Um pouco de Combinat�ria
Le�nidas O. Brand�o - DCC/IME/USP
Objetivo: |
Para alunos de Matem�tica de segundo grau; |
Com qualquer um dos problemas propostos a seguir �
poss�vel introduzir conceitos como permuta��o, arranjo,
combina��o, rela��o de Stifel e Tri�ngulo de
Pascal; |
Os alunos devem trabalhar em grupo para conseguirem obter
algumas rela��es sobre os problemas |
O professor dever� servir de consultor (aos grupos), podendo a cada
intervalo fixo de tempo, colocar em lousa os resultados que os grupos
j� obtiveram e promovendo com a sala um pequena discu��o sobre o
assunto (isto servir� para que o grupo compare suas id�ias com a dos
demais grupos)
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Apresentaremos os problemas/desafios e tamb�m uma poss�vel "sequ�ncia
dedutiva". Tamb�m apresentamos algumas formaliza��es sobre as rela��es
propostas.
Problemas
- (1) Quais s�o as poss�veis configura��es e quantas:
- em rela��o ao sexo de n filhos de um casal
- em rela��o ao lan�amento de n moedas
- (2) Expandir (a+b)n
Resolu��o
(1) |
Os dois problemas s�o id�nticos (apenas a motiva��o muda -
homem/mulher e cara/coroa). |
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Testes |
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n=1 |
{ h, m } |
n=2 |
{hh, hm, mh, mm} |
n=3 |
{hhh, hhm, hmh, hmm, mhh, mhm, mmh, mmm} |
n=4 |
{hhhh, hhhm, hhmh, hhmm, hmhh, hmhm, hmmh, hmmm,
mhhh, mhhm, mhmh, mhmm, mmhh, mmhm, mmmh, mmmm} |
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Nota��o: A configura��o k tipos h,
implica necessariamente em n-k tipos m. Logo
podemos usar apenas uma vari�vel
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n |
Eventos |
Total |
1 |
|
2 ->
1[0] 1[1] |
2 |
0[h] -> 1 |
1[h] -> 2 |
2[h] -> 1 |
|
4 -> 1[0]
2[1] 1[2] |
3 |
0[h] -> 1 |
1[h] -> 3 |
2[h] -> 3 |
3[h] -> 1 |
|
8 ->
1[0] 3[1]
3[2] 1[3] |
4 |
0[h] -> 1 |
1[h] -> 4 |
2[h] -> 6 |
3[h] -> 4 |
4[h] -> 1 |
|
16 ->
1[0] 4[1]
6[2] 4[3]
1[4] |
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Tabela: eventos poss�veis e total de movimentos
Conjectura 1: (Rela��o de Stifel -
Tri�ngulo de Pascal) O k-�simo elemento da linha n � igual a soma
dos elementos (k-1) e k da linha n-1
Demonstra��o: vamos representar o
conjunto de todos os elementos, com n letras, sendo
k do tipo [h] por
(k,n)[h].
Id�ia: |
O total de possibilidades que podemos formar com
k
[h], para n+1 pode ser obtido
anexando um h ao final de cada elemento de
(k-1,n) , juntando-se todos os elementos do
tipo (k,n)
|
Qualquer elemento de (k,n+1)[h] tem n+1 parcelas
contendo k letras tipo h. Assim, (k,n+1)[h]
pode ser dividido em dois subconjuntos (parti��o):
- conjunto dos elementos que terminam em h
=> as
n primeiras letras devem ter k-1 letras
h
(k-1,n)[h] h;
- conjunto dos elementos que terminam em m
=> as
n primeiras letras devem ter k letras
h
(k,n)[h] m.
(k-1,n)[h] h \
----------- - \ = (k,n+1)[h]
/ ------------
(k,n)[h] m /
----------- -
|
| |
Conjectura 2: O total de possibilidades
(ou eventos) �
2n.
Contra-exemplo: Nenhum aluno dever�
encontrar.
Demonstra��o: Olhando os exemplos fica
dif�cil.
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Outra id�ia: olhe os nascimentos
N1, N2,
... ,Nn |
Assim, cada nascimento tem 2 possibilidades |
N1
N2
...
Nn |
/\ /\ ... /\
h m h m h m |
2 x
2 x
... x
2 = 2n |
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Conjectura 3: Qualquer que seja n,
os coeficientes dos termos que equidistam do meio s�o iguais.
