RESUMO: |
O ensino da matemática
não contribui para que o educando questione as relações
sociais e a estrutura de significados historicamente existentes, quando
polariza na reprodução da atividade matemática tecnicista,
através de um processo autoritário que deforma a práxis
pedagógica marginalizando professor e aluno. Nesse processo, as
possibilidades de atividade crítica ficam limitadas pelas abordagens
internalistas - ou externalistas - dominantes, que são insuficientes
para definir significados históricos-sociais para os desenvolvimentos
autônomos da matemática.
Fundamentados numa proposta histórica-epistemológica
alternativa, discutimos o processo histórico de gênese e de
desenvolvimento da matemática moderna na sua relação
com o modo de produção de conhecimento instituído
na Modernidade. Enfocamos o processo de cruzamento da matemática
grega com as matemáticas orientais, que produziu um fazer matemático
rico na apresentação de novos resultados e na reapresentação
de outros já conhecidos, resignificados pelos referenciais da civilização
moderna.
Discutimos historicamente o ensino da
matemática, tomando como referências a especificidade da educação
contemporânea e a transição epistemológica pela
qual a matemática passou no século XIX, quando o modelo formal,
abstrato e algébrico estabeleceu as bases para a produção
tecnicista da matemática. |