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Re: Re: Resumo da palestra do Lessig feita em São Paulo, em 07nov00
- Subject: Re: Re: Resumo da palestra do Lessig feita em São Paulo, em 07nov00
- From: Imre Simon <is@ime.usp.br>
- Date: Thu, 16 Nov 2000 17:03:03 -0300
: Date: Thu, 16 Nov 2000 13:48:05 -0200 (EDT)
: From: Ricardo Ueda Karpischek <ueda@ime.usp.br>
: To: Imre Simon <is@ime.usp.br>
: cc: MAC339 <is-339-00@ime.usp.br>, Erico Marui Guizzo <emguizzo@lsi.usp.br>
: Subject: =?ISO-8859-1?Q?Re=3A_Resumo_da_palestra_do_Lessig_feita_em?=
: =?ISO-8859-1?Q?_S=E3o_Paulo=2C_em_07nov00_?=
:
:
: Muito interessante o resumo. Gostaria de fazer algumas perguntas
: e observações:
:
: 1. O espectro de que se fala em 4.3 é o espectro eletromagnético, o das
: transmissões de rádio e tv?
Sim, é isto mesmo. A dificuldade apontada pelo Lessig é que há
pressões para se vender logo todo o espectro disponível e com isto
estaria fechada a possibilidade para inovações futuras ou para o uso
compartilhado e comunitário do espectro.
: 2. Do que o Lessig já escreveu li ainda muito pouco, por isso não estou
: muito a par das idéias dele, e posso estar chovendo no molhado. Quando ele
: diz que devemos ser céticos em relação à regulação, ele parece subentender
: que o legislador sempre busca o interesse de particulares em detrimento da
: sociedade. Entretanto, se a regulação visar o bem da sociedade, ela será
: benéfica e me parece que esse tipo de regulação deve ser procurado. Veja
: por exemplo o caso do Viaduto do Chá. Ele foi construído por um
: particular, que cobrava pedágio das pessoas que passavam. Parece mais
: razoável o status atual dele de propriedade pública, visto que se a
: sociedade toda depende e haure benefícios ou facilidades daquele bem, faz
: pouco sentido que ele seja propriedade particular. Uma rede ou mesmo um
: sistema operacional (por exemplo) que, pelo motivo que for, tornou-se uma
: via ou ferramenta de largo uso na sociedade, deve também de alguma maneira
: pertencer a ela, ainda que a sua manutenção esteja a cargo de um
: particular que para isso recebeu uma concessão, mas que não pode sentir-se
: ou agir como o proprietário daquilo, por exemplo redefinindo os seus
: padrões técnicos de funcionamento à revelia da sociedade. Enfim, penso que
: uma regulação que defenda a sociedade deve ser objetivamente procurada.
O Lessig não é contra regulamentação, por
princípio. Absolutamente. Ele é contra a má regulamentação e está
chamando a atenção que o perigo de sermos vítimas de má regulamentação
é muito grande. Cada vez maior.
Acho que o ponto que Você levanta é muito importante. Ele também está
muito pouco presente nas discussões que eu vi até agora. A meu ver, o
código aberto deveria ser legalmente protegido, para garantir que ele
permaneça a propriedade da sociedade, ou melhor, da
humanidade. Deveria também ser introduzida a possibilidade de
desapropriação de códigos ou de protocolos que sejam muito usados. Até
onde eu saiba, nem existe a hipótese legal para isto. São
questões muito incipientes que devem ser pelo menos discutidas. Mas
elas também são extraordinariamente complicadas. Tocam na questão da
propriedade e na questão do equilíbrio entre o público e privado, em
escala planetária. Veja que, a rigor, tal conceito nem tem existência
real no nosso sistema social. Muito menos existem mecanismos ou
organismos para legislar sobre a questão. Me parece que estamos em
terreno muito instável neste particular.
O Lessig está escrevendo um novo livro: "Open Code and Open
Cultures". Pelo que disse, deve sair em fevereiro do ano que
vem. Será que este livro terá algumas idéias nas direções apontadas?
Veremos.
