O objetivo final deste tipo de projeto é promover o uso do sistema operacional GNU/Linux e dos programas de livre distribuição, entre usuários corporativos ou individuais, iniciados ou leigos em programação.
Os projetos que serão listados possuem como característica comum a defesa de certos ideais que confrontam diretamente com os modos de produção existentes atualmente e que foram descritos por Coase: as empresas e os mercados. Este novo modo de produção, juntamente com o paradigma que surge com o mesmo, é discutido profundamente no artigo "Coase's Penguin, or, Linux and the Nature of the Firm", de Yochai Benkler.
Estes projetos também condenam severamente a pirataria e incentivam todos a combatê-la. Insistem na facilidade de comunicação existente em sistemas mistos constituídos por plataformas Unix, Macintosh, Linux e Windows, quando se faz uso de programas livres e são ótimos exemplos de como se realizar migrações de uma plataforma a outra.
O GNU/Linux conseguiu conquistar uma parcela considerável dos
servidores de rede e dos ISPs --- "Internet Service Providers". Nenhum outro
sistema tem tantos servidores na Internetquanto ele. Este movimento
deu-se principalmente pela qualidade e estabilidade que o GNU/Linux apresenta.
Mas as pessoas começaram a migrar para o GNU/Linux motivadas também
pela frustração com a qualidade da solução que
tinham e pela fascinação tecnológica que uma ferramenta
como esta produz. Ou seja, tinham algo que não atendia às suas
necessidades e, ao mesmo tempo, tinham ao alcance da mão uma ferramenta
de alto nível. A escolha não deve ter sido tão difícil.
Um exemplo típico de um projeto de disseminação e de uso de programas livres é o projeto dos Telecentrosda Prefeitura do Município de São Paulo, do qual participam funcionário públicos, estagiários e voluntários. Trata-se de um projeto que, do ponto de vista de muitos entusiastas, promete muito.
Após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, deve crescer
o espaço do softwarelivre na administração
federal. A equipe do novo governo estuda propostas de utilizar as boas experiências
de governos locais do PT, como o Rio Grande do Sul e a Prefeitura de São
Paulo. Para usar o software livre não é necessário
pagar licenças, o que, em muitos casos, reduz o custo de implantação
de soluções de informática.
"A experiência gaúcha mostrou que é possível", afirma o deputado Walter Pinheiro (PT-BA). "A vantagem não é só o preço. O software livre traz ganho técnico e operacional. A produção interna de softwareteve êxito em diversos órgãos do Rio Grande do Sul." Ao lado do deputado Sérgio Miranda (PC do B-MG), Pinheiro é autor da ação que paralisou, no ano passado, a licitação dos computadores nas escolas, realizada pelo Ministério das Comunicações. Um dos motivos foi o pouco espaço dado ao software livre.
O crescimento do software livre no governo federal traria perdas para a Microsoft. Bill Gates - fundador da empresa e homem mais rico do mundo - convidou o presidente eleito para um encontro nos Estados Unidos. A visita ainda não foi marcada. A idéia de integrantes do PT é que Lula se encontre também com representantes do software livre, como o programador Richard Stallman. O convite da Microsoft aconteceu em abril, quando o diretor-presidente da companhia, Steve Ballmer, encontrou-se com Cristovam Buarque em Seattle, nos Estados Unidos.
"A estratégia da Microsoft para atender ao governo permanece a mesma com a vitória de Lula", diz o gerente de Marketing para Governo da empresa, Afonso Lamounier. No ano fiscal encerrado em junho de 2002, a subsidiária brasileira da Microsoft faturou R$ 878,5 milhões. "O governo, em todos os níveis, não chegou a 10% do faturamento", explica Lamounier, que considera importante ampliar o espaço de participação das compras governamentais no faturamento da companhia. Quanto às propostas de integrantes do PT, o executivo afirma que é preciso "separar a visão comercial da ideológica. Em nenhuma das localidades governadas pelo PT deixamos de ser parceiros."
Concorrência - Uma das condições para a manutenção
da estratégia da Microsoft é que não sejam criadas leis
que "limitem a concorrência", de acordo com o gerente de Relações
Públicas, Carlos Ximenes. "Se tentarem cercear a competitividade, ficaremos
preocupados." Na semana passada, a Assembléia Legislativa do Rio Grande
do Sul aprovou uma lei dando preferência ao softwarelivre.
De autoria de um deputado do PT, o projeto recebeu votos favoráveis
também da bancada do PMDB, que assumirá o governo no próximo
ano.
"No Rio Grande do Sul, o apoio ao software livre já transcende
aos partidos", diz Mario Luis Teza, vice-presidente da Companhia de Processamento
de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs). Teza elaborou e enviou
à equipe de transição uma proposta, chamada "Pão
e Liberdade", mostrando que os recursos economizados com a adoção
do software livre poderiam ajudar no Programa de Combate à
Fome. O documento pode ser encontrado no endereço http://www.softwarelivre.rs.gov.br.
Ele cita vários exemplos de redução de gastos pelo
governo do Rio Grande do Sul usando o softwarelivre. Segundo o vice-presidente
da Procergs, os custos de informatização de 3.100 escolas gaúchas
caíram de R$ 87 milhões para R$ 47 milhões. Com o DiretoGNU,
que reúne sistemas de correio eletrônico, agenda e catálogo,
o projeto da Rede Corporativa do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (Rede
RS) economizou entre R$ 30 milhões e R$ 60 milhões. A Rede
RS interliga 60 órgãos do governo e atende a 300 mil funcionários
públicos. O Banrisul, maior banco do Estado, deixou de gastar R$ 9
milhões com suas iniciativas de software livre.
A questão de custos, porém, é somente um dos argumentos para a adoção do software livre. "Até por questões de orçamento, seria difícil para o presidente Lula levar adiante todos os projetos sem o softwarelivre", diz Teza. Outra questão importante, destacada pelo vice-presidente da Procergs, é o incentivo à criação de soluções locais, o que desenvolve a mão-de-obra e o conhecimento. "Desde que criamos o projeto de software livre no Rio Grande do Sul, em 1999, o objetivo de desenvolver novas soluções foi o que mais avançou."
Há um certo receio por parte das empresas quando estas consideram a posssibilidade de substituir todo seu conjunto de programas proprietários, adquiridos de terceiros ou desenvolvidos internamente, através da adoção de programas livres. Por que razão algumas empresas resistem em adotar programas livres em seus negócios. Dentre as diversas que possam existir, um grande grupo pode ser considerado mitos, tais como:
Alguns dos ítens acima, apesar de serem mitos, são entraves reais e representam condições inegociáveis para muitos desenvolvedores e empresas de programas.
No caso de um técnico que desenvolve aplicações,
migrar para uma plataforma nova como o GNU/Linux e ter domínio sobre
o assunto é uma tarefa árdua, além de que, se tiver
que mudar também de ambiente de desenvolvimento, partindo da estaca
zero, ele ficará um bom tempo fora do mercado para hibernar em um
novo aprendizado, o que na maioria dos casos é absolutamente inviável.
Em alguns casos, talvez seja mais conveniente aceitar a natureza humana como ela é, ou entender que um determinado tipo de negócio exige uma solução com programa proprietário. Nestes casos, talvez a moderação seja o melhor caminho para o sucesso.
O alto preço do software pode, em futuro próximo, marginalizar pessoas ou países
Pela simples razão de que, nos dias de hoje, o computador representa um papel importante, equivalente ao que o lápis e o papel desempenhavam alguns anos atrás, para o exercício da maior parte das profissões, o software livre deveria ter uma utilização maciça.
A nossa sociedade é extremamente dependente de computadores para seu funcionamento.
É inconcebível que, num mundo como esse, a maior parte dos programas que regem o seu funcionamento seja fornecida por um único fabricante e a preços cada vez maiores. Estima-se que mais de 90% dos computadores pessoais sejam baseados nos sistemas operacionais da Microsoft e em seus aplicativos de produtividade, como o Office. Alguns anos atrás, a IBM pagava US$9 por PC vendido com o sistema operacional Windows 3.1. Atualmente, esse preço situa-se por volta de US$60 por PC com Windows 9x instalado.
Além do alto custo dos programas, muitos fabricantes de computadores temem retaliações, por parte da Microsoft, caso vendam seus PCs com outros sistemas operacionais pré- instalados. A Compaq, em audiência no processo movido pela Netscape contra a Microsoft alegando práticas monopolistas, revelou documentos internos, datados de 1993, nos quais admitia esses temores. Imagine os preços que teremos que pagar caso este monopólio se consolide a ponto de eliminar todas as alternativas hoje existentes?
Como se isto não bastasse, existem rumores de que os termos de licenciamento de produtos Microsoft vão mudar. Nas bases atuais, ao comprar seu computador, o usuário adquire o direito de uso por tempo indeterminado. Na nova versão, o software não será mais adquirido, e, sim, licenciado em bases anuais, exigindo o pagamento de uma nova licença para uso continuado. Interessante, não?
Esta dominância quase que absoluta representa perigos reais. A impossibilidade do acesso a computadores pode significar, em futuro muito próximo, a marginalização das populações ou países que não tenham os recursos necessários para investimentos nesta área. Como cidadãos, precisamos garantir a qualquer preço o direito de acesso à computação e à informação, cada vez mais essenciais para nossas profissões e nossas vidas. Sem esta garantia, sem dúvida estaremos condenados à condição de cidadãos ou países de quinta categoria. Não é sem razão que diversos países, notadamente na Europa, têm apoiado incondicionalmente o movimento de uso de software livre. Estrategicamente não é recomendável que a situação atual de monopólio evolua para um mundo com ainda menos alternativas.
O governo brasileiro já compreendeu a importância da disseminação da cultura em informática para sua população. Infelizmente, o Proinfo - Programa Nacional de Informatização de Escolas - é todo baseado em software proprietário, o que significa que o alto investimento necessário vai limitar o número de alunos contemplados pelo projeto. Mas existem iniciativas inovadoras. O governo gaúcho está promovendo estudos para adoção em grande escala do Linux, tanto em nível administrativo quanto em suas escolas. Na esfera federal, o Serpro, já há algum tempo, vem conduzindo estudos sobre o Linux.
O governo mexicano lançou um programa nacional de informatização
de suas escolas baseado exclusivamente no Linux e em software livre. Este
programa objetiva equipar entre 20 mil e 35 mil laboratórios anualmente
e também fazer a transição de laboratórios já
equipados com Windows, para Linux. O preço para suprir estes laboratórios
com software Microsoft seria de US$124 milhões. Com Linux basta comprar
um CD de distribuição, vendido por aproximadamente US$50. E
mesmo este CD pode ser duplicado infinitamente sem quaisquer implicações
legais, pois o software é totalmente livre.
Além desta iniciativa pioneira do governo mexicano, podem-se encontrar na Internet inúmeros relatos de iniciativas isoladas de educadores que conseguiram criar laboratórios de informática para seus alunos utilizando equipamentos obsoletos, descartados por empresas e pelas próprias escolas. Enquanto os ambientes proprietários requerem computadores cada vez mais poderosos, os softwares de código aberto funcionam de maneira bastante satisfatória em computadores com processador Intel 486 e até mesmo 386.
No Brasil, o setor educacional possui uma parcela administrada pela iniciativa privada e outra administrada pelo governo federal e Estados. As universidades e escolas públicas operam sem cobrar absolutamente nada de seus alunos.
Nos EUA, por intermédio de acordos celebrados com algumas universidades,
o mesmo software é vendido por US$5, praticamente o custo de criação
do CD. A Microsoft, porém, exige como contrapartida, em muitos casos,
a exclusividade do uso de seus softwares, tanto na administração
quanto na área acadêmica, o que pode ser desastroso a longo
prazo.
Existem várias correntes que discutem como e se os computadores devem ser usados na educação. O maior valor dos computadores na educação não reside em programas para editar textos, fazer figuras, brincar ou qualquer outra atividade do tipo. E, sim, na comunicação, no acesso à informação que os computadores propiciam. Ligado à Internet, o computador, qualquer que seja ele, se transforma numa ferramenta de grande poder, que nos permite entrar em contato com culturas diferentes, pessoas interessantes e virtualmente qualquer tipo de informação.
