AVALIAÇÕES DO LIVRO

"I.A. - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL OU IMECILIDADE AUTOMÁTICA?
AS MÁQUINAS PODEM PENSAR E SENTIR?"

Valdemar W. Setzer
Departamento de Ciência da Computação, IME-USP
www.ime.usp.br/~vwsetzer – esta versão: 28/7/21

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Estatísticas dos itens da avaliação. 3. Status. Leu o livro todo, ou quase todo: 100%; 4. Opinião geral: 100% 5 (Muito satisfeita/oo); 5. Aprendeu coisas novas sobre I.A.: 100% Sim. 6. Aprendeu coisas novas sobe o ser humano: 100% Sim. 7. Aprendeu coisas novas sobre outras áreas: 100% Sim. 8. Quanto à redação (1 - insatisfeito; 5 - muito satisfeito): 5 - 100%. 9. O índice remissivo: 100% Não usou; 10. As ilustrações foram úteis (1 não foram a 5 muito): 5 - 100%. 11. Vai recomendar este livro: 100% Sim. 16. Formação: 100% Profissional já formado/a.
Itens discursivos. [12] Cometários, críticas, sugestões (ver texto abaixo); [13] Erros encontrados (que não estão na página de errata) (idem); [14] Sugestões de complementações ao livro (ibidem); [16] Formação (ibidem).

