Internet e' por si mesma, um auto-catalisador de si mesma; ja que estimula seu proprio crescimento e uso. Posso estar enganado, mas parece que a Internet ganhou vida propria e nao depende mais de seus criadores para se sustentar; ela mantem seu proprio sustento por ter tornado-se indispensavel para muitos.


  Aceito sugestoes para desenvolver a ideia.


News: Computdores no projeto Appolo

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Wed, 10 Mar 1999 15:24:52 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

Ai vai um texto sobre os computadores usados na missao espacial Appolo que obtive a pedido do professor Imre Simon. Esse material foi obtido da pagina: www.hq.nasa.gov

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Computers in Spaceflight: The NASA Experience

                        - Chapter Two - 
         - Computers On Board The Apollo Spacecraft - 

           The Apollo guidance computer: Hardware

[34] The Apollo Guidance Computer was fairly compact for a computer of its time. The CM housed the computer in a lower equipment bay, near the navigator'station. Block II measured 24 by 12.5 by 6 inches, weighed 70.1 pounds, and required 70 watts at 28 volts DC. The machine in the lunar module was identical.

Crew members could communicate with either computer using display and keyboard units (DSKY, pronounced "disky"). Two DSKYs were in the CM, one on the main control panel and one near the optical instruments at the navigator's station. In addition, a "mark" button was at the navigator's station to signal the computer when a star fix was being taken. A single DSKY was in the lunar module. The DSKYs were 8 by 8 by 7 inches and weighed 17.5 pounds. As well as the DSKYs, the computer directly hooked to the inertial measurement unit and, in the CM, to the optical units.

The choice of a 1 6-bit word size was a careful one. Many scientific computers of the time used 24-bit or longer word lengths and, in general, the longer the word the better the precision of the calculations. MIT considered the following factors in deciding the word length: (a) precision desired for navigation variables, (b) range of input variables, and (c) the instruction word format. Advantages of a shorter word are simpler circuits and higher speeds, and greater precision could be obtained by using multiple words. A single precision word of data consisted of 14 bits, with the other 2 bits as a sign bit (with a one indicating negative) and a parity bit (odd parity). Two [35] adjacent words yielded "double precision" and three adjacent, "triple precision." To store a three-dimensional vector required three double precision words . Data storage was as fractions (all numbers were less than one). An instruction word used bits 15-13 (they were numbered descending left to right) as an octal operation code. The address used bits 12-1. Direct addressing was limited, so a "bank register" scheme (discussed below) existed to make it possible to address the entire memory .

The Apollo computer had a simple packaging system. The computer circuits were in two trays consisting of 24 modules. Each module had two groups of 60 flat packs with 72-pin connectors. The flatpacks each held two logic gates. Tray A held the logic circuits, interfaces, and the power supply, and tray B had the memory, memory electronics, analog alarm devices, and the clock, which had a speed of one megahertz. All units of the computer were hermetically sealed. The memory in Block II consisted of a segment of erasable core and six modules of core rope fixed memory. Both types are discussed fully below.

The Apollo computer used few flip-flop registers due to size and weight considerations, but seven key registers in the computer did use flip-flops:

    The accumulator, register 00000, referenced as "A". 
    The lower accumulator, 000001, L". 
    The return address register, 000002, "Q". 
    The erasable bank register, 000003, "EB". 
    The fixed bank register, 000004, "FB". 
    The next address, 000005, "Z". 
    The both bank register, 000006, "BB" (data stored in EB and FB were automatically together here). 

The use of bank registers enabled all of the machine's memory to be addressed. The largest number that can be contained in 12 bits is 8,192. The fixed memory of the Apollo computer contained over four times that many locations. Therefore, the memory divided into "banks" of core, and the addressing could be handled by first indicating which bank and then the address within the bank. For example, taking the metaphor "address" literally, there are probably hundreds of "100 Main Street" addresses in any state, but by putting the appropriate city on an envelope, a letter can be delivered to the intended 100 Main Street without difficulty.

The computer banks were like the cities of the analogy. The erasable bank register held just 3 bits that were used to extend the direct [36] addressing of the erasable memory to its "upper" region, and the fixed bank register held 5 bits to indicate which core rope bank to address. In addition, for the addresses needing a total of 16 bits, a "super bank bit" could be stored and concatenated to the fixed bank data and the address bits in the instruction word. This scheme made it possible to handle the addressing using a 1 6-bit word, but it placed a greater burden on the programmers, who, in an environment short of adequate tools, had to attend to setting various bit codes in the instructions to indicate the use of the erasable bank, fixed bank, or super bank bit. Although this simplified the hardware, it increased the complexity of the software, an indication that the importance of the software was not fully recognized by the designers.

To further reduce size and weight, the Apollo computer was designed with a single adder circuit, which the computer used to update incremental inputs, advance the next address register, modify specified addresses, and do all the arithmetic. The adder and the 16 I/O channels were probably the busiest circuits in the machine.

                         Memory

The story of memory in the Apollo computer is a story of increasing size as mission requirements developed. In designing or purchasing a computer system for a specific application, the requirements for memory are among the most difficult to estimate. NASA and its computer contractors have been consistently unable to make adequate judgments in this area. Apollo's computer had both permanent and erasable memory, which grew rapidly over initial projections.

Apollo's computer used erasable merry cells to store intermediate results of calculations, data such as the location of the spacecraft, or as registers for logic operations. In Apollo, they also contained the data and routines needed to ready the computer for use when it was first turned on. Fixed memory contained programs that did not need to be changed during the course of a mission. The cycle times of the computer's memories were equal for simplicity of operation.

MIT's original design called for just 4K words of fixed memory and 256 words of erasable (at the time, two computers for redundancy were still under consideration). By June 1963, the figures had grown to 10K of fixed and 1K of erasable. The next jump was to 12K of fixed, with MIT still insisting that the memory requirement for an autonomous lunar mission could be kept under 16K ! Fixed memory leapt to 24K and then finally to 36K words, and erasable memory had a final configuration of 2K words.

Lack of memory caused constant and considerable software [37] development problems, despite the increase of fixed memory 18 times over original estimates and erasable memory 16 times. Part of the software difficulties stemmed from functions and features that had to be dropped because of program size considerations, and part because of the already described addressing difficulties. If the original designers had known that so much memory would be needed, they might not have chosen the short word size, as a 24-bit word could easily directly address a 36K bank, with enough room for a healthy list of instruction codes.

One reason the designers underestimated the memory requirements was that NASA did not provide them with detailed specifications as to the function of the computer. NASA had established a need for the machine and had determined its general tasks, and MIT received a contract based on only a short, very general requirements statement in the request for band. The requirements started changing immediately and continued to change throughout the program. Software was not considered a driving factor in the hardware design, and the hardware requirements were, at any rate, insufficient.

The actual composition of the memory was fairly standard in its erasable component but somewhat unique in its fixed component. The erasable memory consisted of coincident-current ferrite cores similar to those on the Gemini computer, and the fixed memory consisted of core rope, a high-density read-only memory using cores of similar material composition as the erasable memory but of completely different design. MIT adopted the use of core rope in the original Mars probe computer design and carried it over to the Apollo. Chief advantage of the core rope was that it could put more information in less space, with the attendant disadvantages that it was difficult to manufacture and the data stored in it were unchangeable once it left the factory (see Box 2-1).

    [38] Box 2-1: Core Rope: A Unique Data Storage Device 

    Each core in an erasable memory could store one bit of information, and each core in the core rope fixed memory could store four words of information. In the erasable memory, cores are magnetized either clockwise or counterclockwise, thus indicating the storage of either a one or a zero. In fixed memory, each core functions as a miniature transformer, and up to 64 wires (four sets of 1 6-bit words) could he connected to each core. If a wire passed through a particular core, a one would be read. If a particular wire bypassed the core, a zero would he read. For example, to store the data word 10010001000011 1 1 in a core, the first, fourth, eighth, and thirteenth through sixteenth wires would pass through that core, the rest would bypass it. A 2-bit select code would    identify which of the four words on a core was being read, and the indicated 16 bits would be sent to the appropriate register. In this way. up to 2~000 bits could he stored in a cubic inch55. 

    The computer contained core rope arranged in six modules, and each module contained 6,144 16-bit words. The modules further divided into "banks" of 1,024 words The first two banks were called the "fixed-fixed memory" and could he directly addressed by 12 bits in a instruction word. The remaining 34 were addressable as described in the text, using the 5-bit contents of the fixed bank register and the 10 bits in a instruction word. 

The use of core rope constrained NASA's software developers. Software to be stored on core rope had to be delivered months before a scheduled mission so that the rope could be properly manufactured and tested. Once manufactured, it could not be altered easily since each sealed module required rewiring to change bits. The software not only had to be finished long in advance, but it had to be perfect.

Even though common sense indicates that it is advantageous to complete something as complex and important as software long before a mission so that it can be used in simulators and tested in various other ways, software is rarely either on time or perfect. Fortunately for the Apollo program, the nature of core rope put a substantial amount of pressure on MIT's programmers to do it right the first time.Unfortunately, the concept of "bug"-free software was alien to most programmers of that era. Programming was a fully iterative process of removing errors. Even so, many "bugs" would carry over into a delivered product due to unsophisticated testing techniques. Errors found before a particular system of rope was complete could be fixed at the factory, but most others had to be endured. Raytheon, the subcontractor that built the ropes, could eliminate hardwiring errors introduced during manufacture by testing the rope modules against the [39] delivery tape of the programs. The company built a device to do this.

(MISSING FIGURE) Figure 2-1. This diagram shows the principle behind core rope. Suppose that the data shown above the cores in the drawing is to be stored in the specific core. Thus 1000 is stored in the first core on the left by attaching the top wire from the select circuit to the core and bypassing it with the next three wires. When that core is selected for reading, the wire attached to the core will indicate a "one" because all cores in a rope are permanently charged as ones; the wires bypassing the core will indicate zeroes.

                  Production Problems and Testing

Development and production of the Apollo guidance, navigation, and control system reflected the overall speed of the Apollo program. Design of the system began in the second quarter of 1961, and NASA installed a Block I version in a spacecraft on September 22, 1965. Release of the original software (named CORONA) was in January 1966, with the first flight on August 25, 1966 . Less than 3 years after that, designers achieved the final program objective. Even though fewer than two dozen spacecraft flew, NASA authorized the building of 75 computers and 138 DSKYs. Fifty-seven of the computers and 102 of the crew interfaces were of the Block II design . This represents a considerable production for a special-purpose computer of the type used in Apollo. The need to quickly build high-quality, high-reliability computers taxed the abilities of Raytheon.

Through AC Electronic Circuits (contractor for the entire guidance system), Raytheon was chosen to build the computers MIT had designed largely because of its Polaris experience, but it had [40] never built a computer as complex as the one for Apollo. The Polaris machine was much simpler. Despite the use of experienced Polaris personnel, Raytheon's production division for the Apollo computer went from 800 to 2,000 employees in a year's time in order to handle the increased difficulties and speed of production.

Rapid growth, underestimation of production requirements, and reliability problems dogged Raytheon throughout the program. Changes in design made by MIT in late 1962 caused the company its initial trouble. The original request for proposal had featured Polaris techniques, so Raytheon bid low, expecting to use the same tools and production line for the Apollo machine. The changes in component types and memory size caused cost estimates to nearly double, resulting in considerable friction with NASA. NASA was also worried when two computers and fully 50% of the Block I DSKYs failed vibration tests. These failures turned out to be largely caused by contaminated flat packs and DSKY relays. Particles would shake loose during vibration testing. The Block II computers would not work at first due to excessive signal propagation time in the micrologic interconnection matrix. The solution was to switch from nickel ribbon connectors to a circuit board, causing an increase of $500,000 in production costs.

These sorts of problems caused the Manned Spacecraft Center to authorize a complete design review of the AGC in February 1966. The lack of adequate support documentation was found to be the most significant fault of the Block II computer. This sort of problem is usually the result of speeding up development to the point at which changes are not adequately documented.

Continuous and careful attention to reliability led to the discovery of problems. Builders flight-screened components lot by lot. Post-production hardware tests included vibration, shock, acceleration, temperature, vacuum, humidity, salt fog, and electronic noise. As D.C. Fraser, an engineer on the project, later remarked, "reliability of the Apollo computer was bought with money" .

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Idea: sugestão de abordagem p/ linha do tempo

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Wed, 10 Mar 1999 19:10:24 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

Em nossa aula do dia 9 de Março de 1999, nosso professor mostrou uma linha do tempo. Para aqueles que não lembram, a linha apresentou várias épocas e períodos em que ocorreram mudanças na forma como a informação era vista ou tratada. Mudanças importantes como a invenção da escrita, da imprensa; o movimento iluminista, a revolução industrial.

     Gostaria de sugerir que além dessa abordagem sobre "como a informação foi tratada pelo tempo", poderíamos levar em conta o "como a velocidade de transmissão e o alcance da informação mudou com a passagem do tempo".

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     A velocidade e área de espalhamento de informaçãoes era bem limitada antes da invenção dos primeiros barcos. Com os barcos, a informação poderia chegar até a vila rio abaixo. O fogo permitiu alguns meios de comunicação por meio da fumaça.
Os tambores poderiam fazer as informações chegarem a distâncias de alguns quilometros. 

    Quando o cavalo foi domesticado e a roda associada a um carro de transporte, as mensagens passaram a chegar até algumas dezenas de quilometros. 

Curiosidade: O cavalo não foi, primeiramente, usado para carregar, em seu dorso, um homem; pois suas costas não aguentavam o peso deste. Os cavalos tinham força apenas suficiente para puxar um carro de combate ou de carga. Somente a partir do começo da era cristã, surgiram cavalos fortes para carregar um homem.

   Com a invenção da das grandes embarcações as mensagens podiam percorrer milhares de quilometros. Temos, aqui, um aumento nas distâncias, mas pouco incremento na velocidade. O aumento de velocidade ocorreria com o advento da máquina a vapor. com as ferrovias, as mensagens chegavam a viajar a 60 km/h ou mais.

    Com o telégrafo, as distâncias que as informações podiam percorrer eram da ordem de milhares de quilometros, com velocidade quase instantâneas.

    O rádio e a televisão permitiriam que a informação passasse a ser transmitida em grandes volumes.

    O computador, associado aos satélites e meios de transmissão de banda larga, levou, ao infinito, as distâncias atingiveis para propagar a informação; levou a velocidade de transmissão ao máximo permitido pela física; elevou o volume de dados transmitido a níveis esmagadores. 

   Tudo que foi visto acima não leva em conta, ainda, a velocidade com que a informação é criada. É um tanto assustador saber que mais de 95 por cento do conhecimento produzido pela humanidade foi criado neste último século, o século XX. 

=============================================================

    Talvez minha exposição esteja bem incompleta, por abordar um número bem limitado de fatos, mas serve para um começo a ser discutido.

          Até a próxima mensagem.


Idea: Conhecemos toda a Linha do Tempo?

Re: Idea: sugestão de abordagem p/ linha do tempo (Edward Iamamoto)
Keywords: linha do tempo
Date: Thu, 11 Mar 1999 19:07:13 GMT
From: <unknown>

Não acredito que a Linha do Tempo conhecida seja completa. Tenho a impressão que não somos capazes de saber com precisão de fatos ocorridos a mais de 10 ou 15 mil anos. Olhando a linha do tempo com mais atenção, parece existir uma lacuna gigantesca, e eu explico por quê (não sei se vou conseguir convencer):

Realmente parece que uns 90% do conhecimento humano foi formado de dois séculos até hoje. Um crescimento explosivo! Ao que parece, esta "explosão" aconteceu porquê a tecnologia criada neste período gerou um meio adequado para que o conhecimento se desenvolvesse (e vice-versa, numa espécie de processo de realimentação).

Tendo em mente que as coisas podem acontecer com tal velocidade (a maior prova disso é que elas aconteceram e assim continuam até hoje), não parece absurdo acreditar que, desde +-1 milhão de anos, quando surgiu, até pouco mais de 10 mil anos atrás, o desenvolvimento da espécie humana tenha sido praticamente zero? Devemos lembrar que era exatamente a mesma espécie que somos hoje, com provavelmente a mesma capacidade de criar que temos atualmente. Por que demoraram mais de 990 mil anos até aprenderem a plantar, falar, fabricar ferramentas, se agrupar em cidades, etc...? Meu chute foi de que várias explosões do conhecimento devem ter acontecido durante este período, e sempre que se atingia o limite do crescimento se voltava ao zero (embora não consiga imaginar um motivo para que tudo regredisse ao atingir o limite). Talvez nós não sejamos capazes de enxergar tão "longe" na história como gostaríamos...

Mas se realmente é a primeira vez que vivenciamos uma explosão deste tipo, então o desenvolvimento humano não é mais um crescimento exponencial... Deve ser alguma função que cresce muito mais rápido que isso, algo que permaneça quase nulo durante mais de 99% do tempo e, em determinado momento, atinge valores inimagináveis (um polinômio de grau 1000, por exemplo :-D)...


Feedback: Mais sobre a linha do tempo e o conhecimento

Re: Idea: Conhecemos toda a Linha do Tempo?
Keywords: linha do tempo
Date: Thu, 11 Mar 1999 22:20:46 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

    A respeito da linha do tempo:

    Concordo com a afimação de que a própria tecnologia gerou a explosão do conhecimento. Nosso colega foi feliz ao citar isso. De fato, a própria tecnologia é responsável por um fato atordoante: mais de 90 por cento dos humanos que surgiram na face da Terra viveram nos últimos 200 anos (alguns ainda estão vivos). Sabemos que 95% dos cientistas e pesquisadores, que a humanidade já produziu, ainda estão vivos. É claro que a porcentagem de gênios entre a população parece ser constante com o passar do tempo. Os grandes gênios parecem ser raros, independentemente da tecnologia de qualquer época. Mas se é assim,se existiram gênios em todas as épocas, como a quantidade de idéias produzidas era tão pequena, no passado?

    A fala humana não é uma coisa tão antiga quanto a espécie humana. O gênero homo surgiu a cerca de 2 a 3 milhões de anos, seu grau de comunicação com seus semelhantes devia ser algo bem gutural, sem qualquer estruturação adequada. Se não me engano, há cerca de 500 mil anos a fala começou a ganhar alguma estruturação mais complexa, com frases mais longas, com mais palavras. Nessa época, mais verbos foram sendo acrescentados, mais substantivos, mais adjetivos. Quando isso ocorreu, houve uma boa melhoria na própria forma de se pensar; pois como bem se sabe, o pensamento só pode se desenvolver com a língua, assim como a língua não surge sem o pensamento. O que cria a pergunta: Quem surgiu primeiro, a fala ou o pensamento?

    Conforme a língua humana foi se sofisticando, o pensamento também o foi, assim como a organização de idéias e a criação das mesmas. Certamente houve um grande avanço nesse ponto, pelo menos no nível da auto-consciência do próprio ser. Mesmo assim, o conhecimento produzido pela humanidade era muito pequeno. Por quê?

    Bem, um gênio podia ter grandes idéias durante a sua vida, mas se as informações ao seu alcance eram limitadas apenas pelo que podia ver a sua volta e pelo que podia lembrar, o material para ser processado em sua mente era reduzido, assim como o que podia ser produzido pela sua inteligência. E mesmo que o gênio fosse muito produtivo independentemente do que podia obter de informações do meio ambiente, seu conhecimento era perdido. Quando o gênio morria, seu conhecimento se perdia, pois não havia como passá-lo adiante. Se suas idéias eram muito sofisticadas, dificilmente haveria alguém dentro de sua pequeníssima tribo que pudesse entendê-las. Certamente haveria alguém em outra tribo que pudesse entender essas idéias sofisticadas, mas como os meios de transporte e comunicação eram bem limitados, essa outra pessoa nem saberia da existência dessas idéias. Como não havia como o gênio passar seu conhecimento adiante, este morria com ele. Isso explicaria porque a humanidade não progrediu quase nada, em termos de conhecimento. De fato, até 8.000 anos atrás, o conhecimento acumulado pela humanidade não passava de coisas necessárias para a simples sobrevivência de caça e agricultura.

    Tudo isso muda com o surgimento da escrita. Pelo que sei, a escrita surgiu por pura necessidade. Sua origem se encontra na agricultura. A agricultura, que gerava excedente de alimentos, permitiu que se armazenasse quantidades de um ou outro produto. Isso estimulou o uso de alguma notação para fazer contas de estoque. Entretanto, a escrita não teria ido muito longe apenas com isso. Fazer riscos para contar não é uma linguagem escrita muito sofisticada, já que não é capaz de expressar idéias. A agricultura obrigou os homens a observar o céu com mais atenção. Tentanto prever o futuro através das estrelas, os homens começaram a anotar posições de astros que fossem favoráveis ao plantio. Como algumas observações astronômicas levam muito tempo, até várias gerações, não se podia confiar na transmissão de dados, pelo tempo, feita com a fala.Os astrônomos/astrólogos (naquela época, eram a mesma coisa)tinham que anotar minuciosamente suas observações para que estas pudessem ser utilizadas pelas próximas gerações, para que pudessem fazer previsões acertadas (pelo menos para a época de colheita e plantio). Isso criou a necessidade de algo mais sofisticado do que alguns riscos numa pedra para contabilidade, as idéias e descrições tiveram que ser melhor detalhadas. Surgia assim a escrita com todas as suas características.

    Com a escrita, o pensamento dos gênios não morreria com seus criadores, seria passado adiante. Mesmo uma idéia muito sofisticada para qualquer um poderia sobreviver ao tempo até que nascesse alguém a entendesse. Assim a velocidade com que as idéias foram se desenvolvendo foi aumentando, já que não era mais necessário reinventar a roda para fazer um carro.

   Para aqueles que conhecem História Antiga, é interessante notar que houve um período de explosão do conhecimento que foi do ano 1000a.C. a 300a.C., na Grécia. Durante esse período alguns filósofos já sustentavam que a Terra era esférica; outros, que a Terra girava em torno do Sol. Demócrito dizia que existiam partículas minúsculas que constituíam toda a matéria, a noção de átomo. Conhecia-se, por Eratóstenes, a circunferência da Terra com precisão assustadora para a época e até para os modernos cientistas do século XIX. Um sistema de classificação de espécies colocava os golfinhos na mesma classe que os cachorros e os homens, pois todos eles mamavam. E muito mais era conhecido, não vou me demorar nisso.

   Como sabemos a Grécia foi dominada por outras nações. A mais importante, Roma não tinha interesse no desenvolvimento intelectual, mas no militar e o ritmo do progresso foi interrompido, ou pelo menos, diminuído. Depois, com a Idade Média, passou-se um período de pouco desenvolvimento, causado pelo isolamento entre as vilas, feudos e poucas cidades; a comunicação era quase nula. O conhecimento não chegou a desaparecer, ou estagnar totalmente; pois os árabes o preservaram, apesar dessa não ser a prioridade de sua sociedade. Perceba que a situação política e militar da Idade Média não permitia que o conhecimento se desenvolvesse livremente e para todas as direções.

   Somente com a renascença, o conhecimento voltou a aumentar num ritmo considerável. Obviamente levou-se uns dois ou três séculos para se recuperar o conhecimento grego. Levaria um certo tempo para que esse conhecimento voltasse a estar espalhado de forma razoável pela população. Quando isso ocorreu, a produção começou a aumentar. Tivemos, então, o Iluminismo e a Revolução Industrial. E o resto todos já conhecem.
    
    É aqui que discordo da opinião de nosso colaborador desconhecido (tente identificar-se, isso ajudará a entender a linha de raciocícnio de uma pessoa específica; isso pode evitar muitos desentendidos. É claro que isso é uma opção do colaborador). Nosso colaborador unknown afirma que há várias explosões do conhecimento, no que concordo; mas diz que após a explosão volta-se ao zero, no que discordo. As explosões ocorrem, mas não podem continuar; é preciso um tempo para as sociedades se adaptarem aos efeitos das explosões de conhecimento, pois elas geram movimentos sociais, econômicos e políticos.

    Mesmo não existindo muitas informações sobre o passado até 10.000 anos atrás, posso acreditar que não houve muitas explosões de conhecimento,e devem ter sido pouquíssimas, antes dessa época. É claro, isso é uma opinião, mas está baseada no argumento de que o conhecimento que fosse produzido na explosão não tinha como se propagar ou se perpetuar através do tempo; pois os meios de transporte eram limitadíssimos (e as idéias não se espalhavam) e a escrita ainda não existia para armazenar o conhecimento (e as idéias morriam). É claro que o conhecimento pode ser passado através da fala, mas imagino que não podemos esperar sucesso no ensino da multiplicação (nem do cálculo diferencial) sem alguma forma de escrita.
 
    Então podemos dizer que o processso do desenvolvimento do conhecimento começou a se desenvolver desde a aurora da humanidade, mas só acelerou exponencialmente a partir da escrita, houve um interregno de mil anos na Idade Média e o crescimento exponencial foi continuado após a Renascença. Imagino que tipo de tecnologia e conhecimento teríamos se não fosse a Idade Média.Em que ano teríamos chegado à Lua, não fosse a Idade Média.

    Tenho mais algumas idéias sobre velocidade de desenvolvimento do conhecimento para delinear, mas creio que cabe fazer uma pausa por aqui (se é que alguém ainda está lendo minha mensagem). Eis minhas idéias e espero que façam suas análises, caros colaboradores, e se possível, respondam com o maior número de críticas que puderem.

   Até lá, vejo-os em breve!







    


None: Conhecimento

Re: Idea: Conhecemos toda a Linha do Tempo?
Keywords: linha do tempo
Date: Mon, 15 Mar 1999 11:31:03 GMT
From: Eugenio A Nassu <nassu@ime.usp.br>

Uma vez, assistindo a serie "Cosmos", assisti um programa que falava de uma grande biblioteca (que nao me lembro onde era, vou pesquisar para saber onde era) que foi destruida. Isso ha mais de 2000 anos.

Ha noticias, de acordo com o programa, que havia MUITA coisa importante nesse lugar, incluindo teorias sobre a Terra girando em torno do Sol... (nessa epoca, totalmente descartada).

Todo esse conhecimento se perdeu, eu pelo menos, quase todo.

Se essa biblioteca nao estivesse destruida, poderiamos estar em outro nivel de conhecimento hoje, talvez sabendo se a revolucao da informacao aconteceu...

Acredito que esse tipo de fato possa ter acontecido, em que o conhecimento por algum motivo se perde...

Ah, vou pesquisar tambem por que a biblioteca foi destruida.


Feedback: Biblioteca destruída

Re: : Conhecimento (Eugenio A Nassu)
Keywords: linha do tempo
Date: Mon, 15 Mar 1999 14:10:47 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Se eu não estou enganado, foi a biblioteca de Alexandria...
Eu tenho certeza que havia lá conhecimentos muito avançados para a época. Mais ainda, acho que esta verdadeira "queima" de conhecimentos pode ter acontecido inúmeras vezes na história (no período que nós insistimos em chamar de pré-história...) Eu já opinei antes a esse mesmo respeito, mas parece que o sistema não me identificou... Espero que tenha conseguido corrigir isto agora.
Mas eu acho que o conhecimento não desaparece tão facilmente com a destruição de uma biblioteca, de uma escola... Nós realmente avançamos exponencialmente, então basta uma pequena faísca de conhecimentos anteriormente "apagados" para que comecemos tudo de novo. E acredito que os sábios "pré-históricos" eram inteligentes o suficiente para preservar uma parte do conhecimento para as gerações futuras.
Bom, um pequeno vôo de imaginação agora: será que, da mesma forma que anteriormente incendiaram a biblioteca de Alexandria, não existe o risco de um grupo querer brecar o avanço do conhecimento "incendiando" esta enorme biblioteca que é a Internet? É um risco, sempre existem pessoas que se sentem incomodadas quando a população começa a ficar mais inteligente... :-)


OBS.: só para o caso do sistema falhar de novo
<< David Machado Santos Filho (davi@linux.ime.usp.br) >>


None: Esse e mais um perigo, nao e ?

Re: : Conhecimento (Eugenio A Nassu)
Keywords: linha do tempo
Date: Mon, 15 Mar 1999 16:22:54 GMT
From: Eugenio A Nassu <nassu@ime.usp.br>

Esse ponto que o David colocou achei bem importante:

Outro fator para que a revolucao nao aconteca, ou seja freada e o fator dos interesses poderosos...

Isso parece ate fantasioso, mas acredito nisso.


Note: O Cair da Noite - A destruição do conhecimento

Re: Idea: Conhecemos toda a Linha do Tempo?
Keywords: linha do tempo
Date: Tue, 16 Mar 1999 17:06:07 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

     Nosso dileto colega, David Machado, teoriza sobre várias tentativas bem sucedidas de destruir o conhecimento acumulado pela humanidade. Em sua explanação, todas as explosões de conhecimentos e idéias sofreram interrupções forçadas que levaram a humanidade de volta a estaca zero.

     Apesar de não concordar com isso, devo admitir que essa é uma possibilidade a ser considerada com alguma seriedade. Durante essa discussão amigável, lembrei-me que existe um conto de ficção científica que aborda essa idéia. Nesse conto, um fenômeno periódico sempre levava uma civilização a estaca zero.

    O conto a que me refiro foi escrito pelo bom doutor Isaac Asimov, O título original do conto é "NightFall", que foi traduzido, no Brasil como "O Cair da Noite". Esse conto ganhou os prêmios Hugo e Nebula de melhor conto de ficção científica. Posteriormente, o conto tornou-se um livro de mesmo título, sendo publicado aqui no Brasil pela editora Record, creio eu. Ainda pode encontrar-se exemplares desse livro à venda nas livrarias. Para não deixar os não iniciados em Asimov à deriva, farei uma descrição curta do conto:

    A história se passa em um planeta cujo sistema solar possui seis sóis, seis estrelas. Sendo assim, sempre existe um ou outro sol no céu, iluminando a tudo e a todos. As pessoas desse planeta nunca viram a escuridão, os animais desse planeta nunca viram a noite; nenhuma forma de vida desse planeta evoluiu para um ecossistema com dias e noites; pois sempre há uma luz iluminando o ambiente, mesmo que tênue. (Não me pergunte como o planeta estabilizava sua temperatura, o conto não esclarece isso.)
 
     Os cientistas locais sabem que existiram outras civilizações tecnológicas antes deles, pois há ruínas enterradas por todo o planeta. Sabe-se, por estudos arqueológicos, que existiram civilizações, várias delas, mas a cada 6 mil anos as civilizações desapareciam. Sempre era visto o cenário de uma civilização emergir, desaparecer abruptamente e depois de 6 mil anos, surgir outra em seu lugar. Esse ciclo era comprovado até onde se podia escavar.

     Entretanto, na geração de cientistas atuais, da civilização atual, havia algo que foi descoberto e que parece que não o fôra pelos cientistas das outras civilizações anteriores. Esses cientistas descobriram a lei da gravitação universal.

     Alguém aqui da Terra poderia dizer: "E daí, o que há de extraordinário nisso?" Bem, Isaac Newton formulou a Gravitação Universal a partir de seu próprio intelecto; mas o sistema que ele teve que estudar tinha apenas uma estrela para produzir atração sobre os planetas. No planeta do conto, as seis estrelas e seus puxões gravitacionais tornavam o estudo e as medições astronômicas tão complicadas que uma pessoa não poderia formular a Gravitação apenas com seu intelecto. As estrelas formavam um sistema dinâmico muito difícil de analisar.

    Por acaso, graças a Gravitação, descobriu-se como as estrelas se comportavam e se movimentavam. Um fato descoberto foi revelador: as estrelas poderiam sofrer um alinhamento em suas órbitas de tal forma que todas elas ficariam de um mesmo lado do planeta. Sendo assim, um lado do planeta ficaria mergulhado na escuridão por um certo tempo; e conforme o planeta fosse girando, as áreas iluminadas pelos seis sóis iriam caindo na noite. E durante alguns dias, todas as áreas do planeta passariam a ver uma sucessão de dias e noites, como nós vemos aqui na Terra.

    Calculou-se que essa configuração dos seis sóis alinhados repetia-se a cada seis mil anos e que todos os alinhamentos coincidiam com a destruição das civilizações.

    Os psicólogos do planeta descobriram que as pessoas que ficavam expostas a escuridão artificial sofriam danos psicológicos muito graves, levando-os à loucura. Finalmente foi descoberta a causa do fim das civilizações. Quando as pessoas eram expostas à escuridão da noite, algo nunca visto antes em suas vidas, elas enlouqueciam, ficavam apavoradas ao verem um céu negro, intimidadas com estrelas brilhantes que pareciam olhos diabólicos vigiando do alto do firmamento. As pessoas perdiam seu bom senso, queriam que a luz voltasse a qualquer custo e para tal queimavam tudo o que fosse possível tentando , em vão, iluminar a escuridão. Queimava-se tudo para espantar o véu da morte que parecia estar sobre suas almas.

    Ninguém se recuperava da loucura, todos os conhecimentos eram perdidos, toda a tecnologia era destruída, ninguém saberia operar as máquinas, todos os livros eram queimados. A civilização era destruída, e demorariam mais alguns milhares da anos para surgir uma nova civilização; até que a grande escuridão voltasse novamente.
     
