Microsoft chega a acordo com governo dos EUA

[Leandro Diullas Sperandio <diullas@linux.ime.usp.br>]

O artigo a seguir foi retirado da página do Estadão

http://www.estadao.com.br/tecnologia/informatica/2001/nov/02/125.htm

do dia 02/11/01 e fala sobre o acordo entre a Microsoft e o governo do EUA
na tentativa de impedir o monopólio desta empresa.


             Microsoft chega a acordo com governo dos EUA 


Washington - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos chegou hoje a um
acordo com a Microsoft, pondo fim a um processo de três anos no qual a
maior fabricante mundial de softwares era acusada de exercer
monopólio. Esse acordo precisa ainda ser aprovado por uma juíza federal e
pelos governos dos 18 Estados que moveram a ação.

O presidente e fundador da empresa, Bill Gates, considerou o acordo "justo
e razoável", mas analistas de Wall Street disseram que foi uma vitória
para a Microsoft. No governo anterior, de Bill Clinton, o Departamento de
Justiça havia sugerido a cisão da empresa em duas companhias. O
presidente-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, disse que o seu grupo
tentará alcançar um acordo amigável com a União Européia, que também move
um processo semelhante.

Os principais pontos do acordo são estes:

a Microsoft deverá criar condições para que todos os provedores de
programas de computadores desenvolvam produtos que concorram com os da
empresa. Esta é uma tentativa de resolver a integração quase obrigatória
que a Microsoft impôs entre o seu programa operacional Windows - presente
em 95% dos computadores em todo o mundo - e suas próprias aplicações, como
Word, Explorer, Excel e Powerpoint; deverá outorgar, aos fabricantes de
computadores, flexibilidade para que contratem criadores independentes de
programas e coloquem esses programas no sistema operacional da
Microsoft; ela será obrigada a fornecer aos criadores de programas as
interfaces usadas nas aplicações para a operação com o Windows; a
Microsoft não poderá adotar represálias contra os fabricantes de
computadores, criadores de programas ou outros participantes da indústria
que optarem pelo desenvolvimento ou uso de produtos alternativos ao
Windows.

A Microsoft chegou a oferecer descontos substanciais aos fabricantes de
computadores que configurassem os aparelhos de tal modo que o usuário
deparasse com a tela do Windows assim que o ligasse, tendo em seguida
acesso aos programas da empresa. Os fabricantes que não aceitavam as
condições impostas pela Microsoft na configuração dos computadores
recebiam ofertas de fornecimento do Windows a preços mais altos do que
aqueles que aceitavam as condições da firma de Bill Gates.

A Microsoft é a maior editora mundial de programas de informática e está
se diversificando muito no setor de Internet. Seu sistema operacional
Windows, o verdadeiro coração do computador, tem predominância esmagadora
na indústria.

Fundada em 1975 por Bill Gates e Paul Allen, em cinco anos a Microsoft
revolucionou o mundo da informática ao convencer a IBM a adotar o sistema
operacional MS-DOS (comprado de um programador por US$ 50 mil) em seu
primeiro microcomputador. O sucesso do PC da IBM e a proliferação de
cópias tornaram o MS-DOS padrão da indústria, e em pouco tempo esse
sistema equipava mais de 90% dos computadores em todo o mundo.

Com o Windows 95, a Microsoft assegurou sua liderança. As diferentes
versões do Windows - a última delas, a XP, foi lançada dia 25 de outubro -
se transformaram numa tremenda fonte de renda para a companhia. 




 Leandro Diullas Sperandio   <diullas@linux.ime.usp.br>