1[0] n[1] ... x[k] ... | ... x[n-k] ... n[n-1] 1[n]
x x
Demonstra��o:
Id�ia: |
Para n=7, um evento do tipo [k]:=[3] pode ser
_hh__h_ que � id�ntico � representa��o
m__mm_m. Por outro lado, para este �ltimo evento
existe um correspondente h__hh_h, que � um evento do
tipo [n-k]=[4]. Isto quer dizer que a quantidade de eventos do tipo [k]
� igual a quantidade de eventos tipo [n-k], pois eventos do tipo [n-k]
s�o equivalentes aos tipo [k], bastando tracar as letras
h<->m. |
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A demonstra��o segue desta observa��o que o n�mero de eventos com
k[h]. e
(n-k)[m]. s�o equivalente. Assim, invertendo as letras,
h<->
m, temos que
k[h] e (n-k)[h]
s�o equivalente.
Combina��o: Mas qual a regra que fornece
o n�mero de eventos do tipo (k[h],(n-k)[m]) ?
O fator que multiplica (k[h],(n-k)[m]) � igual ao n�mero de diferentes
maneiras de combinarmos os n nascimentos tomados k a k.
Observa��es
- Neste ponto pode-se demonstrar tal fato com mais cuidado:
- Como formar permuta��es: N!;
- Arranjos de k elementos:
AN,k = N.(N-1). ... .(N-k+1)
= N! / (N-k)!;
(ordem importa => lista)
- Combina��es de k elementos: cada elemento da combina��o pode
resultar k! elementos no arranjo, logo,
CN,k = AN,k/k! = N! / ( (N-k)!k! )
(ordem n�o importa => conjunto)
- � tamb�m poss�vel discutir Tri�ngulo de Pascal: mostre estas
rela��es na tabela "eventos poss�veis e total de movimentos" (os
n�meros em negrito e azul);
- Agora que os alunos sabem a f�rmula para combina��o simples,
relembr�-os do resultado proposto pela conjectura 1:
talvez eles fiquem curiosos em demonstrar que
CN,k = CN-1,k + CN-1,k-1
(rela��o de Stifel)
(2) |
Expandir (a+b)n: este � um
caso muito interessante, no qual Combina��o Simples aparece
naturalmente |
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Testes |
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(a+b)1 |
1a + 1 b |
(a+b)2 |
a2+ab+ba+b2=
1a2 + 2ab + 1b2
|
(a+b)3 |
(a+b)(a2 + 2ab + b2) =
a3+2a2b+ab2 +
a2b+2ab2+b3 =
1a3 + 3a2b +
3ab2 + 1b3
|
(a+b)4 |
(a+b)(a3+3a2b+3ab2+b3)=
a4+3a3b+3a2b2+
ab3 +
a3b+3a2b2+3ab3+
b4 = |
|
1a4b0 +
4a3b1 +
6a2b2 +
4a1b3 +
1a0b4
|
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Por que os fatores desta "expans�o" � an�logo aos fatores do problema
anterior? � coincid�ncia?
Conjectura 4: O Produto Not�vel
(a+b)n gera 2n parcelas
diferentes (que posteriormente s�o reagrupadas em apenas n+1
devido ao fato que a ordem dos fatores n�o altera o
produto), sendo AN�LOGO ao problema anterior.
Demonstra��o: Novamente, olhando apenas
os exemplos fica dif�cil.
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Outra id�ia: |
(a+b)n =
(a+b) (a+b) ... (a+b)
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Assim, cada parcela contribui com exatamente 2 possibilidades
(ou a ou b) |
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|
(a+b)
(a+b)
...
(a+b) |
_|_ _|_ ... _|_
| | | | | |
a b a b a b
2 x
2 x
... x
2 = 2n |
|
o
a _______|_______ b
| |
a ___|___ b a ___|___ b
| | | |
a _|_ b a _|_ b a _|_ b a _|_ b
| | | | | | | |
o o * o * o o o
|
As configura��es * produzem os elementos:
(a,b,a) e (b,a,a)
Portanto este problema � id�ntico ao anterior:
cada um dos termos de (a+b)n que resultam
em parcelas do tipo akbn-k, s�o obtidos
combinando os n fatores (de cada termo) tomados k a
k, ou seja, existem Cn,k=n!/( k!(n-k)! )
termos akbn-k
.