: 3. Houve um erro de digitação na referência a Jon Postel, ficou "John" ao
: invés de "Jon" (Jonathan). Um bom lugar para se conhecer mais sobre a
: contribuição dos autores citados são os RFCs (http://www.ietf.org).
Obrigado pela correção.
Saudações,
Imre Simon
: Obrigado e saudações,
:
: Ricardo Ueda.
:
:
: On Wed, 15 Nov 2000, Imre Simon wrote:
:
: > O resumo a seguir foi feito pelo Érico Guizzo e complementado por mim
: > mesmo. Obrigado, Érico, é um belo trabalho!
: >
: > Este resumo dá uma idéia muito boa da fala do Lessig aqui em São
: > Paulo, na semana passada.
: >
: > As idéias do Lessig são muito ricas, muito provocativas e muito profundas.
: > Gostaria de encorajar uma discussão destas idéias, incluindo também aquelas
: > do livro dele e aquelas expressas nos seus trabalhos já
: > comentados. Esta lista é um local ótimo para tal discussão.
: >
: > Abraços,
: >
: > Imre Simon
: >
: >
: > - ---
: > Palestra de Lawrence Lessig
: > 1a Conferência Internacional de
: > Direito da Internet e da Informática
: > São Paulo
: > 7/11/2000
: >
: > 1. Estamos vivendo uma explosão de inovação, de invenção, da
: > criatividade, do comércio como nunca foi visto antes. Contudo, não
: > sabemos o porquê nem o que inspira essa "mágica". A Internet trará
: > novas formas de se fazer negócios e isso vai incomodar aqueles que
: > têm o poder, que têm o controle hoje. Chamemos essas forças de
: > "Dark Forces".
: >
: > 2. Sabemos que essas forças irão responder. Elas irão reagir de duas
: > formas. Primeiro reagirão de formas conhecidas: tentarão garantir
: > seus interesses canalizando as mudanças através da
: > legislação. Pedirão aos legisladores para desacelerar as mudanças e
: > também tentarão proteger o velho do novo. Isso já está
: > acontecendo. Mas as "Dark Forces" também reagirão de uma forma mais
: > obscura para a maioria das pessoas, de uma forma que pode
: > representar uma ameaça para o futuro. Vou falar principalmente
: > desta segunda reação, mostrando como alterações na arquitetura de
: > um sistema podem afetar as suas características básicas.
: >
: > 2.1 O ciberespaço tem uma constituição. É o código-fonte, o software,
: > o hardware, a arquitetura da Internet. As regras estão inseridas
: > no software, elas definem o espaço, incorporam valores, regulam o
: > comportamento, as normas sociais.
: >
: > Mas o fato de a arquitetura regular o comportamento não é novo:
: >
: > [Os exemplos abaixo são tirados do artigo Cyberspace's Constitution do
: > Lessig, disonível no sítio dele em Harvard. O Capítulo 7 do livro dele
: > contém outros exemplos também.[is]]
: >
: > a) David Hackett Fisher descreveu como os fundadores de New England
: > planejaram as cidades que fundaram de modo a garantir que a relação
: > entre os prédios e com a praça da cidade assegurasse que o
: > comportamento na cidade fosse adequadamente restrita e regulamentada.
: >
: > b) Jeremy Bentham propôs uma arquitetura para prisões que ficou
: > conhecida como o panóptico (pan=tudo, óptico=ver) de Bentham. Era
: > uma prisão em que as celas ficavam dispostas de forma circular
: > havendo uma torre no centro, de onde se podia ver todos os presos.
: >
: > c) Napoleão III reconstruiu Paris de modo que as avenidas sejam muito
: > largas para a época. Isto dificultaria o bloqueio das avenidas e
: > dificultava a atividade revolucionária. De fato, esta arquitetura,
: > devida a Haussmann, garante até hoje que Paris seja uma cidade
: > moderna, apesar de ter sido construída 150 anos atrás.
: >
: > d) As pontes em Long Island foram construídas por Robert Moses numa
: > época em que o racismo ainda vigorava nos Estados Unidos. Dessa
: > forma, as pistas inferiores das pontes eram baixas de forma que só
: > podiam trafegar carros, mas não ônibus. Com isto preservou a
: > exclusividade de uso do espaço público.