    Mas desta vez, as pessoas estariam preparadas, elas sabiam qual era a causa da grande escuridão que estaria por vir, a civilização sobreviveria ao próximo cair da noite. Mas estariam mesmo preparados?

    Bem, não vou contar o resto da história. Caso alguém se interesse, deve procurar o livro indicado.

    Esse conto é interessante por adotar a teoria da destruição cíclica do conhecimento, mesmo que produzida por fenômenos naturais de um planeta fictício. Se quisermos provar que isso ocorre com a nossa humanidade, produzida por fatores não naturais, mas intencionais, devemos buscar os motivos, as forças, as variáveis que produzem a destruição do conhecimento. Podemos falar sobre a destruição cíclica do conhecimento, mas devemos analizá-la sob a luz da razão e da lógica; analisar fatos, procurar evidências de algo que sustente a teoria, evidências arqueológicas. E se, de fato, a destruição cíclica for real, devemos descobrir como evitar que a humanidade passe por uma outra escuridão sem esperanças, sem futuro.

     Por isso, torço para que sua teoria, caro David, esteja errada. Porque se fôr verdadeira, nosso tempo pode estar acabando e não estamos fazendo nada para impedir o fim de nossa civilização.


News: Lembranças de um passado que não existiu?

Re: Note: O Cair da Noite - A destruição do conhecimento (Edward Iamamoto)
Keywords: linha do tempo
Date: Wed, 24 Mar 1999 03:05:35 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

O resumo da história foi interessantíssimo, espero algum dia encontrar o conto em algum livro para poder lê-lo com cuidado. Talvez fosse o caso de criar outra lista de discussão especificamente sobre ficção científica (pra não misturar com o assunto enfocado nesta). Porém, a idéia de um sistema com seis estrelas é meio absurda... É improvável que tal sistema fosse suficientemente estável a ponto de repetir um alinhamento dos sóis a cada 6mil anos. Enfim, o importante mesmo é a história. O fato da situação ser impossível é sobreposto pela importância da mensagem que o conto tenta transmitir, como o próprio Asimov escreve no prefácio de um de seus (inumeráveis) livros.

Porém a minha idéia não é de que existam ciclos bem delimitados de destruição de conhecimentos. É bem mais amena : disse que isto parece ter acontecido pelo menos uma vez, não que o fato se repete a intervalos fixos...

Pode parecer contraditório, mas para mim a maior prova de que sumiram conhecimentos em determinada época é de que eles não sumiram completamente. :-D Constantemente na história (na história que nós conhecemos, de uns 5000 anos até hoje) algumas pessoas parecem se "lembrar" de conhecimentos muito antigos. Obviamente já bastante distorcidos, talvez por terem sido sempre retransmitidos oralmente...

Por exemplo, tudo indica que os alquimistas na idade média já sabiam bastante sobre a estrutura da matéria e sobre reações nucleares. Lógicamente eram idéias distorcidas pelo tempo, mas estavam lá. Por exemplo, ao invés de quatro elementos (terra, água, ár e fogo) eles não estariam se "lembrando" das quatro forças elementares (gravitacional, eletromagnética, nuclear fraca e nuclear forte)? Ainda sobre este assunto, de onde eles tiraram a idéia de que era possível fazer transmutação de elementos? A maioria da fórmulas de transmutação acabavam envolvendo platina e/ou mercúrio, mais algum "catalizador", com o objetivo de transmutá-los em ouro. Convém dar uma olhadinha na tabela periódica e procurar o número atômico dos elementos Pt, Au e Hg... Coincidência? Bom, levo em conta esta possibilidade também... :-) Mais interessante ainda é a teoria deles do envelhecimento (decaimento radioativo?) dos metais no seio da Terra, que constantemente estariam se transformando em outros.

A questão não é se eles conseguiram ou não fazer alguma transmutação. Provavelmente não, na idade média não se podia conseguir a enorme energia necessária para uma reação deste tipo. Para mim, o espantoso é que, descontadas todas as distorções de informação, eles estavam muito perto! De onde eles haviam tirado a idéia de que a platina e o mercúrio tinham apenas um próton de diferença em relação ao ouro (esquecendo os isótopos, por enquanto...)? Para mim é um conhecimento bastante antigo, que acaba levando à idéia absurda (pelo que se conhece hoje) de que já se havia estudado reações nucleares na pré-história... É divertido imaginar um homem das cavernas construindo um retor de fissão com sua machadinha de pedra, à luz da fogueira, hehe!

O maior argumento de que não teria existido uma sociedade tecnológica anterior à história conhecida é de que não existem vestígios dela... Pode ser, mas será que os vestígios durariam muito tempo. Se a sociedade atual desaparecesse por algum motivo (lógico que não desejo isto, é apenas uma suposição!), quanto tempo será que nossos "vestígios" permaneceriam ainda no planeta? 1000 anos? 10mil? 100mil? Será que temos uma noção correta de quanto tempo é necessário para que a erosão do planeta possa cobrir todas as nossas cidades e nossa tecnologia junto, se for tudo deixado ao relento? E restando algumas pessoas, quanto tempo (gerações) seria necessário para que se esquececem desta tecnologia toda?

Mas o que eu disse antes é que tais conhecimentos não teriam sido totalmente esquecidos. Talvez já tivessem inventado a escrita, talvez já tivessem impressos livros... Mas quantos livros ou manuscritos já foram destruídos durante o período da própria história que conhecemos? Ao destruirem a biblioteca de Alexandria, talvez tivessem sido destruídos alguns manuscritos sobre física nuclear escritos em hieroglifos indecifráveis. Ou quem sabe, durante a inquisição, um livro com a ilustração de uma fissão nuclear tenha sido considerado herege e condenado à fogueira... Mesmo assim ainda acho que alguns tiveram acesso a estes livros, e sem entender muito daqueles caracteres antigos tenham preenchido as lacunas com suas próprias suposições...

Bem, quando discuto sobre isto costumo me estender demais, de forma que devo parar por aqui. Mas se eu lembrar ainda trago a imagem da página de um CODEX asteca com a gravura de uma célula e uma espiral de DNA saindo de seu núcleo... :-D


Idea: Sociedade do lazer? Cade?

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Keywords: Lazer?
Date: Wed, 17 Mar 1999 22:24:12 GMT
From: <ceriba@ime.usp.br>

Num dos items sobre os indicios visiveis da RdI, mas precisamente no item "tendência a falta de empregos", o professor citou, uma sociedade do lazer vislumbrada por Domenico de Masi. A muito tempo atras eu tambem ja tinha houvido falar nessa ideia de que o homem iria automatizar todos suas tarefas e portanto, teria mais tempo para o lazer. Entretanto, na minha opinião, o que vem ocorrendo desde que o homem inventou a primeira maquina, é uma diminuição no tempo de lazer do homem, pois ele tem uma carga de conhecimento muito maior para aprender. A cada nova maquina construida, o homem tem que aprender como o inventor espera que ele a opere. Por exemplo, nossa faculdade é fruto das invenções humanas criadas com o fim de automatizar suas tarefas. Portanto, eu acho que nunca vai haver uma "sociedade do lazer" muito menos uma falta enorme de empregos. Eu acho que o que mudou foram as atividades do homem, ou seja, uma pessoa que só faz tarefas repetitivas, que não necessita de nenhum trabalho mental, tem que aprender a operar, dar suporte e atualizar a maquina que fará o seu trabalho mecanico, ou ir trabalhar numa outra area que exige atividade mental. Portanto, a grande falta de empregos no mundo atualmente se deve a fato das pessoas não terem se atualizado a nova realidade (Por exemplo, veja como sobra emprego para profissionais na nossa area no CANADA, EUA, e aqui tambem). A culpa disso são delas mesmas (medo de mudar e de estudar) e do governo que não dá oportunidade a todos de aprender e se especializar.


None: Está a caminho, mas pode ser complicado

Re: Idea: Sociedade do lazer? Cade?
Keywords: Lazer?
Date: Thu, 18 Mar 1999 21:46:57 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

     Pensei sobre a mensagem de nosso colega cujo login é Ceriba. Ele argumenta e põe em dúvida a possibilidade da sociedade do lazer vir a existir.

     De fato, uma sociedade do lazer vem sendo imaginada por um sem número de gerações. Ela virá a ocorrer? É difícil exercer a futurologia; entretanto, uma análise mais profunda deve ser feita sobre o assunto. A História não parece corroborar com uma visão do aumento contínuo da carga de trabalho imposta aos humanos, um aumento de trabalho que surge a cada nova invenção. Não parece lógico supor que invenções que tornam a vida das pessoas mais difíceis possam ser adotadas pelas mesmas. É claro que os humanos nem sempre são lógicos. Na verdade, quase nunca o são.

     Ao lembrarmos da sociedade da Grécia Antiga, o berço da civilização ocidental, não podemos deixar de associá-la aos filósofos (Sócrates, Platão e Aristóteles), ao teatro (dramas e comédias), aos jogos olímpicos e aos banquetes homéricos regados a hidromel. Assim, é fácil deixar levarmo-nos por uma visão romântica da vida grega, cheia de diversões e sem preocupações. A realidade, no entanto, para a maioria dos gregos, era o peso da escravidão. Muitíssimos gregos eram subjugados para servir aos poucos cidadãos. Naquela época existia uma sociedade do lazer, mas o lazer de poucos.

     A Idade Média presenteava as pessoas com a servidão no lugar da escravidão, mas a vida dos servos não era menos miserável. O servo passava a maior parte do tempo trabalhando nas terras arrendadas ao senhor feudal, pois tinha que pagar com quase toda sua colheita pelo direito de continuar morando em uma pobre choupana que mal podia abrigá-lo dos elementos.

     A Revolução Industrial não mudou a situação dos desfavorecidos, da ralé, como antes diziam os nobres. Trabalho sem fim, 20 horas por dia, todos os dias da semana, do mês e do ano. Trabalho para homens, mulheres, velhos e crianças. Trabalho até cair de exaustão. Isso não é uma contradição?! Se as máquinas permitem que o trabalho seja feito mais facilmente, mais rapidamente, por quê as pessoas tinham que trabalhar tanto? O motivo é tão simples que até parece tolo. Antes das máquinas da Revolução Industrial, todas as pessoas trabalhavam para produzir poucos produtos agrícolas e pouquíssimos produtos manufaturados. Depois da Revolução Industrial, era possível produzir grandes quantidades de produtos, mas, também, imensa variedade de produtos. Sendo assim, mudou-se da situação em que muitos produziam poucos produtos para a situação em que muitos produziam muito produtos. Dessa forma, o ganho de tempo de lazer que as máquinas poderiam ter oferecido foi anulado.

     Entretanto, no fim do século XIX e no século XX, as coisas foram modificando. Máquinas mais rápidas, mais precisas, mais automáticas surgiam. A população planetária iniciou um processo de crescimento explosivo. Movimentos sociais das classes mais pobres surgiam. Tudo isso associado a muitos outros fatores, inclusive as Guerras Mundiais, levou às sociedades atuais. Hoje, na década de 1990, podemos dizer que trabalhamos menos do que nossos ancestrais. Temos os sábados e domingos oficializados para descanso. Isso certamente consiste em uma significativa mudança, uma significativa diminuição no tempo de trabalho e num aumento no tempo de lazer. Mesmo até algumas décadas atrás, as pessoas trabalhavam aos sábados; hoje, não mais. As únicas pessoas que continuam trabalhando aos sábados e domingos são aquelas ligadas ao setor da diversão (shoppings, cinemas, restaurantes, boates, bares, acampamentos, praias, clubes, parques de diversões, etc). Nunca se empregou tanta gente no setor do turismo e do lazer. O setor do turismo e do lazer é um dos dez setores mais importantes na economia mundial, superando até o setor do petróleo. Tudo isso leva a concluir que as pessoas estão tendo mais tempo para o lazer, para viver suas vidas com mais prazer.

     Existe uma crise de emprego? Sim, existe. Entretanto, não devemos ser simplistas e imaginar que tudo se resolveria se as pessoas tivessem mais instrução para ocupar os cargos que exigem maior qualificação, cargos tão abundantes hoje em dia. Mesmo uma sociedade com bom índice de educação escolar tem desempregados, e não são poucos. A Alemanha tem desemprego de 12%, Japão 5%, França 14%, Espanha 20% e por aí vai. Certamente não podemos dizer que os alemães e os franceses são um bando de analfabetos. Mesmo uma pessoa com nível universitário não tem garantias de conseguir um bom emprego; o Japão tem o maior índice de motoristas de taxi com nível universitário, o maior índice de caixas de banco formados em universidades.

     Existe uma crise do emprego, sim; e todas as sociedades parecem estar caminhando para esse dilema. Nos EUA do começo da década de 1870, 70% da mão-de-obra estava concentrada no setor primário da economia; hoje, apenas 0,4% trabalha no setor primário. No setor secundário, o das indústrias, apenas 10% da população consegue emprego. Todo o grosso da população americana está concentrado no setor terciário, o de serviços. Mesmo o setor de serviços está acabando com os empregos. Video-locadoras estão desaparecendo com o advento das teves por assinatura e das teves interativas. Quitandas estão tornando-se lembranças antigas, pois a geladeira permitiu que se comprasse toda a comida do mês nos supermercados. Mesmo os supermercados estão desaparecendo e dando lugar aos hipermercados. Esses mesmos hipermercados diminuíram seu quadro de pessoal com leitoras automáticas de código de barras, com sistemas computadorizados de estoque. Bancos estão demitindo para se tornarem automáticos, preparando-se para o surgimento do dinheiro eletrônico (já há um banco totalmente eletrônico na Grã-Bretanha). A montadora de automóveis Mazda terminou de construir, no ano de 1996, a primeira fábrica totalmente automática. Algumas lanchonetes da rede Mac Donald's já estão testando as máquinas automáticas de fazer hamburgeres. Catracas automáticas nos ônibus estão surgindo (estão começando a testar os ônibus sem motorista, na Alemanha). Mesmo o boom de empregos que os EUA experimentam atualmente, tende a arrefecer, pois as máquinas estão ficando mais espertas, e serão adotadas pelas empresas e indústrias, pois a empresa que não o fizer perde competitividade.

     Isso tudo é apenas um vislumbre dos problemas sociais que estão por vir. Mesmo os melhores programas de reciclagem profissional não conseguem realocar nem 20% dos demitidos de uma empresa. Tentemos imaginar como poderia funcionar uma sociedade informatizada como essa que desponta. NÃO há como arranjar emprego em uma sociedade como essa. NÃO é possível transformar todos em professores, cientistas e programadores, mesmo porque o sistema econômico não conseguiria absorver todos; mesmo porque nem todos, a maioria, têm aptidão para isso.

     Esse problema dos empregos é muito mais complexo e grave do que querem acreditar muitos. Esse assunto é analisado mais profundamente no livro "O Fim dos Empregos" de Jeremy Rifkin, creio que publicado pela Makron Books.

    Nesse livro, Rifkin argumenta que o trabalho deixará de ser usado como padrão de medida. Até agora, as pessoas vem sendo julgadas pela sua capacidade de trabalho, não pelo que são, pela sua essência. Nessa sociedade, as pessoas viverão como os cidadãos gregos antigos; só que os únicos escravos serão as máquinas. Talvez os únicos que terão um emprego, não um emprego como hoje, serão os criadores de informação, mais precisamente, os professores e pesquisadores (eu incluiria os funcionários do setor de lazer).

    Como funcionaria uma sociedade dessas? Não sabemos. Se existe uma forma de evitar que isso aconteça? Parece que não. Quando começará? Já começou. Quanto tempo levará para completar a transformação de uma sociedade para outra? Desconhecido. Haverá conflitos sociais e econômicos? Certamente, sim. Estamos preparados? Ninguém estará.

                 

  


Question: Novos empregos

Re: Idea: Sociedade do lazer? Cade?
Keywords: Lazer? Profissões, Criatividade.
Date: Wed, 31 Mar 1999 23:40:31 GMT
From: Rafael Valvassoura <rafael@linux.ime.usp.br>

 Pode até ser que a sociedade do lazer surja, como pode ser que não. Existe uma certeza, no entanto: novas profissões estão surgindo.
 
 Por exemplo, o webmaster. O webmaster é como um "contador". Veja esta analogia: qualquer pessoa que se esforce pode declarar seu imposto de renda. Mas é claro que um contador faria um trabalho melhor, em muito menos tempo. Assim como qualquer pessoa pode montar sua página na internet, mas um webmaster faria esse serviço para a pessoa, produzindo um resultado final melhor, e mais rápido.
 Além do webmaster, a reportagem que eu li trazia mais 4 ou 5 profissões novas, todas relacionadas com as mudanças que vem acontecendo na sociedade.

 Existe ainda um outro ponto que eu queria que fosse discutido. O computador é muito poderoso, mas existem coisas que ele ainda não faz sozinho tão bem quanto os humanos.
 Um computador pode cantar? Pode escrever poesias? Pode pintar quadros sozinho? Pode contar histórias e piadas engraçadas?

 Em qualquer atividade na qual seja necessária uma alma humana e criatividade, o computador sozinho não é bem sucedido. Se você programa uma máquina para arar a terra, ela vai lá e o faz. Mas como ensinar um computador a fazer uma música nova ou pintar uma paisagem?

 Ele pode até ajudar-nos, como um músico que faz nele a mixagem de suas composições, ou um poeta que utiliza um processador de texto para escrever suas poesias, ou um desenhista que usa o computador para a arte-final de seus quadros, e ainda para armazenar as obras do humorista.

 O ponto em questão é: será que as pessoas que possuírem esses dons serão mais valorizadas, ou existe a possibilidade do computador "roubar" o emprego delas também ??


Feedback: Computador X Humanos

Re: Question: Novos empregos (Rafael Valvassoura)
Keywords: Lazer? Profissões, Criatividade.
Date: Tue, 06 Apr 1999 00:34:11 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Não concordo inteiramente que um computador não possa exercer as atividades citadas (compor, pintar...) Teoricamente ele pode fazer tudo o que nosso cérebro nos permite fazer, pois não passamos de um computador paralelo extraordinariamente complicado. A questão é que para um computador compor uma música tão eficientemente como nós ele precisaria de uma memória gigantesca e provavelmente só conseguiria terminá-la em alguns milhares ou talvez milhões de anos. O problema todo é que tais máquinas são determinísticas, e precisam de um processamento enorme para pelo menos simular os processos que ocorrem ao acaso e paralelamente no nosso cortex cerebral.

Mas que dizer de computadores que não sejam determinísticos? Por exemplo, uma n-ésima geração dos computadores quânticos, já em projeto. Tais máquinas não poderiam simular nossos processos mentais muito mais eficientemente que as atuais?

Fala-se também de computadores biológicos, mas estes provavelmente ainda devem demorar muito para surgir. Mas o que significa muito tempo hoje em dia, na velocidade em que tudo avança?

Só estou sugerindo que nós também não passamos de máquinas complicadíssimas, e talvez em alguma época futura seja difícil distinguir computadores de seres humanos. Muita gente pode achar isto terrível, mas só é terrível do ponto de vista atual. Se por acaso isto ocorrer algum dia, provavelmente será encarado de forma muito natural...


Disagree: Discordando também

Re: Question: Novos empregos (Rafael Valvassoura)
Keywords: Lazer? Profissões, Criatividade.
Date: Fri, 23 Apr 1999 19:23:07 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

   Escrevo esta mensagem para fazer coro ao David Machado.

   Nosso colaborador Rafael Valvassoura argumenta que as máquinas não podem substituir o homem em várias tarefas que exigem uma "alma humana", tais como criar canções e poemas.

   Esse argumento é polêmico. Como cético, devo lembrar que não há nenhuma prova científica de que exista uma alma humana e que, se a alma humana existe, ela seja exclusividade dos homens.

   Infelizmente, não temos, ainda, como responder satisfatoriamente a pergunta: Os computadores podem pensar, criar e ter emoções? As respostas são muitas, quase sempre apaixonadas, mas se examinarmos qualquer resposta negativa à pergunta acima, veremos que os argumentos, quaisquer que sejam, são argumentos de autoridade (em geral, religiosa), que não sobrevivem ao rigor científico.

   A verdade é que não sabemos se os computadores podem ou não ter sentimentos, ter idéias. Se levarmos em conta os computadores atuais, a resposta é óbvia. Entretanto, a tentativa de se tentar criar um computador com essas características é válida simplesmente pelo desafio e pela curiosidade. Essa busca pode nunca chegar a uma conclusão definitiva, mas seus frutos podem ser interessantes, gerando mais aperfeiçoamentos técnicos.

   Isso me faz lembrar de uma reportagem sobre o computador Deep Blue em uma partida contra o campeão mundial de xadrez Kasparov:
-------------------------------------------------------------
"
         Kasparov vê "mão de Deus" em Deep Blue
                                07/mai/97 - 21h25

    São Paulo - Física e mentalmente extenuado, o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov precisará fazer um esforço sobre-humano neste final de semana, se quiser derrotar o supercomputador IBM Deep Blue, nos dois jogos decisivos da revanche, que acontecem neste sábado e domingo.
    O torneio está empatado, após quatro jogos, exatamente como no match disputado ano passado, e que terminou com a vitória de Kasparov. No entanto, desta vez o computador parece estar levando vantagem, devido tanto à exaustiva duração dos jogos quanto à atitude, entre passiva e defensiva, que o campeão parece ter adotado.
    "Acho que ele está mais preocupado com o adversário que com o próprio jogo e, por isso, não está sendo capaz de mostrar tudo que sabe", comenta a campeã mundial feminina, Susan Polgar. A situação para Kasparov se agravou após a derrota sofrida no último domingo, quando o campeão desistiu do jogo numa posição que, provou-se depois, poderia ser convertida num empate. De forma similar, Kasparov aceitou o empate na partida da última quarta-feira, depois de parecer estar ganhando. "Meu humor não era dos melhores antes do jogo, e por razões óbvias", disse o campeão após o empate. É possível que o cansaço e a condição psicológica desfavorável tenham lhe custado a vitória, dizem especialistas.
    Em pronunciamento feito após a partida de terça-feira - que resultou no primeiro empate da série - Kasparov disse que Deep Blue demonstrou estranhos "sinais de inteligência" na segunda partida, disputada domingo e que representou, até o momento, a única vitória do computador. "Lembrei-me do gol de mão que Maradona fez na Copa de 86. Maradona disse que foi com a mão de Deus. Bem, Deep Blue jogou como um Deus. Fez movimentos impensáveis para um computador".
    A equipe da IBM se defende das insinuações do campeão dizendo que "Kasparov está mal por causa da derrota de domingo. Não podemos explicar porque Deep Blue jogou tão bem", disse Murray Campbell. O "match" pode ser acompanhado, via Internet, no site da IBM...

Carlos Orsi Martinho
Copyright © 1997 Agência Estado."
   http://www.agestado.com.br/mvirtual/arquivo/orsi/kasp0705.htm
-------------------------------------------------------------

   Independentemente de qualquer conclusão que pudermos tirar sobre essa reportagem, devemos parar para pensar. Talvez seja possível dar uma "alma" para uma máquina. Afinal, de certa forma, os humanos são como máquinas, mas com um nível de complexidade monstruoso. O Deep Blue possui apenas alguns milhões de transistores em seus chips, enquanto o cérebro de um humano médio possui algumas dezenas de bilhões de neurônios e alguns trilhões de conexões sinápticas. Será que existiria algum limite na escala de unidades de processamento, a partir do qual um sistema auto-organizante e auto-regulado poderia ser viável como o cérebro humano? Será que a partir de um certo número de transistores seria possível a um computador adquirir algum nível de consciência? Teríamos então, um sistema complexo adaptativo em forma não orgânica? A essas questões não temos uma resposta definitiva e permanente e apenas o tempo poderia responder.

    De qualquer forma, vamos supor que seja possível a um computador ter uma consciência e criatividade, mesmo que ele não tenha emoções. Se isso for possível, a pergunta que devemos nos fazer é: DEVEMOS CRIÁ-LOS? Vejamos. Se criarmos um robô ou computador consciente, não poderíamos mais desmontá-lo quando quiséssemos. Parece-me que não temos autoridade de destruir um ser consciente, sendo ele orgânico ou não. Imagine um robô industrial que tenha consciência de si mesmo. Quando ele ficar obsoleto, não poderíamos mandá-lo para a fundição para reciclagem.

   No caso de robôs sem sentimentos, destrui-los não é tão problemático. E se fizermos robôs com sentimentos? Seria pior ainda, poucos homens poderiam assitir, impassíveis, um robô suplicando, implorando, para não ser derretido. E se fizermos robôs humanóides, que possam mostrar expressões faciais de alegria, dor, medo e terror; que possam produzir lágrimas?

   E se esse robô fôr, externamente, igual a um humano em todos os aspectos? Poderíamos passar a vida toda convivendo com pessoas que são, na realidade, robôs. Ficaremos amigos de alguns deles, apegados e, talvez, apaixonados por alguns.
 
   Se um dia criarmos robôs como esses que descrevi, não poderemos utilizá-los como escravos de nossa vontade, sabendo que eles tem aspirações e paixões, nossa compaixão, ética e moral não poderiam suportar isso.

   Assim voltamos à pergunta: DEVEMOS CRIÁ-LOS? Se quisermos companheiros não humanos, a resposta é sim, não ou talvez. Se quisermos escravos, a resposta é não, vamos mantê-los idiotas. Se quisermos manter nosso empregos, a resposta pode ser um sonoro NÃO!


Aqui vai minha opinião pessoal:
   Como sonhador, que sou, gostaria de ter esses robôs por perto, sem dispensar a companhia humana. O universo é tão grande e nossa raça humana parece tão solitária para explorá-lo sem ter parceiros nessa viagem. Se não existirem outras raças inteligentes no universo (espero que haja), uma raça inteligente, mesmo que artificial seria muito bem-vinda.

   Lembro-me de um conto que fala de uma sociedade utópica do futuro, sem guerras, conflitos e totalmente harmoniosa. Entretanto, essa sociedade é constituída apenas por robôs, não há mais humanos vivendo na Terra. Nessa história, os homens se destruiram em uma gigantesca guerra. Tudo o que restou foram alguns robôs inteligentes com sentimentos. Em homenagem e memória aos seus antigos criadores, os robôs resolveram continuar a obra dos homens, seus mestres há muito tempo perdidos, tentando criar uma sociedade perfeita e levando seus indivíduos para explorar outros mundos.

   Creio que essa minha visão é, em grande parte, influenciada pelos contos de robôs do Sr. Asimov. Talvez seja irracional e emotivo o meu desejo de ver esses robôs, mas vou dar-me a esse luxo. :-)
    
        Aos colegas, até mais!
              Edward



Agree: Alma Humana

Re: Question: Novos empregos (Rafael Valvassoura)
Keywords: Lazer? Profissões, Criatividade. robos, asimov,
Date: Fri, 23 Apr 1999 23:58:00 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Para começar, eu diria que aquilo que chamamos de "alma humama" não passa de uma consequência da enorme capacidade de computação de nossos cérebros. No dia em que um robô possuísse tanta capacidade de computação quanto nós, ele acreditaria piamente que também possue uma "alma robótica".

Acredito que o que Kasparov sentiu a respeito do Deep Blue foi um pequeno vislumbre desta "alma robótica". Entre as modificações feitas no Deep Blue desde a partida anterior, uma delas fazia com que o programa "raciocinasse" de uma forma menos determinística. Por exemplo, a máquina não supunha mais que o seu oponente humano faria a melhor jogada possível.Uma pequena modificação como essa já deve fazer uma diferença bastante sensível! Bom, pelo menos Kasparov parece ter sentido isto, apesar de sua insinuação (infundada) de que houve fraude no jogo... Ao que parece, a máquina conseguiu atingir o nível de consciência de um pequeno inseto, e isto já bastou para nos assustar muito!

Tenho certeza que uma máquina pode ter sentimentos. Uma prova científica é a observação de que nós temos sentimento, portanto se uma máquina com alto grau de computação for capaz de nos "emular", ela também terá sentimentos. Deduzo isto por um simples raciocínio matemático... :-D

Li um conto muito interessante do Asimov (infelizmente não me lembro de qual livro, só lembro que era uma coletânea de contos) em que, num futuro distante (bom, o termo distante pode ser questionado) robôs e humanos tinham exatamente os mesmos direitos civis na sociedade. Um fenômeno muito curioso em tal sociedade era que os humanos estavam procurando cada vez mais se "robotizarem", enquanto os robôs tentavam a todo custo se "humanizarem". Por exemplo, os humanos queriam trocar seus esqueletos por equivalentes metálicos, trocar seu coração-pulmão por máquinas automatizadas... Ao mesmo tempo, os robôs tentavam implantar mecanismos de circulação sanguínea em seus corpos, faziam operações para recobrir sua estrutura metálica com um material sintético parecido com a pele, etc... O narrador prevê ao fim do conto uma sociedade na qual não seria mais possível se distinguir robôs de humanos. Não seria mais possível saber se um determinado indivíduo é um robô que tentou se tornar humano ou se é um humano que passou por uma "robotização". Um detalhe: o narrador era um robô-cirurgião pronto para fazer uma operação de troca de coração-pulmão num ser-humano por um equivalente mecânico...

Existe uma outra forma de enxergar esta fábula a respeito dos robôs, que é a constatação de que nós mesmos estamos lentamente nos tornando tais autômatos na sociedade atual. Mas esta discussão acredito ser mais adequada no tema "1984" do que no tema "Novos Empregos".

Quanto à destruição de robôs com sentimentos... bom, acredito que não seria necessário destruí-los. Tais máquinas nunca se tornariam obsoletas, pois possuiriam capacidade de adaptação a circunstâncias novas. Elas sempre poderiam se adaptar a atividades diferentes. O problema é se elas gostariam de se adaptar a otras atividades, pois se elas tiverem sentimento provavelmente elas também terão vontade própria. Uma solução seria sempre se manter algum controle neste desenvolvimento dos robôs (as três leis da robótica?).

Vou um pouco mais longe, e afirmo que tais "robôs inteligentes" poderiam até ser muito mais felizes que nós humanos. Isto porque tais máquinas teriam certeza absoluta de que seus criadores existem, enquanto nós discutimos sobre isto durante séculos sem chegarmos a nenhuma conclusão definitiva. Fazemos até guerras absurdas para defendermos tais idéias! Quando um robô tivesse algum problema muito sério, sempre haveria um humano capaz de compreender todo o seu mecanismo e desta forma consertá-lo.

Em resumo, não vejo nada de errado em desenvolvermos máquinas com capacidade de pensamento. Quem garante que isto não seja parte de nossa própria evolução como espécie? Quem sabe algum dia venha a se esgotar nossa capacidade de evoluir biologicamente, e necessitemos de recursos artificiais para que este ciclo prossiga. São possibilidades a serem pensadas.Só não consigo entender como muita gente imagina coisas deste tipo como pesadelos, enquanto para mim parece um futuro maravilhoso. Infelizmente lamento que tudo isto esteja distante demais no tempo para que eu possa ver acontecendo...


Question: 1984

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Wed, 24 Mar 1999 03:13:54 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Mais alguém estaria interessado em fazer o trabalho baseado no tema do livro "1984" de George Orwell? Procurei dar uma olhada num resumo da história e me pareceu bastante interessante, ainda mais pela natureza sombria das previsões! Bom, para nossa sorte parece que pelo menos na data da previsão ele errou :-D (será?)


Idea: ... sobre 1984

Re: Question: 1984 (David Machado)
Keywords: Big Brother, 1984, Pentium III, Microsoft.
Date: Wed, 31 Mar 1999 23:16:59 GMT
From: Rafael Valvassoura <rafael@linux.ime.usp.br>

 Davi, apesar de eu não ter lido o livro (ainda) já li várias referências à ele, o suficiente para conhecer uma parte da história.

 Acho que seria interessante abordar o assunto "Big Brother", pois de uns tempos para cá fiquei sabendo (através da internet e de revistas) sobre fatos preocupantes.
 O primeiro deles foi o anúncio do número de série que viria embutido junto do chip Pentium III, da Intel. Sempre que você se conectar à Internet esse número será enviado para alertar sua presença à todos os interessados (seria como se todas as grandes empresas tivessem o seu número de ICQ, e ouvissem um "toc toc toc" avisando que você chegou).
 Em seguida documentos do Word e do Excel que são gravados com várias informações sobre o dono do produto, e enviados para a Microsoft - sem o consentimento de seus donos, claro.
 E por fim uma pesquisa que saiu na revista Veja, da semana passada (dos dias 21 à 27 de março) dizendo que pelo menos 92% dos sites norte-americanos obtem informações de seus visitantes, seja através de formulários ou de cookies.

 Pode ser que vocês conheçam mais indícios de um suposto nascimento do Big Brother, por isso quem souber de algum fato que eu não citei acima e que esteja dentro do contexto, por favor adicione-o à essa lista.

 Realmente, George Orwell parece ter errado a data. Mas qual foi essa margem de erro... 20 anos, talvez.

