"Ponto de vista pessoal e bem aberto" - Prof. Imre Simon
Bem de informação: atualmente, é um tipo de bem caracterizado pelo armazenamento de idéias. Exemplos: filmes, livros, resultados de jogos de futebol, músicas, páginas da teia. São também marcados pelo alto custo de produção e baixo custo de reprodução.IntroduçãoEmpresa Informacional: empresa que vive de algum tipo (bem) de informação.
Esta informação precisa ser produzida e disseminada. Os custos de produção são elevados.
Nessa página, apresentaremos alguns argumentos que sustentam
a nossa idéia de que não existem modelos de negócio
adequados para a empresa informacional na era da Internet. Mostraremos
que há uma transição do modelo de empresa atual exclusivamente
no mundo dos átomos para outro modelo onde as empresas atuam no
mundo dos átomos e bits.
NASDAQ e Dow Jones
Até março de 2000, o crescimento da NASDAQ era baseado em euforia e ar quente. O periódicoThe Economist sugeriu a idéia da bolha de ar quente que subia sem sustentação (euforia de investimentos na Internet).
Isso foi constatado com a súbita valorização e
queda de muitas empresas de Internet. Como exemplo, podemos citar a Iwn.net.
Outras empresas como a Amazon.com nunca deram lucro, apesar de ter tido
suas ações muito valorizadas na bolsa americana.
Propriedade Intelectual
Novas tecnologias estão possibilitando novas formas de produzir cópias e distribuí-las, o que afeta diretamente o detentor do direito autoral, e conseqüentemente a economia informacional. As leis atuais de propriedade intelectual são ultrapassadas nesse contexto de bits + átomos.
O modelo jurídico americano que protege a propriedade intelectual,
baseado no
copyright e em patentes, é focado não nas idéias
mas na expressão destas. As idéias
são consideradas propriedade coletiva da humanidade. O que se
protege é o invólucro que as contém.
As leis nunca determinam como a sociedade deve proceder. Elas regulamentam
conceitos já estabelecidos. Assim, devemos ser cautelosos ao modificá-las
para evitar leis prematuras que não estejam de acordo com o pensamento
da sociedade.
Propaganda
A Internet gratuita no Brasil tentou popularizar-se utilizando o modelo de propaganda da televisão, mas não deu certo. A navegação da rede, ao contrário da televisão, é interativa e com isso permite que seus espectadores escolham o que querem ver. Assim, o "navegante" foge das propagandas. A idéia principal da Internet gratuita era custear a conexão dos usuários através da propaganda.
Na tentativa de chamar a atenção do público na
Internet, existem aquelas odiadas janelinhas que pulam e piscam incessantemente.
Mas nem isso tem trazido resultados significativos.
"Brick and Mortar" (tijolo e cimento) + Empresa Puramente Informacional
Entendemos por "brick and mortar" empresas que atuam somente no mundo dos átomos (veja definição de empresa informacional no início do texto). Os modelos para o "brick and mortar" são muito conhecidos e lucrativos quando bem empregados. Já o modelo de empresa informacinal é novo e tem se mostrado altamente deficitário. Exemplos: Amazon.com (empresa informacional) e uma livraria exclusivamente no mundo dos átomos.
Ainda existe empresas que são tanto "brick and mortar" quanto informacionais. Para essas, também ainda não temos modelos eficientes. Um exemplo relevante de empresa desse tipo é a Barnes & Noble. Ela vende livros em suas lojas e também via Internet, apesar dessa última ser deficitária. Mantém essas duas características para não perder mercado. Os jornais também tem sua versão impressa e eletrônica, sendo que para alguns deles essa última é aberta.
O jornal New York Times fechou seu conteúdo na Internet quando tinha muita atenção do público. Porém, o público optou por outros jornais eletrônicos abertos. Diante disso, o jornal reabriu seu conteúdo eletrônico e tem feito isso repetidamente de acordo com seus interesses econômicos.
Empresas informacionais que tem obtido bons resultados são sites
de leilão como Ebay e Arremate.com
Como cobrar pelo conteúdo?
Por ter um volume fantástico de informações de boa qualidade na Interntet, muitas empresas informacionais tiveram dificuldades em conquistar clientela para seu produto fechado. Quanto às empresas de software, elas também estão sendo forçadas a repensar a licença de seus softwares por causa do movimento do software livre.
Algumas empresas souberam cobrar pelo seu conteúdo e se deram bem. Entre elas, destacam-se a Oracle e a Microsoft.
Segundo Shapiro e Varian, o preço de um bem de informação
deve ser determiando a partir de seu valor para o consumidor, e não
a partir de seu custo de produção (pricing).
Links relacionados
Barlow, J. P.: The Economy of Ideas (resenha de Francisco José da Silva e Silva)
Evans, Philip e Wurster, T. S.: Blown
to Bits.
Notas de aula preparadas por Evelyn Cristina e Michel.