: >
: > 2.2 O espaço, portanto, pode regular o comportamento. E no ciberespaço
: > isso é ainda mais forte.
: >
: > O ciberespaço é de fato um lugar, as pessoas vivem lá, não apenas
: > sozinhos, mas em grupos. Depois essas pessoas se desconectam e
: > estão apenas "aqui". Os efeitos de viver "lá" serão sentidos
: > "aqui". Você poderá ser influenciado por comportamentos e culturas
: > não mais restritas ao local físico onde vive, a sua comunidade, mas
: > será influenciado de forma muito mais abrangente.
: >
: > Por exemplo, na vida real é mais fácil manter as crianças longe da
: > pornografia. No mundo real é difícil para uma criança fingir que é
: > um adulto. No ciberespaço é diferente. Um indivíduo, na rede, não
: > pode se "auto-autenticar" como no mundo real. Você é apenas mais
: > um, o próximo. Os sites eróticos não podem distinguir crianças de
: > adultos e impedi-las de acessar pornografia. Um site é apenas um
: > servidor, uma página que é acessada com um navegador, que troca
: > informações com o servidor. O usuário não tem conhecimento dessa
: > negociação. O servidor sabe bastante coisa sobre o cliente, mas
: > essa informação é transparente para o usuário. E isso faz parte da
: > arquitetura, é uma característica da arquitetura, e tem
: > conseqüências para a vida real.
: >
: > 2.3 A experiência, portanto, está atrelada ao código, o código define
: > as liberdades, os controles, tudo depende dele. Mas o fato
: > importante é que o código pode ser *modificado*, alterado, sem que
: > isto seja notado pelos usuários.
: >
: > Por exemplo, num certo sistema online os usuários passaram a pagar
: > uma certa taxa se usassem os serviços de e-mail e bate-papo além de
: > um certo limite. Isso desagradou a muitos usuários, que começaram a
: > reclamar das taxas. O sistema online então alertou esses usuários
: > de que não iria admitir tais contestações, o que só agravou a
: > situação. Os usuários sentiram sua liberdade de expressão regulada
: > e começaram a reclamar ainda mais. O sistema online acabou
: > expulsando alguns usuários, mas a situação só piorou. Usando as
: > salas de bate-papo, um grande número de usuário se amotinou e
: > conseguiu reverter a situação contra o sistema online, abolindo as
: > taxas impostas.
: >
: > Mas tente começar uma revolução nas salas de bate-papo da America
: > Online, o maior provedor do mundo com mais de 25 milhões de
: > usuários, mas cujas salas de bate-papo ficam num canto escondido do
: > site e só permitem 23 usuário por vez. Você será considerado um
: > louco. Então não é por que a America Online tenha qualquer
: > restrição quanto a discussões políticas que você não conseguirá
: > organizar uma revolução. A limitação deve-se apenas à arquitetura
: > do sistema. Não há espaço público. E por isso a America Online não
: > sofre dos mesmos problemas do primeiro sistema online.
: >
: > 3. O futuro da regulação, portanto, será a história de como a
: > arquitetura irá mudar. A liberdade estava antes protegida na
: > arquitetura liberal da Internet, mas agora está ameaçada. É
: > necessária uma contra-revolução contra as forças que querem
: > proteger o velho do novo e impedir a inovação. Essas forças já
: > estão agindo. Posso citar três exemplos de como essas Dark Forces
: > estão se mobilizando e o que pretendem.
: >
: > Elas querem:
: >
: > i) controlar a Rede;
: >
: > ii) controlar a invenção e a inovação através do uso da Rede;
: >
: > iii) controlar o espectro.
: >
: > 4. Vou explicar melhor cada uma delas:
: >
: > 4.1 Na década de 60, Paul Baran, da Rand Corporation, desenvolveu a
: > pedido do Departamento de Defesa (DoD), uma arquitetura de rede
: > muito parecida com o que é a Internet hoje. O DoD chamou a AT&T
: > para avaliar e possivelmente construir a nova rede. Mas a AT&T
: > desaprovou o projeto e disse que tal arquitetura de rede nunca
: > funcionaria. Não por acaso, a AT&T detinha o monopólio da
: > telefonia na época. Esse monopólido dava à empresa total controle
: > sobre a arquitetura do sistema telefônico e isso impedia a
: > inovação, o desenvolvimento de outras arquiteturas. Idéias e
: > propostas que não fossem condizentes com os interesses da AT&T
: > seriam coibidas e eliminadas como uma bola de neve no inferno. Só
: > depois que a AT&T foi quebrada em 1984 é que novos modelos puderam
: > ser propostos e a Internet se tornou realidade.
