ISRAEL: IMAGENS DE UMA VIAGEM E SUA SITUAÇÃO ECONÔMICA E POLÍTICAL

Uma palestra de Valdemar e Sonia Setzer
www.ime.usp.br/~vwsetzer – esta versão: 10/2/19
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AVALIAÇÕES DE PARTICIPANTES

Nesta página encontram-se, em ordem cronológica reversa, todas avaliações de participantes desta palestra, a partir de 2/2/19, conforme escreveram no One-minute paper no fim da mesma, respondendo: [1] Coisa mais importante aprendida; [2] Maior dúvida que ficou; [3] Comentários. Os originais estão à disposição para exame. As transcrições são literais, apenas com pequenas correções ortográficas; as partes ilegíveis são anotadas com [?]. Observações e respostas a algumas dúvidas estão indicadas com RESP.; infelizmente tiveram que ser breves.

2. 9/2/19, na residência de Ocir Gerson Gorenstein, São Paulo; info: ocirgg-arrob-at.gmail.com

[2] Proibição de imagens - vou atrás disto. [3] Você é agradável falando. RESP.: Recordo o que eu falei a respeito da tradição de proibição de fazer imagens no judaísmo: mostrei a sinagoga de Bet Alfa, do 6º século d.C., onde os mosaicos do piso representavam figuras (as do zodíaco, o sacrifício de Isac etc.) Fiz a conjetura de que a proibição bíblica de fazer imagens se referia a adorá-las, pois em minha opinião uma das maiores contribuições do judaísmo antigo foi a busca da divindade dentro de cada ser humano, em introspecção, e não fora. Isso não impedia que se fizessem imagens decorativas ou como lembrança de antigas tradições ou passagens do Velho Testamento. Eu fiz a conjetura de que a proibição total de fazer imagens talvez tenha vindo na Idade Média, onde se viu a fundamentalização também de outras religiões, afastando-se dos impulsos originais, muito bem representado pelos horrores provocados pelo catolicismo, as guerras entre católicos e protestantes etc., indo frontalmente contra o pacifismo e humanismo dos evangelhos.

[1] Revi vários conhecimentos e lugares que conheci quando morei lá. [2] Dúvidas não restaram (que eu tenha recordado). [3] Gostei muito, Val. Vou recomendar para amigos. RESP.: Ótimo, é só convidar que repetiremos a dose, e será melhorada!

[1] Dados históricos que eu desconhecia. [2] Por que os judeus invadiram Canaã? Existem descendentes do canaanitas? [3] Pensei que teríamos mais informações como é viver lá, na 3ª idade, se é viável para pessoas como nós? RESP.: Os antigos hebreus invadiram Canaã pois estavam, segundo o relato bíblico, fugindo do Egito e acreditavam numa promessa divina de uma terra para eles (é interessante notar que não se encontraram relatos egícpios de que o povo de Israel era grande e, quando estava lá, tinha sido escravizado e que o exército egípcio tinha se afogado no Mar Vermelho). Acho que Israel é um bom país para se viver na 3ª idade, desde que se possa ter verba suficiente para isso; a vida cultural é muito intensa – basta lembrar dos museus que relatei e da Filarmônica de Israel, uma das melhores orquestras do mundo. Como citei, na nossa experiência a população, judia, cristã e muçulmana, é muito respeitosa e atenciosa. Note que a violência lá é zero comparada com a do Brasil. Nós não sentimos nenhum, absolutamente nenhum perigo..