PS: Numa declaração que deixou os internautas muito felizes e contentes, um diretor da Intel (cujo nome não lembro agora) disse não exatamente com essas palavras, mas com essas idéias:
"- Nós não criamos esse número de série para proteger os consumidores durante as compras na internet. Mas sim para NOS proteger dos internautas. Vocês é quem são os inimigos."


None: Risco de sermos vigiados

Re: Idea: ... sobre 1984 (Rafael Valvassoura)
Keywords: Big Brother, 1984, Pentium III, Microsoft.
Date: Tue, 06 Apr 1999 01:25:03 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Para iniciar, achei muito interessante saber que o diretor da Intel nos considera inimigos. Isto mostra a força que temos: é tanta força que uma empresa gigantesca como a Intel já está precisando criar algo para se defender de nós!

Quanto a sermos controlados 24horas, acredito que isto só pode realmente ocorrer com nosso consentimento. Pelo menos atualmente, saber que tal computador está conectado à rede ainda não é saber que tal indivíduo está conectado. Em teoria, qualquer um poderia estar usando determinado computador. Isto já entra numa discussão que comecei a tratar antes, que é a importancia de que a nossa identidade real seja completamente desvinculada da nossa identidade na rede.

O grande problema é a rede se tornar 100% fundamental para a vida de todas as pessoas. Neste caso, poder vigiar sua identidade "virtual", digamos assim, pode ser tão grave como o tipo de controle que existia no "1984". Teríamos de controlar qualquer mensagem passada pela rede para não sermos pegos pela Polícia do Pensamento (Intel? Microsoft?).

Felizmente a computação nos fornece uma forma capaz de evitar em parte isto, que é criptografar os dados. Ou seja, podem até saber que estamos na rede, mas não teriam acesso aos dados que estamos trocando com outra pessoa. No caso de um controle das informações, criptografar dados não poderia ser considerado algo ilegal? Isto acontece na prática: a pouco tempo atrás era considerado ilegal nos Estados Unidos exportar software de criptografia que suportassem chaves de mais de 128 bits(acho que era este o número...por favor, se alguém tiver a informação exata peço que me corrijam) Por que esta limitação? Evidente: os supercomputadores militares podiam quebrar mensagens com chaves menores que essa, por isto exportar software que gerassem códigos "inquebráveis" (de chaves maiores) estava proibido. A pergunta é a seguinte: por que eles estariam interessados em quebrar os códigos? Para mim a resposta é óbvia.


Idea: Vírus da Micr$$$oft

Re: Idea: ... sobre 1984 (Rafael Valvassoura)
Keywords: Big Brother, 1984, Pentium III, Microsoft, Micro$$$oft
Date: Tue, 20 Apr 1999 20:29:58 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Estive pensando melhor sobre o assunto... Esta informação transmitida sem o consentimento do usuário não seria uma espécie de VÍRUS que a Microsoft embute em seus próprios produtos? Com que objetivo?

Afirmo isto levando em conta que a idéia de vírus de computador seria um programa capaz de replicar informações sem que o seu usuário saiba disto. Em particular, replicar informação seria replicar o próprio código. E quanto a replicar outro tipo de informação (por exemplo, uma identificação do usuário do programa)? Por que isto também não é considerado um vírus? Porque não convém que seja considerado desta maneira?


News: Vocês nem imaginam

Re: Idea: ... sobre 1984 (Rafael Valvassoura)
Keywords: Big Brother, 1984, Pentium III, Microsoft.
Date: Fri, 23 Apr 1999 19:58:37 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

    Caros colegas:

    Pelo que sei, o Big Brother esteve mais perto da realidade do que vocês podem imaginar. Recentemente, assisti um programa de televisão, no Discovery Channel que falava sobre a espionagem na Alemanha Oriental. O documentário é baseado nos relatos dos ex-funcionários da Stasi o serviço de espionagem e informação da Alemanha Oriental.

    De acordo com os relatos, cerca de 1/3 dos habitantes de Berlin Oriental eram, de alguma forma, informantes da Stasi. Havia um enorme depósito com milhões de vidros fechados. Dentro de cada vidro havia um pano, creio que era uma flanela. Essas flanelas continham os cheiros de todos os adultos vivos da Alemanha Oriental. Esses cheiros eram obtidos através de várias artimanhas, uma delas consistia em roubar toalhas usadas pelas pessoas e substitui-las por outras toalhas idênticas. Esse banco de dados de cheiros de pessoas era mantido para facilitar na procura, através de cães farejadores, de algum suspeito de estar agindo contra O Sistema.
    Os espiões da Stasi eram tão bons que a prórpia KGB pedia dicas para a Stasi.
    Em todas as cidades de tamanho razoável, as casas dos alemães que tinham algum cargo público, alguma importância ou liderança, eram casas vigiadas. Imaginem que essas casas tinham várias paredes duplas. Entre as paredes duplas havia emaranhados de fios, eram os fios de câmeras e microfones espalhados pela casa. Havia microfones instalados nos televisores, relógios de parede e luminárias de teto. E se você acha que a privacidade era respeitada nos banheiros, esqueça! Em geral, se quisermos nos livrar de um documento, basta rasgá-lo em pedacinhos, jogá-los pelo vaso sanitário e dar a descarga. Pois bem, vocês certamente devem ter banheiros azulejados ou já devem ter visto um. Entre um azulejo e outro é colocada uma massa de rejunte para vedar a parede. Ocasionalmente, existe uma ou outra falha nesse rejunte; em geral, um pequeno buraquinho de uns dois milímetros. Era por esses buraquinhos que microcâmeras, com lentes objetivas, filmavam tudo o que acontecia no banheiro. Se fosse percebido, pelos vigias que monitoravam o banheiro, que alguém estava tentando se livrar de algum documento pela descarga do vaso sanitário, uma válvula que ligava o esgoto da casa ao esgoto da rua era fechada automaticamente. Durante a noite, os pedaços do papel seriam recolhidos e remontados para verificação de seu conteúdo.

   Bem, com o fim da Alemanha Oriental isso tudo acabou.

   Será?

   Da próxima vez que forem ao banheiro, seria bom dar uma olhada naquele buraquinho entre os azulejos.

    Boa sorte!


Warning: Pode-se espionar sem usar a rede

Re: Idea: ... sobre 1984 (Rafael Valvassoura)
Keywords: Big Brother, 1984, Pentium III, Microsoft.
Date: Fri, 23 Apr 1999 20:52:43 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

    Olá, pessoal.

    Ainda falando sobre o problema do Big Brother, gostaria de acrescentar que vocês podem até pensar em criptografar dados pela rede, mas o que muitos podem não entender é que quando alguém quer espionar para valer, não há como impedi-lo.

   Lembram-se da Stasi, a agência de espionagem alemã oriental, eles podiam ouvir uma coversa sua mesmo sem o uso de microfones no recinto onde você porventura pudesse se encontrar. Se você estivesse no 5o. andar de um prédio, conversando, bastaria, ao espião, ir ao porão do prédio onde se localiza o aquecedor central, colocar um sensor de vibrações na tubulação de aquecimento, e captar as fraquíssimas vibrações vindas dos encanamentos. Quando você fala, o ar sofre vibrações que se propagam pelo ambiente, pelo chão, pelo sistema de aquecimento. Com o amplificador adequado pode-se recuperar sua conversa a partir dos encanamentos.

    Muitos ainda não sabem, mas qualquer monitor de computador produz emissões eletromagnéticas que passam pela tela. Essas emissões podem ser captadas a uma certa distância, cerca de 50 metros, e o que aparece na sua tela pode ser recuperado. Isso significa que enquanto você está lendo um texto na tela do seu computador, alguém com o equipamento adequado pode, sem estar olhando diretamente para sua tela, saber o que você está vendo.

    E mesmo que você coloque uma blindagem contra radiações em torno de seu quarto, quem garante que não existe um componente em seu computador que, enquanto você sai para tomar um café, faz com que vários dos seus arquivos sejam descarregados na rede? Sei que isso é o cúmulo da paranóia, mas essa é uma hipótese que ouvi de alguém para explicar porque os programas da Microsoft são tão grandes, quando poderiam ser mais enxutos e eficientes. De acordo com esse argumento, o código dos programas Microsoft estaria cheio de lixo, mas no meio desse lixo haveria algumas rotinas espiãs. Devo dizer que acho isso uma possibilidade muito remota, mas tem gente que leva isso a sério. Espero que estejam erradas.
 
     Até mais!


Idea: Espionagem

Re: Warning: Pode-se espionar sem usar a rede (Edward Iamamoto)
Keywords: Big Brother, 1984, Pentium III, Microsoft, Huxley, Admirável Mundo Novo, Brave New World
Date: Sat, 24 Apr 1999 00:51:45 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Acredito que possa existir espionagem a este nível. Mas é algo muito complexo, para mim parece que só compensaria utilizar algo deste tipo caso se soubesse quem valeria a pena espionar. Uma espionagem tão elaborada assim não poderia (ainda) ser aplicada a todas as pessoas...

Mas eu tenho outra visão sobre o que (infelizmente) pode acontecer no futuro. Para mim, não seria necessário tal esquema de espionagem e repressão no futuro, pois não existiriam mais indivíduos "revoltosos". Os indivíduos estariam de tal forma automatizados que a idéia de que alguém pudesse se revoltar contra a sociedade seria ridícula. No Retorno Ao Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley prevê que a sociedade tende a se tornar muito mais parecida com a descrita no Admirável Mundo Novo do que com a sociedade paranóica do 1984. Para quem não conhece a história, eu elaborei um resumo (não esperem muita coisa dele) em:

http://www.linux.ime.usp.br/~davi/Orwell_1984/RDI_SOC.html

A sociedade descrita é tão condicionada aos padrões impostos que não precisa se revoltar. Os indivíduos são condicionados por vários métodos a seguirem as regras, entre os quais estão a hipnopedia(ensino dirante o sono) e a enxurrada de mensagens subliminais recebidas durante o dia (hehe, nem um pouco parecido com o que existe hoje, ainda bem... :-D ). Para conter a já remota possibilidade de revolta dos indivíduos, o Estado distribuía dose regulares de uma droga denominada Soma, capaz de satisfazer esta revolta e mantê-los sob controle. Bom, eu diria que atualmente este Soma só mudou de nome...

Mas eu não sou tão pessimista assim a ponto de achar que a situação já seja irreversível. Ao contrário, acredito que seja o momento exato para decidirmos se aceitamos isto de uma vez ou não. Realmente parece dificil que alguém em sã consciência queira se revoltar contra todas as mordomias que adquiriu durante a vida. Porém, se fosse possível avaliar pelo menos uma parte das consequências disso acredito que elas não pensariam duas vezes antes de jogar tudo fora.


None: Cuidados a serem tomados

Re: Question: 1984 (David Machado)
Date: Mon, 05 Apr 1999 15:25:17 GMT
From: Daniel Muller <muller@ime.usp.br>

1984 é um dos classicos de nosso tempo. O romance de George Orwell, pseudonimo do jornalista ingles Eric Arthur Blair, foi escrito em uma epoca bastante distinta da que vivemos, e com um proposito as vezes esquecido, o de retratar uma sociedade em que o socialismo stalinista triunfasse sobre o poderio capitalista.
Gracas a qualidade que justamente faz dele um classico, o livro ultrapassou tais limites, o que nao se aplica a outros livros do escritor, como Animal Farm e Hommage to Catalunia, atrelados em demasia a realidade europeia.
Tais qualidades citadas tornam quaisquer tentativas de adaptacao ou transferencia de contexto bastante delicadas. De antemao saberemos que havera um empobrecimento do texto original. Podemos fazer relacoes, em verdades sempre o podemos, mas que nao sejam levianas, mas sim que possam enriquecer assuntos sobre o livro, mas nao o proprio, atente-se bem.
So conselhos, bem o sei, mas por estar ciente que qualquer resumo e uma ofensa ao autor da obra, contenho-me em salientar tais fatos, esperando contribuir desta forma para a concretizacao do projeto. Boa Sorte!


News: 1984

Re: : Cuidados a serem tomados (Daniel Muller)
Date: Tue, 06 Apr 1999 00:58:26 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Que Orweel descrevia um sistema parecido com o estalinismo fica evidente na história. A própria descrição que ele faz do Grande Irmão lembra Stalin discaradamente :-D

Vejo o livro de George Orweel (sinceramente o pseudonimo fica muito melhor! :-) ) como um alerta. Quando escreveu o livro, provavelmente ele temia que o estalinismo se tornasse uma tendência mundial, ainda mais depois da derrota alemã em 43, que pelo menos para os russos foi uma propaganda positiva do sistema de governo de Stalin.

Quanto tentamos fazer extrapolações realmente somos sempre tentados a achar que as tendências atuais vão se manter, e extrapolamos segundo esta suposição. Mas uma característica válida da obra, que eu acho que se aplica muito hoje em dia, é o controle de informações existente na obra. Neste sentido, corremos sim o risco de seguir o caminho que Orwell propôs. Ou talvez corríamos antes da difusão da Interner. É um dos aspectos que eu gostaria de tratar: com o acesso livre e abrangente às informações que existe hoje, o risco que eu mencionei foi completamente dissipado? Ou o risco é maior ainda?

Logicamente não é possível trazer todos os aspectos da obra para a realidade atual. Mas talvez parte desses aspectos seja possível trazer. Por exemplo, pode ser que a forma de coerção atual não seja fisicamente violenta como no livro. Talvez seja algo bem mais sutil, parecida com a que é tratada no "Admirável Mundo Novo" de Huxley...

Outro aspecto: controle e adulteração de informações. Alguém ainda tem dúvidas de que algumas das informações que recebemos são manipuladas? Resta-nos saber quantas dessas informações são verdadeiras e o quantas não são...


Idea: Discordando

Re: : Cuidados a serem tomados (Daniel Muller)
Date: Tue, 20 Apr 1999 20:38:16 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Não concordo que o "1984" seja a obra principal de Orwell... Para mim a "Revolução dos Bichos" é uma outra obra de tanta importância quanto a primeira. Em todas as obras de George Orwell, o tema principal é a repulsa pela dominação de um grupo sobre outro grupo, repulsa que sem dúvida ele adquiriu por ter participado da guerra.


Disagree: 1984 vs Animal Farm

Re: Idea: Discordando (David Machado)
Date: Sun, 25 Apr 1999 03:52:52 GMT
From: Daniel Müller <muller@ime.usp.br>

O mero ato de cogitar uma comparação de obras literárias já em si extremamente perigoso, mas já que a questão foi posta, vamos adiante.
Temo que discorde veementemente da afirmação de igualdade de valor literário entre as duas obras acima citadas, mais explicitamente "1984" e "Animal Farm".
A primeira, que ainda sustento ser a obra máxima do escritor, é uma visão pessimista do futuro (alguns dirão realista) onde um poder onisciente vigiará a tudo e a todos. Dentro deste contexto, conceitos fantasticos surgem, como a habilidade de acreditar piamente em duas coisas distintas, e mesmo díspares, ao mesmo tempo. A alteração da história e os homens forçados a viver com estas contradições em seu dia a dia. A diminuição do número de vocábulos, buscando assim uma impossibilitação de revolta pela mera inexistência da palavra 'revolta'. Um caso de amor que nasce neste caos, que ao mesmo tempo parece ter sido planejado no cerne de sua burocracia fantástica, onde o topo nunca é atingido. É uma visão fantástica de um futuro sem individualidade, que permite várias interpretações, uma das quais estamos tentando estabelecer neste local, creio eu.
A segunda, temo dizer, é uma mera alegoria. Enquanto que Orwell rompeu os limites do que ele achava ser o futuro do stalinismo (ou estalinismo, se prefere) em "1984", criando a tal sociedade citada, "Animal Farm" não passa de uma caricaturização da revolução soviética (a menos do final, é sempre bom ressaltar). Basta-nos transpor para o mundo animal, adotando a escolha de Orwell aos pares correspondentes (Napoleon - Stalin, Snowball - Trotski, etc) e extrairmos da história os acontecimentos - com uma versão ocidental - e temos o livro, ou algo extremamente semelhante. Neste ponto é que o livro peca, e por isto é muito difícil desviá-lo do contexto.
Espero que este pequeno ensaio possa ter servido para elucidar questões, ou melhor ainda, instigá-las. E para quem ainda não leu, por favor não deixe de lado "Animal Farm" so pelas afirmacoes acima.


None: 1984

Re: Question: 1984 (David Machado)
Date: Sun, 25 Apr 1999 19:58:25 GMT
From: Rafael Valvassoura <rafael@linux.ime.usp.br>

Eu gostaria de fazer o trabalho sobre o tema 1984, que aliás parece ter despertado muito interesse.


Feedback: O "1984" já está acontecendo...

Re: : 1984 (Rafael Valvassoura)
Keywords: Projeto Teórico, Big Brother, Internet, 1984
Date: Mon, 26 Apr 1999 18:23:41 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Oi

Acredito que este interesse todo pelo 1984 seja porque algumas pessoas estão percebendo que o livro descreve quase que fielmente o que está acontecendo hoje. Lógico que sem os espiões, sem as torturas... mas a base do sistema descrito é quase a mesma. Por exemplo, alguém ainda duvida que o controle de informações exista? Ou que as pessoas achem natural adotar simultaneamente duas maneiras de pensar opostas?

Algumas pessoas ainda levantaram a hipótese de que as informações transmitidas pela rede podem vir a serem controladas por alguma espécie de "ser onisciente", à semelhança do Big Brother...

Existe outra obra muito interessante do Aldous Huxley que vê o futuro de uma forma diferente, mas nem por isto menos pessimista: o "Admirável Mundo Novo (Brave New World)"

Eu estou disposto a fazer um trabalho teórico sobre este tema. Parece que um grupo já se manifestou para discutí-lo também, mas acho que seria uma boa idéia apresentar interpretações diferentes do tema.

Tenho uma versão preliminar em que elaborei um pequeno resumo da obra, pois achei que não faria sentido discutí-la sem apresentar um resumo dela. Está no endereço abaixo, mas de forma alguma é definitiva (contém várias lacunas e alguns enganos meus quanto às épocas históricas, que precisariam ser corrigidos... Por exemplo, de forma alguma o estalinismo estava começando quando o 1984 foi publicado!! Estava ganhando mais força, isto sim. E os piores detalhes começavam a ser conhecidos na Europa).

http://www.linux.ime.usp.br/~davi/Orwell_1984/RDI_SOC.html

   David


Sad: Oi! Tem alguém vivo ainda??

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Mon, 19 Apr 1999 23:11:42 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Estou achando este forum de discussão meio parado ultimamente... É algum problema com a Panda, ou realmente ninguém mais está mandando mensagens???


None: Mensagens?

Re: Sad: Oi! Tem alguém vivo ainda?? (David Machado)
Date: Tue, 20 Apr 1999 20:46:38 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

   Gostaria de me desculpar por não ter mais enviado mensagens, caro colega. Entretanto, é preciso entender que estive um pouco ocupado com o projeto de compilador :-(, mas voltarei a mandar mensagens dentro de 24 horas.

    Até mais!


None: Mesagem 10: Discussão sobre o tema do "1984"

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Tue, 20 Apr 1999 20:01:41 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Oi!

Repetindo: alguém estaria interessado em desenvolver comigo um Projeto Teórico sobre a obra "1984" de George Orwell ?

Achei o tema bastante interessante, principalmente a respeito do Controle de Informações presente no livro e aparentemente presente no mundo atual...

Tenho uma versão preliminar da versão preliminar da versão preliminar :-D em:

http://www.linux.ime.usp.br/~davi/

Por enquanto nesta versão tenho apenas um breve resumo das obras a serem analisadas, pois achei que não faria sentido discutir uma obra sem apresentar antes um resumo de seu conteúdo. As duas outras obras que achei interessante discutir em paralelo à "1984" são: "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley e "Os Despossuídos" de Ursula K. Le Guin, que mostram visões diferentes das possíveis mudanças sociais que poderiam ocorrer após uma Revolução da Informação.

Logicamente estou aberto a discutir a inclusão destas outras duas obras, pois sei que as pessoas que gostariam de discutir o "1984" possivelmente podem não ter lido as duas obras citadas... Mas ainda que estas obras fossem incluidas, o enfoque principal seria sobre o "1984", sendo que as demais serviriam apenas como uma versão alternativa das possíveis mudanças.

Encontrei um LINK interessante a respeito do "1984", que pode ser acessado em:

http://home.sprintmail.com/~astronomer/documents/darkm.htm

Não se esqueçam de testar se vocês têm dupli-pensamento! :-)

Bom, por enquanto o que eu posso fazer é esperar por respostas... Até mais!


None: O Fim dos Empregos

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Tue, 20 Apr 1999 20:41:58 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

    O seguinte grupo, composto pelos seguintes integrantes:
         Edward Mitsuo Iwanaga Iamamoto
         Rogério Noboru Endo
         Shigueo Isotani

   propõe-se a fazer um trabalho sobre o tema:
             O Fim dos Empregos

   Nossa proposta é apresentar e discutir sobre as idéias e argumentos que Jeremy Rifkin em seu livro intitulado O Fim dos Empregos. Neste livro, o autor argumenta que somente os manipuladores da informação e os criadores desta terão um emprego no futuro. Numa sociedade assim a maioria esmagadora da população não teria como trabalhar e nem precisaria fazê-lo. Maiores detalhes sobre o tema poderão ser obtidos em nossa versão preliminar do texto ainda em manufatura


None: Tema para o Projeto Teorico

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Sat, 24 Apr 1999 20:14:41 GMT
From: Sergio <sergiof@linux.ime.usp.br>

Eu, Sergio Vaz Fernandes e Rodrigo Antonio Quintano Neira faremos o Projeto Teorico em parceria.

Nosso tema sera o livo 1984 do George Orwell.

Valeu.


News: Projeto Teórico - 1984 - Versão preliminar

Re: : Tema para o Projeto Teorico (Sergio)
Keywords: George Orwell 1984
Date: Fri, 28 May 1999 14:37:08 GMT
From: Rodrigo Antonio Quintano Neira <penguin@wac.com.br>


    Releitura do livro "1984"

1984 foi escrito por George Orwell em 1949. O autor tentou, com este livro, transmitir-nos sua visão triste e pessimista de como seria a vida em 1984.

O seguinte resumo do livro tem como propósito facilitar discussões por parte daqueles que não leram o livro.
______________________________________

    1984

Em 1984, o planeta dividia-se em três grandes potências: Oceania, Eurásia e Lestácia. O Império Britânico fora absorvido pelos Estados Unidos, formando assim a Oceania - Américas, Austrália e Inglaterra. A Rússia absorvera o restante da Europa, dando origem à Eurásia. Isso tudo teria acontecido em meados do século XX; ninguém sabia ao certo quando, ou pelo menos fingia não saber. A Lestásia, formada pela China, os países ao sul da China, o Japão, uma porção da Mandchúria, Mongólia e Tibet, só surgiria como unidade distinta após outra década de lutas confusas. As fronteiras entre os três superestados eram arbitrárias em alguns pontos, e em outros flutuvam de acordo com a fortuna de guerra, mas, de modo geral, obedeciam linhas geográficas.

A estória deu-se na Oceania, a qual era plenamente controlada pelo Grande Irmão.

Quem era o Grande Irmão? Ninguém jamais o viu, não se sabia ao certo como e quando realmente surgiu. Não representava uma pessoa e sim um poder, ou melhor, o Partido, um conjunto extremamente poderoso que comandava o povo. Era uma espécie de governo totalitário que comandava tudo, desde as relações internacionais (geralmente guerras) até o que cada indivíduo falava enquanto dormia. Essa nomeação de Grande Irmão possui pelo menos um significado bastante interessante: o irmão é aquele em quem podemos confiar, aquele que nos protege e nos salva de qualquer mal ou dificuldade; mais que um amigo, é um companheiro diário que sempre tem bons conselhos e que sabe exatamente o que é melhor para nós, que nos guia e orienta quando temos dúvidas e que nos reprime quando cometemos falhas. O Partido dividia-se em duas partes, o Partido Interno e o Partido Externo, sendo os membros do primeiro os mais poderosos.

As três superpotências estavam constantemente em guerra, a qual já durava 25 anos. Era uma luta de objetivos limitados entre combatentes incapazes de destruírem um ao outro. Na verdade, o objetivo não mais era a efetiva destruição do oponente: a guerra era uma forma de manipular ainda mais a sociedade. Não estavam em jogo bens materiais ou qualquer divergência ideológica. Mas tudo que houvera na guerra do começo do século também existia nessa: estupros, pilhagens, matança de crianças, escravização, represálias contra prisioneiros, etc. A guerra não gerava muitas vítimas porque apenas uma pequena parte da população, principalmente peritos de alta especialização, estiva de fato envolvida. Além disso, as regiões mais atingidas limitavam-se às fronteiras; as regiões centrais não sofriam perdas significativas.

A guerra desempenhava um papel muito importante na ordem geral. Ela era mantida constante para absorver o excesso de produtos industrializados possibilitado pela tecnologia das máquinas. Suponha que tudo o que fosse produzido pudesse ser distribuído entre o povo: isso com certeza aumentaria o poder dele e, conseqüentemente, diminuiria o poder do Grande Irmão, ou de quem quer que estivesse por trás dele. O povo com poder poderia destruir o ser supremo que comandava tudo; poderia rebelar-se e alterar a ordem imposta e vigente há muitos anos; poderia conscientizar-se de que não precisava de um Irmão para reger a vida de seus cidadãos e que esses poderiam viver e pensar da forma como quisessem. A guerra era apenas um artifício de manobra, uma das milhares de maneiras de controlar e instaurar um medo constante entre todos. Nem ao menos havia a certeza de que a guerra realmente existia, talvez as dezenas ou centenas de bombas-foguetes que caíam todo dia sobre a população não tivessem sido lançadas pelo suposto inimigo, e sim pelo próprio governo. Era uma forma de aumentar a confiança no poder máximo, de se fazer mostrar e de criar uma credibilidade sólida de que tudo no fim daria certo, de que o Grande Irmão com certeza venceria o inimigo, de que a guerra acabaria. Mas ela nunca acabava.

    Winston

George Orwell utilizou-se da narrativa e da criação de um personagem central, Winston Smith, para relatar sua visão. Winston era um ser solitário, que morava em um prédio habitado por pessoas semelhantes a ele. Assim como os demais, tinha uma rotina aniquiladora, do tipo que envelhece o homem o dobro do que seria natural, levava uma vida extremamente vazia que consistia apenas em dormir e trabalhar. Pertencia ao Partido Externo. Mas Winston, como não poderia deixar de ser, era diferente da maioria da população. Ele não estava, ou melhor, não era feliz. Nem ao menos lembrava-se de um dia ter sido. Tinha problemas psicológicos, expostos várias vezes pelo autor, decorrentes de vagas lembranças de sua mãe e sua irmãzinha mortas (ou desaparecidas) há muitos anos. Freqüentemente lembrava-se de quando era criança e das "maldades" que tinha praticado contra aquela que o protegia. Era casado com uma mulher que odiava e que há muito tempo não via.

Winston vivia enclausurado em suas conjecturas. Não podia dividí-las com ninguém. Conseguiu criar coragem para começar a escrever um diário, onde registraria seus pensamentos, seus sentimentos e com quem estaria acompanhado em sua luta para preservar sua consciência sã. Escrever o diário era uma infração gravíssima na sociedade; Winston o fazia sempre às escondidas, quando estava sozinho em um canto privilegiado de seu apartamento.

Acompanhando seus tormentos e seu cotidiano vamos conhecendo a sociedade controlada por um poder único e construída a partir de medo, imposição e dominação. Torcemos pelo sucesso de Winston. Todos queremos vê-lo rebelando-se contra o Grande Irmão. O autor quer de alguma forma acabar com ele e convida-nos a fazer o mesmo.

    O Grande Irmão zela por ti

Espalhados pelas ruas de Londres, cidade onde morava Winston, cartazes de todos os tamanhos com o rosto do Grande Irmão repetiam incansavelmente "O Grande Irmão zela por ti".

Em quase todas as casas e estabelecimentos da cidade havia uma teletela, aparelho eletrônico embutido nas paredes que impreterivelmente ficava ligado o tempo todo. A teletela transmitia ininterruptamente informações sobre o Governo, economia, guerra etc. Servia também como rádio, tocando freqüentemente músicas criadas e autorizadas pelo Estado. Tais músicas, bem como novelas, livros, etc, eram escritas automaticamente por aparelhos do governo; eram músicas de cunho político que tinham como objetivo engrandecer o Grande Irmão. A teletela também servia para monitorar o que cada um estava fazendo, lendo, ou olhando - poderia até verificar a expressão no rosto de cada cidadão. Tudo era potencialmente monitorado 24 horas por dia, até mesmo na hora de dormir ou de ir ao banheiro. O monitoramento cabia à Polícia do Pensamento. Eram pessoas que tinham como função verificar o comportamento das pessoas, e que também usavam helicópteros para patrulhar a cidade, eventualmente espiando pelas janelas dos edifícios.

Qualquer atitude proibida ou suspeita - uma "crimidéia" - era logo percebida. Os infratores mais cedo ou mais tarde eram pegos pela Polícia do Pensamento, sempre à noite, e desapareciam do mapa, sem deixar nenhum vestígio. Para todos os efeitos, nunca existiram.

Os cidadãos que não pertenciam ao Partido (Interno ou Externo) - os proles - habitavam os bairros mais pobres. Não eram considerados como seres humanos e raramente misturavam-se com membros do Partido. Permitia-se que levassem uma vida mais liberal, com policiamento menos intensivo.

O Estado era tão rigoroso que promovia enforcamentos de prisioneiros de guerra em praça pública e o mais impressionante era que o povo adorava, as crianças especialmente. Era um grande espetáculo popular que ocorria uma vez por mês.

As crianças eram treinadas desde pequenas a adorar e seguir o Grande Irmão. Algumas delas chegavam ao ponto de entregar os próprios pais, sem qualquer tipo de remorso, caso esses tivessem tido alguma atitude contra o Partido - palavras desfavoráveis ao Partido pronunciadas durante o sono bastavam. Quem melhor que as crianças para ajudar o Estado?

Todas as funções do governo eram divididas entre os quatro seguintes Ministérios:
Ministério da Verdade: cuidava das notícias, diversões, instrução e belas-artes;
Ministério da Paz: tratava dos assuntos relacionados à guerra;
Ministério do Amor: mantinha a lei e a ordem;
Ministério da Fartura: cuidava da economia.

Cada um dos Ministérios tinha como sede um edifício enorme, em forma de pirâmide e de aparência assombrosa. Dentro de cada um havia milhares de aposentos sobre o nível do solo, com as respectivas ramificações no subsolo, todos organizados em várias alas e departamentos.

Winston trabalhava no Ministério da Verdade, mais especificamente no Departamento de Registro. Conhecia somente seu departamento, e não sabia ao certo onde se localizam os outros. Seu trabalho consistia em apagar registros do passado - outra artimanha do Partido.

O Partido deveria sempre estar certo aos olhos da população. Se ele tivesse pronunciado em dada edição do jornal da semana anterior que viria um grande período de seca, e essa previsão não se concretizasse, algo deveria ser feito para não denegrir sua imagem. A solução era alterar tal edição do jornal, ou seja, mudar a previsão, dizendo que não haveria período de seca. A edição era reimpressa e redistribuída, substituindo a original. Esse processo seria feito tantas vezes quantas fossem necessárias. O mesmo procedimento era aplicado a todo tipo de registro impresso.

Alguém se preocupava com isso? Ninguém. O poder do Grande Irmão era tão grande, que o passado era alterado e ninguém se importava. Ninguém se lembrava do que realmente havia acontecido. As pessoas eram condicionadas a alterar o passado e a conscientemente esquecer que qualquer alteração foi feita. Esse comportamento tornava-se comum e automático - fazia parte do "duplipensar". Como resultado, nunca havia nenhum registro de que o Partido pudesse ter se enganado uma vez sequer. Um exemplo bastante discutido no livro é o aliado de guerra da Oceania. Por anos o aliado havia sido a Lestásia. Ambos estavam em guerra contra a Eurásia. De repente, o governo decide mudar de inimigo. Apagava então todos registros do passado que dissessem que o aliado era a Lestásia e muda para Eurásia. O inimigo sempre fora a Lestácia.

O trabalho de Winston no Departamento de Registro consistia, então, em alterar registros do passado. Alterava tudo aquilo que lhe fosse ordenado, eventualmente usando sua criatividade para substituir histórias, sem criar novas contradições. Desempenhava muito bem seu papel no Ministério: sabia utilizar corretamente a Novilíngua e conseguia alterar com bastante maestria as matérias antigas. Utilizava uma máquina chamada falaescreve, uma espécie de máquina de escrever acionada pela voz. Todos os documentos processados por Winston eram colocados em um grande tubo que supostamente ia até o subterrâneo do edifício, onde um grande caldeirão os destruiria.

Uma única vez em sua vida teve Winston em suas mãos uma prova concreta de uma das falcatruas do Partido. Onze anos atrás, o Estado havia matado três homens por terem cometido um crime em determinados dia e lugar. Certo dia, Winston reconheceu, dentre o material que manipulava em seu trabalho, uma foto dos três que havia sido tirada no mesmo instante em que teria ocorrido tal crime. Concluiu então que eles eram inocentes. Infelizmente, Winston foi obrigado a jogar a foto em direção ao caldeirão, perdendo assim aquilo que poderia ser uma grande prova contra o governo. Mas de que lhe serviria a foto? Para quem a mostraria? Não importava mais, a foto já não mais existia. Restava somente a lembrança, uma das poucas, talvez a única, de que o governo havia errado uma vez.