A maior parte de nós certamente já viveu a experiência
massacrante de passar por uma escola com aulas desinteressantes, nas quais
o mais importante é manter a disciplina. A nossa curiosidade natural
é sistematicamente eliminada em defesa da abominável disciplina.
Disciplina tão destoante das crianças brilhantes, inteligentes
e interessadas em aprender que todos nós fomos um dia. Para crianças
em idade escolar, o constante aprender é tão fundamental quanto
respirar. Crianças aprendem o tempo inteiro, mesmo quando não
estão na escola.
Na educação, o poder dos computadores conectados à Internet é justamente atuar como um portal através do qual a curiosidade e a ânsia de aprendizado manifestadas pelas crianças possam ser atendidas. Como conciliar estas necessidades, dentro dos padrões vigentes, com o alto custo de aquisição e configuração de um computador? Os softwares livres são uma alternativa extremamente viável. Para satisfazer essas necessidades, um obsoleto e talvez abandonado computador 386, com Linux, ferramentas de correio eletrônico e um browser Web simples, todos gratuitos, são mais do que suficientes.
Felizmente existe uma esperança. O movimento pelo software livre
teve um impulso sem precedentes nos dois últimos anos. E o mundo assiste
a uma batalha cada vez mais feroz entre dois campos. De um lado, empresas
poderosas criando software proprietário e dispendioso e, de outro,
um grupo enorme de programadores espalhados pelo mundo inteiro, dedicando-se
a criar e a desenvolver software livre.
Este argumento, usado freqüentemente, é completamente falso. O Linux é "free software" e a tradução correta para o termo "free" é livre e não grátis. Distribuidores comerciais de Linux não proibem a distribuição de seus produtos através da Internet, CDs baratos encartados em revistas, ou outras formas de difusão sobre as quais não recebem nem um centavo.
Mas esperar que alguma empresa forneça gratuitamente mídia de software, manual impresso, suporte telefônico e outros serviços adicionais é no mínimo irreal e fantasioso — e nenhuma empresa afirma fazer isto.
Há inúmeros casos de aplicações críticas
rodando em Linux, por exemplo, muito da Internet repousa sobre Linux e software
livre. Sem eles, a Internet não funcionaria. É bem provável
que, direta ou indiretamente, você use algum produto desses todos os
dias e nem saiba. Servidores rodando Linux com sendmail gerenciam a maioria
das mensagens através da Internet; grande parte dos sites da Internet
utilizam o servidor web Apache.
Para entender melhor o conceito de Free Software, veja as licenças
que estão disponíveis na Free Software Foundation, http://www.fsf.org. Uma das coisas
que você irá aprender por lá é que é legítimo
que o distribuidor de um software livre cobre pelo seu trabalho de gerar
as cópias, e demais custos associados, bem como os serviços
adicionais oferecidos. Também as licenças esclarecem ao usuário
os direitos de utilização do Linux e outros softwares livres.
Em 1997, o prêmio ?InfoWorldpara o produto do ano, na categoria de melhor suporte, foi para a comunidade de usuários Linux. Como isso pode acontecer? Bem, a Internet é um lugar amplo e há áreas onde aqueles que detêm o conhecimento estão ligados. Descobriu-se que as pessoas recebem um suporte muito melhor e respostas mais rápidas usando listas de discussão, grupos de notícias, sites de ajuda on-line, do que tentando obter suporte de uma empresa comercial. Esse tipo de suporte é gratuito, mesmo se o problema foi causado por erro do usuário e não por bug de software.
Se todas essas informações ainda não forem suficientes,
o usuário poderá optar por suporte pago, fornecido por empresas
especializadas em suporte para Linux, como por exemplo a Linuxcare (http://www.linuxcare.com).
Embora esse argumento pareça bastante lógico, à
primeira vista, a verdade é exatamente o oposto. Segurança
através do desconhecimento não é segurança. O
desconhecimento dá uma falsa sensação de segurança.
Há muitas pessoas que não encontram nada melhor para fazer
do que tentar invadir software proprietário. Algumas são muito
talentosas e, se há brechas possíveis, elas as encontrarão.
Considere por um momento algum algoritmo de encriptação. Se
ele quer uma chance de reconhecimento ele precisa ser Open Source. Por quê?
Porque sem uma intensa avaliação por parte da comunidade de
desenvolvedores, ele nunca será aceito como seguro. O "ping of death",
por exemplo, representou um ataque muito sério porque ele podia paralisar
o servidor. Poucas horas depois de sua descoberta, a plataforma Linux já
tinha uma correção contra o ataque. Produtos de código
fechado não chegaram a uma solução por meses. Você
gostaria de rodar seu negócio sobre software que tem regras de segurança
sobre as quais você não pode ter nenhum controle e às
quais não se tem acesso?
E o software proprietário, não é? Companhias tradicionais de software — por maiores que sejam - não têm recursos equiparáveis e nem programadores tão motivados se comparados à legião de programadores que, em todo o mundo, dedicam seu tempo a desenvolver o Linux e outros free softwares. Assim, não é por acaso que a correção de um bug, que no software comercial pode demorar semanas, meses ou até ser solucionado apenas na versão seguinte, são geralmente feitas em questão de horas.Não se está falando que o software livre seja livre de bug, e sim, que com soluções rápidas e contínuo melhoramento do código fonte, tem uma clara vantagem.
Além disso, é muito grande a responsabilidade de expor
publicamente seu código fonte, uma vez que as pessoas irão
análisá-lo com severidade e criticar seus erros. Por outro
lado, isso acelera muito o processo de desenvolvimento e também abre
espaço para diversas contribuições, as quais submetem
a qualidade dos processos de desenvolvimento a uma estrutura bem mais rigorosa.
Essa nova estrutura fornece invariavelmente uma depuração mais
exigente e custos muito mais reduzidos.
Essa alegação cai por terra, por exemplo, quando se vê
um estudo de caso como o do Colégio Stella
em que crianças da pré-escola iniciam-se na computação
através do Linux. Não é preciso ser nenhum especialista
para pilotar um Linux, principalmente porque a grande maioria das pessoas
quer aplicativos e ambientes gráficos — facéis de usar e aprender
intuitivamente ou com pequeno esforço — e que encontram logo de cara
ao instalar o Linux através de qualquer das distribuições
existentes. A curva de aprendizado é bem pequena, como em qualquer
outro sistema que você conhece, e a documentação é
muito extensa e acessível para qualquer um. Browsers, e-mail, editores
e processadores de textos, editores de imagens bitmap ou vetoriais, planilhas,
gerenciadores de arquivos, visualizadores, bancos de dados, proxy, servidores,
existem em quantidade e qualidade mais do que suficiente para convencer qualquer
usuário. Na hora de pilotá-lo tudo transcorre sem traumas e
usando o conhecimento de outros sistemas, logo se pega o seu "jeito" e se
desmascara outro mito, que leva as pessoas a confrontar a real intenção
dos que o acusam de ser difícil. Também devemos levar em conta
o medo da mudança que induz as pessoas a pensar que o Linux é
difícil, mas na verdade a dificuldade está na mudança
de paradigma.
Já existem várias empresas, inclusive no Brasil, oferecendo treinamento para Linux, embora em muito menor escala do que as opções existentes para produtos comerciais. Mas isso está mudando rapidamente, inclusive porque as empresas de treinamento estão constatando quanto o movimento pelo software livre está crescendo, e percebem que esta é uma grande oportunidade de negócios. Além disso, há muita literatura sobre Linux e software livre, sem contar tudo que está disponível na Internet e que representa um valioso recurso de treinamento.
Este é mais um mito destinado a espalhar o medo e que é
absolutamente desprovido de fundamento. Quantas vezes seu sistema proprietário
travou nesta semana? Saiba que é comum sistemas Linux funcionando
durante meses ininterruptos, sem nunca travarem a ponto de precisar de uma
reinicialização. E sobre a instalação de software?
Seu sistema exige que você reinicialize depois de instalar um novo
programa? A resposta será "não", se você estiver usando
Linux.
Além disso, por que mais e mais empresas utilizam o Linux para rodar aplicações em missão crítica? O correio dos Estados Unidos utiliza Linux para manejar grandes volumes de mensagens. O Apache é um web server tão estável que a IBM abandonou seus produtos e agora distribui o Apache com suas aplicações Web.
Ao contrário. Há um histórico de adesão onde
o perfil é de grandes especialistas em todas as áreas, de desenvolvedores
de gabarito, que avaliaram o sistema e passaram a recomendá-lo a seus
clientes. Um número significativo diz respeito à base de provedores
de Internet, onde se concentra uma enorme quantidade de máquinas movidas
a Linux. E os administradores desses sistemas não optaram por ele
porque é mais barato, e sim porque atendia plenamente suas requisições
técnicas, como robustez, escalabilidade e segurança, e principalmente,
porque ele é totalmente customizável e o acesso ao código
é completo. Não podemos deixar de citar os bancos, companhias
automobilísticas e indústrias que utilizam o Linux como solução
em seus sistemas ou redes.
E por que a Netscape o fez, tal como a SUN e a Digital Creations, entre tantas outras?
Na verdade, programas de código aberto sobrevivem mesmo sem empresa,
o que não é possível na indústria do software
comercial. Existe o testemunho de muitos que foram seriamente lesados pela
descontinuidade de determinados softwares comerciais, o que não acontece
quando o código é aberto, justamente porque o fato de o código
estar disponível garante essa permanência. No universo comercial
é justamente o contrário, a falência de uma empresa ou
o monopólio podem deixar os usuários sem opção.
Os opositores do Linux alegam que, computados o custo de aquisição do software e hardware, da assistência técnica, o treinamento das pessoas que vão utilizar a plataforma e o desenvolvimento de aplicações, o Linux revela-se uma solução bastante cara, e não gratuita, como se propaga. E afirmam que raramente o Linux é grátis. Além disso, consideram que o preço de aquisição de qualquer software é apenas uma pequena parcela do custo total de propriedade da solução da qual este software é parte, principalmente incluindo custos diretamente relacionados, como treinamento, instalação e suporte, e outros associados de forma mais difusa, como adaptação de rotinas de trabalho, perdas de dados ou outros valores devido a falhas no software ou a vírus, como o recente I LOVE YOU, que por sinal não danificou nenhum sistema Linux.
Alegar que o valor de uma licença de software, exclusiva por máquina,
não é parcela significativa na solução global,
encerra o debate com qualquer consumidor. Instalar ou atualizar o Linux de
qualquer das grandes distribuições, com a liberdade para copiar
ilimitadamente, com preços unitários muito acessíveis,
tem sido um dos pilares da sua meteórica expansão. Isso é
público e notório, principalmente para as empresas, que sempre
se preocupam em minorar seus custos de produção, representando
uma economia fundamental na luta para manter a competitividade. Quando elas
analisam rigorosamente outros quesitos como treinamento, desenvolvimento,
suporte e mão-de-obra, o resultado é o espelho do que se vê
na mídia em todo o mundo: Linux.
Claro que nos 386 e 486 a funcionalidade da atual versão do Linux é restrita, mas é plenamente possível transformar uma máquina dessas em um servidor proxy para acesso remoto, um gateway de mail, um terminal de entrada de dados ou diversas outras aplicações. De fato é difícil rodar um ambiente gráfico complexo como o KDE ou o GNOME em um 386 ou 486, mas sempre se pode contar com alternativas, como o Blackbox ou o IceWM. Ou mesmo interfaces em modo texto, mais do que suficientes em máquinas servidoras, que em geral dispensam até mesmo o monitor de vídeo.
Cada vez mais as empresas se conscientizam de que soluções fechadas nem sempre são a melhor alternativa, ainda mais quando sujeitas a custos desnecessários, problemas de projeto (vide novamente I LOVE YOU, vírus de computador em geral - o Linux é imune! - e necessidade de reboot e indisponibilidade como procedimento padronizado de reconfiguração).