  1. [3] Leu o livro todo, ou quase todo. [4] Muito satisfeita/o. [5] Aprendeu coisas novas sobre I.A. [6] Aprendeu coisas novas sobre o ser humano. [7] Aprendi coisas novas sobre outras áreas. [8] Muito satisfeita/o. [9] O índice remissivo: não usou. [10] Ilustrações: foram muito úteis. [11] Vai recomendar o livro. [12] Nunca acreditei que seres humanos pudessem criar máquinas inteligentes como nós. Afinal, estamos falando do maior atributo alcançado por um organismo vivo: a inteligência humana. Depois de ler o livro do prof. Setzer, essa minha visão se fortaleceu pelos argumentos muito bem fundamentados e explicados. Passei a perceber que se trata de um delírio ingênuo daqueles que estão empenhados em construir máquinas que pensam e sentem.
    Mas, sobretudo, eu entendi que o responsável por essa ilusão é o modo equivocado como vemos a inteligência. Setzer fala sobre os vários tipos de inteligência classificadas segundo Daniel Gardner: Linguística, lógico-matemática, espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Gardner, segundo Setzer, diz que, normalmente, a formação e as provas realizadas nas escolas enfatizam apenas as duas primeiras. E se você pensar nos seus anos de escola até o segundo grau, vai ver que realmente foi assim, e tem sido até os dias de hoje.
    Essa formação com destaque na inteligência lógico-matemática é uma realidade até os dias de hoje e esse tipo de inteligência é justamente a que podemos concordar que as máquinas possuem ou podem adquirir, segundo Setzer. Desse modo, fica fácil entender porque essa febre em busca de uma inteligência artificial equivalente ou superior a nossa, afinal, o computador tem uma capacidade infinitamente maior de calcular em comparação com a nossa. Manipula números e faz análises quantitativas com grande eficiência. Ou seja, são exatamente as características da inteligência lógico-matemática. Essa visão de que esse tipo de inteligência é A inteligência domina nosso pensamento de tal forma que nossos métodos científicos são baseados fundamentalmente em análises quantitativas. Setzer explica de maneira brilhante a diferença entre um método quantitativo e qualitativo, destacando como o método quantitativo deixa de fora a observação humana e com isso leva a uma visão reducionista do mundo. Os computadores podem fazer análises quantitativas, mas não conseguem fazer as conexões com os vários aspectos da realidade.
    “Muitas pessoas pensam que ao simplesmente armazenar todo o texto escrito do mundo, um computador poderia adquirir conhecimento... Suponha-se que, contando da antiguidade até os dias de hoje, mais pessoas tenham escrito sobre o modelo Planetário geocêntrico do que sobre o modelo heliocêntrico desde Copérnico. O computador então admitiria estatisticamente que o primeiro modelo é o correto.” Com esse trecho, Setzer destaca o poder superior de memória de uma máquina, mas a sua incapacidade de fazer análises qualitativas. As máquinas só lidam com quantidades. Seu processamento é regido por normas e regras, é sintético ao contrário da mente humana que processa de forma semântica os dados que armazena.
    A grande diferença entre a inteligência de uma máquina para a de um ser humano é a criatividade. Para Setzer é esse tipo de inteligência que jamais será alcançada pela máquina, pois ainda que evolua, esse atributo está para além do físico, do mundo material. Realmente, não podemos localizar a fantasia em nosso cérebro. Sabemos onde ocorre nossa imaginação? Que espécie de poder é esse de criar imagens mentais, conectando mundos diferentes, criando produtos, obras e teorias? Poderá o computador combinar sons, cores de forma inédita e exclusiva? Sim. Mas será que terá algum significado simbólico para nós humanos? Essas combinações são aleatórias e, portanto, não terão nenhum conteúdo que toque a alma humana. O ser humano coleta dados, os transforma em informações e por fim, as combina, fazendo uma infinidade de combinações até criar novos mundos. Bem disse Einstein: “a imaginação é mais importante que o conhecimento.” Você pode encher sua máquina de conteúdo, mas ela não vai conseguir combinar elementos e criar uma imagem mental por conta própria.
    Enfim, o livro do prof. Setzer, me fez pensar que, antes de criarmos uma I.A, precisaremos descobrir o que é inteligência humana. Vendo a obra I.A por esse lado, passa a ser uma importante referência também para refletirmos sobre como estamos formando nossas crianças e jovens, exaltando somente alguns tipos de habilidades e sufocando talentos relacionados a outros tipos de inteligências, na maioria, relacionados à criatividade. [15] Profissional já formada/o. [16] Artes visuais.
    COM.:
    O "modo equivocado" não é só de como em geral se encara a inteligência, mas o ser humano como um todo. Sobre a inteligência lógico-matemática, somente a que lida com a matemática discreta pode ser introduzida nos computadores. É impossível introduzir a noção de contínuo ou de infinito no computador. Mas você tem razão no sentido de que as outras inteligências não podem ser reduzidas a formulações matemáticas. Há programas que compõem música indistinguível da música de Bach. Mas o estilo de Bach foi ele que introduziu no mundo. Quanto à "infinidade de combinações" que somos capazes de fazer, a mente humana é capaz de criar coisas que não são simplesmente combinações de coisas previamente conhecidas. Por isso introduzi o que denominei de "inteligência criativa", que nenhuma máquina ou animal tem. Quanto a "[uma máquina] não vai conseguir combinar elementos e criar uma imagem mental por conta própria," as máquinas jamais poderão associar conceitos aos objetos, pois conceitos não são entes físicos, como mostrei no livro. "[...] precisaremos descobrir o que é inteligência humana." O que está faltando é uma concepção global do ser humano. A concepção materialista lida com uma sombra do mundo; imagine-se examinar sombras de uma espécie de árvore, e tentar partir delas para descobrir o que é a árvore; assim procede a ciência, quando se limita apenas a fenômenos físicos -- o que funciona bastante bem com objetos inanimados, mas falha grosseiramente ao estudar os seres vivos. Quanto à formação dos jovens, infelizmente a educação impõe uma visão materialista e uma atitude extremamente passiva. Agradeço imensamente a extensa avaliação do livro!!!
  2. [12] 10/4/21. [Por um ex-professor da FEA-USP e Visiting Scholar do Dept. of Economics da Univ. de Stanford, U.S.A., referindo-se à versão em inglês do livro].
    Li com bastante atenção o início do livro. Em primeiro lugar, o Valdemar tem um inglês impecável que dá prazer de ler. Em seguida posso dizer que concordo com a ideia relativa à capacidade dos computadores de realizar atividades programadas, mas que não têm a capacidade de elaborar os próximos pensamentos, enquanto o ser humano é capaz disso. O exemplo do Chinese Room do Searle que ele cita é excelente, com a diferença entre sintaxe e semântica. Em segundo lugar, acredito que o Valdemar desejou mostrar a parte espiritual do ser humano, algo que, nos últimos 300 anos desde o início da revolução industrial, não era considerada pela ciência newtoniana. Essa capacidade espiritual um computador não possui. Ele mostra claramente a importância da meditação que nos leva ao estado de consciência e que quaisquer distrações nos devolvem ao passado, relembrando as influências que tivemos em várias fases da vida que afloram continuamente.
    Enfim, é muito interessante o início do livro e tenho a certeza de que ele será muito apreciado pelo público.