: >
: > Graças, principalmente, ao trabalho de David [???], Dave Clark e
: > [???], a Rede foi concebida com uma arquitetura simples,
: > estúpida. A Internet não discrimina os dados que trafegam através
: > dela, ela processa os pacotes cegamente. Essa estrutura encoraja a
: > inovação, o desenvolvimento de novos programas que façam uso dessa
: > arquitetura, mesmo que esses novos programas ameacem aqueles que
: > já são amplamente utilizados, as aplicações dominantes. O que
: > importa, portanto, é se o mercado, se os usuários demandam por
: > aquela aplicação. Essa é a diferença de princípios entre um
: > ambiente onde domina uma força centralizadora e um ambiente onde
: > inexistem tais forças. Nesses últimos, o poder pode ser
: > questionado sem conseqüências ameaçadoras. A inovação pode ser
: > bem-sucedida quando aparece num ambiente desse tipo e há demanda
: > por parte do mercado. Qualquer inovação pode ser facilmente
: > testada neste ambiente, a rede roda o quer que seja. A decisão da
: > aceitação ou não da inovação cabe ao mercado e à sociedade, neste
: > caso. Mas quando a Rede passa a ter donos, o que ocorre com a
: > mudança para o cabo ou para o ambiente sem fio, a história
: > muda. Os donos das redes terão controle sobre o conteúdo, sobre o
: > que é permitido, sobre que tipo de negócio é aceito. A Internet em
: > banda larga vai contra o princípio fundamental da arquitetura
: > simples e estúpida e a inovação poderá ser impedida. Podemos ver
: > um exemplo de como isso já está acontecendo se observarmos como a
: > AT&T está comprando agressivamente os provedores de Internet a
: > cabo. Ela quer transformar o acesso à Internet em um serviço de
: > cabo.
: >
: > [ O Lessig fala cada vez mais sobre os princípios básicos da
: > arquitetura da rede Internet. Ele refere-se aos trabalhos de Paul
: > Baran, Jerome Saltzer, David Reed, Dave Clark, John Postel. A melhor
: > fonte que encontrei sobre as posições que ele defende está no seu
: > artigo "Open Code and Open Societies: Values if Internet Governance"
: > que contém também as referências bibliográficas. Este trabalho pode
: > ser lido na home page de Lessig. O seu parecer sobre o Napster
: > (disponível na página do Napster) contém também argumentos importantes
: > nesta direção. Veja também <web.mit.edu/Saltzer/www/publications>
: > [is]]
: >
: > 4.2 Sobre o controle da invenção, há a questão das patentes. As
: > patentes são uma forma de regulação, uma forma de monopólio
: > concedido pelo governo. As patentes impõem custos para outros
: > inventores e para os consumidores. Podem também prejudicar outros
: > inovadores. Elas não servem, portanto, a nenhum propósito comum,
: > público. Não é possível confiar nas organizações que emitem as
: > patentes. Nos últimos anos houve um aumento desordenado do número
: > de patentes concedidas nos Estados Unidos. O maior aumento
: > refere-se a patentes de software e de modelos de negócios. A
: > qualidade de serviço das agências que controlam as patentes é
: > muito ruim. O serviço é feito por empregados sobrecarregados e mal
: > pagos. E não dá para entender como o governo dos Estados Unidos
: > permitiu isso, essa explosão na concessão desordenada de
: > patentes. Sem ter qualquer idéia mais precisa se eles fazem
: > qualquer bem, para que finalidade realmente servem. Eu sou
: > americano e eu não tenho nenhuma pista de porque eles fizeram
: > isto.