O Linux caminha a passos largos para se firmar como solução
para empresas e usuários domésticos. Não dizemos que
o Linux seja perfeito, mas com certeza ele já atende por completo
a inúmeras corporações em todo o mundo, aprovado como
um projeto que já atingiu sua maturidade. Empresas do porte da Mercedes
Benz, IBM, ?YellowCab,
Boeing, Southwestern Bell and Pacific Bell Telephones, Hewlett Packard, sites
como o Yahoo, instituições reconhecidas como o Parlamento inglês,
como os Correios dos Estados Unidos e muitos outros exemplos de peso, endossaram
o sistema e atestam que ele é muito mais do que uma promessa, que
ele é uma alternativa, tanto em custos de implantação,
treinamento, administração, quanto na seriedade do seu desenvolvimento.
Para gente desse porte não é permitido errar e por isso só
apostam no certo. São eles que dizem que o Linux é o futuro
e que adotá-lo é muito mais seguro do que querem fazer acreditar
seus opositores.
Milhões de pessoas usam o Linux, e não um grupo pequeno nessa ou naquela universidade. E entre os usuários não há um predomínio de hackers, de gente que é capaz de lidar com sistemas complexos, e sim de gente comum com o mesmo nível cultural encontrado entre usuários de outras plataformas. O software livre, submetido continuamente à aprovação, mostrou que é hoje uma indústria eficientíssima que garante uma longevidade incontestável.
Um novo dispositivo é lançado e imediatamente já se começa o desenvolvimento do seu driver ou de seus aplicativos, e muito rapidamente os usuários têm acesso ao produto. Um novo tipo de software é lançado e milhares de desenvolvedores correm contra o tempo para fazer os aplicativos correspondentes para a plataforma Linux.
Existe uma demanda contínua por parte dos usuários e isso impulsiona uma multidão de empresas e desenvolvedores, alimentando um gigantesco círculo produtivo.
Telecentro é uma arma contra a exclusão digital
Uma pessoa residente em São Paulo gasta, em média, R$ 30
por mês para se conectar à Internet e ter acesso à
Sociedade da Informação.
Ter um computadorem casa custa,
pelo menos, R$ 1000. Para acesso a Internet veloz, ou banda larga, é
necessário dispor de aproximadamente R$ 100,00 mensais, fora as taxas
de inscrição no serviço.
Esses valores indicam concretamente que a chamada era da informação está distante da grande maioria da população. Os atualmente excluídos dos benefícios da sociedade urbano-industrial serão ainda mais excluídos da sociedade em rede, baseada na informação e no conhecimento.
O objetivo imediato dos telecentros é ser a porta de entrada da comunidade à rede mundial de computadores e aos serviços e informações prestados aos cidadãos pela Prefeitura, Estado e governo federal.
Além disso, visam incluir as pessoas das regiões de maior
exclusão na luta por seus direitos e no exercício de seus saberes
coletivos, na busca de suas necessidades, no desenvolvimento de habilidades
e competências necessárias ao cotidiano.
Para iniciar o combate a exclusão digital, a Coordenadoria do Governo Eletrônico da Prefeitura de São Paulo começou a instalar os telecentros ou Pontos Eletrônicos de Presença (PEP). Em cada um deles vão funcionar 20 computadores conectados à Internet com alta velocidade de conexão. Também vão ser instalados duas impressoras e uma série de softwares livres.
Os locais escolhidos pela Prefeitura são preferencialmente os bairros mais distantes e carentes da cidade, em que poucas pessoas têm acesso à essas tecnologias.
O horário de funcionamento dos telecentros é de no mínimo 12 horas por dia. Durante este período, as pessoas vão contar com a orientação de dois monitores para ajudá-las no uso da informática e da comunicação em rede, bem como para orientar o acesso aos serviços públicos. Há também orientações de como obter um e-mail e a utilizar sua caixa postal eletrônica.
Cada telecentro será dirigido por um comitê gestor integrado por representantes da Prefeitura e pelas entidades, ONGs e movimentos da região, como ocorre em Cidade Tiradentes, primeiro distrito de São Paulo a receber um.
De acordo com a Procempa, os Telecentros serão espaços
públicos, constituídos através de parcerias entre o
governo municipal e as comunidades locais, organizações não
governamentais e a iniciativa privada. São locais onde estarão
disponíveis tecnologias de informação e comunicação
para pessoas que têm pouca ou nenhuma oportunidade de usar ou aprender
a usar as tecnologias. A missão
dos telecentros é de superar os limites de um espaço equipado
com máquinas e acessórios, para ser um espaço de integração
das comunidades e de democratização da informação.
Seu potencial deverá ser trabalhado no sentido do estímulo
à solidariedade, oferecendo meios para as comunidades melhorarem suas
condições de vida e trabalho.
Para os telecentros da Prefeitura do Município de São Paulo foram desenvolvidas as seguintes apostilas:
A Coordenadoria do Governo Eletrônico nasceu para formular as políticas públicas que utilizam as tecnologias de informação para modernizar a Prefeitura e garantir o acesso ao mundo da Internet e computação à população mais carente da cidade.
Criada em janeiro de 2001, como parte da Secretaria Municipal de Comunicação e Informação Social, a Coordenadoria tem como meta principal a implementação do Plano de Inclusão Digital.
A entrada da Internet e da computação na vida das pessoas
gerou grandes facilidades e criou novas formas de adquirir cultura e conhecimento.
Mandar um e-mail, conversar com pessoas de
outros estados ou países e encontrar qualquer informação
com poucos cliques de mouse ainda é um privilégio de poucos.
Cada vez mais, empresas e escolas exigem conhecimentos em informática. Qualquer loja já trabalha com um micro com cadastro preços ou de clientes. Nos cursos de nível superior, considera-se como obrigação do aluno saber operar um computador.
Em todo o Brasil existem 5 milhões de pessoas conectadas à Internet. Esse número é menor que a metade da atual população da cidade de São Paulo, cerca de 11 milhões de habitantes. O Governo Eletrônico pretende incluir no mundo da computação e Internet cerca de 300 mil pessoas até meados de 2003, através dos telecentros.
A bandeira do Sofware Livreé central para a Coordenadoria do Governo Eletrônico. O setor público, carente de recursos para obras sociais, saúde e educação, não pode gastar milhões de dólares por ano em licenças de programas de computador.
O uso de softwares de código-aberto também estimula o desenvolvimento de tecnologia local e cria possibilidades de trabalho para programadores brasileiros.
Alunos e professor da USP ministram as aulas
A oficina tem por objetivo ensinar aos usuários recursos para manusear aplicativos para o tratamento de imagens, como o GIMP, do sistema operacional GNU/Linux, qualificando os alunos a produzirem desde trabalhos escolares até profissionais, que contenham imagens.
Há um wiki no qual todo o conteúdo dos slides
e da apostila é construído. Qualquer pessoa pode participar
e contribuir com dicas, tutoriais, sugestões e demais conteúdos.
O endereço do wiki é http://limbo.ime.usp.br/cesar/index.php/AplicativosGraficos
O Colégio Albert Sabin, localizado no bairro do Butantã em São Paulo-SP, está obtendo vários benefícios com a implantação de uma rede de comunicação com ambiente Linux. A escola, por meio da direção do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, em conjunto com a PL Tecnologia, integradora de São Paulo responsável pela implantação de toda a rede, optou pelo sistema Linuxpor três características: estabilidade, baixos custos e alta performance. Esses benefícios vêm sendo comprovados desde a instalação do sistema.
A rede do colégio conta com seis servidores (sendo um gateway, três servidores Linux, um de arquivo e um servidor de e-mailque administram mais de 80 estações de trabalho. Os servidores Linux estão instalados em três laboratórios, dois de pesquisa e um de consulta (biblioteca). Esses laboratórios estão interligados ao gateway por meio de fibra óptica. Entre os sistemas que rodam na rede está o Acadêmico, software customizado para o Albert Sabin que oferece recursos específicos para área da Educação que, segundo o coordenador do CPD, é o único em toda a solução tecnológica implantada na instituição que ainda roda em Windows NT.
As funções dos servidores Linux que rodam na escola são as mais diversas. Com o Squid são criadas as restrições de acesso aos alunos, de forma que só podem acessar o que os professores autorizam, e, com o auxílio do Samba, trabalho com o Scua, que é um programa que restringe o acesso às configurações internas do Windows NT, explica. Ele enumera ainda um servidor de gateway principal que distribui o acesso à Internetaos laboratórios, servidores e rede acadêmica, e o servidor de suporte, que faz o armazenamento de arquivos para backup, drivers do Windows para manutenção e DNS backup.
A solução tecnológica em operação no colégio ainda não está concluída, e mudanças estão previstas. Após a conclusão de testes com o Samba e o Acadêmico, estaremos eliminando o único servidor Windows NT. Todo o processo de migração dos servidores para Linux não foi fácil. O Windows está arraigado nos hábitos, na rotina das pessoas.
O coordenador de CPD pretende implantar o Linux também nas estações
de trabalho dos laboratórios do Colégio Albert Sabin. Esse
é um trabalho de médio prazo, conta. A mudança de plataforma
de trabalho deve ser gradual. Para isso, devo ministrar instruções
para os funcionários da biblioteca e alguns professores, acrescenta.
Quanto ao processo de adaptação dos usuários finais
(no caso, os alunos do Colégio Albert Sabin), os problemas seriam pequenos,
e que, ao disponibilizar o Linux como estação de trabalho,
seria permitido apenas logar e executar o StarOffice e um navegador, entre
outras aplicações, como impressão de arquivos. Por ser
um sistema operacional de código aberto, tem-se a facilidade de modelá-lo
de acordo com nossas necessidades.
Inaugurado no dia 3 de outubro de 1993, o Albert Sabin, localizado no bairro do Butantã em São Paulo, atende aos alunos da educação infantil, ensino fundamental e médio. O colégio conta com 17.500 metros quadrados distribuídos em três prédios principais com 43 salas de aula no total, laboratórios, bibliotecas, ginásio poliesportivo e pátio externo. O espírito humanitário e perseverante do Dr. Albert Sabin é o modelo inspirador das diretrizes de ensino propostas pelos fundadores do Colégio que leva o seu nome.
O Colégio Stella, em Osasco, uma escola com 500 alunos e turmas da pré-escola ao colegial, resolveu inovar e adotou o Linuxcomo sistema desde janeiro de 2000, deparando-se com um quadro bem interessante. A surpresa não foi constatar que uma mudança tão radical imporia uma adaptação dramática a professores e alunos, mas justamente o contrário. Os alunos comentavam que já "estavam cheios de mesmice" e, mostrando grande interesse, começaram a dar os primeiros passos usando o KDE e navegando na Internet com o Nestacape. Tudo transcorreu sem resistência ou reclamações. O Linux foi aceito plenamente por todos.
As crianças da pré-escola deixaram boquiabertos os professores, que assistiam os pequenos fornecerem login e senha corretos, para depois passear na Web, visando sites do Pokémom e outros de sua preferência. Os professores não esperavam que gente sem cultura anterior, em seus primeiros contatos com o computador, fosse ter uma relação tão amistosa com o Linux. Na área administrativa e nas turmas de supletivo, o StarOffice foi aceito sem dificuldade alguma.
Muitos ficaram curiosos por usar um sistema absolutamente estável, com diversas interfaces gráficas, desktops completos, montanhas de aplicativos, sem aquela manutenção contínua, sem crashes constantes, e de custo tão baixo.
Alguns problemas corriqueiros dentro do laboratório de informática, como a deleção de arquivos vitais ao sistema, arquivos infectados baixados da Internet e quedas do sistema durante a aula, foram completamente estirpados para o alívio dos diretores da escola Stella, que viviam à caça de técnicos que prestavam manutenção para "apagar os incêndios".
A prefeitura de Rio das Ostras, localizada no litoral norte do Rio de Janeiro, a 177 quilômetros da capital, está adotando soluções baseadas em Software Livre. O processo teve início em 2001, quando foi criada a Assessoria de Informática, que se encarregou de realizar estudos para instalação de programas livres nos servidores e estações de trabalho da prefeitura. Após a realização de diversos testes com diferentes distribuições e suítes office, decidiu-se usar o Conectiva Linux 7.0 e o StarOffice 5.2.
