Em vista do interesse gerado por relatos de
compara�ao da decada de 70 com os dias presentes e futuros, gostaria de
acrescentar:
1) A decada de 70 foi das mais proficuas e
interessantes para estudar estatistica na Inglaterra , os Friday Seminar (
realizados desdea epoca dos 30 ,com Fisher Neyman etc)
Assistimos lectures de Likelihood Inference
(Edwards) DeFinettis book (Adrian e Lindley) Plausibility Inference (Bardorf
Newsen
Pivotal Inference (Barnard) Dynamic
Programing(Blackwell) etc alem de seminarios de LeCam , Granger, Karlin , Adrian
Smith , Blackwell ,Dempster,Ansconbe, Harrison, Kendall, Armitage, Durbin ,
Anderson etc
Era uma honra para qq estatistico visitando a
Europa falar nestes seminarios, Estavamos na mesma sala sentados assistindo
aulas tendo ao lado os mais importantes estatisticos do seculo
20.
Para ter ideia ,o numero de alunos da Universidade
de Berkeley visitando Londres era tao grande que eles enviaram David Blackewll
como Professor da UnivCalifornia, Berkeley at London ( basta ver artigos dele
nesta epoca nos Annals.)
2)No Brasil,nada que nao fosse estatistica
frequentista era conhecido, Adrian Smith passou tres meses em 1980 na UFRJ e
somente alguns poucos alunos meus assistiram suas aulas que estao disponiveis na
biblioteca do IM-UFRJ.
3) Somente havia mestrado na USP e depois no IMPA (
creio que apos uma visita dos estatisticos ingleses Alan Stuart e James
Durbin)
O mestrado da UFRJ era em matematica e a partr de
1980 iniciou vida propria por sugestao da CAPES ( leia-se Norberto Dachs )
por ser o grupo que mais tinha artigos publicados e
nao ter um mestrado proprio
4) Ao ir para Londres em 1972 trabalhava na COPPE
na Engenharia de Produ�ao ( onde continuo ate hoje junto com a Fac de
Medicina) , departamento criado com colabora�ao Inglesa do British Council
, Por esse motivo e um memoravel almo�o numa peixaria do Leme com Alan Stuart e
Frederico Carvalho decidi ir para a Inglaterra. No retorno dei
referencias e incentivei colegas da UFRJ na epoca : Paulo Bravo ,
Helio Migon , Gauss Cordeiro , Fernando Moura , Marcia Bulach, Mario Jorge.
Todos voltaram com seu doutorado.
5)O doutorado na Inglaterra foi duro mas muito
proveitoso. Mas era duro para todos ,me lembro que chegou junto comigo Paul
Tukey sobrinho do John Tukey com quem trabalhava e havia feito gradua�ao em
Princeton. A razao e que o curso na Inglaterra era muito mais barato que
nos EUA , na epoca 75 libras ao ano e quando vim embora 150 libras.
O proprio Paul que acreditavamos que
terminaria rapido ,pelo background , ficou mesmo os 4 anos como a
maioria
Foram meus contemporaneos tambem Rod Litlle , Peter
McCullag e Vern Farewell que muito me
ajudaram , principalment Rod and Vern.
Os tres se tornaram
brilhantes profissionais.
So como curiosidade Peter quando parti devolta ao
Brasil me confidenciou que terminaria o doutorado para se dedicar a criar
carneiro na Irlanda sua terra natal. Felizmente desistiu da
ideia
6)Finalmente e necessario que se de mais
aten�ao a Estatistica Medica E uma area que
tera forte demanda no futuro proximo.
Todo hospital tera que ter um
Bioestatistico,recentemente o Min Saude financiou atraves de projetos
19 Centros de Pesquisa Clinica , cada uma com tres bolsas de
pesquisador no valor de R$ 3.500,00 para ser distribuida entre Pesquisador
Clinico, Bioestatistico,Enfermeiro e Farmaceutico.
Na lista AllStat e MedStat inglesas 85% dos
empregos sao na area clinica ou da saude.
7) O que estamos ensinando para o pesquisador
clinico esta defasado( chega de teste t, qui quadrado etc) .Se continuarmos
assim nenhum pesquisador medico brasileiro sera capaz de entender a literatura
medica em futuro proximo.
Temos que aprender a ensinar na medicina,
estatistica multivariada ( modelo log linear , PCA, CA, AF), ,GLIM ,
modelos nao parametricos (GAM, CART, Kernel regression etc ), Bayesian networks e Inferencia Bayesian (Vejam recente anuncio
do FDA) , Hidden Markov chain, Analise espacial etc .( Olhem
a revista Bioinformatics).
Nisso os jovens tem muito a contribuir
,
8) Com os doutorados em estatistica que se
instalaram tenho certeza que os postos de estatistica na IFES e outras
institui�oes serao ocupadas brevemente por quem de direito e os problemas
apontados em 6 e 7 serao minimizados.Mas nao sera facil , uma bolsa de 3500
atraira muitos candidatos !!!! Fiquem de olho evejam se a sua unidade nao ganhou
um Centro
Basilio
|