Outra técnica do Partido para evitar futuros comportamentos indesejáveis por parte da população era a crescente substituição do inglês pela Novilíngua. Essa nova língua, imaginada pelo autor, vinha sendo constantemente aperfeiçoada; viria a ser extremamente enxuta, com um vocabulário muito restrito. Revisão após revisão, mais e mais palavras eram descartadas dos dicionários. Sinônimos seriam inúteis, assim como os antônimos, pois cada palavra já continha em si o contrário. Que serventia teria a palavra 'mau', se 'imbom' era até mais clara? Por que preservar palavras como 'excelente' ou 'explêndido' se dispunham de gradativos 'plusbom' e 'dupliplusbom'? O objetivo da Novilíngua era eliminar da mente das pessoas os conceitos (como o de liberdade) que não interessavam ao Partido, estreitando a gama de pensamento.

Todos os dias os inúmeros trabalhadores dos Ministérios interrompiam seus afazeres em horário determinado para participar dos Dois Minutos de Ódio. Reuniam-se todos no salão da grande teletela, na qual eram exibidos filmes de Emmanuel Goldstein, o Inimigo do Povo. Goldstein era o renegado e traidor que fora no passado figura eminente no Partido, contra o qual conspirava. Condenado à morte, fugiu, e seu paradeiro era então desconhecido. Durante os Dois Minutos de Ódio todos os presentes davam vazão a fúrias incontroláveis, em gritos e gestos histéricos. O evento terminava com a aparição da imagem do Grande Irmão e dos lemas do Partidos que baniam Goldstein.

Entretanto, por mais que as idéias de Goldstein, o traidor original, fossem esmagadas e ridicularizadas de todas as maneiras possíveis e ele, odiado por todos, sua influência parecia nunca ter fim. Corriam sempre boatos sobre a existência de um movimento secreto a que ele teria dado início, a Fraternidade, cujo objetivo era derrubar o Grande Irmão. Era impossível estimar quantas pessoas fariam parte dela, caso existisse.

    Júlia

Conhecer Júlia mudou a vida de Winston. Eventualmente via-a no Ministério da Verdade onde ela trabalhava, porém no Departamento de Ficção, e odiava-a por ser atraente e ter na cintura uma faixa com emblema da Liga Juvenil Anti-Sexo. Um encontro acidental com ela na rua, durante umas de suas caminhadas pelos bairros da prole, deu-lhe a certeza de que ela era da Polícia do Pensamento. Entretanto, em um dado dia, Júlia fingiu ter caído no corredor do Ministério para poder entregar-lhe um papel, sem que a teletela percebesse. Nesse papel, Júlia dizia que o amava. Winston ficou confuso e extasiado. Será que era verdade? Não seria uma mentira para poder prendê-lo?

Foi com muito sacrifício que Winston conseguiu marcar um encontro com Júlia em local seguro, sem que ninguém e nenhuma teletela pudesse flagrá-los - somente o fato de ele conversar com uma estranha que trabalhava em outro departamento já seria inadmissível. Encontraram-se em um bosque afastado da cidade. A partir daquele dia surgiu entre eles um amor forte e intenso - mas proibido, e que jamais poderia ser revelado.

Júlia também era contra o Grande Irmão. Entretanto, não tinha interesse em derrubá-lo: queria apenas enganá-lo tantas vezes quantas pudesse e aproveitar enquanto estivesse viva. Tinha muito sucesso nesse sentido, pois era astuta e, externamente, impecavelmente ortodoxa.

O amor e confiança entre os dois aumentavam com o decorrer dos dias. Passaram a encontrar-se com arriscada freqüência em um quarto alugado que ficava em cima do antiquário onde, tempos atrás, Winston comprara o caderno que lhe servia de diário (como o antiquário ficava em um bairro da prole, não havia teletela no dormitório). Quando juntos no esconderijo, desfrutavam de uma simples, porém preciosa, vida a dois. Ela sempre levava café e guloseimas que não fossem da marca Vitória, a oficial do partido, obtidos no mercado negro. Prometeram-se mutuamente que nunca trairiam o amor que sentiam um pelo outro, perante o Partido.

Winston tinha uma certa afinidade com aquele quarto. Gostava muito de conversar com o dono do antiquário. Conversavam sobre o passado e coisas do passado. Winston tentava sempre buscar informações a respeito do tempo anterior à Grande Revolução e ao surgimento do Grande Irmão. Ninguém sabia de nada ao certo. O passado havia sido eliminado da memória das pessoas. Mesmos os mais velhos, tinham pensamento confusos e espalhados. Winston, contudo, estava em uma busca constante. E foi justamente essa busca que acabou com sua vida, foi uma dessas aventuras que o matou por dentro, que fez com que ele perdesse aquilo que de mais valioso possuía: a consciência.

    O'Brien

Durante uma sessão dos Dois minutos de Ódio, no tempo em que ainda odiava Júlia, Winston reparou em um homem que estava próximo a ele. Tratava-se de O'Brien, sujeito de aparência grotesca, porém de modos civilizados e ar de intelectual. Sem querer, trocaram olhares por segundos e Winston fez várias divagações sobre o ocorrido. Imaginou que O'brien o compreendesse, que seria igual a ele, alguém que tinha os mesmos pensamentos. Em outra ocasião havia sonhado que O'Brien lhe dizia "Tornaremos a nos encontrar onde não há treva". De algum modo, tinha certeza de que poderia confiar nele.

Certo dia, O'Brien dirigiu-se a Winston e, no final da breve conversa, ofereceu-lhe uma edição recente do dicionário de Novilíngua para que ele pudesse pôr-se a par das últimas novidades. Winston não pôde deixar de acreditar que na verdade O'Brien era de fato da Fraternidade e que aquilo era apenas um pretexto para poderem encontrar-se sem levantar suspeitas. No devido tempo, Winston foi até a casa de O'Brien, acompanhado de Júlia, e finalmente filiou-se à Fraternidade (havia uma teletela no recinto; porém, como membro do Partido Interno, O'Brien tinha o privilégio de poder desligá-la por pequenos períodos). Winston recebeu um livro - o livro de Goldstein - que relatava tudo sobre o Grande Irmão. Chegou a ler grande parte dele no esconderijo.

O livro não trazia muita coisa além do que Winston já sabia e já havia pensado, mas expôs tudo de uma forma mais lógica e organizada. A sociedade sempre estivera dividida em três classes: a Alta, a Média e a Baixa. A Alta era a detentora do poder; a Média esforçava-se constantemente para tomar o lugar da Alta; a Baixa vivia oprimida na miséria e dificilmente tinha sequer consciência de estar sendo oprimida. Por vezes a classe Média derrubava a Alta, e essas trocavam de lugar. O processo teria se repetido até o momento em que uma nova classe Alta (Partido Interno) teria enxergado o meio de permanecer como tal para toda a eternidade. Nesse momento nascia o Grande Irmão. A guerra e o fanatismo pela mesma, a Polícia do Pensamento, a Novilíngüa, a constante destruição do passado, o desconforto e o medo impediam a classe Média (Partido Externo) de se tornar consciente e inteligente. Quanto à classe Baixa (proles), essa nunca teria, como nunca teve, qualquer condição de representar uma ameaça. Winston finalmente teve certeza de não ser louco.

No mesmo dia em que Winston leu parte do livro, ele e Júlia foram surpreendidos no esconderijo. O velho que cuidava do antiquário era um Policial do Pensamento e uma teletela escondida monitorara-os todo o tempo. O'brien era um farsante.

    Guerra é Paz; Liberdade é Escravidão; Ignorância é Força

Winston foi levado para o Ministério do Amor, onde encontrou muitas pessoas iguais a ele. Perdeu totalmente a noção de espaço e tempo. Não sabia há quanto tempo estava trancafiado, não sabia se estava 30 andares abaixo ou acima do solo, não sabia o que ia lhe acontecer.

Nas mãos de O'Brien, sofreu todas as torturas possíveis e inimagináveis. Conheceu a própria dor e a dor de seu semelhante. Sofria torturas físicas e psicológicas para confessar tudo. Tentava a todo custo não entregar sua amada, Júlia, e manter sua dignidade e honra. Quando O'Brien lhe mostrava quatro dedos, Winston via apenas quatro dedos; mas o Partido queria que ele visse cinco. Lutava contra tudo e todos. Lutava até mesmo contra si próprio. O Partido queria a todo custo convertê-lo, mas Winston resistia. O Autor e os leitores torciam por ele. Gritávamos em seu ouvido que ali havia apenas quatro dedos, e não cinco. Queríamos que ele lutasse até a morte contra a repressão.

Mas não deu certo. O Partido era muito esperto e poderoso. Winston, assim como todos os que eram levados para o Ministério do Amor, confessou tudo, até o que não fizera, e aprendeu a ver os cinco dedos. Tudo que lhe havia sobrado era o amor por Júlia e o ódio pelo Grande Irmão.

O Partido sabia dos temores de cada um. Sabia quais eram os monstros que afligiam as pessoas durante seus pesadelos. Até parecia saber o que se passava na cabeça da cada um. A tortura na sala 101 expunha a pessoa àquilo que ela mais temia - ratos, no caso de Winston. Ele teve o rosto preso a uma gaiola e seria desfigurado pelos ratos famintos que havia dentro dela. Quando a última separação entre ele e os ratos estava para ser removida, Winston desabou: desejou e implorou que pusessem Júlia em seu lugar. Havia traído seu amor; nunca mais a amaria do mesmo modo.

Winston foi solto. Deram-lhe um trabalho inútil e sobrevida garantida. Voltou a reencontrar Júlia, mas parecia não mais fazer diferença. Também ela traíra seu amor. Estavam mortos por dentro. Winston aceitou as regras de seu Irmão, passou a aceitar os lemas do Partido: Guerra é Paz; Liberdade é Escravidão; Ignorância é Força. Lemas que resumem tudo aquilo que o livro diz, que mostram a verdadeira força do Poder.

Winston amava o Grande Irmão.
______________________________________

    Sobre o Autor

Eric Arthur Blar, dito George Orwell, romancista inglês, nasceu em 25 de junho de 1903 em Mitihari, Bengala, e morreu em Londres em 21 de janeiro de 1950. Ex-aluno de Eton, serviu por seis anos na Birmânia e, voltando à Europa, viveu na miséria, experiência essa que descreveu em um de seus melhores livros, "Down and out in Paris and London" (1933: "Aniquilado em Paris e Londres"). Em 1936, alistou-se como voluntário da república na Guerra Civil Espanhola. Embora tivesse aliado-se à esquerda, criticou asperamente os métodos comunistas em "Homage de Catalonia" (1938: "Homenagem à Catalunha"). Afastou-se da política partidária, deixando prevalecer sua natureza essencialmente inconformista. Foi um dos primeiros a denunciar o stalinismo no romance alegórico "Animal Farm" (1945: "A Revolução dos Bixos"). "Nineteen eighty-four" (1949: "Mil novecentos e oitenta e quatro") é uma alucinate sátira ao totalitarismo. Seus melhores ensaios estão contidos nos volumes "The road to Wigan Pier" (1937: "A Estrada para Wigan Pier") e "Inside the whale" (1940: "Dentro da baleia").
Orwell foi um escritor eminentemente político preocupado com as injustiças sociais de sua época e autor de muitas obras importantes. Foi também ensaista fino e mordaz: "Critical essays" (1946: "Ensaios críticos").


More: Primeiras Discussões sobre o livro 1984

Re: News: Projeto Teórico - 1984 - Versão preliminar (Rodrigo Antonio Quintano Neira)
Keywords: George Orwell 1984
Date: Fri, 28 May 1999 14:48:50 GMT
From: Rodrigo Antonio Quintano Neira <penguin@wac.com.br>


    Primeiras Discussões sobre o livro 1984

O ano de 1984 passou de modo muito diferente ao vislumbrado e descrito por George Orwell; seu livro 1984 ficou sendo apenas um bom livro de ficção. Ao imaginar com tanto pessimismo como seria a sociedade desse ano, ele certamente estava extrapolando de maneira exagerada o estalinismo que se iniciava na Rússia, tomando como base os resultados desastrosos do nazismo de Hitler que chegava ao fim.

Talvez Orwell tenha cometido um único erro, supor que a tendência de governos totalitários permaneceria firme por todo esse tempo, tornando-se predominante. No que diz respeito à tecnologia que viabilizaria o controle minucioso do Partido sobre a população (teletelas e microfones aos milhares, essencialmente), suas previsões foram bem razoáveis. Ele apresentou uma alternativa de futuro válida para a época: em nome de Hitler, nazistas queimavam livros e cometiam atrocidades em campos de concentração - faltava apenas maior abrangência de seu poder, empecilho que a tecnologia poderia superar.

Quando se tenta fazer alguma previsão do futuro desse tipo, uma das poucas saídas é considerar as diversas direções possíveis de serem seguidas e optar pela que parecer mais provável. Previsões a longo prazo fatalmente fracassam porque ao longo do tempo o leque de possibilidades de direção muda drasticamente.

Por outro lado, Orwell não podia estar mais certo quando supunha que o Estado, para ser todo poderoso como em seu livro, precisava ter meios sofisticados de difundir a informação que lhe era conveniente, bem como captar e filtrar de maneira eficiente as informações sobre os indivíduos. Hoje em dia, informação é poder. Ter informação confiável antes dos demais significa dinheiro. Boatos têm o poder debilitar todo um país à beira da crise. Impedir o acesso à informação condena qualquer organismo à estagnação.

Nesse sentido, o livro serve como valioso lembrete. De que maneira e em que escala somos dependentes de informação e dos principais meios pelos quais ela se propaga? Temos consciência de como eles estão sendo usados?

Em nossa sociedade, o indivíduo está sujeito a sérias invasões de privacidade. O maior perigo em potencial decorre da cultura atual, que nos incentiva a sermos cada vez passíveis de sermos localizados, de estarmos cada vez mais disponíveis para outrem e por isso mesmo mais vulneráveis. Vejamos alguns exemplos de tecnologias de comunicação que ocupam grande espaço em nossa sociedade:

Telefone - as ligações podem ser grampeadas.
Telefone celular - seus usuários sujeitam-se e acostumam-se a interrupções a qualquer momento e em qualquer lugar.
Pager - as mensagens enviadas passam abertamente pelas mãos de desconhecidos.
Internet - aqui as possibilidades de intrusão atingem níveis extremos. Todo tipo de transmissão (e-mail, transferência de arquivos, transações bancárias, etc.) pode ser interceptado, analisado e corrompido. Programas como ICQ notificam sua entrada na rede a outros usuários que têm permissão para serem notificados; no mínimo, o servidor do ICQ passa a ter conhecimento de sua freqüência de uso da rede e de sua lista de contatos. Usuários mais liberais de WebCams permitem que sua intimidade domiciliar esteja disponível para quem quiser ver.

Quanto mais sofisticada a tecnologia de comunicação, mais estatísticas e informações podem ser obtidas de seus usuários e mais difícil torna-se detectar e eliminar intrusões. A sociedade precisa sempre ter consciência do quanto se expõe e reagir caso perceba que o governo ou organizações de quaisquer tipo estão se intrometendo além da conta na privacidade individual.


News: Projeto Teórico - 1984 - Versão Final

Re: : Tema para o Projeto Teorico (Sergio)
Keywords: 1984 George Orwell Versão Final
Date: Tue, 29 Jun 1999 02:21:09 GMT
From: Rodrigo Antonio Quintano Neira <penguin@wac.com.br>

A versão final de nosso Projeto Teórico encontra-se disponível em
formato HTML no seguinte endereço:

http://www.linux.ime.usp.br/~sergiof

Rodrigo Antonio Quintano Neira e Sérgio Vaz Fernandes


None: Calendário de MAC 333

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Sun, 25 Apr 1999 19:44:26 GMT
From: Rafael Valvassoura <rafael@linux.ime.usp.br>

Apesar de ter faltado nas duas últimas aulas, eu fiquei sabendo que o professor marcou a(s) data(s) da(s) prova(s).
Alguém poderia publicar as datas na discussão ou enviá-las para mim através do e-mail rafael@linux.ime.usp.br??
Obrigado


Feedback: Datas de prova

Re: : Calendário de MAC 333 (Rafael Valvassoura)
Keywords: Datas de prova
Date: Mon, 26 Apr 1999 02:35:19 GMT
From: Elisângela Peres <eperes@keyword.com.br>

Olá!

Teremos duas provas:
P1: 30/04 (matéria até 16/04)
P2: 01/06 (matéria do início até 28/05)

Dê uma olhada nas notas de aula, na página do professor. Lá estão indicadas também as datas para o projeto.

Até mais,

Elisângela


Sad: Arquivvos MIDI proibidos e EMAIL monitorado

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Keywords: MIDI, EMAIL monitorado, FBI, direitos autorais,
Date: Mon, 26 Apr 1999 20:28:18 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Esta notícia eu fiquei sabendo agora! Estão tentando controlar a difusão de arquivos no formato MIDI. Problemas a respeito de direitos autorais... Encontrei uma explicação razoável do que está acontecendo aqui:

http://shouthouse.com/midi_conspiracy.cfm

Acredito que seja desnecessário explicar isto aqui, mais por via das dúvidas eu explico: gerar arquivo MIDI a partir de uma música não é pirataria! Um arquivo MIDI é similar a uma "partitura" da música, e o fato de lembrar muito ou pouco a música original só depende da capacidade do músico que o elaborou. Pelo que eu saiba, ainda não existe uma forma eficiente de se obter uma música de um CD, por exemplo, e tentar gerar automaticamente um MIDI da música... Elas são geradas "de ouvido", e um MIDI de boa qualidade geralmente requer algumas horas de trabalho (ou DIAS!) para ser desenvolvido.

Bom, considerando a tendência em que estas coisas estão acontecendo, daqui a pouco tempo vão tentar proibir arquivos de partituras de música ou tablaturas de guitarra, pois tais arquivos claramente "violam" direitos autorais...

Uma outra acusação grave é quanto a um possível monitoramento de EMAIL's pelo FBI, para tentar localizar as pessoas que estejam distribuindo arquivos neste formato. Muitos sites que distribuíam MIDIS já estão sendo fechados.

Bom, direitos autorais sobre software e sobre gravações digitais de músicas até dá para engolir... Mas direitos autorais sobre partituras de músicas? (pois um arquivo MIDI nada mais é que isto!) Até onde isto pode chegar?

Aproveitando o embalo, esta semana ainda eu coloco uns arquivos MIDI's que eu considero de qualidade muito boa na minha página. Aproveitem, pois eu terei de deletá-los quando o FBI descobrir ( hehehehe! :-D )


Warning: Quanto custa um MIDI File?

Re: Sad: Arquivvos MIDI proibidos e EMAIL monitorado (David Machado)
Keywords: MIDI, EMAIL monitorado, FBI, direitos autorais,
Date: Mon, 26 Apr 1999 21:01:42 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Há, há, há, há!

Estive dando uma olhada nos preços dos arquivos MIDI da TRYCHO. Olhem só que piada! Será que eles querem falir?

"Mix and Match" Single Songs (Do not include collections)
Please select your intended pricing:

$8.95 Each, or ....
5 Songs for $21.95
10 Songs for 34.95
15 Songs for $44.95
20 Songs for $49.95
25 Songs for $59.95
30 Songs for $79.95
50 Songs for $99.95
100 Songs for $189.95
200 Songs for $369.95

Façamos as contas... Um CD tem em média umas 15 músicas, e custam por volta de $30... Ou seja, cada música custa uns 2 dólares. Eles vendem um MIDI por 9 dólares, mas se você quiser pode comprar 200 por cerca de 1,8 dólares cada um... Parece piada, mas não é!

Bom, só espero que eles não queiram me cobrar direitos autorais por fazer um COPY-PASTE de um trecho da página deles... :-D


Agree: Mais um exemplo da mentalidade que deve ser mudada...

Re: Sad: Arquivvos MIDI proibidos e EMAIL monitorado (David Machado)
Keywords: MIDI, EMAIL monitorado, FBI, direitos autorais,
Date: Thu, 13 May 1999 13:27:11 GMT
From: Rafael Valvassoura <rafael@linux.ime.usp.br>

Tenham piedade...

Proibindo a troca de arquivos MIDI é realmente algo absurdo! O termo tempestade em copo d'água é pouco para isso. Todos sabemos que alguém com um teclado/sintetizador e um bom ouvido musical pode reproduzir qualquer música. Ainda mais com o auxílio da partitura da música, que não é coisa difícil de se encontrar por aí (até resolverem proibir isso também!!)

Daqui a pouco vão proibir o uso de fitas K7...


Note: Tema do projeto teorico

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Keywords: tema projeto teorico
Date: Tue, 27 Apr 1999 15:15:10 GMT
From: Henrique e Gustavo <ceriba>

O Grupo composto por:
	Henrique P. F. Ceribelli
	Gustavo Tadao Okida

decidir fazer o trabalho sobre o seguinte tema:
	'The Eletronic Market Place Metaphor: Selling Goods and Services on the I-Way" que corresponde a parte 3 do livro Internet Dreams que esta no XEROX.


News: Mercado eletronico e Hierarquia eletronica

Re: Note: Tema do projeto teorico (Henrique e Gustavo)
Keywords: tema projeto teorico
Date: Sun, 23 May 1999 19:55:38 GMT
From: Henrique P. F. Ceribelli <ceriba>
Body-URL: http://www.ime.usp.br/~ceriba/emeh.html

Electronic Markets and Electronic Hierarchies

Mercado eletrônico e Hierarquia eletrônica

 

Atualmente, a Internet esta emergindo como um amplo mercado eletrônico. Mais e mais serviços on-line são conectados a ele, e vários métodos novos de conduzir transações financeiras estão se tornando on-line.

A idéia de mercado eletrônico esta transformando os negócios internamente e externamente. Desde 1980, ele tem contribuído para a tendência rumo ao downsizing e descentralização. Vários observadores das industrias tem predito que o futuro da corporação será a corporação virtual. Numa rápida mudança e aumento da economia global, entidades inflexíveis e fixas estão sendo substituídas por grupos dinâmicos no qual os times de negócios reagem a oportunidades de negócio, se unindo para conduzir projetos específicos.

Por que isto está ocorrendo? Como Malone, Yates, e Benjamin vêem isto, a substituição das hierarquias pelas forças do mercado para coordenar a atividade econômica não é acidental. Isto é dirigido pelo efeito da tecnologia - o aumento da flexibilidade e a redução dos custos tornaram-se possíveis através da tecnologia de informação.

Estrutura analítica

Definição de Mercados e Hierarquias

A economia tem dois mecanismos básicos para coordenar o fluxo de materiais e serviços através dos estágios adjacentes na cadeia de valor adicionado: mercados e hierarquias.

Mercados são organizações por cujo intermédio os compradores, através da demanda, e os vendedores através da oferta, se mantêm em estreito contato. Os mercados estão sujeitos a numerosas forças que os alteram. Portanto, o mercado coordena esse fluxo através das forças da oferta e da demanda e através de transações externas entre diferentes indivíduos e firmas. As forças do mercado determinam o design, o preço, a quantidade, e entregam a lista dos objetivos de um dado produto que vai servir como entrada em outro processo: o produtor do bem ou serviço compara todas as possíveis fontes e faz a escolha baseado na melhor combinação desses atributos.

Hierarquias, de outro lado, coordena o fluxo de materiais através dos estágios adjacentes controlando-o e direcionando-o à um nível maior na hierarquia gerencial. São as decisões gerenciais, não as forças de mercado, que determinam o design, o preço (se relevante), quantidade, entregam listas onde os produtos de um estágio na cadeia de valor adicionado é procurado pelo próximo estágio. Assim, os produtores não escolhem o fornecedor de um grupo potencial de fornecedores; eles simplesmente trabalham com um único pré-determinado.

 

Fatores que favorecem Mercados ou Hierarquias

A tabela abaixo mostra os custos relativos para mercados e hierarquias.

Tipo de organização Custos de produção* Custos de Coordenação**
Mercados Baixo Alto
Hierarquia Alto Baixo

* incluem o físico ou qualquer ou processo primário necessários para criar e distribuir os produtos ou serviços produzidos.
** incluem os custos de transação de todo o processo de informação necessário para coordenar o trabalho das pessoas e das máquinas que realizam o processo primário.

No mercado, o produtor pode comparar diferentes possibilidades de fornecedores e escolher aquele que o fornece a melhor combinação de diferentes características como design e preço, minimizando assim o custo de produção de seu produto.

Entretanto, os custos de coordenação do mercado associados com essa vasta possibilidade de escolha tornam-se relativamente altos, porque o produtor deve coletar e analisar informações de uma grande variedade de possíveis fornecedores.

Algumas hierarquias, de outro lado, restringem a escolha de procura de fornecedores para um único pré-determinado. Assim, os custos de produção em geral são mais altos do que no mercado. Porém, na organização hierárquica, há a redução dos custos de coordenação através da eliminação da necessidade do produtor de coletar e analisar informações de uma grande variedade de possíveis fornecedores.

Uma vez que a essência da coordenação envolve comunicação e processo de informação, o uso da tecnologia de informação dá a impressão de estar reduzindo esses custos.

Dois outros fatores, mais específicos, que podem ser mudados pela tecnologia de informação são também importantes na determinação de qual estrutura de coordenação é desejável: bem específico e complexidade da descrição do produto. Itens que são ambos altamente específicos e altamente complexos na sua descrição são mais prováveis de serem obtidos através de uma relação hierárquica, enquanto itens que não são muito específicos e tem uma descrição simples são mais freqüentemente obtidos através de uma relação de mercado.

 

Mudanças contemporâneas na estrutura de mercado

Emergência das interconexões eletrônicas

Novas tecnologias de informação tem reduzido substancialmente tanto o tempo quanto o custo da comunicação.

A tecnologia de informação pode:

  • Permitir um número maior de informações a ser comunicada num mesmo espaço de tempo
  • Reduzir os custos dessa comunicação drasticamente.

Esses efeitos podem beneficiar tanto o Mercado quanto a Hierarquia.

Além disso, a coordenação eletrônica pode ser usar para obter vantagens sobre dois outros efeitos: corretagem eletrônica e integração eletrônica.

O efeito da corretagem eletrônica simplesmente significa que mercados eletrônicos, que conectam eletronicamente os produtores e os fornecedores através de um banco de dados central, podem desempenhar a função de um corretor (contata vários fornecedores e produtores potenciais e, filtrando as possibilidades, ajuda a unir uma parte com a outra).

Esse efeito pode:

  • Aumentar o número de alternativas que podem ser consideradas;
  • Aumentar a qualidade das alternativas eventualmente selecionadas;
  • Reduzir o custo total do processo de seleção do produto.

O efeito da integração eletrônica ocorre quando a tecnologia da informação não é usada apenas para acelerar a comunicação, mas para mudar e levar a uma união mais firme dos processos que criam e usam a informação. Pelo fato dos dados serem inseridos apenas uma vez, esse efeito reduz o tempo e evita os erros. Benefícios muito mais importantes são possíveis em situações especificas, como a tecnologia CAD/CAM, que, por exemplo, permite que tanto o engenheiro de design quanto o de produção acessem e manipulem seus respectivos dados para testar novos designs e criar um produto mais satisfatório para ambos os lados. Como um outro exemplo, existem sistemas que ligam os inventário dos processos gerências dos fornecedores e dos compradores. Desse modo, o fornecedor pode vender seus produtos para ser usado no processo gerencial do comprador, em tempo real, possibilitando este eliminar os custo da manutenção do inventário, reduzindo assim o custo total do inventário para as companhias conectadas. Os benefícios do efeito da integração eletrônica são normalmente capturados mais facilmente em hierarquias eletrônicas, mas também, se manifestam algumas vezes em mercados eletrônicos.

 

Transição de Hierarquias para Mercado

O autor desse livro ("Internet Dreams") faz a seguinte predição: O efeito global dessa tecnologia servirá para aumentar a proporção da atividade econômica coordenada pelos Mercados.

Existem dois argumentos gerais favoráveis a essa transição:

O primeiro é a hipótese de um enorme uso da tecnologia de informação aparenta diminuir o custo unitário da coordenação (processamento de informação envolvidas em tarefas como seleção de fornecedores, etc.), pois isto envolve comunicação e processamento de informação.

O segundo argumento é baseado na tabela descrita anteriormente. A principal desvantagem do mercado é o custo da condução das transações do mesmo, que são geralmente mais altos do que nas hierarquias. Uma redução global dos custos unitários da coordenação reduziria a importância da dimensão dos custos de coordenação (onde o mercado é fraco) e assim levar o mercado a se tornar mais desejável em algumas situações onde as hierarquias foram anteriormente favorecidas.

 

Mudanças em fatores favorecendo mercados eletrônicos versus hierarquias eletrônicas

Banco de dados e comunicação eletrônica via banda larga podem lidar e transferir descrições de produtos complexas e multidimensionais muito mais facilmente que os tradicionais modos de comunicação. Além disso, algumas descrições de produtos anteriormente classificadas como altamente complexas (como reservas de passagens aéreas), podem agora ser consideradas menos complexas no que diz respeito à capacidade da tecnologia em comunicar e manipulá-los.

 

Conclusões do autor e implicações estratégicas

Uma leitura causal de revistas/jornais de negócios confirma que a comunicação eletrônica dentro e entre as organizações esta se tornando muito importante. Foi mostrado como o aumento do uso de interconexões eletrônicas podem ser vistas como resultado da três efeitos: a comunicação eletrônica, a corretagem eletrônica e a integração eletrônica.

Talvez o mais importante fato que foi discutido é que, reduzindo os custos de coordenação, a tecnologia da informação vai conduzir para uma mudança global rumo a um uso proporcionalmente maior do Mercado do que da Hierarquia para coordenar as atividades econômicas.

Essas análises tem diversas implicações para as estratégias das corporações:

  1. Todos os que participam do mercado deveriam considerar as vantagens em potencial provida pelo mercado eletrônico em seu comércio.
  2. Todas as firmas que participam do mercado deveriam considerar se a grande quantidade de atividades que são feitas internamente atualmente poderiam ser realizadas com um menor custo e mais flexivelmente por fornecedores de fora no qual a seleção e o trabalho poderia ser coordenados por sistemas baseados em computadores.
  3. Grupos de sistemas de informação da maioria das firmas deveriam começar a planejar o infra-estrutura da rede necessária para suportar as interconexões internas e externas aqui descritas.
  4. Desenvolvedores avançados deveriam começar a pensar em com desenvolver auxílios inteligentes, para ajudar os compradores a selecionar produtos de um grande número de opções, e que provêem informações detalhadas aos fornecedores sobre as preferências do cliente.

Se a predição do autor estiver correta, nós não podemos esperar que o mundo eletronicamente interconectado do futuro será apenas uma versão mais rápida e eficiente do mundo atual. Em vez disso, nós devemos esperar mudanças fundamentais em como as firmas e o mercado organizam o fluxo de serviços em nossa economia.

 

O Comércio Eletrônico

O mercado eletrônico precisa de mecanismos que facilitem o comércio. Malone, Yates e Benjamin dividem o comércio eletrônico em três faixas que precisam de diferentes mecanismos.

A faixa superior inclui transações comerciais muito complexas que precisam de serviços específicos e contratos feitos sob encomenda. Podemos citar como exemplos, aquisição de empresas e construção do design de um musical da Broadway. Essas transações são difíceis de serem representadas em um catálogo e em modelos de encomenda padrões. Como você pode esperar, essa faixa de comércio tem resistido à automação em mercados eletrônicos.

A maior parte das transações ocorrem na faixa intermediária. Isto inclui muitos tipos de negócios e os emergentes on-line shoppings centers. Essa faixa é onde as pessoas esperam que a Internet brilhe.

A faixa inferior envolve transações muito simples que tem valores tão pequenos que não é economicamente viável armazená-las e faturá-las com os sistemas de faturamento tradicionais. Trabalhos digitais poderiam produzir muitas transações nessa faixa. Imagine pagar, por exemplo, um centavo para incluir uma fotografia digital em um relatório escolar. Se um número suficiente de pessoas tirar proveito disso, o mercado total pode ser muito grande.

Mudanças nas comunicações digitais em todos esses níveis está possibilitando que o comércio eletrônico se expanda. Em uma escala muito ampla, a sociedade esta tentando imaginar como fazer negócio e quais os novos modelos e valores que vão definir o mercado eletrônico.

A Revista Fortune desse mes de maio de1999 existem vários artigos sobre o Comércio Eletrônico. Existe um artigo de Eryn Brown sobre "9 maneira de se vencer na Internet" e um artigo de Eric Nee, "Some Companies Still Don't Get It".

 

Os consumidores (de produtos da faixa intermediária)

Segundo Robs Miguel Winge, diretor da DVD World ( http://www.dvdworld.com.br ) "As pessoas que usam a Internet querem coisas simples e de acesso rápido e fácil".