“Observamos algumas vantagens do software livre que foram decisivas para que houvesse o processo de migração dos sistemas proprietários para os livres”, afirma Marcos Vinicius Marini, assessor de Informática da prefeitura de Rio das Ostras. Melhor performance e segurança, códigos-fontes abertos e livres para adequação, maior integração de dados e redução de custos em aquisição de licenças de uso de software proprietário, foram algumas das razões enumeradas por Vinicius para justificar a migração.
“Havia grande perda de tempo com manutenção dos sistemas,
atualização dos anti-vírus e versões, e, além
disso, era muito baixa a utilização dos recursos das suítes
office proprietárias instaladas anteriormente”, salienta Vinicius.
Para ele, o importante do projeto em Rio das Ostras é que os funcionários
da prefeitura, inclusive os da própria Assessoria de Informática,
foram capacitados para a utilização de Software Livre. Em 2001,
foram treinadas 360 pessoas e, para este ano, a expectativa é que
sejam capacitadas mais 500 pessoas do total de cerca de 1800 servidores públicos.
A economia proporcionada pelo processo de migração foi significativa. Em 2001, foram economizados R$ 208 mil, e, em 2002, a economia será de R$ 422,4 mil. “Essa estimativa de valor foi baseada na proposta de se migrar todos os softwares para Windows XP e Office XP, para os quais seriam compradas licenças conforme as necessidades, considerando que possuímos atualmente 304 equipamentos e não podemos participar do pacote Select da Microsoft”, explica Vinicius. Essa economia foi possível com a locação de equipamentos sem a suíte MS-Office, nos quais foi instalada a suíte StarOffice, que está totalmente integrada à rede da prefeitura, o que automatizou e agilizou todos os processos que demandam a utilização da informática. Para isso foi desenvolvida uma interface gráfica baseada no QVWM, personalizada, observando as necessidades e funcionalidades que devem ser utilizadas pelos usuários, melhorando a adaptação para a nova filosofia.
“Todos os servidores foram migrados, várias estações são somente GNU/Linux, nosso provedor é todo Livre e temos pelo menos um computador em cada secretaria com este tipo de plataforma. Vale lembrar, que toda a secretaria de Guarda e Trânsito está trabalhando em Software Livre, desde o servidor até as estações de trabalho”, explica Vinicius.
Outro fator importante no processo de migração da prefeitura
de Rio das Ostras para o Linux foi o reaproveitamento de máquinas
condenadas à obsolescência. Com a adoção do software
livre, foi possível fazer um reaproveitamento, de, aproximadamente,
10 computadores antigos para um dos projetos da Secretaria de Bem-Estar Social,
chamado “Um Bem Maior”, que capacita menores entre 14 e 17 anos oferecendo
conhecimento profissional. Neste local também são ministrados
cursos para a comunidade, promovendo a inclusão digital.
Como novos projetos, a prefeitura tem: OpenOffice em alguns equipamentos para uso interno, a fim de sanar todas as dúvidas antes de passarmos para os usuários; melhoria da interface personalizada, inclusive com gerenciador de arquivos em Web; e alguns aplicativos sendo desenvolvidos em PHP + PostGreSQL e também em StarOffice + PostGreSQL.
“Utilizamos o Sistema Operacional Linux nos servidores de arquivos, web, banco de dados, além de 20% das nossas estações de trabalho espalhadas pelas Secretarias Municipais e 40% do total de equipamentos com StarOffice nas estações de trabalho”, diz Vinicius, que também afirma que foi possível implementar uma solução de servidor proxy com Linux, na qual diversas secretarias utilizam um computador Linux e uma linha telefônica.
A equipe de informática da prefeitura de Rio das Ostras desenvolveu uma interface gráfica baseada no QVWM.
O caso do SUS serve como um bom exemplo de aplicação do GNU/Linuxna área social. Empenhado em melhorar a qualidade do serviço prestado à população, o Ministério da Saúde, por intermédio do Datasus (que é responsável pelo desenvolvimento de sistemas para a informatização de hospitais e postos públicos de saúde), adotou programas livres como base de sua política na área de informática.
Dois sistemas importantes, desenvolvidos para o sistema operacional
GNU/Linux, são usados em várias unidades de saúde de
todo o país, ajudando a eliminar filas e a tornar o atendimento mais
rápido e eficiente. Um deles é o Hospub - Hospital Público,
sistema modular e totalmente integrado de informatização hospitalar.
Criado originalmente em plataforma Intel com ambiente SCO Unix, o sistema começou a migrar para o GNU/Linux a partir de 1997 - não só por ser esse sistema operacional praticamente de graça, mas também por oferecer estabilidade e confiabilidade. Hoje, é utilizado tanto em plataformas Intel como Risc, em locais como as Unidades Mistas São Paulo de Olivença e Benjamim Constant, ambas no Amazonas, o Centro de Saúde Solon Amaral, em Matrinchã (GO), a Fundação de Saúde Amaury de Medeiros, em Palmares (PE), o Centro Integrado de Atenção à Mulher, Criança e Adolescente, em Teresina (PI), a Unidade Mista de Cacoal, em Rondônia, e ainda nos hospitais Eduardo Menezes, em Belo Horizonte (MG), Modesto de Carvalho, em Itumbiara (GO), Geral de Jacarepaguá, no Rio (RJ), Mário Gatti, em Campinas (SP), e Padre Bento, em Guarulhos (SP) - só pra citar alguns exemplos.
Ao dar entrada no setor de emergência de uma dessas unidades, por
exemplo, o paciente tem seu cadastro e todo o acompanhamento médico
registrado no banco de dados do hospital, por intermédio do Hospub.
O atendente digita os dados do sistema, de modo a torná-lo disponíveis
- imediatamente, uma vez que tudo funciona on-line- para os outros
setores envolvidos no atendimento. Com a eliminação das tarefas
de transcrição de dados, o atendimento fica mais rápido,
além de ter os riscos de erros reduzidos.
O Hospub permite ainda registrar o histórico clínico dos pacientes - o que facilita a recuperação de diagnóstico anteriores -, colocar os resultados de exames à disposição dos interessados nos próprios locais em que foram solicitados e, se for o caso, até marcar uma consulta médica. Para o administrador do hospital, oferece ferramentas importantes, como o controle da ocupação dos leitos (é possível saber quem está ocupando cada leito), dos serviços ambulatoriais e, ainda, o preparo automático do faturamento, com demonstrativo do valor a ser pago pelo SUS pelo atendimento do paciente.
Já o Sistema Central de Marcação de Consultas, também
desenvolvido pelo Datasus em ambiente GNU/Linux (com gerenciador de banco
de dados relacional OpenBase), vem contribuindo para a eliminação
das filas nos postos das redes municipais de saúde. Instalado em mais
de 20 cidades brasileiras, o sistema está sendo usado desde 1995 pela
Secretaria de Saúde de Belo Horizonte (primeiro município a
implantá-lo), cuja rede atende pacientes de várias localidades.
A idéia básica é evitar que os pacientes - principalmente os de outras cidades - tenham de se deslocar até as unidades especializadas da rede pública de saúde, só para marcar consulta. Em Teresina, no Piauí, antes da implantação do sistema, as filas nas portas dessas unidades começavam à noite e geravam até o comércio das senhas para marcação da consulta.
Do cartão perfurado ao mini compact disc, passando pelos
computadores de grande porte ao equipamento pessoal, o Proderj, Centro de
Processamento de Dados do Estado do Rio de Janeiro, sempre esteve presente
no desenvolvimento do setor de informática do Rio de Janeiro. A empresa
vem acompanhando e apresentando soluções tecnológicas
inovadoras à administração pública do estado.
Os equipamentos de grande porte processam mensalmente a folha de pagamento
para mais de 450 mil matrículas, atendendo, inclusive, prefeituras
do interior, como a de Niterói. Esses mesmos equipamentos mantêm
atualizadas mais de 20 milhões de tramitações de documentos
com cerca de 4,5 milhões de processos. Todo esse volume de informaçãofaz
da empresa, presidida por Sérgio Rosa, uma das maiores companhias
estaduais da área de informática do país. Em busca de
soluções a custos compatíveis, com qualidade e a velocidade
que os novos tempos exigem, de forma a atender a demanda dos seus clientes
– a máquina administrativa estadual e a sociedade, o Proderj está
descobrindo os benefícios da utilização de programas livres.
A plataforma baixa do Proderj não dispunha de firewall, o governo não liberava recursos para a aquisição e a vulnerabilidade aos ataques permitiu algumas invasões. Foi a hora propícia para a autarquia procurar a incubadora de empresas da PUC-RJ e configurar o primeiro firewall no Proderj com uma empresa incubada - Weavers - ao preço de R$ 500,00 com muita qualidade no atendimento e plantando uma semente do GNU/Linux.
O Proderj usa programas livres de diferentes maneiras. Nas ferramentas de segurança e certificação digital, nos gerenciadores de bancos de dados, nos ambientes integrados de desenvolvimento e como ferramentas de suporte ao desenvolvimento. Nos sistemas de aplicação, usa programas livres nos servidores de aplicação e web, correio eletrônico, arquivos e impressão e também em aplicações de escritório e pedagógicas (inclusive no ensino a distância - EAD).
Em janeiro de 1999, assim que Sérgio Rosa assumiu a direção do Proderj, abriu-se a discussão no governo do Estado sobre autonomia tecnológica na informática, proposição esta já debatida na comissão de transição de governo e embasada na história do movimento dos seminários de computação na universidade e das APPD (Associação de Profissionais de Processamento de Dados) a partir de meados da década de 70. Esta busca da autonomia, no entendimento da direção, foi enfraquecida, dentre outras razões, com o enquadramento dos programas no direito autoral, restringindo a criação e concedendo tempo de proteção quase que infinito. E uma alternativa ao direito autoral são os programas livres.
O grande benefício é dotar as instituições de governo do direito de escolha, deixando de ser cativas de uma única solução ou produto. Ainda não houve impacto financeiro, posto que em quatro meses iniciais/finais de governo não é possível proceder a grandes mudanças. Para informatizar um governo de Estado, é indispensável um planejamento fundamentado num projeto, na capacidade de realizá-lo e na governabilidade. O Proderj ainda está numa fase de criar as bases de uma cultura de valorização do domínio tecnológico e, para tal, constitui o Conselho do Rio Conhecimento envolvendo o governo, sociedade civil, trabalhadores e comunidade científica para formulação e acompanhamento de uma política de informática para o Estado.
A empresa Equação Informática, especializada em endereçamento, implementou um serviço de rede, batizado de Protocolo de Endereçamento Postal Brasileiro (PEP/Br), para acesso ao Guia Postal Brasileiro (GPB).
Um cliente cria um canal de comunicação com o servidor,
que gerencia os arquivos do GPB. Cada comando enviado gera uma resposta,
que pode ter uma ou mais linhas. O servidor é responsável por
analisar o comando e executá-lo, acessando o GPB quando necessário.
Cada linha da resposta é composta de uma porção numérica
de três dígitos, seguido do texto correspondente. O servidor
deve controlar vários clientes simultaneamente, e cada cliente é
estanque, não interferindo nas atividades dos outros clientes.
Após publicar a especificação, foi iniciado o trabalho de implementação do servidor do protocolo. TCP/IP foi o canal de transporte escolhido, por sua popularidade. A primeira plataforma foi Windows, com Visual Studio 6, C++ e MFC. Em seguida, partiu-se para Linux, usando GNU C. A implementação do protocolo em Linux deixaria uma base sólida para o desenvolvimento em Unix/Posix.
Procurou-se um exemplo de como codificar um programa servidor usando sockets
TCP/IP. Os exemplos para Windows foram encontrados em um CD da Microsoft Developer's
Network (MSDN). Para Linux, os fontes de um servidor ftpd foram encontrados
numa rápida pesquisa na Internet. As diferenças
entre os ambientes foram logo aparecendo. A leitura sequencial de resgistros
foi mais rápida em Linux do que em Windows. A diferença foi
provada por um pequeno programa que lia um arquivo cem vezes, registro a registro.