: >
: > O atual sistema visa a transferência da invenção e da inovação
: > para as grandes empresas americanas. Seu efeito será a proteção
: > das grandes empresas americanas. Fazer uso do sistema de patentes
: > impõe custos, altos custos. É preciso fazer buscas de patentes
: > anteriores, é preciso ter acesso a muitos advogados. As pequenas
: > empresas que são e sempre foram os celeiros da invenção não
: > conseguem arcar com os custos envolvidos. As empresas que não são
: > americanas também ficam prejudicadas pelo sistema de patentes dos
: > EUA. Então o sistema atual não serve para proteger nem as pequenas
: > companhias nem aquelas que não são americanas.
: >
: > 4.3 O terceiro ponto é quanto ao controle do espectro. As grandes
: > empresas querem ter o controle do espectro. Querem convencer a
: > opinião pública de que é necessário que o governo leiloe o
: > espectro a fim de garantir um bom uso do mesmo. Mas a concessão de
: > uso do espectro pelo governo não é a única nem a melhor forma de
: > se fazer uso do espectro. A concessão por parte do governo obedece
: > a interesses políticos e não se deve permitir que o mercado se
: > aproprie do espectro. Muita gente pensa que o espectro é como uma
: > estrada, com diversas vias nas quais trafegam os veículos. As vias
: > devem ser administradas por companhias que garantam o uso adequado
: > de toda a estrada e que assegurem que os carros não venham a
: > colidir. Mas esse modelo é falso: o espectro não é como um
: > estrada. Ele pode ser compartilhado e não precisa ser
: > administrado, controlado, pelo governo ou pelo mercado, mas pela
: > *tecnologia*. Assim como a tecnologia que constitui a Internet
: > hoje. Devemos lutar para que esse modelo vigore, devemos combater
: > esse discurso de que o espectro deve ser privatizado. Quanto mais
: > diverso o uso, os recursos, o meio comum e compartilhado, mais
: > assegurada está a inovação. Caso contrário, a inovação fica
: > ameaçada, o velho é protegido do novo e de novos usos.
: >
: > 5. Portanto, as "Dark Forces" estão tentando modificar a arquitetura, tanto legal
: > quanto tecnologicamente. Os poderosos de hoje estão se protegendo
: > dos inovadores de amanhã. E ninguém está tomando medidas para
: > proteger a invenção. Devemos então resistir, adotar atitudes
: > céticas diante do governo dos Estados Unidos. Eu proponho quatro
: > medidas de resistência:
: >
: > a) Devemos entender e defender o ambiente criado pela Internet e que
: > criou a Internet. Este é um ambiente que assegura, que sustenta, a
: > inovação. Devemos lutar pela manutenção da filosofia "end-to-end"
: > que advoga a simplicidade no centro da rede. Não devemos permitir a
: > apropriação da infra-estrutura da Rede, não devemos aceitar que
: > indivíduos se apoderem da Rede.
: >
: > b) Devemos estender esse ambiente a todo contexto em que for
: > tecnologicamente possível. Em particular ao ambiente sem
: > fio. Devemos defender a diversidade, a multiplicidade, a varidade e
: > a quantidade.
: >
: > c) Devemos ser céticos quanto a regulação. Não devemos, porém, opor-se
: > universalmente à regulação. Alguma regulação certamente
: > é necessária, mas não sabemos até que ponto ir. As pressões para
: > que regulações sejam impostas vêm daqueles que não podem competir
: > com o novo. As "Dark Forces" querem ser protegidas da inovação pela
: > legislação. Devemos resistir isto!
: >
: > d) Devemos resistir contra o extremismo do modelo de propriedade
: > intelectual proposto/imposto pelos Estados Unidos e pela
: > Organização Mundial de Propriedade Intelectual. Não devemos aceitar
: > que exista apenas um modelo de propriedade intelectual proposto por
: > essa organização, que protege os direitos daquilo que já existe,
: > mas não protege a inovação.
: >
: > 6. Por fim, digo que sou um pessimista. É preciso proteger a Internet
: > antes que ela seja destruída. Acho que diante desse cenário,
: > uma revolução, ou uma contra-revolução, é necessária, mas eu
: > próprio não sei por onde começar.
: >
: >