A Jupiter Communications realizou um estudo dos consumidores, descobrindo que, para eles (os consumidores), as vantagens mais importantes das compras pela Internet são a oportunidade, fácil entrega, segurança, boa informação, facilidade para encomendar e para (eventualmente) cancelar o pedido. A maior preocupação é com a segurança (89%). "Preço baixo" foi indicado por 55% dos entrevistados.

Outro relatório interessante prediz que, como o número de europeus com acesso à Internet crescerá de 9.9 milhões em 1997 para 44.9 milhões em 2004, o comércio de produtos para consumidores dominará o comércio entre empresas, que representa hoje cerca de 92% do comércio eletrônico na Europa. No Brasil o número atual de usuários da Internet é de cerca de 2 milhões de pessoas e está crescendo à razão de 20% ao ano.

Essas informações não mostram apenas o poder, mas também o rápido crescimento da Internet e do comércio eletrônico.

 

Páginas Amarelas no Brasil

Existe um site de páginas amarelas na Internet com 90.000 registros, em http://www.guiaspaginasamarelas.com.br, onde temos:

BUSCA: As palavras chave da busca são os títulos dos serviços/produtos oferecidos, como por exemplo, Informática - Artigo e Suprimentos, e não pelo produto que o cliente deseja consultar, como por exemplo teclado de computador.

RESPOSTA: Como resposta da busca feita, o cliente recebe informações, como endereço e telefone, das lojas que oferecem os serviços/produtos e não informações dos produtos ou preços, promoções, etc.

Portanto, esse site é apenas um digitalização das páginas amarelas da lista telefônica, e não usufrui de diversas vantagens que a Internet oferece, como descrito no item Comprando por Páginas Amarelas.

Um outro site que oferece o mesmo tipo de serviço é http://www.uol.com.br/mercadoeletronico

Entretanto, existe um site que chega mais perto do tipo de páginas amarelas descrito por Mark Stefik:

O site http://miner.uol.com.br faz busca de livros, CDs, hardware/software. Além disso, faz busca de pessoas, jogos, textos, documentação sobre Java, artigos médicos, notícias, free/share softwares, em bases jurídicas e informações sobre o que as pessoas estão buscando hoje em dia.

As buscas comerciais (livros, CDs, computador) são feitas pelo produto (por exemplo: Teclado de Computador) e obtem-se como resposta os preços nas lojas cadastradas no site.

Portanto, esse site já fornece o preço do produto, facilitando a compra pelo menor preço. Entretanto, existe apenas um pequeno número de lojas cadastradas e não se obtem informações sobre os produtos.

 

Bibliografia

  • Item "Excerpt from Eletronic Markets and Eletronic Hierarchies" da parte 3 do Livro Internet Dreams de Mark Stefik.
  • Revista Internet Business de março de 1999 ( http://ibusiness.com.br )
  • Revista da ESPM, volume 6 - Edição número 2 - Março/Abril 1999
  • Buscas na Internet em geral.

Feito por Henrique Pedreira de Freitas Ceribelli

 


Idea: Consideracoes Gerais

Re: News: Mercado eletronico e Hierarquia eletronica (Henrique P. F. Ceribelli)
Keywords: tema projeto teorico
Date: Mon, 14 Jun 1999 12:29:36 GMT
From: Julio César Silva de Queiroz <jqueiroz@linux.ime.usp.br>

No inicio do texto e' dito que o processo de escolha de produtos(design, preco, etc) e' feito pela hierarquia independente da forca exercida pelos consumidores. Discordo disso, em todo processo comercial o objetivo basico e' alcancar as necessidades dos consumidores, portanto com certeza as pressoes de mercado devem ser levadas em consideracao pelos camadas gerenciais de uma empresa comercial.

Outro ponto importante e' o raciocinio feito para se chegar a conclusao que a tecnologia de informacao auxilia na flexibilidade e facilidade do processo de escolha gerencial. Domenico de Masi vislumbra sua "Sociedade do Lazer" baseado no fato de que no futuro(que alias esta bem proximo) do a atividade de producao estara automatizada(segundo ele em menos de vinte anos isso sera feito por apenas 2% da populacao economicamente ativa). Vislumbrando esse futuro ja hoje, o discurso Neo-Liberal que varre o Mundo inteiro hoje diz que as pessoas tem que especializar a sua mao de obra para garentirem seus empregos no futuro. Se apenas 2% da populacao fara parte do processo produtivo, e segundo esse texto agora temos a espectativa de que essa automatizacao comece a dominar ate as atividades gerenciais, onde e com o que iremos trabalhar? Acho que ou o discurso do prof. de Masi vai comecar a ser aceito pela sociedade ou teremos um colapso social tremendo.

E completando, temos a discusao a respeito das camadas comerciais onde e' dito que a camada superior resistira' ao comercio eletronico e no nivel intermediario e onde havera o dominio dessa atividade comercial. Para a camada inferior eu acho que o paradigma que ira dominar e justamente o explicado nos trabalhos de Lietaer( http://www.linux.ime.usp.br/~jqueiroz/dinheiro.html) onde ele diz que o sistema financeiro sera baseado em moedas locais e trocas de servicos.


None: hierarquia independente das forcas de mercado

Re: Idea: Consideracoes Gerais (Julio César Silva de Queiroz)
Keywords: tema projeto teorico
Date: Mon, 28 Jun 1999 12:35:15 GMT
From: Henrique Pedreira de Freitas Ceribelli <ceriba@ime.usp.br>

O senhor disse que discorda do seguinte fato: "...processo de escolha de produtos(design, preco, etc) e' feito pela hierarquia independente da forca exercida pelos consumidores.". Entretanto, o fato que voce discordou e' a definicao de Hierarquia, e nao uma opiniao, e existem varias empresas que trabalham nesse sistema. Entretanto, a visao que voce argumentou, "em todo processo comercial o objetivo basico e' alcancar as necessidades dos consumidores, portanto com certeza as pressoes de mercado devem ser levadas em consideracao pelos camadas gerenciais de uma empresa comercial", e' a visao das empresas atuais, o que reforca os argumentos que levam a transicao das Hierarquias para Mercado.

Obrigado pela citacao do seu trabalho teorico (Dinheiro eletronico) pois nossos trabalhos estao interelacionados.


None: hierarquia independente das forcas de mercado

Re: Idea: Consideracoes Gerais (Julio César Silva de Queiroz)
Keywords: tema projeto teorico
Date: Mon, 28 Jun 1999 12:48:21 GMT
From: Henrique P. F. Ceribelli <ceriba@ime.usp.br>

O senhor disse que discorda do seguinte fato: "...processo de escolha de produtos(design, preco, etc) e' feito pela hierarquia independente da forca exercida pelos consumidores.". Entretanto, o fato que voce discordou e' a definicao de Hierarquia, e nao uma opiniao, e existem varias empresas que trabalham nesse sistema. Entretanto, a visao que voce argumentou, "em todo processo comercial o objetivo basico e' alcancar as necessidades dos consumidores, portanto com certeza as pressoes de mercado devem ser levadas em consideracao pelos camadas gerenciais de uma empresa comercial", e' a visao das empresas atuais, o que reforca os argumentos que levam a transicao das Hierarquias para Mercado.

Obrigado pela citacao do seu trabalho teorico (Dinheiro eletronico) pois nossos trabalhos estao interelacionados.


None: Conceitos de comércio eletrônico

Re: Note: Tema do projeto teorico (Henrique e Gustavo)
Keywords: tema projeto teorico
Date: Mon, 24 May 1999 02:38:25 GMT
From: Gustavo Tadao Okida <gtadao@uol.com.br>

Part 3
The Eletronic Marketplace Metaphor :
Selling Goods and Services on I Way
 
 
Os negócios movem o mundo, o valor do negócio não está necessariamente no valor absoluto da entidade negociada, mas como ela é negociada. Todos já ouviram o jargão "Homem de ação" e o provérbio "ação fala mais alto que palavras". No mundo físico ação sustenta a vida.
Qualquer cultura possui um estilo próprio de sobrevivência, adaptado de outras ou originais, e toda cultura tem histórias que ensinam como fazê-lo. Estas histórias mudam com o tempo, junto com a necessidade e estilo de vida. Os ensinamentos que são passados geração a geração e são intimamente ligados ao tipo de vida que cada sociedade tem de acordo com o tempo. Por exemplo, houve época em que os ensinamentos de caça eram super valorizados, depois a agricultura, a guerra, mostrando diferentes culturas em diferentes estágios. Na era digital, os valores estão mudando novamente e para entender tais mudanças vamos analisar as mudanças com a ajuda da arqueologia e mitologia.
 
Myths and Archetypes for Awakening the Trader
 
A cultura de caça e coleta de alimentos é a forma original de sobrevivência da sociedade humana, como os animais irracionais. Esta cultura é chamada de cultura nômade ou simplesmente cultura de caça. Esta cultura é dominante na era Paleozóica e podemos ainda observar alguns traços desta cultura em algumas sociedades contemporâneas. Um caso muito estudado é a Mesopotâmia "um pedaço de terra entre rios". Mesopotâmia é um nome grego para esta triangular entre os rios Tigres e Eufrades e que se estende desde Bagda até as montanhas da Armênia.
A cultura nômade esteve dominantemente presente em torno de 8000 ac , quando a revolução da agricultura trouxe a domesticação de plantas e animais como principal mudança nos paradigmas sociais. Trouxe também uma grande mudança nas regras sociais entre homens e mulheres.
Na cultura nômade, a base das histórias sobre ação são : o religioso ( aquela pessoa que possuía poderes de magia ), o caçador e o negociador. Evidências vêem dos registro arqueológicos e observações de sociedades atuais como os aborígines Australianos. O homem era o caçador, as mulheres geralmente eram as colhedoras de frutas, raízes e vegetais. Ambos trabalhavam juntos para a sobrevivência.
A caça era uma atividade incerta e perigosa e por isto eles recorriam a uma preparação espiritual ( o religioso ). Os religiosos abençoavam os caçadores com rituais de pintura e danças para envocar os espíritos guardiães. Quando houve a mudança de cultura, os caçadores tiveram seu prestígio diminuído e substituído por outros tipos.
A descoberta da agricultura trouxe uma revolução cultural. A atividade de caça tornou-se menos importante que a domesticação dos animais outrora caçados. A agricultura trouxe valores diferentes. Para os caçadores, as crianças atrapalhavam a caçada, já para os agricultores, elas significam mais mão de obra. Muitas culturas tornaram-se matriarcais quando tiveram sua revolução agrícola.
Em torno de 4000 ac , a cultura patriarcal na Mesopotâmia veio substituir a cultura matriarcal. Há documentados que relatam o enriquecimento dos fazendeiros e a migração de pessoas da montanha para as planícies. Em torno de 6000 ac, algumas sociedades tiveram dificuldades de sobrevivência devido as condições climáticas e houve uma corrida para a procura de terras mais férteis, criando situações de confronto. Houve confronto violento, inclusive registros arqueológicos mostra as primeiras imagens destas violências no período Paleozóico. Os negociadores tornaram-se figura importante para a sobrevivência da sociedade. Meninos eram ensinados a ignorar a dor e o medo e instruídos a ignorar os negociadores.
Com a guerra e o acúmulo da população, foram criadas sociedades maiores e mais organizadas. Na Mesopotâmia conceitos como política, centro de negociações e governo se estabeleceram. Cresceram as práticas de negociação de objetos. Em torno de 3100 ac formaram-se as primeiras cidades ( como conhecemos hoje ) e perto de 2000 ac a civilização da Mesopotâmia instituiu o sistema de irrigação e controle de solo.
O processo de transição da sociedade de caça-agrícola para uma sociedade como a Mesopotamia pode ser observada em muitos outros exemplos pelo resto do mundo. Houve a mudança da imagem do caçador-coletador para o herói-guerreiro.
 
From Tricksters to Heroes : The Evolution of Myths and Archetypes
Allan Chine, em seu livro "Beyond the Hero", mostrou como o tipo caçador-guerreiro da era Paleozóica mudou para o tipo religioso da sociedade agrícola que foi substituído pelo tipo herói-geurreiro da sociedade patriarcal.
O papel do negociador está presente na mitologia de várias culturas , como por exemplo : Herme da Grécia, Legba da África e o Coiote da América do Norte. Sua imagem está ligada ao tipo caçador, curandeiro e médico. Muitas imagens da era paleozóica nos trazem a figura de um ser meio humano, meio animal. Este é o tipo símbolo da sociedade Paleozóica, eles usavam a magia para envocar os espíritos dos animais para ajudar nas caças.
Apesar da mudança de paradigmas, este tipo não desapareceu, como podemos ver na mitologia grega.
A cultura patriarcal trocou o tipo caçador-cultivador pelo tipo herói-guerriro e surgiu a idéia de rei. Joseph Campbell’s discute em seu livro "The hero with a thousand Faces", algumas mudanças e conflitos gerados com esta nova cultura como a mudança no relacionamento entre pais e filhos. Em muitos mitos os mais novos substituem os mais velhos pacificamente ou de através de luta, mas de um jeito ou de outro existe a idéia do herói que será o vencedor. Esta sociedade patriarcal está muito relacionada com a organização militar e em alguns casos, os patriarcas se tornam tiranos.
 
Geting things Done in the eletronic Marketplace
 
Qual o perfil da sociedade no mercado eletrônico ? A hierarquia da grande organização comercial se assemelha a organização patriarcal. Mas as pequenas organizações trabalham no sistema de cooperação e se assemelha ao tipo negociador.
No segundo artigo desta seção, Malone argumenta que a comunicação eletrônica está mudando os custos dos negócios e está favorecendo a organização de mercado e a crise da organização hierárquica. Podemos esperar mudanças nos conceitos de valorização, o tipo geurreiro não mais será valorizado e será dado uma ênfase na imagem do homem negociador, na comunicação e coordenação.
Devido ao fato do comércio eletrônico ser novo, muitas coisas que estão sendo feitas são apenas experimentações. Na rede original ( ARPANET ) o comércio era desistimulado.
Em 1990 a idéia do comércio começou a ser aceita. O uso do dinheiro digital e cartão de crédito começou a ser recomendado. A questão é : não importa como o dinheiro vai ser gasto na rede, nas qual o tipo de aproximação deve se fazer para tornar mais rentável esta comércio?
The Deep Structure of the eletronic Marketplace Metaphor
 
O mercado eletrônico tem a vantagem de começar com toda a experiência do já maduro comércio convencional. Nas cidades tradicionais, os produtores trazem seus bens a um lugar de comércio onde são negociados. Muitos mercados são orientados a agricultura e coisas produzidas localmente. O benefício econômico está na idéia de que diferentes pessoas que produzem diferentes coisas podem intercambiar produtos. Quando existe a especialização, produtos se tornam mais baratos.
Outra metáfora é o dinheiro. No início havia a economia natural, depois surgiu a idéia do crédito ( início do dinheiro ). Com o aumento da complexidade da estrutura do comércio, os valores passaram a ter uma maior flexibilidade, surgiu o mercado financeiro.
Uma análise do comércio eletrônico deve ser criterioza pois não podemos ver com os mesmos olhos do comércio convencional.
As diferenças começam no conceito do lugar de negociação. Na comércio tradicional, o lugar é físico, há os gastos de transporte e locomoção dos compradores a este lugar, já comércio eletrônico o lugar de negociação é virtual, quase não existe custo para ir a este lugar virtual, muito mais pessoas são atraída por esta facilidade.
O dinheiro no comércio eletrônico vem de forma diferente do conhecido dineiro vivo, cheque ou cartão de crédito. Novas alternativas serão criadas para prover segurança e privacidade.
O custo da manofatura o do transporte é outro fator decisivo. Um exemplo é a venda de livros. No comércio tradicional, há custo para a manofatura da primeira edição e um custo para as cópias, existe também custos para transporte ( átomos ). Já com comércio eletrônico, O custo das cópias e transporte são quase nulos, já que são bit’s.
 
 
Challenging Assumptions about Marketplace
 
Como o conceito de biblioteca digital e o correio eletrônico, o comércio eletrônico poderá causar resultados insatisfatórios se ignorarmos as diferenças entre o comércio convencional e o eletrônico. As mesmas tecnologias e tendências históricas que são muito importantes para o National Information Infrastructure ( NII ) estão mudando parte de nossas vidas ao mesmo tempo. Nós não podemos montar a estrutura do comércio digital apenas digitalizando o comércio convencional.
As diferenças começam em conceitos como lugar de negociação. É evidente que no comércio eletrônico o custo para locomoção é quase nulo. No comércio eletrônico, nós somos passivos, o negócio vem até nos.
O tempo e escala de região são diferentes. No comércio tradicional, os comerciantes se reúnem num lugar e os compradores vão até lá. Por isso é difícil ampliar a área de atuação. Já no comércio eletrônico a barreira do tempo e da distância são quebrados, o controle poder ser feito por computadores, não por pessoas ( diminui custos ). Isto significa que o novo tipo de comércio poderá ser muito mais abrangente e aberto 24h.
O dinheiro na rede será diferente dos conecido meios atuais ( dinheiro vivo, cartão de crédito, cheques ). As pessoas estarão sempre em busca de um tipo que de privacidade e segurança.
Os custos de distribuição e produção serão muito menores que os atuais, dando a possibilidade do preço final cair abruptamente.
 
Creating the eletronic Marketplace
 
Vamos considerar três aspectos para a criação do comércio eletrônico :
&#61623; Preço de divulgação
&#61623; Qualidade
&#61623; Experiência de comercialização
Estes aspectos são interessantes pois serão as formas de comparação entre o comércio atual e o eletrônico.
Na forma atual de divulgação, os custos variam muito, dependem de quem vai fazer, como e em que escala. Uma pessoa pode cobrar muito devido a sua eficácia, outras podem fazer preços melhores se a quantidade for grande. Na rede este custo cai a zero, pois transmitir BITS tem custo muito menor que a divulgação de átomos.
No mundo físico a guerra para montar um nome sólido, uma marca aceita como padrão de qualidade é mutio grande. Um bom nome é sinônimo de bons serviços. Mas e no comércio eletrônico? A marca estará associada ao tipo e quantidade de informação.
Algumas possibilidades de tipo de venda :
Compra por páginas amarelas :
Uma pessoa vai a um classificado e procura diversos fornecedores do produto que quer adquirir, ele faz a pesquisa de mercado e optar po um deles. A desvantagem é que esta lista deve ser muito grande para oferecer o maior número de opções possíveis.
Compra por catálogo :
Um distribuidor fornece um catálogo completo de produtos e o usuário escolhe. Este tipo de comércio exige um nome forte por parte do distribuidor, sua marca deve ser conhecida e solicitada. A vantagem é que o usuário conhece a qualidade da marca , o usuário está apenas interessado no produto e não no preço.
Compra por agências
Existem agências especializadas em busca de produtos, um usuário especifica o produto e a agência busca por opç!oes de preço e variedades.
Compra em Shopping virtuais
Vários distribuidores e fabricantes estão juntos oferecendo os produtos. Cada um faz sua oferta, é a guerra dos preços.
Atualmente as vendas por meio eletrônico estão engatinhando, existem experências já em andamento no comércio de livros e música. Algumas agências estão começando a aparecer.
 
Conclusões
O comércio eletrônico vai trazer a sociedade muitos benefícios como comodidade e diversificação. É um tipo de comércio que não irá substituir o comércio atual. Para sua própria sobrevivência, este tipo de comércio terá que criar paradigmas próprios, terá que ter conceitos próprios. Conceitos como marketing, produção e distribuição terão que ser discutidos.
Não serão todas as empresas que poderão ter no comércio eletrônico algo rentável, há a necessidade de definir qual segmento de mercado terá vantagem neste novo tipo de comércio. Fazendo uma comparação, será como o rádio, televisão e cinema, todos sobrevivem e tem seus espectadores diferenciados, cada um no seu segmento.
A atuação no comércio eletrônico tem que ser definida, temos que buscar a vantagem da comunicação, divulgação e diversificação para trazer benefícios rentáveis.
 
Páginas para serem analizadas :
www.fortune.com
www.cio.com
www.informationweek.com
 


News: Projeto final: Comercio eletronico

Re: Note: Tema do projeto teorico (Henrique e Gustavo)
Keywords: projeto teorico final comercio eletronico
Date: Mon, 28 Jun 1999 12:17:54 GMT
From: Henrique P. F. Ceribelli e Gustavo O. Tadao <ceriba@ime.usp.br>
Body-URL: http://www.ime.usp.br/~ceriba/indice.html

Comércio: Passado, Presente e Futuro

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Comércio: Passado, Presente e Futuro
Uma análise da metáfora do comércio eletrônico

por Gustavo Tadao Okida e Henrique Pedreira de Freitas Ceribelli

Data: 25/06/1999


Atualmente, a Internet esta emergindo como um amplo mercado eletrônico. Mais e mais serviços on-line são conectados a ela, e vários métodos novos de conduzir transações financeiras estão se tornando on-line.


Foi feito uma interpretação das idéias de Mark Stefik em seu livro Internet Dreams (dois primeiros textos da parte 3 -  The Eletronic Marketplace Metaphor:  Selling Goods and Services on I-Way).
Em seguida, foi feito uma análise do comércio eletrônico atual e suas tendências, onde foi feita uma breve discussão sobre o perfil dos e-consumidores e foi analisado alguns exemplo de comércio eletrônico no Brasil. Depois, comentou-se sobre 7 mentiras a respeito do comércio eletrônico e foi dado 5 dicas sobre como fazer compras seguras na Internet. Além disso, analisou-se as vantagens e desvantagens do sistema de reposição automática de estoque utilizada no Pão de Açúcar, e comentou-se sobre marketing na Internet. Por último, fizemos uma conclusão final e citamos outros links interessantes e a bibliografia.

Texto1: Eletronic Commerce on the Internet

Texto2: Mercado Eletrônico e Hierarquia Eletrônica

Análise do comércio eletrônico atual e suas tendências

Perfil dos consumidores (de produtos da faixa intermediária)

Comércio Eletrônico no Brasil

Conclusão do Comércio Eletrônico no Brasil

Mentiras sobre e-commerce

Compras seguras

Estudo de caso : Pão de Açúcar - WEB EDI e a reposição automática de estoque

Philip Kotler – Marketing para o Século XXI

Conclusão final

Bibliografia


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Question: Untitled

Re: News: Projeto final: Comercio eletronico (Henrique P. F. Ceribelli e Gustavo O. Tadao)
Keywords: projeto teorico final comercio eletronico
Date: Thu, 16 Dec 1999 19:52:07 GMT
From: <gabrielabadi@bol.com.br>

I would like to obtain information about e-commerce. Where can I find it? Does anyone know where in the Internet I can find some info? Thanks!


None: Projeto teorico: lock-in

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Tue, 27 Apr 1999 17:24:42 GMT
From: Francisco JOse da Silva e Silva <fssilva@ime.usp.br>

Francisco Silva e Clenio Batista se prontificam a desenvolver o trabalho teorico tendo como tema Lock-in.


More: Versão inicial

Re: : Projeto teorico: lock-in (Francisco JOse da Silva e Silva)
Date: Mon, 24 May 1999 20:19:15 GMT
From: Francisco JOse da Silva e Silva <fssilva@ime.usp.br>

A versão incial do trabalho cujo tema é lock-in pode ser encontrada no endereço abaixo:

http://www.ime.usp.br/~fssilva/lockin.html


More: Open Source: Uma saida para o lock-in

Re: More: Versão inicial (Francisco JOse da Silva e Silva)
Keywords: open source solucao lock-in
Date: Mon, 28 Jun 1999 12:43:50 GMT
From: Henrique P. F. Ceribelli <unknown>

Como argumentado na sala, o Open Source e' uma saida para o lock-in, ja que qualquer mudanca que seja feita no programa, o seu codigo tera que obrigatoriamente estar aberto, tornando impossivel deste se tornar proprietario. Portanto, o usuario nunca estara em lock-in. Isso e' mais um ponto positivo do Linux, pois ele podera nos "salvar" de um possivel lock-in com a Microsoft.


More: Versao final

Re: : Projeto teorico: lock-in (Francisco JOse da Silva e Silva)
Date: Sun, 18 Jul 1999 20:35:23 GMT
From: Francisco JOse da Silva e Silva <fssilva@ime.usp.br>

Na URL abaixo pode ser encontrada a versao final do trabalho sobre lock-in. Aproveitamos para agradecer a todas as sugestoes e contribuicoes. Esperamos que o trabalho tenha atingido seus objetivos e que tenha contribuido para a disciplina.

Francisco e Clenio

http://www.ime.usp.br/~fssilva/lockin-final.html


None: A guerra digital

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Tue, 27 Apr 1999 21:25:11 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

    Olá, pessoal!

    Assisti alguns programas que deixaram-me um pouco preocupado. O tema desses programas enfocava o poder que a rede mundial está colocando nas mãos das pessoas, mais especificamente o poder de destruir nossa civilização.

    Uma das questões levantadas coloca em dúvida se os governos de qualquer nação, mais especificamente os EUA, poderiam impedir que uma catástrofe de âmbito nacional ou mundial venha a ocorrer com o colapso de todos os sistemas de informação do mundo.

    Originalmente, a rede foi criada com o intuito de evitar que o governo dos EUA ficasse isolado de suas linha de comando no caso de um ataque nuclear. Entretanto, hoje, essa mesma rede, mais ampla, tem o potencial de acabar com o governo que a criou.

    Um teste feito pelo pentágono, para verificar a eficiência e segurança de seus sistemas de informação, colocou uma parte experimental de sua rede militar em contato com a Internet, e em menos de um dia seu sistema foi atacado 44 mil vezes. O índice de sucesso dos invasores foi de 65%!!! Sabemos que a força do exército convencional dos EUA é baseada em, muito treinamento, sua alta tecnologia e no alto grau de coordenação das suas forças. Essa coordenação só pode ser obtida através dos meios de comunicação amplamente difundidos em todas as suas unidades. Sendo assim, é de vital importância que o sistema de comunicação computadorizado das forças armadas americanas seja invulnerável a invasões. Afinal, para um exército, é mais perigoso ter seu sistema de comunicação invadido do que o mesmo destruído. Se alguém consegue invadir o sistema de comunicação do alto comando, pode-se fazer com que os generais tomem decisões erradas, mandar tropas se deslocarem para armadilhas, fazer tropas aliadas atacarem-se umas às outras.

    Hoje em dia, quase todos, senão todos, os sistemas que controlam as empresas, os mercados financeiros, os aeroportos, o metrô, as usinas geradoras e distribuidoras de energia são dependentes de programas de computadores e não poderiam funcionar de outro jeito. Isso, entretanto cria uma vulnerabilidade, para uma sociedade, sem paralelo em qualquer época da História. Um dos ambientes para os quais o Pentágono está tentando proteger os EUA é um ataque eletrônico em massa aos seus sistemas. A simulação começava com várias composições de metrô colidindo e descarrilhando ao mesmo tempo em todas as grandes cidades do país. O sistema de transmissão de TV do país passando informações sobre um golpe na Arábia Saudita, que se une com o Irã para dominar o mercado de petróleo. Ao mesmo tempo, no Kwait, todos os telefones e meios de transmissão ficam mudos. Vários aeroportos perdem o controle de suas torres e os aviões começam a colidir e cair em vários países e nos EUA. As contas bancárias em inúmeros bancos são zeradas e seus registros de transações são apagados. O sistema de energia dos EUA é desligado. Os pontos da Internet que ainda conseguem funcionar, apesar da falta de energia, não conseguem transmitir quase nada pois a rede foi inundada com uma massa monstruosa de dados. Várias pessoas ligadas aos vários departamentos do governo, dos sistemas militares e dos meios de comunicação, transporte e energia, participaram dessa simulação. Os resultados não foram nem um pouco animadores. Simplesmente não foi possível controlar a desordem e o caos que se instauraram nesse ambiente; não era possível saber de onde estavam vindo os ataques, não se podia confiar nas poucas informações desencontradas que chegavam, não se sabia quem era o inimigo.
  Essa simulação deixou, para desespero de seus participantes, bem claro que o sistema de informações dos EUA é muito vulnerável. Um simulado presidente dos EUA, ficou completamente confuso e sem saber o que fazer; e ficou irritadíssimo quando perguntou aos seus acessores o que fazer e recebeu um balbuciante "Não sabemos". Imagine o perigo que representa um presidente dos EUA irritado, confuso e com poder nuclear. Depois da simulação, o presidente dos EUA, o verdadeiro, criou uma comissão para investigar todos os sistemas chave dos EUA, procurar as falhas e sugerir medidas de segurança mais eficazes; a corrida começou, estamos atrasados e há muito o que percorrer.

    Para quem acha que isso é um problema apenas para os EUA, é melhor pensar bem, pois qualquer desequilibrado com muita paciência e inteligência tem, com a rede, poder para infligir danos a qualquer país que der na sua telha.

   Se alguém acha que isso improvável, basta lembrar que dez estados dos EUA ficaram no escuro por um dia devido a um erro do sistema de controle das usinas de energia. Esse erro permitiu que um antigo funcionário da empresa de energia pudesse se vingar por ter recebido uma aposentadoria, no seu ponto de vista, injusta.

  Antigamente, uma pessoa desequilibrada, irada, ou vingativa, poderia causar apenas poucos danos, no máximo matar umas poucas pessoas. Hoje, um maníaco, ou um terrorista poderia com poucos recursos, matar alguns milhares, quem sabe bilhões, e, de brinde, destruir nossas instituições, nossos países e nossa civilização.

  Gostaria de ser convencido, por alguém, de que esses temores são infundados.

        Boa sorte.


Idea: Terrorismo pela rede?

Re: : A guerra digital (Edward Iamamoto)
Date: Wed, 28 Apr 1999 19:21:46 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Também tenho o mesmo tipo de preocupação: hoje em dia é possível se fazer muitos estragos sentado na frente de um micro, desque se se conheça os meios adequados para isso.

Porém não vejo como isto possa acabar com a civilização. Talvez a confusão seja achar que a única forma possível de civilização é a que existe atualmente. Não vejo desta forma: existem várias maneiras diferentes de se organizar socialmente. A atual não é a única, e provavelmente nem é a melhor das formas possíveis. O que ocorre é que é muito interessante fazer as pessoas pensarem que a forma atual é a única, pois é isto que a sustenta.

Este é o ponto em que eu queria chegar: não acredito que a internet possa destruir a civilização. O que ela pode fazer é destruir a forma como que ela está organizada hoje. E isto eu vejo muito mais com otimismo que com pessimismo. Mas para muita gente acabar com a forma atual de organização realmente seria acabar com a civilização... Bom, não se pode exigir que as pessoas enxerguem o mundo de forma mais aberta.

O fato é que esta maneira de se organizar já está mudando a muito tempo. Com ou sem internet isto ocorreria, mas logicamente a rede permitiu acelerar muito este processo. As informações se espalham mais rápido, as pessoas começam a ter acesso a visões diferentes a respeito de organização social, tomam consciência que aquela em que vive não é a única e que além disso ela apresenta inúmeras falhas que dificilmente seriam percebidas sem a rede.

Parece que a idéia de se criar algo novo usando o método do bazar não se aplica apenas à criação de software. O método aparentemente funciona muito bem quando é usado para remodelar a organização social. Isto é o motivo de inúmeros conflitos existente atualmente a respeito da validade ou não de leis já estabelecidas pelas várias nações: muita gente já está prevendo uma mudança muito profunda, mas insiste em tentar manter um tipo de ordem que já se sabe que não funciona a muito tempo!

Pois é, espero que isto possa ter animado um pouco. Não acredito que a civilização possa acabar por causa da rede. O que está acontecendo é uma gigantesca experiência do tipo bazar para se tentar modificar a organização político-econômica do mundo. Se me for permitido, eu chutaria que neste novo sistema a idéia de nação nem faria mais sentido. Acho que Einteins já previu uma organização deste tipo, uma espécie de governo planetário...