A estrutura geral do código em Linux foi mais simples. Quando uma conexão
é requerida, um novo socket é criado, e um thread é
lançado para gerenciar esta conexão. Em Linux, uma única
conexão é gerenciada, pois múltiplas instâncias
do programa podem ser lançadas pelo daemon inetd.
O desempenho de ambos os programas ficou dentro do esperado, com tempos de respota aceitáveis. A cronometragem da execução do comando de apresentação de todos os logradouros da localidade de São Paulo foi feita, visto que os tempos de respostas eram muito pequenos para uma medição caseira. Em Linux foram necessários aproximadamente 43 segundos para iniciar a listagem dos logradouros, enquanto, em Windows, 160 segundos foram gastos na mesma tarefa - um reflexo direto de uma melhor manipulação de arquivos. É importante lembrar que a máquina Linux era menos potente do que a máquina Windows.
Com isso pôde-se tirar algumas conclusões:
O Linux já é a segunda plataforma da Inteprise/Borland, suplantando o Unix. A empresa, que sempre olhou com bons olhos o Linux, ao liberar o Interbase 4.2, foi surpreendida com o volume de downloads do produto. Esse fato reafirmou sua estratégia adotada anteriormente, que previa a conquista de sua fatia no mercado Linux, o direcionamento de seu foco para serviços e não mais produtos e sua aposta no mercado multiplataforma.
A empresa tomou a decisão de enfatizar a área de serviços
quando constatou a tendência munidal de queda nos preços do
software. Hoje a empresa pode ganhar dinheiro com suporte e não com
licenças.
Daí à opção pelo código aberto foi um passo, mas o lançamento de produtos como o Interbase, sob código aberto, deve acontecer a partir da versão 6.0.
A Interprise/Borland confia plenamente na qualidade de seu desenvolvimento e na aceitação de seu produtos, como o Kylix, versão do Delphi para o Linux, que muitos dizem que será o produto que viabilizá o mercado de Linux para a Borland, inclusive porque o Delphi é o produto que lidera esse segmento em todo o mundo, com exceção dos Estados Unidos, onde é superado pelo JBuilder, também da Borland.
Paralelamente, especula-se que o Kylix é a ferramenta que vai viabilizar a nova arquitetura de aplicações multiplataforma, através da qual os desenvolvedores poderão usar o mesmo código, tanto para o Linux quanto para o Windows, aumentando a portabilidade dos sistemas e viabilizando a adoção da nova plataforma.
Com base em pesquisa encomendada recentemente, a Inprise calcula que no mercado corporativo brasileiro, para cada cópia oficial de Delphi, existem oito piratas. Numa conjuntura de código aberto, de licenças gratuitas e maior flexibilidade para os consumidores, a pirataria praticamente sumiria e a empresa poderia incorporar uma base instalada muito maior e, portanto, o leque para oferecer serviços cresceria drasticamente.
O Metrô de São Paulo foi uma das primeiras grandes empresas públicas a adotar Software Livre e é um exemplo genuíno de convivência pacífica e gradual entre soluções proprietárias e livres
O Metrô de São Paulo tem uma longa história de convivência
com Software Livre. Mas, também não é de menos. A empresa
é uma das pioneiras no serviço público no país
em utilizar softwares livres como suíte Office padrão. No caso
do Metrô-SP, o StarOffice é utilizado desde novembro de 1999
como solução para suíte de escritório padrão
da empresa. O processo de implantação do StarOffice foi gradual
em todas as áreas, com o objetivo de não promover grandes choques
culturais. “O StarOffice foi instalado sob o sistema operacional Windows
e em convivência com o Microsoft Office, em limitado número
de cópias”, informa o gerente de Informática e Tecnologia da
Informação do Metrô-SP, Gustavo Celso de Queiroz Mazzariol.
A adoção do StarOffice - na época, utilizava-se
a versão corrente, 5.1 - deveu-se às dificuldades que a empresa
atravessava, como a crise financeira (havia até um Plano de Demissões
Voluntárias para redução dos custos operacionais) e
a intensificação da política de fiscalização
da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES). O
custo dos softwares proprietários era alto demais para os padrões
da empresa. “Havíamos chegado a resultados totalmente inviáveis
na negociação com a Microsoft para aquisição
das licenças do MS-Office para todo o nosso parque de microcomputadores”,
frisa Mazzariol. E o que aconteceu em seguida, pode ser considerada uma das
experiências mais bem sucedidas da convivência de padrões
livres com proprietários de que se tem notícia, considerando
o elevado número de usuários.
Números? Bem, por enquanto é um pouco difícil fazer
estimativas. “Nossa estratégia de implantação do StarOffice
é de convivência com as licenças do MS-Office que tínhamos
adquirido até então”, diz Mazzariol. Foi essa estratégia
que permitiu ao Metrô-SP fazer uma transição mais serena
e alongada de softwares proprietários para livres e evitar maiores
conflitos com os usuários da empresa. “Considere que, em novembro
de 1999, o conhecimento de softwares livres era praticamente nulo e existia
uma forte cultura que produtos livres ou grátis não tinham
qualidade e que software livre não era algo para se usar em empresas
sérias”. Infelizmente, essa visão persiste até hoje
em determinados setores, mas as resistências estão cada vez
menores, principalmente nas empresas públicas. Mazzariol é
otimista neste aspecto. “Hoje, esse contexto mudou bastante, e soluções
alternativas são vistas e analisadas com novos enfoques, tanto em
empresas privadas como públicas”. Ele lembra que entre os anos de
1999 e 2000, a gerência de Informática do Metrô-SP teve
que enfrentar um conservadorismo arraigado e a melhor estratégia foi
ir conquistando e convencendo usuário a usuário, setor a setor.
E não é que a tática “formiguinha” deu certo?
Hoje, mesmo havendo o uso misto de ferramentas livres com proprietárias
em determinados setores do Metrô-SP, a utilização do
StarOffice é encarada como uma coisa normal e foi assimilada pela
maioria dos usuários. “A quantidade de usuários aumenta à
medida que treinamos mais gente”, lembra Mazzariol. Um recurso utilizado
pela equipe da gerência de Informática, e que acelerou o processo
de migração, foi a atualização dos micros novos
apenas com o StarOffice e a retirada das cópias do MS-Office ou do
MS-Word/Excel isoladas dos equipamentos mais antigos. “Podemos considerar
que temos uns 1.800 usuários efetivos do StarOffice, de um total potencial
de 4.000 usuários, portanto, cerca de 45%, e está crescendo”,
enumera. Ele afirma, ainda, que esse número pode ser bem maior, pois
muitas pessoas estão usando o StarOffice sem ter tido qualquer tipo
formal de treinamento, tendo começado a usá-lo por analogias
com a utilização do MS-Office. “Não realizamos desde
novembro de 1999 nenhum treinamento nos produtos do MS-Office”, reitera.
A maior dificuldade enfrentada pelos funcionários do Metrô-SP que iniciaram o aprendizado com o OpenOffice foi a resistência cultural, ou seja, a dificuldade que a pessoa tem de deixar a ferramenta ou técnica a que está acostumada e não quer mudar. “As diferenças técnicas para aprendizado não são muitas, pois as ferramentas são muito semelhantes em sua interface”, diz Mazzariol. O que atrapalhou um pouco no processo de aprendizado do StarOffice, ao contrário do que deveria ser, foi o recurso do Desktop, que visa a integrar todas as funcionalidades da suíte, de forma que o usuário seja orientado para o documento e não para a função (processador de texto, planilha de cálculo, etc). “O usuário, acostumado com o MS-Office acaba se atrapalhando com mais um desktop, além daquele do Windows”, complementa.
Para uma empresa pública de porte e com grande necessidade de
investimentos para manutenção e ampliação dos
serviços, como o Metrô, os gastos com licenças de software,
enquanto existia uma alternativa mais em conta, eram proibitivos. Na época
em que foi implantado o StarOffice, o Metrô-SP tinha acabado de negociar
com a Microsoft alternativas de licenciamento e a melhor oferta que a empresa
tinha obtido era o licenciamento Enterprise. “Segundo a Microsoft, ele era
somente para empresas com grande volume de equipamentos, mas que poderia
ser aberta uma exceção no caso do Metrô-SP”, lembra Mazzariol.
E qual foi a proposta da Microsoft? “Seria 'apenas' US$ 300 por micro, por
ano, com direito a usar a última versão do Windows e do MS-Office”,
revela. Como o parque de equipamentos do Metrô-SP girava na época
em torno de 1.300 equipamentos, os gastos representariam US$ 390 mil por
ano. “Atualmente, temos cerca de 1.600 equipamentos, com necessidade de expansão
para 1.800, o que implicaria, no mínimo, em gastos da ordem de US$
480 mil por ano, ou quase R$ 1,5 milhão todo ano, caso tivéssemos
optado pela oferta da Microsoft”, afirma.
A economia gerada com a adoção de ferramentas livres, sem perdas de qualidade e atendendo perfeitamente às necessidades do Metrô-SP, foi o principal benefício para a empresa. A não necessidade de controle de licenças do produto por máquina, uma vez que o StarOffice pode ser instalado livremente, foi uma conseqüência direta da adoção de Software Livre, que mudou, inclusive, a gestão dos recursos da empresa. “Inicialmente, nem percebemos que passamos a analisar alternativas de soluções com uma cabeça mais aberta, considerando, além dos tradicionais e consagrados produtos do mercado, outras opções disponíveis, sem menosprezar software livre, gratuito ou mais barato”, diz Mazzariol.
Essa mudança de valores levou a gerência de Informática do Metrô-SP a estar sempre buscando a melhor relação custo X benefício. “Valorizamos sobremaneira o que se necessita e não o que é oferecido e criamos uma mentalidade de não ficar escravo de um único fornecedor”, afirma. É dessa maneira que o Metrô-SP conseguiu se livrar de uma política de preços e condições de contrato de um fornecedor, que pode mudar suas cotações a qualquer hora, sem qualquer explicação. “O uso dos softwares livres e aplicação melhor da verba que seria gasta no licenciamento do software nos proporcionou um novo estado de espírito, muito mais aberto, flexível e criativo”, completa.
O Metrô-SP continua utilizando o sistema operacional Windows, pois foi essa a opção feita quando se decidiu migrar para o StarOffice. “Fizemos isso para evitar maiores choques culturais”, ressalta Mazzariol. “Até mesmo porque não dava para ficar sem o Windows face aos demais aplicativos”. No entanto, ele considera que uma “nova transição progressiva” é viável, e a empresa estuda por onde e como iniciar o processo de adoção do Linux nas estações de trabalho, enquanto nos servidores do Metrô-SP o sistema operacional do pingüim já é uma realidade.
Experiências já estão sendo feitas com o pingüim
no desktop. Há uma estação Linux rodando o OpenOffice
no laboratório de Software Livre do Metrô-SP. Um micro AMD K-6
com 64 Mb de RAM, HD de 4 Gb e RedHat 7.3 roda o OpenOffice 1.0.1 e, por
enquanto, apenas a equipe de Software Livre da empresa o utiliza. “Pretendemos
expandir para outros usuários”, revela Mazzariol. Há outro
projeto em fase de gestação, com implantação
prevista para o ano que vem, que se chama “Micro Livre”. “São equipamentos
adicionais que colocaremos nas áreas onde o sistema operacional será
só o Linux e os aplicativos serão todos do tipo StarOffice,
OpenOffice, browser para Linux, nosso correio eletrônico que já
é padrão web, acessos à Internet e Intranet”, explica.
O objetivo do projeto é a aculturação e preparação
dos usuários e do próprio pessoal que trabalha na área
de informática do Metrô-SP para uma implantação
mais geral e agressiva de soluções livres.
