MAC 339 Informação, Comunicação e a Sociedade do Conhecimento
Prof. Imre Simon - sala 291 A - http://www.ime.usp.br/~is
Andre Rodrigo Sanches - ars77br@yahoo.com
Julio B. Zaiantchick - bello@linux.ime.usp.br
Tema 5: Aspectos econômicos
Os autores
Aspecto econômico das Tecnologias de Informação
Desde a Revolução Industrial o progresso da ciência trouxe consigo tecnologias que tiveram grande impacto social e econômico. Estamos hoje vivendo uma época onde esse progresso acelera-se cada vez mais, e com a chegada da Internet, abriram-se possibilidades nunca antes imaginadas. Mas qual será o impacto de tudo isso na economia? Se focarmo-nos especificamente nas leis econômicas, muito pequeno, ou mesmo nenhum.
Shapiro e Varian, em sua obra "Information Rules", fazem uma análise detalhada dos processos e entidades da "nova economia" e mostram como chegaram a essa afirmativa.
Axioma Básico
"Tecnologia muda mas as leis econômicas não mudam!"
"Ignore os princípios básicos por sua conta. Tecnologia evolui. Leis econômicas não."
Este é o assunto principal do livro, que nesta "Nova Economia", a sociedade de informação em que vivemos hoje em dia, as leis econômicas/de mercado ainda podem ser amplamente aplicadas.
O livro explica como desenvolver estratégias de melhor valor, planejar linhas de produto de bens de informação, gerenciar direitos de propriedade intelectual, implicações estratégicas de "lock-in", reconhecer e explorar a dinâmica positiva dos feed-backs, transpor regulamentação e política governamental em estratégia, etc.
O livro
O livro Information Rules é escrito com base na explosão das empresas .com, na bolsa de valores NASDAQ e na Nova Economia.
Ciclo econômico dos bens de informação: produtor e consumidor. É dado um enfoque maior nos produtores.
"Information Rules" é um livro que ainda faz muito sucesso, principalmente na área de economia, tendo como objetivo básico tentar obter explicação para os acontecimentos de hoje em dia, esse redemoinho de fatos conectados à informação em que nos encontramos. É um dos mais amplos sobre o assunto: rico em idéias e pontos de vista de dois economistas, torna-se leitura obrigatória para quem quer entender e acompanhar a enorme sucessão de eventos que se observa todos os dias.
Agora mais imporante do que ler o livro é debater: até quando o ponto de vista dos autores continuarão válidos ?
Aspectos importantes
Bits e Átomos: o custo marginal é muito grande nos bens do mudo dos átomos enquanto que este custo tende a zero nos bens de informação (mundo dos bits). E é isso que rege a economia da informação pois atribui características diferentes do que outros setores da economia como produção de alimentos, carros, etc. (mundo dos átomos).
Bens de informação: grandes investimentos para produzir a primeira cópia e custo praticamente zero de reprodução.
Informação: tudo o que é digitalizável (codificado como um fluxo de bits) é considerado um bem de experiência. Exemplo: jogos de baseball, livros, bases de dados, revistas, filmes, músicas, cotações e páginas da teia todos são bens de informação.
Antigamente os custos para copiar bens de informação eram maiores porém a tendência é que eles caiam cada vez mais com o uso de novas tecnologias. Com auxílio da rede mundial, cópias podem agora ser facilmente distribuídas a custo praticamente zero.
Certos tipos de informação podem ser produzidos cooperativamente, podendo diluir o alto custo da primeira cópia. Um exemplo típico é o sistema operacional Linux.
Economia de atenção
É fácil jogar informação na praça.
Escassez de ouvintes.
Herbert Simon: as seguintes palavras de Simon, ganhador de Prêmio Nobel de Economia, resumem bem este tópico: "a wealth of information creates a poverty of attention". Convivemos com uma sobrecarga de informações. A quantidade de informação, muito maior do que é possível absorver, cresceu enormemente nos últimos anos com o desenvolvimento da Internet. Hoje paga-se fortunas para conseguir um mínimo de atenção do público alvo.
Um dos grandes problemas enfrentados é traduzir a riqueza de informações em algo que possua valor econômico. O usuário, sobrecarregado, passa a valorizar tudo aquilo que permite que filtre, classifique essa montanha de informação e facilite o acesso apenas a aquilo que realmente lhe interessa.
Percebendo essa necessidade, empresas utilizam dados captados por meio de "cookies" ou cadastros para direcionar "banners" específicos para os interesses pessoais do internauta, aumentando a eficiência dos anúncios online. As práticas nesse sentido têm se tornado cada vez mais sofisticadas, gerando atualmente um debate acirrado sobre a questão da privacidade individual.
Inserção econômica
Voltado para o fabricante/produtor: técnicas ara conseguir recuperar o custo de produção da primeira cópia e ainda obter lucro:
Estudo mais amplo
Dois fenômenos bem entendidos que regulam a economia de bens de informação:
- Lock In: é o termo que denota a dependência do consumidor de uma determinada tecnologia. A dependência ocorre em função da dificuldade envolvida numa troca da tecnologia, implicando em altos custos. Esse fenômeno ocorre frequentemente com as tecnologias de informação e custos para substituí-la por outra. Um exemplo de lock-in pode ser encontrado nos computadores pessoais. Uma vez que um usuário típico tenha começado a usar a plataforma Windows, dificilmente ele conseguirá mudar no futuro para uma Apple ou Linux. Isto ocorre graças ao investimento realizado em hardware, software, e principalmente treinamento. Além disso, os programas mais utilizados podem não estar disponíveis na outras plataformas. Exemplos de Lock-In podem ser encontrados até em setores não diretamente relacionados com o de tecnologia, como o de programas de milhagem.
- Network Externalities: benefícios adicionais ocorrem para certos produtos quando são utilizados por muitos, nestes casos frequentemente surgem padrões de fato seguidos pela maior parte do mercado. A estratégia neste caso é a de obter rapidamente massa crítica, estabelecendo assim o produto como padrão. Como exemplo, o sistema de vídeo-cassete VHS conseguiu reunir rapidamente um grande número de usuários e fabricantes, e apesar de ser inferior tecnicamente ao seu rival BetaMax, tornou-se o padrão e forçou a saída do concorrente.
Bibliografia
http://www.stern.nyu.edu/networks/site.html - Internet Site for the Economics of NETWORKS
http://www.economist.com
- Economist.com