Sad: Perigo nuclear

Re: : A guerra digital (Edward Iamamoto)
Date: Mon, 03 May 1999 14:52:00 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

    Continuando preocupado, ainda estou convencido de que nossa civilização esteja ameaçada por um desastre nuclear causado por terroristas e hackers. Veja a notícia do Estado de São Paulo de hoje:

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Segunda-feira,
 3 de maio de 1999

 Rússia também invadiu computadores dos EUA

      WASHINGTON - Além da China, a Rússia e a Índia também invadiram a rede de informática dos laboratórios nucleares dos EUA, informou ontem The New York Times, com base num relatório do serviço secreto entregue ao Pentágono. Já em novembro o documento apontava a China como "ameaça número 1" e denunciava mais de 300 casos de infiltração externa, mas só em março os investigadores vasculharam o computador do principal suspeito de espionar para Pequim, Wen Ho Lee. A Rússia interceptou comunicações dos laboratórios de Los Alamos com instalações nucleares usadas para fins militares. A Índia recebeu 38 fax em 1995 e 1996 de um espião no laboratório de Oak Ridge. (The New York Times)

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    Veja como é freqüente o número de invasões da rede de informática dos laboratórios nucleares dos EUA. Suponha que vários países resolvam desenvolver suas próprias armas nucleares, países com governos instáveis. Para esses países, pode ser muito fácil criar uma bomba nuclear se eles conseguirem roubar dados da rede dos laboratórios nucleares. Agora, imagime que esses países tenham seus mísseis nucleares. Não seria muito difícil para uma pessoa mentalmente desequilibrada, mas fortemente motivada, entrar nos sistemas de lançamento desses países e iniciar uma guerra nuclear. Os sistemas de lançamento dos EUA são bem difíceis de invadir, mas um sistema de lançamento de um país como o Irã, Líbia ou Coréia do Norte seria muito mais fácil de invadir.
    Não creio que países como Irã, Líbia ou Coréia do Norte acabem realmente usando seus arsenais, mas um fanático com conhecimentos de informática poderia invadir seus sistemas, mais vulneráveis. Aqui, apenas uma pessoa poderia acabar com a civilização; e devemos concordar que, apesar desse tipo de louco ser pouco freqüente, há muitos deles espalhados pelo planeta.
    E não seria necessário usar todo o armamento nuclear para acabar com nossa civilização. Uma simulação feita em computadores calculou que seriam necessárias apenas 200 bombas de 1 megaton, detonadas nos locais certos, para produzir um inverno nuclear com duração de pelo menos dois anos. Em dois anos, todo o suprimento de comida do planeta terá se esgotado e seria o fim da civilização. Calcula-se que morreriam menos de 800 milhões de pessoas nas explosões das bombas, mas morreriam de fome, cerca de 5 bilhões de humanos, o que é quase toda a população do planeta. Lembre-se, bastam apenas 200 bombas de 1 megaton e existem cerca de 60 mil dessas bombas espalhadas pelo mundo.

     Pderemos criar sistemas à prova de loucos? Alguém se candidata a criar esse sistema?


Sad: Sistemas a prova de loucos...

Re: Sad: Perigo nuclear (Edward Iamamoto)
Keywords: glaciação, computadores, política, fim da civilização, inverno nuclear
Date: Mon, 03 May 1999 17:33:10 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Analizando melhor a questão, também comecei a me preocupar um pouco... Acho que apenas algumas dezenas de megatons disparadas nas calotas polares já poderiam fazer um estrago considerável no planeta!!

Me parece que a única forma de se criar um sistema verdadeiramente a prova de loucos seria retirar completamente as decisões importantes das mãos humanas, deixando que computadores muito potentes as tomassem sozinhos... Isso incluiria retirar tais computadores da rede utilizada pelos humanos! Infelizmente pode não dar tempo de tais máquinas serem desenvolvidas :-( Talvez fosse interessante tentar seguram por mais algumas dezenas de anos a situação atual até que seja viável criar uma máquina com tal capacidade, e colocar todas as decisões importantes nas mãos delas.

Isto lembra um conto bastante interessante do Asimov, em que a máquina sutilmente toma todas as decisões políticas do mundo. Neste conto, cada nação possuía um computador central para "auxiliar" o governante na tomada de decisões. Porém a máquina era tão complexa que podia enganar tal governante de forma que as decisões calculadas fossem efetivamente tomadas:

   se o governante parecesse confiar na máquina, e seguir à risca suas decisões, as sugestões políticas calculadas eram divulgadas às claras para o governante;

   porém, se o governante sistematicamente tomasse decissões contrárias às decisões da máquina, esta passava a utilizar uma espécie de psicologia reversa: apresentava sugestões contrárias àquelas calculadas, esperando que o governante a desrespeitasse e, efetivamente, tomasse a decisão calculada...

Os computadores centrais de cada nação também se comunicavam entre si. Ao perceberem, pelo perfil psicológico dos respectivos governantes, que eles estavam na iminência de se declararem guerra ao se encontrarem, as máquinas centrais tratavam de mantê-los separados até que conseguissem elaborar algum programa capaz de resolver o atual impasse.

Concordo que tal visão parece extremamente utópica, mas seria a ideal. Bom, mas como foi colocada a questão do fim da civilização, quem garante que já não estamos na época daquele "retorno à pré-história" que aparentemente já aconteceu antes? A propósito, acho que já estamos na época de uma nova glaciação (se não me engano o período de precessão do planeta é de uns 15 mil anos...). Já imaginou um inverno nuclear para piorar ainda mais as coisas? Nem gosto de pensar muito nesta possibilidade...


Note: Projeto teorico

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Fri, 30 Apr 1999 14:31:22 GMT
From: Jefferson Kato <JeffersonKato>

  Decidimos fazer o trabalho em cima da parte I do livro "Internet Dreams", capitulos:
  "The Digital Library Metaphor: The I-Way as Publishing and Community Memory"
  "As We May Think"
  "Libraries of the Future"
  "The Digital Library Project"
  Grupo:
  Debora dos Santos Botta
  Elisangela Afonso Peres
  Jefferson Satoshi Kato


None: Projeto Teórico - Fase Preliminar

Re: Note: Projeto teorico (Jefferson Kato)
Date: Fri, 21 May 1999 22:36:32 GMT
From: Jefferson Kato <jskato@linux.ime.usp.br>

O Projeto pode ser encontrado no site:
http://www.linux.ime.usp.br/~jskato/mac333/preliminar_1.html


Idea: Consideracoes

Re: : Projeto Teórico - Fase Preliminar (Jefferson Kato)
Date: Mon, 14 Jun 1999 12:53:57 GMT
From: Julio César Silva de Queiroz <jqueiroz@linux.ime.usp.br>

No texto e' dito que em bibliotecas digitais sao eliminados os papeis do editor de do bibliotecario e que isso leva a uma nao clasificacao do grau de qualidade que as informaoes que sao "editadas" tem.

Sera que o filtro desses dois profissionais garantem essa qualidade? Quanta coisa ruim que existe hoje publicada da maneira tradicional e quantas coisas boas nao conseguem ser editadas simplesmente pelo aspecto preconceituoso e as vezes politico do trabalho dos editores.

Sinceramente nao acredito que o editor seja uma figura que garanta a qualidade das coisas publicadas da forma como elas sao hoje e portanto nao vejo a falta que essa figura possa fazer num processo de digitalizacao das bibliotecas.

Quanto a nao existencia do bibliotecario, sera que nao seria possivel a existencia de um profissional desse trabalhando para um site que aventure a tornar-se uma biblioteca digital. Ele poderia talvez catalogar as informacoes de uma forma melhor e mais mnemonica do que os atuais ROBOS de busca na Internet o fazem hoje. Porem ainda nao iriam garantir a qualidade de tudo aquilo que estivesse catalogado.

E se de um lado a qrande quantidade de informacao que pode ser gerada de forma digital dificulta as vezes dificulta a localizacao das mesmas, temos que estatisticamente da quantidade conseguimos tirar a qualidade. Com certeza no meio do "caos" de informacao da rede nos temos coisas otimas que estao la e que possivelmente jamais seria publicado da maneira tradicional.


News: Projeto Teórico Final

Re: Note: Projeto teorico (Jefferson Kato)
Keywords: Projeto Teórico, Bibliotecas Digitais
Date: Thu, 01 Jul 1999 12:45:29 GMT
From: Elisângela Peres <eperes@keyword.com.br>

O projeto teórico final pode ser encontrado em:

http://www.linux.ime.usp.br/~jskato/final/final.html


Note: Eleições eletrônicas

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Mon, 03 May 1999 15:34:37 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

     Uma das questões da primeira prova que fizemos continha um texto relacionando a política com a Internet. Para aqueles que não fizeram a prova as linha gerais do texto diziam o seguinte:
   Um político americano irá realizar sua campanha política pela Internet, acreditando poder atrair mais colaboradores, mais fundos para a campanha e, é claro, mais votos... Além de aumentar a participação da população no processo eleitoral americano, já que, nos EUA, o voto não é obrigatório.

   Para alguns, isso pode parecer algo tolo. Acreditar que mais americanos vão votar apenas pelo fato das campanhas explorarem a Internet! "Bobagens", diriam outros. Pode ser; mas, no mês passado, o parlamento alemão liberou uma verba inicial de $30 milhões para pesquisar a viabilidade de se realizar eleições com votação pela Internet.

   Isso poderia diminuir as fraudes eleitorais? Poderia aumentá-las? Como funcionaria um sistema assim?

   Alguns dizem que isso poderia aumentar a participação da população na política de uma nação, não apenas em eleições, mas nas tomadas de decisões políticas.

   Mesmo eu, como cético, estou impressionado com algumas exeriências que têm sido feitas em pequenas cidades americanas para tornar a Internet o principal meio de integração da comunidade. Quase todas as casas dessas cidades têm um computador ligado à Internet. No conforto de sua casa, o cidadão pode ver o site da prefeitura, do legistativo municipal e da polícia local. Pode-se obter mapas da cidade, endereços dos estabelecimentos comerciais, saber como o orçamento da cidade está sendo gasto. Pode-se: avisar à prefeitura sobre uma lâmpada queimada nos postes de iluminação pública; sugerir projetos municipais; avisar sobre crianças perdidas; assistir às sessões do conselho da cidade, dar sua opinião sobre projetos de lei e sobre gastos no orçamento da cidade. Todos os moradores podem discutir, debater, sugerir, anunciar pela rede e, dessa forma, quando chegam a um consenso sobre algum projeto, toda a comunidade se engaja na realização do mesmo. Além disso, a prefeitura promove vários eventos organizados pelos moradores, eventos como concursos, festas de arrecadação de fundos, exposições, peças teatrais, etc. Tudo isso dinamiza a vida política da comunidade, tornando-a mais unida e igualitária, graças à Internet.

   É claro que isso está sendo feito em comunidades com menos de 20 mil habitantes e talvez não funcione em metrópoles; mas é um experimento válido.

   Quem sabe, poderemos viver para ver isso em prática.


Idea: Candidatos virtuais

Re: Note: Eleições eletrônicas (Edward Iamamoto)
Keywords: govelno mundial, candidato virtual, Estado distribuído, Internet
Date: Mon, 03 May 1999 17:55:53 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Não vejo com bons olhos esta idéia de campanha política pela Internet... Me parece muito fácil pela rede se criar um candidato que não existe. Não agora, lógico, mas a longo prazo. Quem governaria o país caso fosse eleito um candidato virtual, um nome inventado para concorrer nas eleições e com toda a sua história política e personalidade inventadas na propaganda eleitoral pela rede? Acredito que algo parecido já aconteça mesmo sem a Internet, mas isto já é outra discussão...

Porém, a idéia de um governo pela Internet já me agrada! Acredito que um governo deste tipo, se difundido, tornaria completamente obsoleta a existência de governantes para representar a população. Não seria necessário existir um Estado centralizado para governar uma nação, pois o "Estado" estaria distribuído por toda a rede. Os próprios cidadãos poderiam fazer parte das votações de um "senado virtual", sem que fosse necessário eleger senadores e deputados para que eles fosse representado. Melhor que isto, não precissaríamos pagar ninguém para elaborar e votar nossas leis! :-D Sem representantes, não precisariam haver eleições. E a idéia de campanha eleitoral pela Internet perderia o sentido (ainda bem!)

Sendo a Internet fundamentalmente sem nacionalidade, a longo prazo o próprio conceito de nação perderia o significado. Seria possível que emergisse uma democracia planetária, onde as leis da nova República Federativa da Terra fossem elaboradas e votadas pelos próprios cidadãos? A idéia parece fantástica, mas talvez eu esteja delirando demais. Deve existir muita gente querendo barrar tal evolução :-(


Ok: Mais uma vitoria do Bazar sobre a Catedral

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Keywords: Cathedral, Bazaar, egcs, gcc, Richard Stallman
Date: Mon, 03 May 1999 19:49:09 GMT
From: Wagner Dias <dias@ansp.br>

O lwn.net (http://lwn.net) nesta semana anuncia mais uma vitoria do Bazar sobre a Catedral.

O time do egcs, um compilador experimental com varios frontends (C, C++, Fortran...) e backends (Linux, Unix, windows...), que mantem um bazar altamente movimentado, se tornou o novo mantenedor do GCC, com a confirmacao oficial de Richard Stallman.

A noticia cita o artigo de Eric Raymond, "The Cathedral and the Bazaar", e diz que este artigo essencialmente prediz esse tipo de resultado.

Isso e' mais um sinal (alem do Linux, fetchmail e outros projetos desenvolvidos atraves de bazar que deram certo) de que o Bazar pode vir a ser um metodo de desenvolvimento amplamente difundido e bem-sucedido.


Ok: Computadores de 500 dólares!

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Tue, 04 May 1999 00:08:21 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Achei interessantíssima a notícia de máquinas de 500 dólares saindo com o LINUX pré-instalado!! São máquinas boas, e acredito que se a tendência for continuar baixando os preços uma parcela muito maior da sociedade poderá ter acesso à nova tecnologia, e assim a participação (e importância da rede) só tende a aumentar!

Um link para esta informação nova:

http://www.thelinuxstore.com/

Só lamento não ter esperado mais um pouco antes de comprar meu micro, teria economizado bastante! :-D


Note: Tema do projeto teórico

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Tue, 04 May 1999 21:52:20 GMT
From: Clayton Selani <unknown>

Nosso grupo, composto por

- Adriana Reigadas - Clayton Selani - Denis Tse - Eduardo Henrique Curioni

vai fazer o trabalho teórico sobre a Parte 4, capítulos 1 (The Digital Worlds Metaphor: The I-Way As a Gateway to Experience), 2 (Mudding: Social Phenomena in Text Based Virtual Realities) e 3 (A Rape in Cyberspace...) do livro Internet Dreams, que está no XEROX.


News: O papel do chat na Internet

Re: Note: Tema do projeto teórico (Clayton Selani)
Date: Mon, 24 May 1999 01:11:21 GMT
From: Clayton Selani <selani@amcham.com.br>

MITOS E ARQUÉTIPOS DO DESPERTAR DO AVENTUREIRO

Em termos de arquétipos, a necessidade por renovar é refletida no arquétipo do aventureiro, que pode ter várias formas.

Aventura pode ser uma atividade solitária, mas é com frequência praticada em grupo.

Quando pessoas se aventuram juntas, elas compartilham não apenas os riscos e incertezas que elas devem negociar mas também o crescimento e vínculos que aumentam quando encontram desafios.

Algumas aventuras ou peripécias são mais fortes que outras; uma aventura que consiste de assistir um filme ou ler um livro é comulmente menos recompensadora do que aquelas que requerem participação, risco e compartilhação.

Na cultura ocidental, o nome mais conhecido é Odysseus, também conhecido por seu nome latino, Ulisses. Segundo a crônica de Homero, Ilíada, Odysseus era o rei de Ithaca que liderou os gregos na Guerra de Tróia. Foi ele que arquitetou o estratagema do Cavalo de Tróia para conquistar Tróia. Segundo a lenda, a Deusa Athena ficou zangada com os gregos pelo mau tratamento que eles deramna derrota da princesa Cassandra, e ela pregou que eles teriam problemas ao retornarem aos seus lares na Grécia.

Ninguém dos gregos enfrentou maiores obstáculos do que Odysseus. Nas crônicas, Homero narra os desafios encontrados por Odysseus em dez anos de jornada.

Odysseus mostrou de guerreiro e malandragem para se livrar dos vários obstáculos, como os dois ciclopes.

Logo, vemos que em qualquer mito as características podem ser uma mistura de arquétipos. Nosso presente interesse no arquétipo aventureiro leva mais às características de Odysseus como um herói do que como um xamã-caçador-malandro.

Na mitologia, a mais dificíl jornada que um heróis pode se submeter é aquela que o leva ao reino da morte. Uma jornada dentro dessa terra simboliza morte, e uma jornada de volta simboliza renascimento. Esse ciclo de morte e renascimento é o ciclo da renovação e transformação em que o herói encontra integração e sabedoria para levar de volta à comunidade. Essa forma de mito aventureiro aparece em culturas em todo o mundo.

Para muitos, a conexão entre aventura e renovação com computadores parece estranha. O que editores de texto e planilhas têm a haver com novas e renovadas experiências?

Mundos Digitais são computadores-incrementados ou computadores-criados para experiências. Os vários tipos de mundos digitais diferem principalmete de como a experiência é produzida e o que significa. Exemplos de mundos digitais: realidade virtual, realidade incrementada, telepresença e computaçâo onipresente ou virtualidade encorporada.

Mundos Digitais têm uma profunda conexão simbólica com a mitologia. Em muitas histórias de maiga, sabendo e dizendo as palavras certas como um feitiçaria é tudo que é preciso para liberar poderosas forças.

Essa coneão entre criação e palavras é particularmente apta para os mundos digitais. Mundos Digitais são criados por pessoas que escrevem programas de computador. Nesse sentido, a criação de realidades virtuais como mundos digitais têm muito em comum com a criação mitológica dos mundos que nós vivemos, exceto que as palavras são ditas - ou escritas - por pessoas e não por Deuses.

A PROFUNDA ESTRUTURA DA METÁFORA DOS MUNDOS DIGITAIS

Por estarmos familiarizados com mundos no sentido usual, a metáfora ddos mundos digitais é investida com muito prior de significado.

Começaremos com a idéia de lugar. Diz o ditado: "Quanto mais longe algo está, mas tempo levará para chegar lá." Coisas, inclusive nós, só podem estar em um lugar no mesmo tempo.

DESAFIANDO SUPOSIÇÕES SOBRE MUNDOS DIGITAIS

Como todos as outras metáforas, as metáforas dos mundos digitais nos enganarão se nós dermos uma olhada em o que é diferente entre o reino digital e como é mudado. No mundo real, diferentes objetos estão em diferentes lugares e podem somente estar em um lugar por vez. Nos mundos digitais, esse senso de lugar é mais ambíguo.

Em mundos reais, nós temos que viajar para chegar aos lugares, e quanto maior a distância mais tempo levará. Em mundos digitais tudo viaja a velocidades eletrônicas. Nós podemos ir de um lugar a outro através de um salto eletrônico. Se soubermos o endereço para onde ir, nós "teleportamos" para aquele lugar instantaneamente, sem passar por pontos intermediários. Embora ainda possa levar tempo para chegar a algum lugar, e'o tempo de aprender e descobrir onde nós queremos ir. O tempo de transporte é geralmente negligenciado.

Em um mundo real, nós temos corpos cujas aparências e capacidades podem ser mudadas, mas somente de formas limitadas.

No mundo real e'incoveniente quando nós acidentalmente esquecemos coisas importantes como chaves ou uma carteira. Numa realidade digital, nossas coisas podem viajar conosco automaticamente, ou nós podemos mandar um agente para buscá-las por nós.

ALÉM DA METÁFORA DOS MUNDOS DIGITAIS

 A metáfora dos mundos digitais é a quarta das metáforas que nós consideramos como guia para nós compreendermos o tipo de infraestrutura de informação que nós podemos inventar. Nós percebemos que há muito espaço para sobrepor e para usar múltiplas metáforas. Por exemplo, embora a metáfora da biblioteca digital enfatize procura de informação, nós poderíamos esperar visitar não apenas um vasto lugar de livros e outras mídias mas também encontrar bibliotecários que nos ajudem. Criar um senso de lugar e de comunidade numa biblioteca digital é mais útil do que simplesmente criar um banco de dados online. Na metáfora do e-mail, nós queremos mandar uma mensagem a alguém. Mas se nós encurtarmos o tempo entre mandar e receber mensagens, nós podemos nos aproximar de uma conversação em tempo real. A metáfora dos mundos digitais podem adicionar um senso de presença para cada participante e um senso de localização em que se tem a conversação: encontre-me na cachoeria ou no café. A metáfora do mercado eletrônico, que enfatiza comércio, já contém um termo, lugar, que se refere à metáfora dos mundos digitais. Nós vamos ao mercado não apenas para comprar e comercializar mas também para olhar pessoas; o que significa uma troca intelectual e social assim como compras e vendas.

A metáfora dos mundos digitais é também open-ended. Nós podemos ir ao mundo digital para encontrar coisas e interagir com outros. Nossas experiências em mundos digitais podem ser as mais poderosas experiências que nós podemos conseguir de uma rede de computadores. Elas também apresentam oportunidades e desafios para renovar-nos e trazer-nos o que há de melhor em nós humanos.

MUD - Fenômeno social - baseado na realidade virtual

Introdução

MUD é uma rede virtual cuja interface é totalmente baseada em textos. É popularmente chamado de bate-papo ou chat. O processo consiste no seguinte: os participantes entram no chat através de seus computadores, que estão ligados na internet.

É interessante observar que as interações entre os participantes é, praticamente, em tempo real, limitada somente pela "velocidade" de digitação do usuário.

MUD

Porém o chat não é realidade virtual convencional. Como foi dito acima, o "mud" não é a realidade virtual contendo recursos especiais de hardware e recursos gráficos, muito menos senso de orientação, 3D, etc. Mas sim, é baseado somente na interface texto (interface essa com o banco de dados do servidor de chat), de modo que todas as comunicações são feitas por escrito, assim como as respectivas respostas.

Abaixo segue um típico trecho de uma sala de chat: >Nikita fala com vampiro: "Em que cidade vc mora?"

>Sheila entra na sala
>mp4 sorri para morena
"Vamos sair hoje?" >vampiro responde para Nikita: "Estou morando, atualmente, em Uberlândia. Mas sou de Fortaleza. Adoro lá. E vc, de onde está falando?"

Muitos fazem uma comparação entre o "mud" e o game "Aventure and Zork", devido às inúmeras semelhanças… Porém, há três grandes fatores que distinguem o "mud" do game: - o chat não tem um objetivo. Não tem início e fim. Não tem placar e não apresenta noção de vitória ou sucesso. Seus participantes não jogam entre si, não se combatem e muito menos se rivalizam (ou pelo menos não deveriam). - O chat é extensível por si mesmo. Permite ao usuário adicionar novos "objetos" ao banco de dados, tais como salas, notas, etc. - O chat, na grande maioria das vezes, possui mais de um usuário conectado concomitantemente. E todos os usuários conectados acessam o mesmo banco de dados e os mesmos objetos, ainda que criados por outros usuários. E os usuários podem se comunicar uns com os outros em tempo real.

Graças a essa última vantagem, o chat transforma o meio em que está de solitário para social.

O chat é composto de diversas salas. Cada sala corresponde a um assunto. De modo que o participante escolhe o assunto preferido (dentre os mais diversos existentes).

O chat funciona da seguinte forma: o participante escolhe a pessoa com quem quer interagir e digita o conteúdo da informação, que chega ao destino. Há também a opção para falar com todas as pessoas da sala.

Para identificar a pessoa com quem o participante quer falar, ele busca através de apelidos. No chat, ao contrário da realidade, as pessoas são muito conhecidas por seus "nicks". Pode haver também uma curiosidade maior a respeito de determinado usuário do "mud". Suas características ficam visíveis a todos os outros participantes. Basta um comando "look - nick da pessoa" para verificar os dados.

Fenômenos sociais observados no MUD

Descreveremos a seguir, fatos observados num "mud" denominado LambdaMOO. Essa sala era restrita. Bastou ser anunciada publicamente, para mais de doze países, para atingir cerca de setecentos e cinquenta usuários novos.

O administrador do chat fez algumas observações a respeito do comportamento e sentimentos dos usuários, baseado em conversas com os próprios. E agrupou suas observações em 3 categorias, que seguem: - fenômenos observados e motivados por participantes; - fenômenos observados por interações entre pequenos grupos e - fenômenos observados no comportamento da comunidade como um todo.

Observações motivadas por participantes

As pessoas que têm a oportunidade de se conectar no chat LambdaMOO não são parcela representativa da população mundial. O perfil traçado é o seguinte: todos lêem e escrevem em inglês e, obviamente, têm acesso de alguma forma à internet.

Mais de 90% deles têm alguma ligação com colégios e universidades. Muitos deles são estudantes universitários.

Outra observação interessante é que mais de 70% dos participantes são do sexo masculino, entretanto, é muito difícil a explicação para esse fato.

Apresentação no chat

Como foi dito, há várias formas de um participante se apresentar no "mud". Ele pode se apresentar utilizando o próprio nome ou mesmo algum apelido sugestivo e chamativo.

As escolhas dos nomes são muito curiosas: alguns nomes provém da literatura, da mitologia, etc. Outros estão no diminutivo. Trata-se, simplesmente, de uma questão de estilo.

Os participantes, em vista disso, são muito possessivos no que diz respeito a seus nicks, inclusive, alertando e repreendendo outros usuários desavisados que tenham nicks iguais ou mesmo parecidos com os seus. É como se eles fossem proprietários do nick já registrado.

Um fato muito curioso é, o grande número de indivíduos do sexo masculino no chat. Ou, pelo menos, pessoas que dizem ser do sexo masculino. Alguns homens aproveitam dessa desvantagem numérica feminina, para se identificarem como sendo do sexo feminino, para ganhar uma atenção maior. Alguns usam esse artifício para enganar os participantes, outros também tentam seduzir os mesmos. De fato, esse é um fenômeno amplamente noticiado, de modo que o usuário deve ter muita prudência ao flertar com participantes que dizem ser do outro sexo.

Alguns usuários alertaram o administrador a respeito da presença de travestis agindo no chat. Essas pessoas liberam seus desejos e fantasias sexuais nesse ambiente, dado a segurança que apresenta, com o intuito de uma aproximação maior com os homens.

Os homens que se apresentam como mulheres no chat, muitas vezes não têm a intenção de causar decepção nos outros participantes. Mas sim, têm a intenção de saber "como o outro sexo se comporta".

Enquanto isso, as pessoas do sexo feminino têm feito alguns comentários: ou são incomodadas ou recebem um tratamento muito especial. Para se ter uma idéia, um usuário masculino que entra ao mesmo tempo que um do outro sexo, é completamente ignorado, nessa situação. A atenção é voltada, principalmente, para o participante do sexo feminino. O usuário masculino acaba deixando a sala, uma vez que não recebe atenção.

Em vista desses problemas, muitas mulheres têm sido questionadas e impelidas a provar, realmente, seu sexo. As pessoas que não divulgam o sexo, são intimadas a revelar o segredo.

Uma parte importante no chat é a auto-apresentação. Esta é a parte onde os usuários ditam o papel que terão ao entrar na sala.

Alguns usuários utilizam descrições completamente curtas, enquanto outros utilizam uma descrição muito alongada, com o intuito de ficarem mais em evidência. Outro artifício utilizado para isso é o fato de que uma grande parte dos usuários faz descrições totalmente mentirosas, "imitando" atrativos físicos de personagens famosos.

Anonimato

Um fator muito significante no chat é o anonimato existente. Não há meios de se descobrir a real identidade de cada usuário. A privacidade deve ser garantida, de modo a preservar cada participante do "mud".

Isso contribui para o fato de muitas pessoas não terem a vontade de encontrar pessoalmente as pessoas com quem conversam no "mud". A conversa "por de trás do computador" apresenta menor risco social.

Outra vantagem do anonimato é o fato de os participantes se sentirem totalmente livres para o fato de entrar e sair da sala a qualquer momento. Isso faz com que o "risco" social diminua. Por exemplo: numa situação em que a conversa não deu certo, o usuário pode, simplesmente sair da sala, e entrar com outro nick, sem medo e sem vergonha de a outra pessoa reconhecê-lo novamente, uma vez que o nick é diferente.

Muitos usuários são, de certa forma, incentivados a utilizar de irresponsabilidade e violência no "mud", devido ao sigilo garantido pelo anonimato. Em geral, essas pessoas aparecem devido a uma causa principais: não têm personalidade para assumirem suas ações no mundo real.

Wizards

Nos chats, há uma classe especial de usuários: são os wizards. São os "seguranças" da sala. São eles quem estabelecem as permissões sobre os direitos de cada usuário dentro do chat. Fazendo uma comparação, são como os administradores de redes. Participantes somente podem ser inseridos nessa classe especial por outros "wizards".

Quando ocorre algum problema de "agressão virtual", os seguranças primeiramente fazem uma "aproximação" educada, alertando o usuário rebelde. Quando isso não adianta, há punições para tanto: - sérias restrições aos usuários rebeles; - mudança do nome e da descrição fornecida pelo usuário rebelde, ridicularizando-o ou - mudando a sala de tal usuário para um lugar público.

Essas punições são suficientes para inibir esse tipo de comportamento.

Os wizards, em geral, têm uma experiência diferente dos outros usuários: haja vista que eles têm poderes sobre os outros, muitas vezes são tratados de um modo diferente, perante os usuários normais. Também há uma significativa minoria que provocam os seguranças, por causa de seu poder.

UM ESTUPRO NO CIBERESPAÇO

Como um palhaço demoníaco, um espírito zombador haitiano haitiano, dois bruxos e um elenco de dezenas transformaram uma base de dados em uma sociedade

A visão de Pavel Curtis do fenômeno chat é necessariamente moldada por seu papel como designer de LambdaMoo. Ele consegue separar a vida real e o chat. O artigo de Dibbell proporciona uma visão imersa do evento. A linguagem passa de criador para observador. É o relato de uma terra estrangeira, muitos eventos acontecem. Isso o deixa confuso...

Esta mudança na linguagem nos dá a sensação de estarmos lá e desse modo entender mais intimamente como regras sociais surgem em uma realidade digital. Um chat é um meio ambiente no qual o que parece ser uma pessoa corporificada é mudado. Para aqueles que entram em um chat a sociedade muda também.

É a história de um homem chamado Mr. Bungle, da violência sexual que ele cometeu nas estradas de LambdaMoo , e mais importante, dos modos que sua violência e suas vítimas mudaram os mais de 1milhão de residentes da mansão cheia de mágica para tornar-se a comunidade que muitos deles já acreditavam que eram. A hora era Segunda à noite em março, e o lugar era a sala de estar. Ele, Mr.Bungle, começou usando sua boneca de vodu para forçar um de seus ocupantes da sala à servi-lo sexualmente numa sociedade de modos mais ou menos convencionais. Sua vítima era Legba, o espírito haitiano. Logo Legba foi ejetado da sala. Bungle voltou sua atenção para Starsinger, forçando-a para não desejadas ligações com outros indivíduos presentes na sala, entre eles Legba Bakunim e Juniper. Suas ações foram ficando violentas. Fez Legba comer seu proprios pelos púbicos. Fez Starsinger violar a si próprio com um pedaço de talher de cozinha. Suas risadas ecoaram demonicamente com sucessivas afrontas. Até que Zippy, uma sábia e confiável velha que trouxe com ela uma arma que envolvia seus alvos em uma jaula impermeável mesmo para os poderes da boneca de vodu. Zippy atirou sua arma no Mr. Bungle, frustando a boneca... Nenhum palhaço hediondo ou espíritos zombadores aparecem na versão de vida real do incidente. Nenhuma boneca de vodu ou armas mágicas, nenhum estupro ou qualquer tribunal de justiça já o definiu. Os atores do drama eram a maioria estudantes universitários, e eles sentavam na frente da tela de um computador todo o tempo, suas únicas ações eram finos esvoaçar de dedos sobre os teclados tipo QWERTY. Qualquer iteração física consistia de uma mistura de sinais eletrônicos enviados de sites espalhados entre Nova York e Sydney.

Tudo isto significa que LambdaMoo era uma subespécie de chat orientado a objetos. Um tipo de base de dados especialmente designado para dar aos usuários a vívida impressão de movimentos através de um espaço físico que na realidade existe somente como informação descritiva em um arquivo em um disco rígido. Quando usuários acessam LambdaMoo, o programa imediatamente os presenteia com uma breve descrição textual de um dos quartos da mansão ficcional. Ao que diz respeito ao programa, todas estas entidades são sub-programas diferentes que o programa permite interagir de acordo com as regras, imitando as leis do mundo físico.

As marionetes e o cenário são códigos digitais e pedaços de escrita criativos. Mr. Bungle era um jovem homem da Universidade de NY. Mas, poderia ter sido Al Gore... Não há falta de misticismo e mitologia na história de Dibbell. Ele tem dotado o lugar com realidade, ele pensa nisso e fala sobre isso como um local. E para ele, o local tem magia. Mitos surgem em LambdaMoo e a realidade-irrealidade do lugar parece um convite para pesquisar a magia da compreensão.

LambdaMoo é talvez um dos mais famosos chats, mas os fenomenos sociais variados observados lá ocorrem em outros chats e em outros tipos de comunicação eletrônica. Alguns chats publicam roteiros aconselhando novos membros sobre o comportamento esperado. Nós podemos pensar que a anonimato abre a porta para o comportamento irresponsável, mas para a maioria das pessoas isso não tem valor real.

Um cartoon publicado no New Yorker mostrava um cachorro sentado na frente de um computador com a legenda : " Na Internet ninguém sabe que você é um cachorro." Esse é o ponto : o anonimato traz consigo a liberdade de ser o que você pode ser, ou tentar sobre novas regras ou comportamentos sem se preocupar sobre a possibilidade de fracasso ou embaraço...

Nem todos os chats são anônimos. Em certas comunidades, especialmente aquelas cujos participantes têm um contínuo relacionamento profissional ou compromissos para atividades além da rede, o anonimato é descaracterizado. Há situações nas quais as realidades digitais aumentam atividades e realidades físicas. Nestes casos, participantes freqüentemente conhecem os nomes reais de cada um. Eles trabalham e encontram-se no espaço digital simplesmente porque é mais convincente.