Engana-se quem acha que o processo de aculturação para uma solução livre seja rápido. “É um processo lento e progressivo, portanto, há que se ter paciência, trabalhar na estratégia de implantação e persistir no processo de aculturação, uma parte no convencimento e outra na pressão”, salienta Mazzariol. E o que falta para que o Software Livre se torne mais popular e aceito por todos? “Credibilidade no mercado”, responde. Para ele, as perguntas clássicas quem garante o produto, que suporte terei e quais empresas estão usando a solução podem ser respondidas à medida que mais empresas entram para valer no uso do Software Livre, seja qual for o motivo. “Exemplos marcantes e cases de sucesso são normalmente mais convincentes que um milhão de palavras”, afirma. E o Metrô-SP, certamente, é um desses cases de sucesso, pelo pioneirismo e os resultados representativos registrados pela Revista do Linux.
O Metrô-SP disponibilizou, de início, dois tipos de treinamento: um de migração do MS-Office para o StarOffice (denominado na empresa como “upgrade”) para os usuários que já tinham conhecimento e trabalhavam com o produto MS-Office. O treinamento era composto de três módulos, cada um com duração de oito horas, formados pelo StarWriter (processador de texto), StarCalc (planilha) e “Star-resto” (apresentação StarImpress, desenho StarDraw e agenda StarSchedule). Esse treinamento consistia na apresentação das diferenças e similaridades entre os produtos.
O outro tipo de treinamento é o completo, que atende aos usuários que não têm conhecimento de qualquer das ferramentas. Também é dividido em três módulos, cada um com duração de 20 horas, ministrados em cinco dias, quatro horas por dia. Os módulos são independentes, ou seja, os usuários podem optar por aprender todas as ferramentas ou apenas aquela que seja necessária para a realização das suas atividades.
Todos os treinamentos foram e continuam sendo ministrados por uma empresa contratada pelo Metrô-SP, que fornece locais nas dependências da empresa, com um micro por aluno e também o material (manuais elaborados pela própria equipe de suporte do Metrô-SP até porque não havia nada similar no mercado). A empresa contratada para o treinamento disponibiliza o instrutor e é responsável pela preparação das aulas e também pelo acompanhamento pedagógico, incluindo as avaliações. (RA)
Em novembro de 1999 começamos a usar o produto StarOffice em paralelo com as cópias de MS-Office que tínhamos. Criado pela empresa alemã !Star Division e depois adquirido pela Sun Microsystems, o programa StarOffice era e ainda é uma das melhores alternativas entre as suítes de aplicativos de escritório. Além de atender às necessidades do dia-a-dia, o StarOffice tem a seu favor um apelo irresistível: ser gratuito. Adotando uma postura revolucionária, a Sun decidiu abrir, em outubro de 2000, o código fonte do StarOffice, que passou a ser conhecido como OpenOffice.
O software adotou as características intrínsecas de um
software livre e não proprietário, carregando em si uma concepção
de cooperação, pois um programa livre pode ser modificado,
alterado e aprimorado por centenas de programadores em todo o mundo.
Certamente, ao final desse processo, tem-se um produto muito mais adaptado aos interesses da maioria. Atualmente, a Sun está lançando a versão 6.0 do StarOffice com novas regras de licenciamento, o que significa que o software passa a ter um custo (reduzido, mas existente) e seu código fonte deixará de ser aberto, passando a ser proprietário. A última versão gratuita do StarOffice, a 5.2, com seu código aberto, passou a ser a base do produto, rebatizado como OpenOffice 1.0, que continua gratuito, é de código aberto e, nessta versão, consolida todas as colaborações e propostas de alteração da comunidade.
O Metrô é considerado um dos pioneiros no uso de software
livre entre as empresas públicas do Brasil. A excelente qualidade
dos produtos livres existentes tem criado uma forte tendência mundial
de aceitação deste gênero de produto, fundamental em
épocas de orçamentos restritos. Desta forma, temos por compromisso
o uso preferencial de softwares livres como alternativa a produtos comerciais
de cunho proprietário. Nossa estratégia será, então,
convergir progressivamente para o OpenOffice, como substituto natural ao MS-Office
97 e StarOffice versões 5.1 e 5.2. É importante ressaltar que
todo o investimento realizado em documentação, suporte e treinamento
não terá de ser repetido, pois o OpenOffice é, basicamente,
um novo nome do mesmo produto. Quem já utiliza o StarOffice não
terá nenhuma dificuldade em usar o OpenOffice. O material de treinamento
sofrerá pequenos ajustes e, em breve, deveremos disponibilizá-lo
na Intranet e na Internet, como já ocorre hoje com o material elaborado
para o StarOffice, versões 5.1 e 5.2. Programas de códigos
abertos, do mundo de software livre, há tempos deixaram de ser aventura
de “radicais” ou de exclusivo uso acadêmico para ocupar espaço
significativo em pequenas ou grandes empresas.
O Metrô-SP sempre ocupou posições de vanguarda tecnológica. Temos servido de exemplo e motivação para várias empresas brasileiras, tanto públicas como privadas, que nos seguem, usam nossa documentação, nossa experiência e vivem citando e agradecendo nosso apoio. Este é mais um motivo para sermos coerentes com aqueles que acreditaram em nós e nos acompanharam até aqui.
Portanto, permanecer defendendo soluções de código aberto, compartilhando conhecimentos, buscando sempre a melhor relação custo/benefício é o que nos leva ao OpenOffice como caminho mais adequado. Para termos qualidade e independência tecnológica, precisamos ser livres.
No ano de 1999, a Companhia do Metropolitano de São Paulo decidiu utilizar o StarOffice como solução para suíte de escritório padrão da empresa O processo de migração dos sistemas proprietários para livres foi gradual com o objetivo de não haver um choque cultural muito grande.
Economia proporcionada pela adoção de soluções livres:
Atualmente o Metrô-SP possui 1.600 equipamentos, e se fossem utilizadas ferramentas proprietárias para todas essas máquinas, o gasto anual seria de R$ 480.000.
Linux no desktop?
Configuração da máquina de testes (desktop Linux) do laboratório de Software Livre do Metrô-SP
AMD K6 64 MB de RAM HD de 4 GB RedHat 7.3 OpenOffice 1.0.1
A Cotia Penske Logistics, empresa “joint-venture” de logística e distribuição, estabelecida no Brasil desde 1998, entre a Cotia Trading, do Brasil, e a Penske Logistics, dos Estados Unidos, usa soluções baseadas em Linux, com resultados surpreendentes. A empresa presta serviços de projeto e gerenciamento de cadeias de suprimentos na América do Sul a grandes corporações como Carrefour, Hewlett-Packard, Ford, Alcatel, Itaú, entre outras.
Com cerca de 1500 funcionários, a Cotia Penske tem três grandes projetos que fazem uso de aplicações baseadas em software livre. Na matriz da empresa, em São Paulo, foi instalada uma solução que disponibiliza o acesso à Internetpara todas as operações da empresa. Há também outros dois aplicativos (MON e MRTG) instalados na mesma máquina que permitem visualizar a utilização de todos os links e monitorar a comunicação entre a matriz e os armazéns da empresa.
Nos armazéns, as soluções foram mais específicas. A Cotia Penske necessitava de um servidor de arquivos e de aplicações. A idéia inicial era uma máquina com Windows 2000 Server, no entanto, esse sistema operacional não atenderia, e teria altos custos com a aquisição do mesmo e de licenças para os clientes. A solução estava em um sistema que atendesse as demandas de comunicação da empresa que fosse de um custo reduzido.
A equipe da informática da Cotia Penske já vinha acompanhando o mercado e apenas aguardava a melhor oportunidade de implantar soluções baseadas em software livre. Com o Linux, a Cotia Penske teve como diferencial competitivo o domínio completo sobre as informações, item fundamental em empresas de logística. Conseguiu-se obter as informações com enorme facilidade e rapidez. Um exemplo é o armazém de 80 mil metros quadrados que recebe, armazena e expede cerca de 30 mil itens diferentes diariamente. O volume de informações é muito grande e o controle total sobre elas só foi possível graças à solução que foi implantada usando máquinas de grande porte com tecnologia Risc e sistemas Unix em conjunto com máquinas com o sistema operacional Linux atuando como servidores de banco de dados, arquivos e aplicação.
Os sistemas que estavam funcionando na Cotia Penske antes da implantação de softwares livres eram Windows NT 4.0 e 2000 Server. Eles não atendiam a necessidade da empresa, pois não havia flexibilidade sobre alterações à medida que a empresa crescia. As máquinas com o Samba rodando sobre o Linux são superiores àquelas com o Windows, pois fora o Samba que atua exatamente como se fosse um servidor Windows, podemos ainda nos beneficiar com todas as vantagens do Linux.
O Linux demorou dois meses para ser implantado na Cotia Penske (matriz
e os dois armazéns da empresa). Para a matriz, foi montada uma máquina
Celeron 800 MHz, com 128 MB de RAM e 20 GB de HD. Nela foi instalado o Conectiva
Linux 8.0. Tinha situações adversas, pois apenas algumas máquinas
teriam acesso a somente alguns endereços específicos e, em
uma segunda situação, as máquinas teriam acesso a quase
todos os endereços, pois haveria algumas exceções. O
Linux foi configurado para que fosse extraído do arquivo de log do
squid (access.log) todos os acessos que foram negados, de modo que os resultados
deles fossem enviados em um segundo arquivo que é encaminhado diariamente
para os administradores. Com essas informações, pode-se avaliar
o real uso da Internet dentro da companhia e concluir que a capacidade do
link que havia sido contratado atenderia perfeitamente. Outras ferramentas
também implementadas na máquina da matriz foram o MRTG e o
MON. O primeiro é responsável pela geração de
gráficos com informação sobre o nível de utilização
de cada link, enquanto o MON fica “pingando” em intervalos de um minuto as
interfaces seriais dos roteadores, onde foram definidas comunidades para que
se possa fazer um acesso usando o SNMP (Simple Network Management Protocol).Caso
um dos roteadores deixe de responder, essa informação é
armazenada em um arquivo e se ocorrem três incidências seguidas
de “sem resposta”, automaticamente serão enviadas mensagens para os
administradores”. Outro item importante na solução instalada
na matriz da Cotia Penske é que o valor cobrado pela prestadora do
serviço de link de frame-relay está diretamente ligado ao número
de horas em que os links estiveram em perfeito funcionamento.
No projeto Armazém Geral da Penske Logistics, a equipe de informática da empresa montou uma máquina Celeron 800 MHz, com 128 MB de memória RAM e 40 GB de HD, com o Conectiva Linux 7.0. Foi implementado na máquina um servidor de arquivos e aplicações com o Samba e instalado o software de gerenciamento do Armazém (WMS - Warehouse Management System). Em outro projeto da Cotia Penske Logistics, usou-se a mesma configuração da máquina, porém com algumas alterações. Em função dos excelentes resultados obtidos no projeto Armazém Geral, foi decidida a migração para o Linux. Não teve nenhum trauma durante a migração e hoje esse servidor também nos atende como servidor de arquivos e de aplicação. As vantagens? Foram muitas. Entre elas, está o limite para armazenamento de disco (por usuário e por grupo), maior segurança em relação aos acessos remotos, controle total sobre os processos, melhor desempenho em relação aos acessos à memória (o sistema operacional anterior consumia muita memória) e redução significativa no custo com as licenças para os clientes.
Foi possível implantar uma solução que, por fim, acabou atendendo exatamente como esperava-se. Hoje é possível que o acesso à Internet seja feito de qualquer operação sem que haja a necessidade de qualquer custo adicional, pois o acesso é feito por intermédio de uma LP (Linha Privada) de dados, e mais ainda, todos os acessos são monitorados. A Cotia Penske está trabalhando em outros projetos, em que três outros servidores Windows 2000 serão migrados para máquinas com o Samba e Linux. Outro projeto que está sendo concluído é uma máquina com iptables (firewall) instalado. O objetivo desse projeto é fazer com que essa máquina em conjunto com um firewall Cisco nos propicie ainda maior segurança em nossa rede de perímetro. Com o Linux, empresas como a Cotia Penske Logistics podem disponibilizar acesso barato e seguro à Internet. Exatamente um dos motivos que fazem o sistema operacional Linux crescer em todo o mundo.
Duas concessionárias Honda do Estado de São Paulo substituem sistemas proprietários por Linux para se integrar com segurança e comodidade à fábrica.
As concessionárias Honda Norte Vel Distribuidora de Veículos,
de São Paulo, e Tani Motors, de São José dos Campos,
informatizaram os processos de trabalho com o aplicativo SIAC (Sistema de
Automação de Concessionárias). O aplicativo, desenvolvido
pela empresa Conclusão Informática, era destinado às
concessionárias de veículos nacionais e importados da Honda
e rodava no sistema operacional Novell 3.12, em seguida, foi convertido para
Windows NT 4.0. O SIAC rodava em um servidor Windows NT, com 25 estações
de trabalho com Windows 98, e tinha as funções de gerenciamento
de estoque de peças e veículos, ordens de serviço, vendas,
faturamento de peças/serviços/veículos, entre outras.
A linguagem de programação que foi usada para escrever o aplicativo
era a Clipper 5.2 e o gerenciador da base de dados, a ADS 5.0, sendo que o
acesso à Internet foi implantado através do software Wingate,
que tinha um custo de licenciamento muito alto.
Os problemas da configuração do sistema com o Windows não demoraram a aparecer. De acordo com Vieira, a manutenção era muito precária, demorada e trabalhosa. As atualizações eram feitas por e-mail ou em visitas presenciais às concessionárias, sem contar que tinha-se que paralisar as atividades dos funcionários das áreas administrativa e de informática para efetuar as manutenções. As dificuldades não paravam por aí. O Windows NT 4.0 tinha que ser reiniciado pelo menos duas vezes por semana para evitar travamentos e a impressão dos relatórios era muito lenta e escravizava os terminais. Além disso, mesmo com o incremento na segurança e integridade das gravações de dados, o custo de instalação do gerenciador de base de dados ADS 5.0 era considerado muito elevado.
Em dezembro do ano passado, o sistema SIAC, que funcionava no Windows NT 4.0, foi substituído pelo Conectiva Linux 7.0. Foi configurado um servidor AMD Duron 750 Mhz, com 256 MB de RAM e com HD de 20 GB, com 15 estações de trabalho rodando Windows 98, com sistemas de estoque de peças e veículos, ordens de serviço, faturamento, contabilidade, entre outras aplicações, todos rodando em FlagShip. Fatores como alto custo nas atualizações das licenças, a não necessidade de realizar investimentos para a troca de equipamentos e a possibilidade de integrar remotamente as concessionárias (matriz e filial) via Internet foram decisivos para a mudança do NT 4.0 para o CL 7.0. Tiveram problemas com atualizações e integridade dos dados e dificuldades na atualização e comunicação remota entre as concessionárias.
Com o Linux, as concessionárias Honda não precisaram realizar nenhum investimento na compra de novos equipamentos, que seriam necessários, caso optassem por continuar com sistemas proprietários. Hoje, o servidor roda os serviços de Internet/Intranet, e-mail, o sistema de comunicação concessionária X fábrica Honda (IHS), correio de veículos (FTP) e outras aplicações. Com toda a solução implantada, foi possível integrar todas as empresas envolvidas, Conclusão Informática, Norte Vel e Tani Motors, e executar qualquer tipo de serviços, como consultas, relatórios, atualizações, além de suporte online. Outro benefício obtido com Linux é que as concessionárias se integraram, com melhora expressiva de performance, à fábrica Honda através do IHS. Todos os departamentos da Norte Vel e da Tani Motors podem acessar o sistema possibilitando conforto, comodidade e agilidade.
O Linuxfoi introduzido na Visagis S/A Indústrias Alimentícias, conhecida pela marca Visconti, por motivos incidentais. Como parte de um sistema de cadastro de pedidos via Web, seria necessário implementar um servidor http, em plataforma Windows NT ou Linux. Por ser gratuito e proporcionar aos fornecedores do software Web mais facilidade de administração remota, o Linux foi preliminarmente adotado. A decisão final sobre a plataforma de produção ficaria para um segundo momento.
Entretanto, a Visconti preparava-se para alterar completamente sua arquitetura de redes WAN (longa distância). A intenção era substituir as linhas dedicadas ponto a ponto por serviço frame relay TCP/IP fornecido pela Embratel. Essa migração visava não só a elevar o nível de integração entre as diversas plantas industriais e comerciais, como também a acomodar a implantação de serviços visíveis à Internet pública, tais como aquele cadastro de pedidos via Web.
Quando a instalação dos links e modems da Embratel ficou pronta e as faixas de endereçamento IP definidas, restava escolher uma solução de roteamento e firewall que cumprisse alguns requisitos básicos.
Entre eles, capacidades avançadas de roteamento; túneis
IP (VPNs) entre as redes privadas das diversas plantas, de preferência
criptografadas; acesso transparente e controlável à Internet
pública, a partir de qualquer planta; firewall seguro e facilmente
configurável; suporte simultâneo a duas faixas de endereçamento
IP distintas (Intranete Internet), trafegando
na mesma rede perimental física; recursos fáceis e seguros
de administração remota; possibilidade de implementação
posterior de serviços de rede de nível superior, por exemplo
um servidor proxy.
As soluções baseadas exclusivamente em roteadores ou servidores Windows NT eram factíveis, conforme se constatou posteriormente, mas os respectivos fornecedores falharam na viabilização de suas respectivas soluções diante das exigências do ambiente. Além disso ambas se tornaram onerosas. Diante desse quadro, solicitou-se um estudo de viabilidade de uso do Linux como plataforma de roteamento e firewall. E o resultado foi que este se revelou uma solução viável e sobretudo econômica, pois o custo de implantação ficava restrito à compra de um computador PC comum por planta.
Homologada a proposta, o processo de migração para os novos
links começou no dia 3 de setembro de 1999 e terminou, com o acerto
dos últimos detalhes, no dia 6 de setembro. A distribuição
utilizada foi a da Conectiva, versão 4.0. E o único software
necessário à instalação que não estava
presente no CD-ROM foi o CIPE que é um protocolo de VPN.
Consolidada a nova rede WAN, alguns aprimoramentos foram realizados desde então. Entre eles, a instalação de Proxy e de Servidores Samba (protocolo NetBIOS, ou "rede Windows") em cada planta, de modo a permitir armazenamento e backup centralizados dos arquivos de usuário, bem como a visibilidade e troca de mesnagens entre todos os usuários de todas as plantas. Também foi acrescentado o acionamento automático de link alternativo, por linha discada, em caso de falha do link principal da Embratel, de modo a notificar o administrador do sistema por e-mail e pelo celular (BCP DigiMemo). Além disso, implementou-se administração remota e cópia de arquivos segura, usando ssh e miniprovedor para acesso remoto do administrador do sistema à Internet e à rede Visconti sem necessidade de provedor Internet e/ou criação de "buracos" no firewall.
Primeiro, eles usaram o GNU/Linux. Depois, satisfeitos com o resultado, passaram a oferecer soluções baseadas nessa plataforma. Essa é, em resumo, a história da Brasil Informática, software-house de São Paulo que, há 15 anos, desenvolve sistemas administrativos em ambiente DOS que agora acabam de ser portados para GNU/Linux.
Na verdade, o uso desse sistema operacional gratuito começou em outra empresa do grupo: a BR Connection, provedora de serviços Internet. "Observamos que o GNU/Linux apresentava bom desempenho e nunca travava, como ocorria no Windows 95 instalado na Brasil Informática", conta Francisco Odorino Neto, diretor das duas empresas.
Assim, acabou migrando sua rede, com 40 estações, para
GNU/Linux. Em seguida, começou a trabalhar no desenvolvimento de versões
de seus programas para esse ambiente. Segundo ele, até o fim de outubro
de 1999, todos os produtos da Brasil Informática --- sistemas de contabilidade,
escrita fiscal, folha de pagamento, ativo fixo (controle patrimonial), lucro
presumido, estoque e faturamento --- estarão disponíveis para
Linux. "É um sistema que oferece mais segurança, confiabilidade
e performance", justifica.
Com a versão GNU/Linux, a software-house pretende abrir um novo mercado para seus produtos. Ao mesmo tempo, quer estimular a migração da base instalada. Se o cliente quiser, vai substituir gratuitamente a versão DOS dos programas por GNU/Linux. "Temos interesse nisso porque o GNU/Linux é mais estável e, assim, exige menos suporte", explica Odorino Neto.
Por esse motivo, os preços das versões GNU/Linux também
serão diferentes --- bem mais baixos. O sistema de escrita fiscal,
por exemplo, que custa entre R$ 1.200 e R$ 1.500 para DOS, deverá
sair por aproximadamente R$100, para GNU/Linux. Além disso, a Brasil
Informática promete oferecer gratuitamente o sistema de contabilidade,
tanto pela Internet como na caixa do GNU/Linux da Conectiva com a qual pretende
firmar parceria. Outra alternativa em estudo é a criação
de um pacote formado pela suíte StarOffice e os programas administrativos
da Brasil Informática.
O primeiro produto para GNU/Linux da Brasil Informática, contudo, já está no mercado e instalado em empresas como a Audi e a Via Veneto e no Hospital São Luiz. Batizada de BR Multi Access, a solução é constituída de um servidor GNU/Linux que permite a conexão de uma rede de micros à Internet, a partir de uma única linha telefônica e um modem. Assim, todos os usuários da rede podem ter acesso à web, com endereço eletrônico personalizado, mas a conta telefônica é uma só.
"O BR Multi Access funciona como servidor de acesso, de mensagem eletrônica e também como ferramenta de administração da rede, pois permite o gerenciamento e o controle de todas as máquinas ligadas a ela", explica Odorino Neto. A instalação do servidor, ao qual podem ser ligadas quantas estações o usuário desejar, custa R$ 750. Antes da decisão, porém, o cliente pode testar o sistema, gratuitamente, por um mês. A Brasil Informática cobra manutenção mensal que cobre atualizações de R$ 105.
ERP - Enterprise Resources Planning - é um conjunto de sistemas de planejamento e gestão empresarial que visa produzir soluções em informática que proporcionem aos clientes uma completa e flexível ferramenta de Business Inteligence totalmente integrada ao sistema de gestão em que o usuário final não necessite de qualquer conhecimento em informática para gerenciar seus dados. Além disso, visa permitir total integração nos setores de compra e vendas com a internet, efetuando seus pedidos diretamente através de e-mail, proporcionando desta forma uma completa integração entre fornecedor/empresa/cliente.
A Sulfabril, ue utiliza o sistema de gestão integrada Logix, desenvolvido pela software-house Logocenter. Os testes foram feitos em abiente Linux integrado à infraestrutura da Internet da empresa. Os resultados foram excelentes - não só pelo desempenho alcançado, como também pela flexibilidade que essa solução conseguiu oferecer para os usuários.
A Logocenter tornou o Logix disponível para Linux depois que a Informix lançou versões de suas ferramentas - em particular, o banco de dados - para esse ambiente operacional. Outro fator que pesou na decisão da Logocenter, de portar o Logix para o Linux, foi o lançamento da versão desse sistema operacional com Kernel 2.2.0. Afinal, com o no Kernel, o Linux ganhou capacidade de rodar em máquinas multiprocessadas, com desempenho semelhante - e, em alguns casos, até superior - ao de máquinas Risc.
A Interquadram, do Rio, é outra empresa que também já
colocou no mercado uma versão de sua linha de softwares de ERP Interquadram
2000 inteiramente desenhada para ambientes Linux. As regras de negócios
de nosso ERP já estão todas em Linux, uma vez que há
oferta abundante de bibliotecas de dados nesse ambiente.
Com o Interquadram 2000, a empresa promete uma solução completa de gestão empresarial com recursos para acesso remoto, via Internet, das aplicações corporativas. O sistema inclui toda a parte de supply chain, vendas, controle fiscal, ativo patrimonial, controle de chão de fábrica e algumas outras adaptações para segmentos específicos do mercado como saúde, varejo e construção civil. O custo da implantação completa (com licença e manutenção) foi de cerca de R$145 mil.