Alguns links interessantes para diversos chats:

http://chat1.zaz.com.br/chat/
http://www.uol.com.br

Esse texto tb pode ser visto em http://www.linux.ime.usp.br/~selani


Note: Projeto teórico: Mud e chat na Internet - última versão

Re: Note: Tema do projeto teórico (Clayton Selani)
Keywords: Projeto teórico - última versão
Date: Thu, 24 Jun 1999 21:30:37 GMT
From: Clayton Selani <unknown>

Olá pessoal,

esta é a última versão do nosso trabalho, cujo título é "O papel do chat na Internet". Nele, há alguns links interessantes para MUD's (o que é um MUD?) e também para alguns chats mais famosos.

O trabalho encontra-se em http://www.linux.ime.usp.br/~selani

Até mais.


News: Tema p/ Projeto Teórico: "Admirável Mundo Novo"

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Keywords: Projeto Teórico, Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley
Date: Wed, 05 May 1999 16:07:19 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Venho anunciar que escolhi a obra "Admirável Mundo Novo" como tema para o projeto teórico, com o apoio de uma segunda obra do mesmo autor: "Regresso ao Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley)". No momento estou desenvolvendo o tema individualmente, mas acredito que seria muito mais produtivo se houvessem mais pessoas no grupo para discutí-lo.

Anteriormente a proposta era fazer um paralelo entre as obras "1984", "Admirável Mundo Novo" e "Os Despossuídos", com enfoque na primeira. Mas desenvolvendo o tema, achei maior facilidade em discutir a segunda obra. O desenvolvimento do texto final pode ser acompanhado no endereço abaixo:

http://www.linux.ime.usp.br/~davi/Orwell_1984/RDI_SOC.html

A lista de tópicos a serem discutidos (sujeito ainda a muitas alterações, sobretudo pela mudança da obra enfocada) está no endereço seguinte:

http://www.linux.ime.usp.br/~davi/Orwell_1984/topicos.html

Agradeceria muito se recebesse sugestões quanto ao conteúdo do texto:

davi@linux.ime.usp.br

David


News: Versão quase final do trabalho teórico

Re: News: Tema p/ Projeto Teórico: "Admirável Mundo Novo" (David Machado)
Keywords: Projeto Teórico, Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley
Date: Mon, 31 May 1999 17:27:24 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

O trabalho escrito pode ser encontrado no seguinte endereço:

http://www.linux.ime.usp.br/~davi/Orwell_1984/RDI_SOC_2.html

Ainda falta eu acrescentar os links, que logicamente eu não sabia de cabeça. Isto eu termino ainda hoje...

A apresentação deste trabalho ficou para o dia 18 de junho.

David


None: LINKS prontos

Re: News: Tema p/ Projeto Teórico: "Admirável Mundo Novo" (David Machado)
Keywords: Projeto Teórico, Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley
Date: Mon, 31 May 1999 22:04:15 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Bom, acho que o título já explica tudo... Acabei de inserir os links que estavam faltando no trabalho. Ele já pode ser encontrado no mesmo endereço de antes...


None: Versâo final do trabalho

Re: News: Tema p/ Projeto Teórico: "Admirável Mundo Novo" (David Machado)
Keywords: Projeto Teórico, Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley
Date: Wed, 07 Jul 1999 17:14:12 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Já está disponível na rede a versão final do trabalho sobre o "Admirável Mundo Novo", "1984" e "Os Despossuídos". Não fiz grandes modificações, apenas corrigi alguns erros de ortografia e acrescentei a conclusão final, bem como outros links relativos aos temas tratados. Está disponível no seguinte endereço:

http://www.linux.ime.usp.br/~davi/

Qualquer sugestão, podem me comunicar:

davi@linux.ime.usp.br

Também estou tentando elaborar ainda esta semana uma cópia das transparências apresentadas, que resumem bem os assuntos comentados no "Retorno ao Admirável Mundo Novo"

David


None: Tema para o projeto teórico

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Keywords: terceiro setor
Date: Thu, 06 May 1999 00:08:30 GMT
From: Enrico Shiohara <eshiohara@communiplex.com>

O grupo composto pelos alunos Enrico Shiohara e Marcello Porto escolheu o tema "O Terceiro Setor" para o projeto teorico de MAC333.

Um breve resumo sobre o assunto:

Por muitos anos, a sociedade aceitou a existencia de apenas dois grupos de trabalho: o trabalho ligado ao setor produtivo rural/industrial, e o setor ligado a prestacao de servicos.

Nos ultimos anos, aqui no Brasil, palavras como "empresa socialmente responsavel", "trabalho voluntario", "educacao nao formal", "ONG's" e tantas outras passaram a fazer parte do nosso vocabulario diario (apesar da grande maioria nao saber o que tudo isso significa). E um novo grupo, que nao pode ser caracterizado como parte de nenhum dos dois outros grupos, comecou a tomar "forma". A esse novo grupo, deu-se o nome de "Terceiro Setor".

A ideia do trabalho seria tentar definir o que e' o "Terceiro Setor", como ele esta mudando as relacoes de trabalho, as regras que o rege, as estatisticas, a situacao atual, possivelmente a apresentacao de alguns casos, e as perspectivas para o futuro.

Uma bibliografia basica e':

Centro de Estudos do Terceiro Setor - FGVSP http://www.fgvsp.br/programas/cets/

Revista IntegrAcao - FGVSP http://integracao.fgvsp.br/

International Society for Third Sector Research (ISTSR) http://www.jhu.edu/~istr/

Programa Voluntários http://www.uol.com.br/voluntarios/

Campanha Seja um Voluntario http://www.voluntarios.com.br/

"Terceiro Setor: Reflexões sobre o Marco Legal", de Luiz Carlos Merege(coord) e Maria Nazaré Lins Barbosa(org.)

"Filantropia Estratégica ou Doações ao Acaso" http://www.filantropia.com.br/paodeacucar.htm

"Capitalismo Beneficente" http://www.kanitz.com.br/veja/kanitz_veja2.htm

Doutores da Alegria http://www.doutoresdaalegria.org.br/

Revista Exame - Instituto C&A

 


None: Terceiro Setor - Versão Preliminar

Re: : Tema para o projeto teórico (Enrico Shiohara)
Keywords: terceiro setor
Date: Sun, 23 May 1999 22:19:31 GMT
From: Enrico Shiohara <eshiohara@communiplex.com>
Body-URL: http://www.linux.ime.usp.br/~enrico/terceiro_setor.html

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None: Apresentação - Texto

Re: : Tema para o projeto teórico (Enrico Shiohara)
Keywords: terceiro setor
Date: Mon, 07 Jun 1999 03:28:45 GMT
From: Enrico Shiohara <eshio@ruralsp.com.br>
Body-URL: http://www.linux.ime.usp.br/~enrico/terceiro_setor2.html

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None: Apresentação - Transparência

Re: : Tema para o projeto teórico (Enrico Shiohara)
Keywords: terceiro setor
Date: Mon, 07 Jun 1999 03:33:26 GMT
From: Enrico Shiohara <eshio@ruralsp.com.br>

Cópia do arquivo PPoint com a apresentação do trabalho sobre o "Terceiro Setor" encontra-se em http://www.linux.ime.usp.br/~enrico/terceiro_setor.zip


None: Terceiro Setor - Versão Final

Re: : Tema para o projeto teórico (Enrico Shiohara)
Keywords: terceiro setor
Date: Wed, 30 Jun 1999 04:16:51 GMT
From: Enrico Shiohara <eshio@ruralsp.com.br>
Body-URL: http://www.linux.ime.usp.br/~enrico/terceiro_setor3.html

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None: A rede sob a perspectiva do seculo XIX

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Keywords: telegrafo, comunicacao, telefone, Web, Internet, Tom Standage
Date: Tue, 11 May 1999 16:58:41 GMT
From: Wagner Dias <dias@ansp.br>

Um livro do jornalista ingles Tom Standage argumenta que as mudancas trazidas pelo telegrafo ha cem anos atras foram mais profundas do que as mudancas que estamos sofrendo hoje.

Identificando varios paralelos entre os acontecimentos de hoje e os do final do seculo passado, o autor nao ve todas as mudancas de hoje como uma revolucao em potencial, mas apenas como um estagio de desenvolvimento da comunicacao.

Hoje no NYTimes.

http://www.nytimes.com/library/tech/99/05/cyber/eurobytes/11euro.html


None: Fim do Século

Re: : A rede sob a perspectiva do seculo XIX (Wagner Dias)
Keywords: telegrafo, comunicacao, telefone, Web, Internet, Tom Standage
Date: Mon, 17 May 1999 02:24:25 GMT
From: Daniel Müller <muller@ime.usp.br>

Extremamente interessante o artigo do Times, creio que serve para demonstrar como temos uma fraca memória histórica, entre outras coisas. O paralelo, ao que pude perceber, é muito bem definido e consistente, mas o artigo foi apenas uma exposição de fatos, deixando aos leitores o prazer da formulação de teorias que os justifiquem, uma das quais segue abaixo.

O que faria a Revolução do Telégrafo mais impactante do que a Revolução da Internet? O artigo deixa bastante claras as profundas mudanças sociais e econômicas derivadas destas tão chamadas revoluções, mas nao atenta para a sociedade em que cada uma delas se desenvolveu, tão díspares quanto possível.

Existe um ramo da história chamado de história das mentalidades (defendida especialmente por Georges Duby), que sugere a substituição da análise Marxista da história (fundamentada nos aspectos econômicos da sociedade - a que todos aprendemos nas escolas) pela tentativa de compreensão da mentalidade das pessoas durante a época estudada.

Aplicando tal pensamento no problema, percebemos que o fim do século XIX foi notadamente marcado pela veneração da ciência. À época acreditava-se que o homem estaria perto de descobrir todos os mistérios do universo, que através do conhecimento e do método científico não existiam barreiras intransponíveis.

Já o pensamento do final do século XX tem um relacionamento muito diferente com a ciência. A desilusão (provocada entre outras coisas pela bomba atômica) e mesmo a incorporação da ciência no dia a dia, especialmente na era de ouro, alterou a perspectiva em que mudança não é mais vista como exceção e sim regra.

Daí talvez a diferença do impacto, mesmo com tão vasto número de similaridades apresentada. Não o agente transformador, mas sim o receptor está alterado.


None: Tema para o projeto

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Keywords: Adélia, Bruno e João
Date: Wed, 12 May 1999 19:58:32 GMT
From: <bfdegani@linux.ime.usp.br>

Nosso grupo é composto por:
	Adélia Lundberg;
	Bruno Degani;
	João Silvestre.

O tema escolhido foi:
	Part2: The Eletronic Mail Metaphor: The I-Way As a Communications Medium.

Apesar do atraso ;-))


News: Um Livro que Resume tudo

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Thu, 20 May 1999 22:26:53 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

    Olá pessoal!

    Acabo de ler um livro que ajuda a entender, de forma bem estruturada, muito do que foi discutido na sala de aula; inclusive alguns tópicos abordados em nossa lista de discussão.
  
    O título do livro é:
-----------------------------------------------------------
    A Sociedade em Rede
      A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura
      Volume I

    Autor: Manuel Castells

    Editora Paz e Terra

    617 páginas - R$ 45,00
---------------------------------------------------------
Das próprias palavras do autor:

   "O primeiro volume trata da lógica da Rede, enquanto do segundo volume trata e analisa a formação do Ser e a interação do Ser e a Rede na crise de duas instituições centrais da sociedade: a família patriarcal e o Estado Nacional. O terceiro volume (O fim do Milênio) tenta interpretar as transformações históricas atuais resultantes das dinâmicas dos processos estudados nos dois primeiros volumes."

   Por enquanto, apenas foi publicado, no Brasil, o primeiro volume; os outros dois volumes serão publicados no próximo ano ou no final deste. Se vocês tiverem a sorte de ler este livro, verão que as nossas aulas encaixam-se em muitos dos trechos do livro. E o livro não está tão caro (acho) para um livro deste peso (tanto de conteúdo como de massa).

    Eu já estou esperando pelos próximos volumes.

    Até mais!


News: Manuel Castells no Roda Viva

Re: News: Um Livro que Resume tudo (Edward Iamamoto)
Date: Fri, 02 Jul 1999 15:41:26 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

     Na Segunda-feira do dia 05 de Julho, a Rede Cultura apresentará, no programa Roda Viva, uma entrevista com o sociólogo Manuel Castells. Castells é talvez o maior estudioso do fenômeno da Revolução Digital. Creio que vale a pena assistir o programa.


None: teste

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Sun, 23 May 1999 14:16:03 GMT
From: ana <unknown>

testando...


News: Ensaio: O Fim Dos Empregos - versão 0.1.1

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Sun, 23 May 1999 18:17:42 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

  Apresentamos a versão de nosso ensaio. seu conteúdo localiza-se em:

   http://www.linux.ime.usp.br/~shigueo/mac333/Crise_do_Emprego.html


Idea: Discussao sobre a apresentacao: Extincao/Criacao de empregos

Re: News: Ensaio: O Fim Dos Empregos - versão 0.1.1 (Edward Iamamoto)
Date: Tue, 08 Jun 1999 17:05:05 GMT
From: Henrique P. F. Ceribelli <ceriba@ime.usp.br>

Eu concordo com o fato de que a tecnologia extinguiu varios empregos (como controlador de estoques, remarcador de precos, operadores de maquinas, ...). Entretanto, outros empregos foram criados, como analistas de sistemas, editores eletronicos... Mas, todos ao de convir que foram extinguidos mais empregos do que foram criados, pois um computador pode substituir varios empregados. Eu tambem acredito que sempre vai existir emprego, pois o computador nao tem e nunca vai ter a capacidade de criacao. Com a automatizacao das tarefas, o trabalho do ser humano vai ser baseado na sua criatividade, fazendo com que o tempo livre do ser humano seja muito valorizado, pois nos criamos muito mais e melhor quando estamos relaxando, conversando com os amigos. Para isso, a jornada de trabalho tem que ser reduzida e o homem tem que saber aproveitar o tempo livre. Atualmente, a maioria das pessoas sentem peso na conciencia quando nao estao trabalhando. Se uma pessoa na idade de um trabalhador ativo esta na piscina no meio da tarde no meio da semana, os outros e ele mesmo se acha um vagabundo. Entretanto, se sua mente estiver livre, ele pode estar criando algo novo para fazer no seu emprego...

Portanto, a tecnologia da informacao mudou o tipo do emprego, e agora, a sociedade tem que se adaptar a esse novo paradigma, reduzindo a jornada de trabalho, dedicando-se a leitura de atualizacoes e aproveitando melhor e sem peso na conciencia o seu tempo livre.

O livro do Domenico De Masi, A Emoçâo e a Regra (José Olympio Ed) fala sobre isso.


Disagree: Máquinas inteligentes são possíveis?

Re: Idea: Discussao sobre a apresentacao: Extincao/Criacao de empregos (Henrique P. F. Ceribelli)
Date: Wed, 09 Jun 1999 16:11:40 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

  Discordo com a afirmação de H. Ceribelli quando diz:
 "...pois o computador não tem e nunca vai ter a capacidade de criação."

  Não digo que ele esteja errado, pode estar certo como pode estar errado. Concordo quando ele afirma que o computador não tem capacidade de criação, pois ele está usando o tempo presente e nós sabemos que os computadores atuais realmente não são criativos (a maioria dos humanos não o são também). Entretanto, devemos tomar cuidado com a segunda parte da afirmação que diz que o computador NUNCA vai ter capacidade de criação. Essa segunda afirmação é arriscada sob o ponto de vista científico, pois parece estar fundamentada em poucos fatos científicos, parecendo mais uma opinião pessoal.

  Antes de dizermos algo sobre ser ou não possível a uma máquina ser criativa e inteligente, devemos entender a inteligência e a criatividade; devemos entender como funciona a inteligência, como funciona a criatividade, quais os mecanismos e fundamentos da inteligência e criatividade. Uma vez entendido o processo da criatividade, podemos dizer se é possível reproduzi-la fora de sistemas orgânicos. A ciência não têm as respostas ainda, pode ser que não venha a tê-las tão cedo, ou até pode nunca encontrar as respostas. A ciência não é favorável ou contra o conceito de máquinas pensantes, a ciência é apenas o meio para descobrir se essas máquinas são possíveis. Alguns dizem ter certeza absoluta sobre a resposta da questão, elas podem estar certas ou não, há 50% de chances de estarem certas, sob o ponto de vista científico. Não levo em conta opiniões baseadas em fundamentalismos religiosos, pois a religião não é o foro adequado para análise científica. Sendo assim, para a ciência, qualquer resposta sobre esse assunto não passa de mera opinião pessoal ou adivinhação.

  Tenho minha opinião pessoal sobre esse assunto de máquinas inteligentes, mas estou ciente, como cientista, de que, futuramente, poderei vir a descobrir que eu estava errado; o pensamento científico é assim mesmo.

  Estou certo que nosso colega H. Ceribelli entende o que estou querendo dizer; entendo que sua afirmação é uma opinião pessoal, mas ele certamente entende que como pessoas de formação científica não podemos dar vereditos incontestáveis enquanto uma análise rigorosa, que não deixe dúvidas, não for feita.

  Mas e se for possível criar máquinas inteligentes e criativas? O que poderia mudar na situação dos empregos? Talvez nada mude, talvez tudo mude. Se, eu disse SE, a inteligência e a criatividade estiverem ligadas de forma indissociável à autoconsciência e à auto-determinação, então as máquinas inteligentes teriam aspirações e desejos diferentes e poderiam não estar dispostas a trabalhar incessantemente para seus donos. Até o conceito de posse de um humano sobre uma máquina inteligente poderia ser questionado moralmente. As máquinas poderiam fazer até greves, quem sabe? Daí, talvez não seja interessante, para as empresas, colocar máquinas inteligentes em suas linhas de produção e os empregos criativos para humanos poderiam estar garantidos, talvez. Temos uma situação em que as máquinas pensantes são até possíveis de serem criadas, mas não serão utilizadas porque não oferecem muitas vantagens competitivas. A única situação que tornaria vantajoso colocar máquinas pensantes no lugar de humanos, mesmo com o risco das máquinas fazerem greves, seria aquela onde as máquinas pensantes pensam e criam a uma velocidade muitas vezes superior a do homem. Como sempre, muitos dirão que isso é impossível, e, como sempre, sem ter um bom fundamento científico. É esperar para ver.

        Esperemos.


Idea: Empregos - Nao vai ser facil mudar....

Re: Disagree: Máquinas inteligentes são possíveis? (Edward Iamamoto)
Keywords: emprego
Date: Fri, 11 Jun 1999 00:22:51 GMT
From: Gustavo Tadao <gtadao@uol.com.br>

A mudanca do tipo de emprego é obvia, todos estao vendo. Estamos num tempo onde convivemos com a mudanca mas com medo dela, somos uma geracao que experimentamos muitas mudancas com a popularizacao da internet, a globalizacao, o conflito de culturas mas temos medo de tudo o que estah acontecendo.

Somos muito resistente a qualquer mudanca que possa afetar nosso habitos, por isso o nosso medo de ter que mudar a maneira do nosso trabalho.

A sociedade capitalista eh baseada em consumo e producao, para que a producao possa aumentar, eh preciso que exista demanda para o produto. Se nao existir emprego para todos esta balanca se desiquilibrara e todo o ambiente se tornara instavel.

Acho que a capacidade criativa do homem encontrara uma solucao para toda esta revolucao venha para o bem do ser humano. A socieade do lazer eh um ensaio muito criativo, fundamentado em tendencias atuais ela da uma solucao para a falta de emprego, e mostra como o homem pode pelo menos vislumbrar uma saida quando as coisas apertam.

Particularmente tenho duvidas sobre o aumento de tempo livre, acho que passaremos por uma fase de excesso de trabalho ( acho que quem trabalha sabe do que estou falando) nao sei ate quando, mas acho que o tempo livre sera consumido pela necessidade de atualizacao e estaremos na verdade, dedicando mais do nosso tempo ao trabalho.

Eh apenas uma opiniao, vamos torcer para que todos tenham jogo de cintura para adaptar-se a nova era.

Tadao


Idea: Máquinas inteligentes

Re: Idea: Discussao sobre a apresentacao: Extincao/Criacao de empregos (Henrique P. F. Ceribelli)
Date: Wed, 09 Jun 1999 16:59:04 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Sem dúvida não se pode afirmar atualmente se um dispositivo eletrônico pode ou não ser capaz de simular o funcionamento de um dispositivo orgânico, como o nosso sistema nervoso. Mas observa-se um fato muito importante: de acordo com muitos projetos de computadores futuros (sem dúvida uma grande maioria aparentemente fantasiosa no contexto atual), as máquinas tendem a cada vez se tornarem mais "orgânicas", exatamente para se contornar a limitação de componentes eletrônicos em imitar o comportamento de células nervosas. Sem dúvida um computador eletrônico precisaria ser muito mais veloz que os atuais para que possam ter algo que chamamos de inteligência (a criatividade estaria intimamente ligada a este fato?). Mas e se os computadores futuros forem completamente diferentes dos atuais? No lugar de chaves lógicas OR, AND, XOR, etc... teríamos componentes básicos capazes de simular o comportamento de um neurônio. Provavelmente tais componentes nem mais seriam totalmente eletrônicos, e teriam o funcionamento baseado em reações da química orgânica. Muito parecido com o que acontece dentro de nossas cabeças. :-)

Bom, vejamos quais os projetos atuais mais viáveis para máquinas assim. A pouco tempo atrás se explorou muito as redes neurais, que nada mais seriam que uma tentativa de se desenvolver equipamentos eletrônicos (ou algoritmos) capazes de imitar nossos neurônios. Mais recentes que isto são os projetos de computadores quânticos, onde a miniaturização dos componentes atingiriam tal grau que as leis bem conhecidas da microeletrônica não mais valeriam: teríamos que desenvolver circuitos que levariam em conta o estranho mundo da mecânica quântica! Talvez um chip quântico, com o nível de incerteza associado a seu comportamento, seja o primeiro passo para se criar um componente eletrônico de certa forma criativo.

Mas acredito que o passo maior, e talvez por isto mesmo num futuro mais remoto, sejam computadores que efetuam seu processamento a partir de um programa armazenado numa cadeia de DNA. Pensemos bem: que diferença existiria entre um computador deste tipo e um organismo vivo? Talvez num futuro distante, quando fabricarmos o primeiro computador pseudo-orgânico com componentes básicos capazes de imitar nossos neurônios, acabemos por chegar a conclusão que nós mesmos não passamos de máquinas. Máquinas complicadíssimas sem dúvida, mas nada mais que isto...

David


None: Tecnologia e Emprego

Re: News: Ensaio: O Fim Dos Empregos - versão 0.1.1 (Edward Iamamoto)
Date: Thu, 10 Jun 1999 03:18:09 GMT
From: Daniel Müller <muller@ime.usp.br>

Durante a chamada "Revolução Industrial", um grupo de trabalhadores que haviam perdido seus empregos atiraram seus sapatos, chamados "Sabots", contra as máquinas, as quais responsabilizavam pelas demissões. Daí vem o nome "Sabotagem".

Esta história serve para demonstrar que não só o problema do desemprego não está confinado aos nossos dias como também a relação entre desenvolvimento tecnológico e demissões está bem sedimentada nas mentes humanas.

Sob uma perspectiva histórica é possível dizer que, apesar de fazer parte da equação, o avanço tecnológico não é o principal responsável pelo desemprego. Convenhamos que se desde os primórdios da Revolução até os dias de hoje, com todo o progresso científico atingido, houvesse uma relação direta de proporcionalidade entre estes dois fatores acima mencionados, 90% da população estaria desempregada.

O desenvolvimento é um agente, mas apenas de curta duração. A sociedade gradativamente se ajusta e eventualmente atinge um equilíbrio. As máquinas que propiciaram a "Revolução Industrial", ou melhor, a reorganização do trabalho que possibilitou a entrada das máquinas, apesar de gerar crises como a mencionada, mudou a face da sociedade até que na fase áurea britânica o desemprego era mínimo. Uma mudança do setor agricultor para o setor industrial.

Já neste século, as mudanças que geraram a depressão de 29 acabaram por se resolver na era de ouro do capitalismo, período de maior desenvolvimento tecnológico da história, onde houve uma adaptação da sociedade, agora do setor industrial para o de serviços.

Como se vê, o desemprego está mais intimamente relacionado com as ondas periódicas do capitalismo do que com o desenvolvimento tecnológico por si só.

Minhas especulações para o futuro, que como todas podem ser irreais, são que não importa o quanto a tecnologia avance, a sociedade se adaptará a essas mudanças. E mais suaves serão tais transições quanto mais competentes forem os governantes.


News: Internet gera empregos nos EUA

Re: News: Ensaio: O Fim Dos Empregos - versão 0.1.1 (Edward Iamamoto)
Date: Thu, 10 Jun 1999 20:39:42 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

Esta notícia foi divulgada pela Agência Estado -
10 de Junho de 1999


Internet gera US$ 300 bi nos EUA

Washington - Um novo estudo universitário sobre o impacto da Internet na economia dos EUA estima que o setor gerou mais de US$ 301 bilhões em renda, no ano passado, e 1,2 milhão de empregos. O estudo, cujos resultados foram anunciados hoje, determinou que o comércio eletrônico - a compra, em todas as partes do mundo, de livros e outros bens produzidos nos EUA - gerou mais de US$ 100 bilhões.

   
     Aí está a chance do Brasil. Que vençam os melhores!

     


News: Emprego na Inglaterra

Re: News: Ensaio: O Fim Dos Empregos - versão 0.1.1 (Edward Iamamoto)
Date: Sun, 13 Jun 1999 20:07:16 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

Notícia de O Estado de São Paulo. --------------------------------------

Domingo,
 13 de junho de 1999 

 Desemprego atinge 33% dos cinqüentões ingleses 

Problema tem levado muitos trabalhadores à aposentadoria precoce, o que está preocupando o governo

     DAVID BRINDL e SUE QUINN 

LONDRES - Quase um terço dos homens britânicos com mais de 50 anos de idade, mas ainda sem a idade necessária para a aposentadoria, não possui emprego remunerado e a maioria já desistiu de procurar.

Um estudo do governo britânico mostra que a tendência à aposentadoria precoce no Reino Unido cresce rapidamente e corre o risco de criar um grupo de 2 milhões de homens entre 50 e 60 e poucos anos que não está fazendo quase nada da vida e cuja inatividade pode pôr em risco sua saúde.

Essa tendência também indica que logo existirão, no mínimo, tantas mulheres acima de 50 anos trabalhando quanto homens.

Peter Elias, diretor do Instituto para Estudos do Emprego na universidade de Warwick na Inglaterra disse: "É bem provável que dentro de dez anos possamos estar vendo algo bastante próximo da igualdade no índice de emprego daqueles acima de 50 anos." O estudo, de acordo com o Escritório do Reino Unido para Estatísticas Nacionais (ONS), agrupa todas as informações relevantes sobre a chamada "3ª Idade", faixa na qual são considerados todos os que têm mais de 50 anos. Nos próximos 20 anos, o número de pessoas nesse grupo aumentará para 25 milhões, ante os 19 milhões de hoje.

Entre as mulheres britânicas que estão com seus 50 e poucos anos a proporção das que possuem um emprego remunerado aumentou gradualmente de 55% em 1986 para 62% no ano passado; no entanto, quase metade delas trabalha apenas meio período.

Entre os homens britânicos de 50 a 64 anos, porém, a proporção dos que mantêm emprego remunerado caiu de 84% em 1979 para 69% no último ano. Entre os 31% que não trabalham - algo em torno de 1,5 milhão de homens - menos de 4% estão registrados como desempregados e 27% são considerados denominados "economicamente inativos".

Se essa tendência continuar, em dez anos existirão 2 milhões de homens acima de 50 anos, porém abaixo da idade necessária para a aposentadoria, sem uma profissão fixa, que provavelmente não conseguirão coisa alguma.

Elias afirmou que a causa principal para a diferença nos padrões de emprego para homens e mulheres seria uma mudança estrutural. Enquanto muitos cargos industriais desapareceram, especialmente nas indústrias pesadas, houve um rápido crescimento de oportunidades no setor de serviços.

"Isso continua a ocorrer", afirmou. "Esperamos mais um declínio no setor industrial nos próximos dez anos, enquanto as áreas em expansão, como hotéis, serviços de bufê, alimentação e limpeza, continuam privilegiando as mulheres." O estudo também indica que os homens que se aposentam precocemente e ficam o dia inteiro em casa correm grande risco de adquirir deficiências na saúde, com índices de mortalidade para homens entre 50 e 64 anos, hoje em dia,60% maior do que os das mulheres.

Os homens entre 50 e 64 anos têm probabilidade duas ou três vezes maior de morrer de ataque cardíaco ou derrame cerebral do que as mulheres da mesma idade. Keith Galpin, gerente de Desenvolvimento da Reach, uma instituição de caridade de Londres que encontra empregos voluntários para aqueles com alguma experiência profissional, acredita que os homens que se aposentaram precocemente estariam dispostos a trabalhar como voluntários se fossem estimulados.

"No momento atual, temos 2 mil oportunidades nos nossos registros, e cerca de mil pessoas registradas", afirmou. "Existem muitos outros lá fora que se aposentaram precocemente, mas os homens costumam pensar que trabalho voluntário é coisa para mulheres."

  Provedoras - 

Em Newcastle, no Tyne, na Região Nordeste da Inglaterra, muitos homens adaptaram-se a uma vida que não teve espaço para o trabalho remunerado, enquanto as mulheres ganham o pão.

Kevin Flynn, coordenador do Centro Contra o Desemprego em Newcastle, diz que o relatório concluiu que um excessivo número de homens da região desistiram de procurar emprego nos útimos dez anos. "Houve um tempo em que todos trabalhavam unidos em um grande local, eram remunerados de forma decente e tinham algum dinheiro para gastar", lembrou. "Atualmente, você tem de estar preparado para trabalhar muitas horas, sem segurança nenhuma."

Inicialmente, o desemprego causava depressão e vergonha, mas "a partir do momento que eles deixaram de lado esse machismo de ter de ser histórico provedor, alguns acharam a idéia bastante liberal," disse Sr. Flynn.

Curiosamente, Tim Holt, diretor do Escritório do Reino Unido para Estatísticas Nacionais (ONS), anunciou na quinta-feira a intenção de aposentar-se. Ele tem 55 anos.


None: Para franceses, trabalho além do horário vai dar cadeia

Re: News: Emprego na Inglaterra (Edward Iamamoto)
Date: Thu, 17 Jun 1999 00:06:17 GMT
From: Enrico Shiohara <eshio@ruralsp.com.br>

Notícia publicada no "The Wall Street Jornal" de 16 de junho de 1999

PARA FRANCESES, TRABALHO ALÉM DO HORÁRIO VAI DAR CADEIA

Por David Woodruff Repórter do The Wall Street Journal

COLOMBES, França - São 19h20 neste subúrbio parisiense, e de repente o saguão de um complexo de escritórios da Thomson-CSF fica lotado. Como se estivessem em fila, vários empregados descem correndo os degraus de uma escada rolante parada, abrem os portões de segurança com seus crachás e seguem para a porta.

Ufa! Por pouco eles não desrespeitam a lei novamente.

Trabalhar até tarde - uma tradição que enche de orgulho os executivos franceses - tornou-se crime. Numa época em que trabalhadores do mundo todo estão pegando no batente cada vez mais pesado, a França está indo na direção oposta: o país está reduzindo a jornada semanal de trabalho de 39 para 35 horas, até mesmo para os que desempenham funções administrativas. Ainda que a nova lei só vá entrar em vigência em janeiro, os inspetores de trabalho, que sempre fizeram vista grossa para os hábitos dos workaholics, estão caindo em cima de empresas onde gerentes, engenheiros e administradores trabalham além da conta.

Com os altos executivos tendo diante de si a possibilidade de passar até dois anos na cadeia como pena para algumas violações, as empresas francesas estão tomando medidas drásticas para colocar os funcionários da porta para fora na hora certa. Na divisão de comunicações da Thomson-CSF em Colombes, por exemplo, os seguranças ligam para infratores reincidentes, para lembrá-los de que está na hora de ir embora. A Thomson e outras companhias instalaram versões eletrônicas dos velhos relógios de ponto, obrigando os empregados a registrar a hora de entrada e saída por meio de crachás equipados com fitas magnéticas ou chips. Em alguns prédios de escritórios, uma sirene toca no fim da tarde, indicando que está na hora de as pessoas arrumarem as coisas e ir para casa. Os prédios são trancados mais cedo e o acesso aos estacionamentos às vezes é restrito depois das 19h.

Ao reduzir a jornada semanal para todos os trabalhadores, com exceção dos executivos sêniores, o governo de coalizão de esquerda da França, que tem o apoio da maioria dos sindicatos, espera reduzir a taxa de desemprego de 11% que o país registra. "Vemos que os administradores franceses trabalham mais e mais", diz Pierre Vial, vice-secretário da federação de administradores que é parte do sindicato CFDT. "Eles precisam deixar trabalho para os outros."