O Advanced Proteus 5 (AP5), novo sistema ERP da Microsiga, também já está disponível para Linux. O produto está pronto para rodar com os bancos de dados Oracle e Informix para Linux. Vários clientes da Microsiga já demostraram interesse na versão do AP5 para esse ambiente.
Os recursos são os mesmos disponíveis nas versões
para outros sistemas operacionais. Ou seja, linguagem de programação
própria, supply chain, comércio eletrônico, EDI - Eletronic
Data Interchange, integração a sistemas de computer telephony,
business intelligence, segurança e acesso controlado por meio de senhas.
Outro recurso importante é o acesso remoto ao sistema principal, a
partir de qualquer máquina ligada à Internet, e o processamento
de informações on-line também a distância.
A SAP, por sua vez, lançou na Alemanha, no final do mês de agosto, a versão para Linux de seu conhecido sistema de gestão SAP R/3 já disponível também no Brasil.
A maioria dos parceiros da SAP nas áreas de hardware e software entre eles, Compaq, HP, IBM e Siemens seguiu essa iniciativa e também colocou no mercado ferramentas, banco de dados e outros produtos para plataforma Linux. Além disso, a software-house adiantou que tem planos de portar para Linux as soluções SAP Business Information Warehouse (SAP BW) e SAP Business-to-Business Procurement (SAP B2B). Ambas fazem parte do mySAP.com, ambiente de negócios colaborativo criado pela empresa para o mercado emergente de e-business.
Com tantas adesões, no segmento que representa o estado da arte em ferramentas de gestão, o Linux dá um passo decisivo para consolidar seu espaço nas corporações.
Desde o início de 1998, a malharia Manz estudava soluções para desenvolvimento de sistemas em arquitetura cliente/servidor, bem como ferramentas para acesso e serviços Internet. O projeto de longo prazo do departamento de informática consistia em usar a Internet como principal meio de comunicação de dados até meados de 1999, e migrar seus sistemas corporativos para cliente/servidor até o início de 2001.
O caminho natural parecia a migração progressiva da plataforma
Netware para Windows NT. Mesmo assim, a área de informática
resolveu fazer alguns testes com o Linux, motivada pelo recente lançamento
do Interbase 4 para Linux. Também tornou-se o Linux responsável
pelo compartilhamento de um link discado à Internet.
Devido ao grande sucesso dessas experiências, ainda em 1998 usou-se o Linux para converter um sistema de informações gerenciais para a arquitetura cliente/servidor, trabalho concluído em setembro do mesmo ano. O ganho de performance, de até trinta vezes em algumas consultas , bem como a confiabilidade, que evoluiu de falhas semanais na versão anterior, para nenhuma falha em catorze meses de operação da nova versão, coroaram definitivamente o Linux como plataforma de escolha para quaisquer projetos futuros. Não obstante, o uso do Linux continuou restrito a um servidor até meados de 1999. Nesse meio tempo, o link discado à Internet foi substituído por um link permanente síncrono.
Desde o final de 1998, já se sabia que os diversos servidores Netware 3.12 utilizados pela Manz eram sensíveis ao "bug do milênio". Eles teriam de ser atualizados para Netware 4, ou substituídos por outra plataforma. A atualização dos servidores custaria bastante caro, e seria um contra-senso investir em Netware se a intenção era migrar para Linux em no máximo dois anos. Por outro lado, seria impossível migrar todos os sistemas para cliente/servidor até a virada do milênio, tampouco substituir o grande número de estações DOS com boot remoto.
Começou-se então a fazer testes com o Mars-NWE, o emulador de Netware para Linux. Uma vez determinado que o Mars funcionaria bem com os softwares e máquinas em uso na Manz, os servidores foram, um a um, convertidos para Linux, num lapso de quatro meses. A migração gradual visava o acompanhamento da confiabilidade do Mars nos ambientes de produção. Os dois últimos servidores Netware foram desativados em agosto de 1999.
Assim, foi possível resolver o problema do bug do milênio com um custo mínimo, manter a compatibilidade com software e quipamento de legado, e de quebra, preparar antecipadamente os serviços para a inexorável adoção da arquitetura cliente/servidor. Hoje, a Manz usa Linux em todos os servidores, exceto por uma máquina Netware da área industrial, cujo sistema de gestão ainda depende do Btrieve for Netware, embora o fornecedor do sistema já estude o Linux como plataforma alternativa de servidor. Também há grande interesse em se adotar o Linux nas estações de trabalho.
Desde que adotou Linux em máquinas Alpha, a empresa vem garantindo contratos milionários.
Quando comprou a Digital, em 1998, a Compaq herdou uma antiga parceria existente entre a fabricante dos servidores Alpha e a comunidade Linux. O relacionamento havia começado quatro anos antes, depois de linus Torvaldster feito uma palestra em um evento anual dos usuários Digital. Os engenheiros da empresa, que trabalhavam com o sistema operacional Open VMS, logo convidaram Torvalds a desenvolver o Linux para a plataforma Alpha - baseada no processador RISC, de 64 bits. Para isso, a Digital (hoje Compaq) chegou a doar uma workstation Alpha para Linus Torsvalds, que, em 1995, completou o primeiro porte do Linux para um sistema RISC.
Assim, desde aquele ano, os processadores Alpha operam com Linux. O Alpha
equipado com Linux tem vencido vários benchmarks realizados no mercado.
O Linux utiliza os 64 bits da arquitetura Alpha - coisa que o Windows NT,
de 32 bits, não faz. Isso dá à combinação
Alpha - Linux um desempenho tão bom quanto o oferecido por sistemas
Unix proprietários.
A prova disso foram os contratos de fornecimento de um supercomputador Alpha em forma de cluster - workstations Compaq Professional XP1000, todas com Linux - para o National Oceanic Atmosphere Administration (NOAA), entidade norte-americana que faz previsões climáticas. Além das workstations XP1000, a linha de máquinas Alpha da Compaq é formada por servidores de pequeno porte.
A confiança no Linux também já foi estendida à linha de máquinas baseadas em processadores Intel. Na verdade, as máquinas são entreges sem sistema operacinal, mas a empresa já oferece vários drivers específicos para o Linux.
O Zaz tem mais da metade de suas páginas hospedadas em servidores GNU/Linux --- a outra parte está em windows NT. O servidor de correio eletrônico também está, praticamente, todo em GNU/Linux.
A experiência com o ambiente Unixvem desde o final de 1995, com
a Nutecnet --- provedor de acesso que deu origem ao Zaz. Toda a estrutura
de serviços Web da empresa foi desenvolvida em servidores com SCO
Unix. Quando lançou o conteúdo do Zaz, um ano depois, a Nutecnet
passou a utilizar os sistemas HP-UX e BSDI (ambos também Unix) na
criação das páginas. Na época, colocou uma máquina
com Linux como servidor de jogos --- basicamente com o jogo "Quake".
Quando as marcas Nutecnet e Zaz se fundiram, a equipe de tecnologiacomeçou a estudar a troca dos outros ambientes Unix pelo Linux. Atualmente, pelo menos 75% dos servidores SCO Unix do Zaz já migraram para o Linux.
A loja virtual da Tomorrow foi toda criada em GNU/Linux, a princípio para vender CD-ROMs.
Na época, o custo foi um fator decisivo na escolha: um servidor de loja eletrônica, baseado em outro ambiente operacional, saía por aproximadamente US$ 10 mil. Com o GNU/Linux, não chegou a US$ 1 mil. "Além do mais, o sistema é bastante seguro, nunca deu problema ou ficou fora do ar", acrescenta Amira Negrão, diretora da Tomorrow. Satisfeita, ela fez uma parceria com a Conectiva e começou a vender também produtos GNU/Linux em seu shopping virtual, o qual hoje inclui acessórios e periféricos de informática, além de vários tipos de programas (aplicativos, utilitários, educacionais, etc).
Quando se pensa na Índia, quais são as primeiras coisas que vêm à mente? Meditação, purificação da alma no rio Ganges e vacas sagradas, ou a pobreza de um país que já ultrapassou a cifra de um bilhão de habitantes? Essas são apenas algumas verdades sobre um país capaz de influenciar culturalmente todo o planeta, mas também deve-se pensar em tecnologia, principalmente em Linux. País sobre o qual muitos depositam grandes dúvidas em relação ao seu desempenho econômico e social, a Índia é hoje um grande exportador de cérebros em diversas áreas científicas, principalmente de software.
O casamento entre o software livre e a Índia parece perfeito. Quando
comparamos a disponibilidade de recursos ao contingente populacional, a redução
de gastos com licenças passa a ter um papel fundamental para o desenvolvimento
da informática entre estudantes, inclusive na educação
básica. Entre universidades, um bom exemplo acontece em Calcutá.
Com a ajuda do grupo de usuários Linux da cidade, pôde ser instalado
um laboratório de informática com um gasto de apenas US$ 7000,
o que seria impossível com a utilização de softwares
proprietários. Esse laboratório é constituído
por um parque de 20 máquinas 486 funcionando em sistema de boot remoto.
Um outro projeto interessante é o de uma organização
chamada Sarai. Em associação com o grupo de usuários
de Nova Délhi, foi identificado um grupo de escolas que desejam utilizar
sistemas baseados em Linux. O primeiro passo será a criação
de uma distribuição baseada no Red Hat Linux, que poderia ser
facilmente encontrada em um CD.
Uma criação indiana baseada em Linux e que tem grande chance de sucesso é o Simputer. Parecido com um handheld, ele se propõe a ser uma alternativa portátil aos computadores pessoais e de menor custo, justamente para que pessoas com menores recursos financeiros tenham acesso aos benefícios da tecnologia da informação. Com a produção em grande escala, a expectativa é de que ele custe 9000 rúpias indianas, ou cerca de 570 reais. Além disso, ele possui recursos, que, segundo informam seus criadores, permitiriam sua utilização até mesmo por analfabetos. O Simputer começou a ser concebido a partir do Seminário de Tecnologia da Informação para países em desenvolvimento, realizado durante o Bangalore IT.com, em outubro de 98. Nesse evento, foi assinada uma carta de intenções para que fossem realizadas algumas ações para tornar a tecnologia da informação parte da vida também das pessoas mais carentes.
Como se sabe, a criação de software é um dos pontos
fortes na área de TI da Índia. Uma dessas criações
é a Anjuta, um ambiente de desenvolvimento integrado, que combina
características do GLADE (uma ferramenta gráfica para criação
de front-ends para programas GTK) para criar interfaces, que têm características
próprias para edição de código para prover a
seus usuários um pacote de ferramentas para criação
de aplicações. A integração com o Glade possibilita
à Anjuta editar os códigos e construir os projetos baseados
no primeiro programa. Veja o artigo publicado em julho de 2002 por Ishan
Chattopadhyaya, estudante da Universidade de St Joseph's College em Allahabad,
que esteve envolvido na documentação do projeto. O programa
é uma criação de Naba Kumar, um desenvolvedor de software
natural da cidade de Délhi.
Com tantas atividades em torno do Linux, não é de se estranhar que também ocorram grandes encontros para se debater os vários aspectos relacionados à vida do Pingüim. Organizado pelo grupo de usuários da cidade de Bangalore, a capital tecnológica da Índia sediou mais uma conferência para pessoas relacionadas ao Linux. O evento reuniu cientistas de TI, desenvolvedores, especialistas em sistemas e evangelizadores Linux da Índia e do exterior em mais de 50 sessões, que ocorreram em apenas três dias. Em 2001, a conferência contou com mais de três mil espectadores e teve o patrocínio da sucursal indiana da Hewlett-Packard.
Como pode-se ver, uma das regiões onde surgiu a matemática é hoje um dos países em que mais se desenvolve a informática, ciência que tem suas bases no conhecimento criado por pessoas que provavelmente não imaginavam o estágio a que a tecnologia poderia chegar. Além disso, podemos encontrar muitos outros exemplos onde o Linux e aplicações com o mesmo modelo de licenciamento mostram todo o seu potencial para contribuir para o desenvolvimento da sociedade.