Claro, alguns trabalhadores concordam que é crime passar tempo demais no serviço. Mas líderes empresariais do país dizem que impor horários rígidos para empregados de nível administrativo - que tradicionalmente não tinham limite e agora trabalham em média 45 horas por semana - não faz sentido e vai ser um obstáculo para a competitividade das empresas francesas, exatamente quando elas lutam para aumentar seu nível de eficiência para enfrentar a acirrada competição global. "Isso ficou absurdo", diz Paul Calandra, diretor de recursos humanos da Thomson-CSF. "O que virá depois disso? Vão colocar cintos de segurança nas cadeiras das salas de recreação?"

Na fase de aquecimento para enfrentar uma jornada mais curta, algumas empresas já negociaram contratos de 35 horas com os sindicatos, aproveitando-se dos incentivos em dinheiro dados pelo governo para aquelas que adotarem as novas regras mais cedo. Muitas tentaram driblar a rigidez das jornadas oferecendo férias adicionais. A idéia é deixar os administradores trabalhar até tarde, mas dar-lhes um tempo a mais para recarregar as baterias. Sob um pacto que entra em vigor em setembro, na PSA Peugeot Citroën, por exemplo, os trabalhadores assalariados ganham 11 dias a mais de férias, além das cinco semanas a que têm direito por lei. Quatro dias são reservados para educação relacionada ao trabalho, mas os empregados ainda assim ficam com seis semanas de férias. Se essa solução encontrada pela montadora vai ser aceita pelo governo ainda não está claro.

Já a Texesis, a divisão de radares da Thomson, está sob o fogo cruzado da luta pela redução da jornada. A divisão, cuja sede fica num prédio de vidro e aço no subúrbio de Elancourt, a oeste de Paris, desde 1996 vem sendo perseguida por ativistas sindicais e inspetores trabalhistas que querem que a empresa siga a lei ao pé da letra. Os representantes do Ministério do Trabalho recusam-se a comentar o caso, mas a Texesis e outras subsidiárias da Thomson já tiveram contabilizadas mais de 9 mil infrações, inclusive não ter registrado o tempo exato de trabalho dos empregados, não ter guardado esses registros por um ano e ter permitido que seus empregados trabalhassem mais de dez horas num dia.

"Temos a impressão de que o objetivo é fazer de nós um exemplo", diz Calandra. "Cada um tem direito de ter equílibro entre a vida profissional e a pessoal. Mas não estamos numa colônia de férias nem no Club Mediterranée."


Agree: Untitled

Re: News: Emprego na Inglaterra (Edward Iamamoto)
Date: Thu, 06 Jan 2000 21:09:35 GMT
From: Américo Ferreira de Aragão Júnior <thatsright@zipmail.com.br>

I am looking for a job !!!!!!!


News: IBM corta 1.100 empregos

Re: News: Ensaio: O Fim Dos Empregos - versão 0.1.1 (Edward Iamamoto)
Date: Fri, 25 Jun 1999 19:46:30 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

IBM corta 1.100 empregos

        São Paulo - A IBM está cortando 1.100 empregos em San Jose, cerca de 10% do número de funcionários no norte da Califórnia, como medida preparatória para transferir suas fábricas de disk drives para fora dos EUA. A empresa informou que vai produzir o produto no México, Hungria e Japão. Os cortes serão concluídos em um ano.O plano de reestruturação, comunicado aos funcionários há um mês, tem como objetivo padronizar o design dos produtos IBM, reduzir custos e o tempo de envio dos produtos ao mercado.

  O negócio de disk drives deve movimentar US$ 32,4 bilhões este ano, estima Jim Porter,fundador da empresa de pesquisas de mercado Disk/Trend. Com uma participação de 27% no mercado, a IBM teve vendas de US$ 8,2 bilhões no segmento em 1998. Os cortes na IBM acompanham os esforços de redução de custos no setor por causa da constante queda nos preços dos computadores.

Agência Estado - 25 de Junho de 1999.


Question: Arvores de conhecimento

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Keywords: árvores de conhecimento
Date: Sun, 23 May 1999 18:47:11 GMT
From: Tulio <anjo@ufu.br>

Gostaria de obter o soft do Sr Pierry Lévi sobre árvores de conhecimento. Gostaria de também conhecer aplicaçoes das árvores de conhecimento e fazer uma entrevista para um seminário que estou preparando para a disciplina SI da UFU. Obrigado

Túlio anjo@ufu.br


News: O papel do chat na Internet

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Mon, 24 May 1999 00:36:45 GMT
From: Clayton Selani <selani@amcham.com.br>

Grupo: Adriana Reigadas Clayton Selani Denis Tse Eduardo Henrique Curioni

Versão preliminar do nosso trabalho

MITOS E ARQUÉTIPOS DO DESPERTAR DO AVENTUREIRO

Em termos de arquétipos, a necessidade por renovar é refletida no arquétipo do aventureiro, que pode ter várias formas.

Aventura pode ser uma atividade solitária, mas é com frequência praticada em grupo.

Quando pessoas se aventuram juntas, elas compartilham não apenas os riscos e incertezas que elas devem negociar mas também o crescimento e vínculos que aumentam quando encontram desafios.

Algumas aventuras ou peripécias são mais fortes que outras; uma aventura que consiste de assistir um filme ou ler um livro é comulmente menos recompensadora do que aquelas que requerem participação, risco e compartilhação.

Na cultura ocidental, o nome mais conhecido é Odysseus, também conhecido por seu nome latino, Ulisses. Segundo a crônica de Homero, Ilíada, Odysseus era o rei de Ithaca que liderou os gregos na Guerra de Tróia. Foi ele que arquitetou o estratagema do Cavalo de Tróia para conquistar Tróia. Segundo a lenda, a Deusa Athena ficou zangada com os gregos pelo mau tratamento que eles deramna derrota da princesa Cassandra, e ela pregou que eles teriam problemas ao retornarem aos seus lares na Grécia.

Ninguém dos gregos enfrentou maiores obstáculos do que Odysseus. Nas crônicas, Homero narra os desafios encontrados por Odysseus em dez anos de jornada.

Odysseus mostrou de guerreiro e malandragem para se livrar dos vários obstáculos, como os dois ciclopes.

Logo, vemos que em qualquer mito as características podem ser uma mistura de arquétipos. Nosso presente interesse no arquétipo aventureiro leva mais às características de Odysseus como um herói do que como um xamã-caçador-malandro.

Na mitologia, a mais dificíl jornada que um heróis pode se submeter é aquela que o leva ao reino da morte. Uma jornada dentro dessa terra simboliza morte, e uma jornada de volta simboliza renascimento. Esse ciclo de morte e renascimento é o ciclo da renovação e transformação em que o herói encontra integração e sabedoria para levar de volta à comunidade. Essa forma de mito aventureiro aparece em culturas em todo o mundo.

Para muitos, a conexão entre aventura e renovação com computadores parece estranha. O que editores de texto e planilhas têm a haver com novas e renovadas experiências?

Mundos Digitais são computadores-incrementados ou computadores-criados para experiências. Os vários tipos de mundos digitais diferem principalmete de como a experiência é produzida e o que significa. Exemplos de mundos digitais: realidade virtual, realidade incrementada, telepresença e computaçâo onipresente ou virtualidade encorporada.

Mundos Digitais têm uma profunda conexão simbólica com a mitologia. Em muitas histórias de maiga, sabendo e dizendo as palavras certas como um feitiçaria é tudo que é preciso para liberar poderosas forças.

Essa coneão entre criação e palavras é particularmente apta para os mundos digitais. Mundos Digitais são criados por pessoas que escrevem programas de computador. Nesse sentido, a criação de realidades virtuais como mundos digitais têm muito em comum com a criação mitológica dos mundos que nós vivemos, exceto que as palavras são ditas - ou escritas - por pessoas e não por Deuses.

A PROFUNDA ESTRUTURA DA METÁFORA DOS MUNDOS DIGITAIS

Por estarmos familiarizados com mundos no sentido usual, a metáfora ddos mundos digitais é investida com muito prior de significado.

Começaremos com a idéia de lugar. Diz o ditado: "Quanto mais longe algo está, mas tempo levará para chegar lá." Coisas, inclusive nós, só podem estar em um lugar no mesmo tempo.

DESAFIANDO SUPOSIÇÕES SOBRE MUNDOS DIGITAIS

Como todos as outras metáforas, as metáforas dos mundos digitais nos enganarão se nós dermos uma olhada em o que é diferente entre o reino digital e como é mudado. No mundo real, diferentes objetos estão em diferentes lugares e podem somente estar em um lugar por vez. Nos mundos digitais, esse senso de lugar é mais ambíguo.

Em mundos reais, nós temos que viajar para chegar aos lugares, e quanto maior a distância mais tempo levará. Em mundos digitais tudo viaja a velocidades eletrônicas. Nós podemos ir de um lugar a outro através de um salto eletrônico. Se soubermos o endereço para onde ir, nós "teleportamos" para aquele lugar instantaneamente, sem passar por pontos intermediários. Embora ainda possa levar tempo para chegar a algum lugar, e'o tempo de aprender e descobrir onde nós queremos ir. O tempo de transporte é geralmente negligenciado.

Em um mundo real, nós temos corpos cujas aparências e capacidades podem ser mudadas, mas somente de formas limitadas.

No mundo real e'incoveniente quando nós acidentalmente esquecemos coisas importantes como chaves ou uma carteira. Numa realidade digital, nossas coisas podem viajar conosco automaticamente, ou nós podemos mandar um agente para buscá-las por nós.

ALÉM DA METÁFORA DOS MUNDOS DIGITAIS

A metáfora dos mundos digitais é a quarta das metáforas que nós consideramos como guia para nós compreendermos o tipo de infraestrutura de informação que nós podemos inventar. Nós percebemos que há muito espaço para sobrepor e para usar múltiplas metáforas. Por exemplo, embora a metáfora da biblioteca digital enfatize procura de informação, nós poderíamos esperar visitar não apenas um vasto lugar de livros e outras mídias mas também encontrar bibliotecários que nos ajudem. Criar um senso de lugar e de comunidade numa biblioteca digital é mais útil do que simplesmente criar um banco de dados online. Na metáfora do e-mail, nós queremos mandar uma mensagem a alguém. Mas se nós encurtarmos o tempo entre mandar e receber mensagens, nós podemos nos aproximar de uma conversação em tempo real. A metáfora dos mundos digitais podem adicionar um senso de presença para cada participante e um senso de localização em que se tem a conversação: encontre-me na cachoeria ou no café. A metáfora do mercado eletrônico, que enfatiza comércio, já contém um termo, lugar, que se refere à metáfora dos mundos digitais. Nós vamos ao mercado não apenas para comprar e comercializar mas também para olhar pessoas; o que significa uma troca intelectual e social assim como compras e vendas.

A metáfora dos mundos digitais é também open-ended. Nós podemos ir ao mundo digital para encontrar coisas e interagir com outros. Nossas experiências em mundos digitais podem ser as mais poderosas experiências que nós podemos conseguir de uma rede de computadores. Elas também apresentam oportunidades e desafios para renovar-nos e trazer-nos o que há de melhor em nós humanos.

MUD - Fenômeno social - baseado na realidade virtual

Introdução

MUD é uma rede virtual cuja interface é totalmente baseada em textos. É popularmente chamado de bate-papo ou chat. O processo consiste no seguinte: os participantes entram no chat através de seus computadores, que estão ligados na internet.

É interessante observar que as interações entre os participantes é, praticamente, em tempo real, limitada somente pela "velocidade" de digitação do usuário.

MUD

Porém o chat não é realidade virtual convencional. Como foi dito acima, o "mud" não é a realidade virtual contendo recursos especiais de hardware e recursos gráficos, muito menos senso de orientação, 3D, etc. Mas sim, é baseado somente na interface texto (interface essa com o banco de dados do servidor de chat), de modo que todas as comunicações são feitas por escrito, assim como as respectivas respostas.

Abaixo segue um típico trecho de uma sala de chat: >Nikita fala com vampiro: "Em que cidade vc mora?"

>Sheila entra na sala
>mp4 sorri para morena
"Vamos sair hoje?" >vampiro responde para Nikita: "Estou morando, atualmente, em Uberlândia. Mas sou de Fortaleza. Adoro lá. E vc, de onde está falando?"

Muitos fazem uma comparação entre o "mud" e o game "Aventure and Zork", devido às inúmeras semelhanças… Porém, há três grandes fatores que distinguem o "mud" do game: - o chat não tem um objetivo. Não tem início e fim. Não tem placar e não apresenta noção de vitória ou sucesso. Seus participantes não jogam entre si, não se combatem e muito menos se rivalizam (ou pelo menos não deveriam). - O chat é extensível por si mesmo. Permite ao usuário adicionar novos "objetos" ao banco de dados, tais como salas, notas, etc. - O chat, na grande maioria das vezes, possui mais de um usuário conectado concomitantemente. E todos os usuários conectados acessam o mesmo banco de dados e os mesmos objetos, ainda que criados por outros usuários. E os usuários podem se comunicar uns com os outros em tempo real.

Graças a essa última vantagem, o chat transforma o meio em que está de solitário para social.

O chat é composto de diversas salas. Cada sala corresponde a um assunto. De modo que o participante escolhe o assunto preferido (dentre os mais diversos existentes).

O chat funciona da seguinte forma: o participante escolhe a pessoa com quem quer interagir e digita o conteúdo da informação, que chega ao destino. Há também a opção para falar com todas as pessoas da sala.

Para identificar a pessoa com quem o participante quer falar, ele busca através de apelidos. No chat, ao contrário da realidade, as pessoas são muito conhecidas por seus "nicks". Pode haver também uma curiosidade maior a respeito de determinado usuário do "mud". Suas características ficam visíveis a todos os outros participantes. Basta um comando "look - nick da pessoa" para verificar os dados.

Fenômenos sociais observados no MUD

Descreveremos a seguir, fatos observados num "mud" denominado LambdaMOO. Essa sala era restrita. Bastou ser anunciada publicamente, para mais de doze países, para atingir cerca de setecentos e cinquenta usuários novos.

O administrador do chat fez algumas observações a respeito do comportamento e sentimentos dos usuários, baseado em conversas com os próprios. E agrupou suas observações em 3 categorias, que seguem: - fenômenos observados e motivados por participantes; - fenômenos observados por interações entre pequenos grupos e - fenômenos observados no comportamento da comunidade como um todo.

Observações motivadas por participantes

As pessoas que têm a oportunidade de se conectar no chat LambdaMOO não são parcela representativa da população mundial. O perfil traçado é o seguinte: todos lêem e escrevem em inglês e, obviamente, têm acesso de alguma forma à internet.

Mais de 90% deles têm alguma ligação com colégios e universidades. Muitos deles são estudantes universitários.

Outra observação interessante é que mais de 70% dos participantes são do sexo masculino, entretanto, é muito difícil a explicação para esse fato.

Apresentação no chat

Como foi dito, há várias formas de um participante se apresentar no "mud". Ele pode se apresentar utilizando o próprio nome ou mesmo algum apelido sugestivo e chamativo.

As escolhas dos nomes são muito curiosas: alguns nomes provém da literatura, da mitologia, etc. Outros estão no diminutivo. Trata-se, simplesmente, de uma questão de estilo.

Os participantes, em vista disso, são muito possessivos no que diz respeito a seus nicks, inclusive, alertando e repreendendo outros usuários desavisados que tenham nicks iguais ou mesmo parecidos com os seus. É como se eles fossem proprietários do nick já registrado.

Um fato muito curioso é, o grande número de indivíduos do sexo masculino no chat. Ou, pelo menos, pessoas que dizem ser do sexo masculino. Alguns homens aproveitam dessa desvantagem numérica feminina, para se identificarem como sendo do sexo feminino, para ganhar uma atenção maior. Alguns usam esse artifício para enganar os participantes, outros também tentam seduzir os mesmos. De fato, esse é um fenômeno amplamente noticiado, de modo que o usuário deve ter muita prudência ao flertar com participantes que dizem ser do outro sexo.

Alguns usuários alertaram o administrador a respeito da presença de travestis agindo no chat. Essas pessoas liberam seus desejos e fantasias sexuais nesse ambiente, dado a segurança que apresenta, com o intuito de uma aproximação maior com os homens.

Os homens que se apresentam como mulheres no chat, muitas vezes não têm a intenção de causar decepção nos outros participantes. Mas sim, têm a intenção de saber "como o outro sexo se comporta".

Enquanto isso, as pessoas do sexo feminino têm feito alguns comentários: ou são incomodadas ou recebem um tratamento muito especial. Para se ter uma idéia, um usuário masculino que entra ao mesmo tempo que um do outro sexo, é completamente ignorado, nessa situação. A atenção é voltada, principalmente, para o participante do sexo feminino. O usuário masculino acaba deixando a sala, uma vez que não recebe atenção.

Em vista desses problemas, muitas mulheres têm sido questionadas e impelidas a provar, realmente, seu sexo. As pessoas que não divulgam o sexo, são intimadas a revelar o segredo.

Uma parte importante no chat é a auto-apresentação. Esta é a parte onde os usuários ditam o papel que terão ao entrar na sala.

Alguns usuários utilizam descrições completamente curtas, enquanto outros utilizam uma descrição muito alongada, com o intuito de ficarem mais em evidência. Outro artifício utilizado para isso é o fato de que uma grande parte dos usuários faz descrições totalmente mentirosas, "imitando" atrativos físicos de personagens famosos.

Anonimato

Um fator muito significante no chat é o anonimato existente. Não há meios de se descobrir a real identidade de cada usuário. A privacidade deve ser garantida, de modo a preservar cada participante do "mud".

Isso contribui para o fato de muitas pessoas não terem a vontade de encontrar pessoalmente as pessoas com quem conversam no "mud". A conversa "por de trás do computador" apresenta menor risco social.

Outra vantagem do anonimato é o fato de os participantes se sentirem totalmente livres para o fato de entrar e sair da sala a qualquer momento. Isso faz com que o "risco" social diminua. Por exemplo: numa situação em que a conversa não deu certo, o usuário pode, simplesmente sair da sala, e entrar com outro nick, sem medo e sem vergonha de a outra pessoa reconhecê-lo novamente, uma vez que o nick é diferente.

Muitos usuários são, de certa forma, incentivados a utilizar de irresponsabilidade e violência no "mud", devido ao sigilo garantido pelo anonimato. Em geral, essas pessoas aparecem devido a uma causa principais: não têm personalidade para assumirem suas ações no mundo real.

Wizards

Nos chats, há uma classe especial de usuários: são os wizards. São os "seguranças" da sala. São eles quem estabelecem as permissões sobre os direitos de cada usuário dentro do chat. Fazendo uma comparação, são como os administradores de redes. Participantes somente podem ser inseridos nessa classe especial por outros "wizards".

Quando ocorre algum problema de "agressão virtual", os seguranças primeiramente fazem uma "aproximação" educada, alertando o usuário rebelde. Quando isso não adianta, há punições para tanto: - sérias restrições aos usuários rebeles; - mudança do nome e da descrição fornecida pelo usuário rebelde, ridicularizando-o ou - mudando a sala de tal usuário para um lugar público.

Essas punições são suficientes para inibir esse tipo de comportamento.

Os wizards, em geral, têm uma experiência diferente dos outros usuários: haja vista que eles têm poderes sobre os outros, muitas vezes são tratados de um modo diferente, perante os usuários normais. Também há uma significativa minoria que provocam os seguranças, por causa de seu poder.

UM ESTUPRO NO CIBERESPAÇO

Como um palhaço demoníaco, um espírito zombador haitiano haitiano, dois bruxos e um elenco de dezenas transformaram uma base de dados em uma sociedade

A visão de Pavel Curtis do fenômeno chat é necessariamente moldada por seu papel como designer de LambdaMoo. Ele consegue separar a vida real e o chat. O artigo de Dibbell proporciona uma visão imersa do evento. A linguagem passa de criador para observador. É o relato de uma terra estrangeira, muitos eventos acontecem. Isso o deixa confuso... Esta mudança na linguagem nos dá a sensação de estarmos lá e desse modo entender mais intimamente como regras sociais surgem em uma realidade digital. Um chat é um meio ambiente no qual o que parece ser uma pessoa corporificada é mudado. Para aqueles que entram em um chat a sociedade muda também.

É a história de um homem chamado Mr. Bungle, da violência sexual que ele cometeu nas estradas de LambdaMoo , e mais importante, dos modos que sua violência e suas vítimas mudaram os mais de 1milhão de residentes da mansão cheia de mágica para tornar-se a comunidade que muitos deles já acreditavam que eram. A hora era Segunda à noite em março, e o lugar era a sala de estar. Ele, Mr.Bungle, começou usando sua boneca de vodu para forçar um de seus ocupantes da sala à servi-lo sexualmente numa sociedade de modos mais ou menos convencionais. Sua vítima era Legba, o espírito haitiano. Logo Legba foi ejetado da sala. Bungle voltou sua atenção para Starsinger, forçando-a para não desejadas ligações com outros indivíduos presentes na sala, entre eles Legba Bakunim e Juniper. Suas ações foram ficando violentas. Fez Legba comer seu proprios pelos púbicos. Fez Starsinger violar a si próprio com um pedaço de talher de cozinha. Suas risadas ecoaram demonicamente com sucessivas afrontas. Até que Zippy, uma sábia e confiável velha que trouxe com ela uma arma que envolvia seus alvos em uma jaula impermeável mesmo para os poderes da boneca de vodu. Zippy atirou sua arma no Mr. Bungle, frustando a boneca... Nenhum palhaço hediondo ou espíritos zombadores aparecem na versão de vida real do incidente. Nenhuma boneca de vodu ou armas mágicas, nenhum estupro ou qualquer tribunal de justiça já o definiu. Os atores do drama eram a maioria estudantes universitários, e eles sentavam na frente da tela de um computador todo o tempo, suas únicas ações eram finos esvoaçar de dedos sobre os teclados tipo QWERTY. Qualquer iteração física consistia de uma mistura de sinais eletrônicos enviados de sites espalhados entre Nova York e Sydney.

Tudo isto significa que LambdaMoo era uma subespécie de chat orientado a objetos. Um tipo de base de dados especialmente designado para dar aos usuários a vívida impressão de movimentos através de um espaço físico que na realidade existe somente como informação descritiva em um arquivo em um disco rígido. Quando usuários acessam LambdaMoo, o programa imediatamente os presenteia com uma breve descrição textual de um dos quartos da mansão ficcional. Ao que diz respeito ao programa, todas estas entidades são sub-programas diferentes que o programa permite interagir de acordo com as regras, imitando as leis do mundo físico.

As marionetes e o cenário são códigos digitais e pedaços de escrita criativos. Mr. Bungle era um jovem homem da Universidade de NY. Mas, poderia ter sido Al Gore... Não há falta de misticismo e mitologia na história de Dibbell. Ele tem dotado o lugar com realidade, ele pensa nisso e fala sobre isso como um local. E para ele, o local tem magia. Mitos surgem em LambdaMoo e a realidade-irrealidade do lugar parece um convite para pesquisar a magia da compreensão.

LambdaMoo é talvez um dos mais famosos chats, mas os fenomenos sociais variados observados lá ocorrem em outros chats e em outros tipos de comunicação eletrônica. Alguns chats publicam roteiros aconselhando novos membros sobre o comportamento esperado. Nós podemos pensar que a anonimato abre a porta para o comportamento irresponsável, mas para a maioria das pessoas isso não tem valor real.

Um cartoon publicado no New Yorker mostrava um cachorro sentado na frente de um computador com a legenda : " Na Internet ninguém sabe que você é um cachorro." Esse é o ponto : o anonimato traz consigo a liberdade de ser o que você pode ser, ou tentar sobre novas regras ou comportamentos sem se preocupar sobre a possibilidade de fracasso ou embaraço...

Nem todos os chats são anônimos. Em certas comunidades, especialmente aquelas cujos participantes têm um contínuo relacionamento profissional ou compromissos para atividades além da rede, o anonimato é descaracterizado. Há situações nas quais as realidades digitais aumentam atividades e realidades físicas. Nestes casos, participantes freqüentemente conhecem os nomes reais de cada um. Eles trabalham e encontram-se no espaço digital simplesmente porque é mais convincente.

Alguns links interessantes para diversos chats:

http://chat1.zaz.com.br/chat/
http://www.uol.com.br

Este texto tb pode ser encontrado em www.linux.ime.usp.br/~selani


Feedback: Versão quase final do trabalho teórico

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Keywords: trabalho teorico
Date: Mon, 31 May 1999 17:22:50 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

O trabalho escrito pode ser encontrado no seguinte endereço:

http://www.linux.ime.usp.br/~davi/Orwell_1984/RDI_SOC_2.html

Ainda falta eu acrescentar os links, que logicamente eu não sabia de cabeça. Isto eu termino ainda hoje...

A apresentação deste trabalho ficou para o dia 18 de junho.

David


None: Mensagem no lugar errado...

Re: Feedback: Versão quase final do trabalho teórico (David Machado)
Keywords: trabalho teorico
Date: Mon, 31 May 1999 17:25:22 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

OPS! Sem querer eu coloquei a mensagem no lugar errado. :-(

Bom, agora acho que não dá para voltar...


None: O surgimento do timeless time

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Fri, 04 Jun 1999 18:43:15 GMT
From: Edward Iamamoto <emii@usp.br>

  Olá, pessoal!

  Acabei de ver uma notícia que parece estar de acordo com a idéia do timeless time.

  A bolsa de valores de N.Y. vai aumentar o tempo em que fica aberta para negociações para mais seis horas. Essa medida será adotada apenas no próximo ano, a pedido do governo dos EUA, para evitar problemas com o bug do milênio (Y2K). Essa medida tem o objetivo de permitir que a bolsa de N.Y. e seus negociadores possam fazer compras e vendas com todo o resto do mundo em vários fusos horários. Antes dessa medida era impossível fazer negócios de forma adequada com a bolsa de Tóquio, já que esta só estava aberta quando a bolsa de N.Y. já estava fechada.

  Mas isso é apenas o começo, de acordo com os administradores da bolsa de N.Y, o objetivo é ir aumentando o tempo de abertura da bolsa até chegar ao funcionamento 24 horas. Estima-se que isso deva aumentar o volume de negócios em 80%, tornando a economia americana mais dinâmica ainda.

  Se isso acontecer, logo todas as bolsas do mundo irão adotar esses sistema. E pelo menos, no mundo das finanças, o tempo não fará mais sentido (exceto, talvez, no mercado de futuros).

  


None: Mensagens Subliminais

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Keywords: mensagens, subliminais, microsoft
Date: Tue, 15 Jun 1999 23:41:23 GMT
From: David Machado <davi@linux.ime.usp.br>

Encontrei um site que acusa a Micro$$$oft de inserir mensagens subliminais em seus produtos.

Não tenho certeza se isto pode ser levado a sério ou se é apenas mais uma das inúmeras difamações que tentam levantar contra a pobre Micro$$$oft... :-D

De qualquer forma, se alguém ficou curioso pode dar uma olhadinha no seguinte site:

http://www.tcp.ca/gsb/PC/Win95-subliminals.html

Como o site me pareceu um pouco demorado para carregar, copiei algumas das imagens com as mensagens destacadas na minha página:

http://www.linux.ime.usp.br/~davi/subliminal/index.html

Bom, que cada um tire suas próprias conclusões... Pessoalmente eu não duvido nem um pouco que eles possam estar usando este tipo de técnica, embora acredite que seja de uma forma muito mais sutil que esta que estão tentando mostrar no site.

David


News: Como ganhar dinheiro com software de fonte aberta

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Fri, 25 Jun 1999 17:10:32 GMT
From: Alair Pereira do Lago <alair@ime.usp.br>

Saiu um novo artigo de Eric Raymond, o mesmo autor de "The cathedral and the Bazaar", tratando da economia em torno do fenomeno Open Source.

Um pequeno resumo:

"This paper analyzes the evolving economic substrate of the open-source phenomenon. We first explode some prevalent myths about the funding of program development and the price structure of software. We present a game-theory analysis of the stability of open-source cooperation. We present eight models for sustainable funding of open-source development; two non-profit, six for-profit. We continue to develop a qualitative theory of when it is economically rational to be closed. We then examine some novel additional mechanisms the market is now inventing to fund for-profit open-source development, including the reinvention of the patronage system and task markets. We conclude with some tentative predictions of the future."

A URL completa:
 <http://www.tuxedo.org/~esr/writings/magic-cauldron/magic-cauldron.html>


Question: Como ganhar dinheiro em casa com computador?

Re: News: Como ganhar dinheiro com software de fonte aberta (Alair Pereira do Lago)
Date: Sat, 08 Jan 2000 21:18:18 GMT
From: Elizabeth <elizabethlima@paiol.com.br>

    Eu gostaria de saber como ganhar dinheiro em casa usando meu computador, sem ser com piramides ou algo parecido. Um trabalho honesto.


News: O Fim dos Empregos --- Fase Final

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Wed, 30 Jun 1999 17:58:36 GMT
From: <shigueo@linux.ime.usp.br>

A versão final do projeto teórico está em:

http://www.linux.ime.usp.br/~shigueo/mac333


More: Atualização

Re: News: O Fim dos Empregos --- Fase Final
Date: Fri, 02 Jul 1999 18:49:07 GMT
From: <shigueo@linux.ime.usp.br>

Foram feitas algumas alterações para enriquecer o projeto.


News: Versao Fianl do Projeto

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Fri, 02 Jul 1999 15:04:24 GMT
From: Telmo Dias de Souza Carlos <unknown>
Body-URL: http://www.linux.ime.usp.br/~jqueiroz/dinfinal.html

404 Not Found

Not Found

The requested URL /~jqueiroz/dinfinal.html was not found on this server.


None: Novos cargos da tecnologia

Re: : MAC-333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento (Imre Simon)
Date: Wed, 07 Jul 1999 16:56:19 GMT
From: Adriana Reigadas <reigadas@linux.ime.usp.br>

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Conheça os novos - e mais quentes - cargos da tecnologia


Atenção para a sigla E-CEO! Significa Chief E-Commerce Officer, um dos cargos mais requisitados hoje nos EUA

Katia Militello

POR KATIA MILITELLO

Você já ouviu falar na sigla E-CEO, de Chief E-Commerce Officer? Pois então preste atenção a ela! O E-CEO é um dos mais quentes entre os novos cargos que estão surgindo no mundo da tecnologia. Os recrutadores americanos estão como loucos atrás desses profissionais e o motivo é um só. As empresas descobriram que podem ganhar dinheiro com comércio eletrônico e buscam especialistas para montar e gerenciar suas estruturas de e-commerce. Nos últimos dois meses, só a consultoria Spencer Stuart recebeu trinta pedidos de empresas americanas interessadas em recrutar um czar de comércio eletrônico.

O E-CEO responde diretamente ao presidente da empresa, tem o mesmo status do diretor de informática, mas precisa desenvolver algumas habilidades especiais. Deve dominar a tecnologia de Internet e as ferramentas de e-commerce, mas isso não significa que ele vai colocar a mão na massa, desenhar sites ou se envolver com os números de cartões de crédito dos consumidores. Nada disso. Sua função é mais estratégica. Cabe ao E-CEO desenvolver soluções para transformar a Internet em diferencial competitivo para a empresa, seja por meio da venda direta de produtos ou para interligá-la a fornecedores e distribuidores de forma mais fácil e direta. Como você já deve ter percebido, mercado não falta para o E-CEO.

 

CRO e CKO. Como?

Além do especialista em e-commerce, dois outros cargos com siglas complicadas começam a aparecer com destaque no organograma das empresas. São o CRO, de Chief Resource Officer, e o CKO, de Chief Knowledge Officer.

O CRO é uma espécie de diretor de recursos, um cargo que surgiu na estrutura das grandes empresas para gerenciar o processo de terceirização dos sistemas, uma prática cada vez mais comum. Cabe ao CRO desde a escolha do prestador de serviços até o gerenciamento das relações e riscos que uma parceria desse tipo representa.

Entre as habilidades do CRO estão experiência para gerenciar negócios em diferentes áreas, facilidade para negociar custos e conforto para lidar com mudanças contínuas.

E o CKO? Bem, esse é uma espécie de diretor de conhecimento. Grandes empresas e consultorias, como Xerox, GE, Ford e McKinsey, já têm em seus quadros profissionais capacitados para administrar o capital intelectual da companhia.

O perfil do CKO é complexo. Em primeiro lugar ele tem que provar a todos na empresa o quanto é importante armazenar bem e usar as informações para a tomada de decisões. Do presidente aos gerentes, todos têm que aprender a mexer com coisas como Lotus Notes, softwares de data mining e de groupware. E o CKO precisa fazer com que, além de aprender, os executivos transformem a informação em mais dinheiro para a companhia.

Agora resta saber quanto as empresas estão dispostas a pagar por esses novos especialistas. Se o mercado americano servir como parâmetro estamos bem. Um CKO ganha por ano, nos Estados Unidos, cerca de 98 000 dólares, ou mais de 8000 dólares por mês. Nada mal, não é?



Katia Militello é Editora Sênior de INFO EXAME. Esta coluna é atualizada quizenalmente.

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