[1] Entre várias informações a indicação do livro The anteater and the jaguar. [2] Se existem fanáticos dos dois lados, e se aparentemente seriam minoria, por que o risco de certa maneira "pessimista" do palestrante com relação a uma solução, se não pacífica pelo menos amistosa e convivência. [3] A palestra foi agradável, efetuada com entusiasmo, irá proporcionar reflexão e análise da vida, conflitos, desenvolvimento de Israel. RESP.: O livro é do palestino cristão Rayek R. Rizek, edição do autor. Como contei, ele foi um dos fundadores e mora na vila de Nevé Chalom ("Oásis da Paz"), que procura integrar judeus, cristãos e muçulmanos, para mostrar como uma convivência é possível. Vale a pena ler, pois dá uma visão muito humana do sofrimento dos palestinos! Quanto ao meu pessimismo, ele é devido ao fato de haver fanatismo dos dois lados, judeu e muçulmano, e com isso eu não ver uma solução, apesar de eu tender à solução de dois estados (o ideal seria um estado só, como vários pioneiros judeus desejavam, segundo os livros de Amos Oz, mas isso é desejar demais...). Se Israel se retirasse da zona ocupada da Cisjordânia, ela poderia, com muita probabilidade, virar uma nova Gaza onde, em troca da saída de Israel de lá, os palestinos passaram a lançar foguetes e balões para incendiar as plantações israelenses. Uma coisa que não citei é uma amostra do fanatismo do lado de Israel: os judeus religiosos ultra-ortodoxos não reconhecem o Estado de Israel pois, segundo eles, o Messias ainda não chegou. Além disso, eles anseiam por um Grande Israel, envolvendo as zonas ocupadas como a Cisjordânia. Infelizmente, os partidos religiosos têm uma grande influência no governo, pois se trata de uma democracia de coalizão. Segundo nos contaram, a influência política desses religiosos está aumentando.

[1] Os vários pontos turísticos de Israel e suas características. [2] Nenhuma. [3] O muro que separa os palestinos árabes dos israelenses não existia quando o Estado de Israel foi refundado, e foi construído para evitar que homens-bomba se explodissem em ônibus, pizzarias e universidades. Falar que os palestinos árabes estão sofrendo em decorrência da existência do muro sem mencionar a razão de o muro ter sido construído é enfatizar o tão desejado anseio do árabe palestino de ser a eterna vítima dos israelenses. RESP.: Visitamos somente alguns pontos turísticos! Eu falei explicitamente que o muro tinha resolvido a questão dos terroristas suicidas. Mas também citei que trouxe sofrimento para muitas famílias de palestinhos. Além disso, os colonos nos assentamentos são em geral religiosos e, pelo que ouvimos, fazem muito para incomodar os palestinos.

[1] Excelente palestra sobre Israel, e em especial a algumas cidades visitadas. Não se aprende nas escolas! [2] Apresentação perfeita, não me deixou com nenhuma dúvida. [3] Pensei que fossem abordadas as fazendas (kibutz?) judaicas. RESP.: Os quibutzim mudaram muito desde a época pioneira. Deixaram em geral de ser comunidades socialistas, onde não havia propriedade pessoal. Hoje as famílias que moram neles estão aos poucos adquirindo suas residências, e ganhando um salário inclusive em trabalhos fora dos quibutzim. Além disso, muitos tornaram-se produtores não mais de produtos agrícolas e pecuários, mas de bens industrializados. Visitamos dois quibutzim, Harduf, que é um quibutz antroposófico com várias iniciativas sociais, e Guivat Oz, onde mora uma amiga de infância, que nos contou muita coisa. Por exemplo, quando teve seuúltimo filho, não deixou que ele morasse como era costume, no alojamento das crianças e jovens, separados dos pais.

1. 2/2/19, na pousada Chalés Pôr do Sol, em Campos do Jordão, SP; info: Thomas Culbertson thomaswadeculbertson-at-arrob-gmail.com

[1] Achei muito interessante a abordagem sobre as cidades, ruínas arqueológicas, religiões e costumes diferentes. [3] Bem detalhadas as épocas e apresentação ótima.

[1] Apresentação foi ótima, até emocionante. Para mim mostrou a falta de conhecimento que tenho e não posso ter por que está composto de tantos momentos em tantas vidas em tantos lugares. [3] Parabéns, abriu meus olhos. Foi muito interessante. Yours truly.

[1] Mais importante que aprendi foi a convivência pacífica entre judeus, cristão e muçulmanos. [2] Quais os imigrantes, ou seja, povos que coabitam em Israel amigavelmente, do Oriente médio. [3] Agradeço a oportunidade de visualizar os locais tecidos de comentários elucidativos, a forma simples mas eficaz da exposição. Conheci Israel sem sair de Campos do Jordão. Obrigado! RESP.: Sim, em Israel há essa convivência pacífica, mas com alguns problemas de descriminação pessoal, não legal. Do ponto de vista jurídico, todos são iguais, e as religiões têm total liberdade de culto e manifestação. Por isso, como eu falei, há deputados e juízes muçulmanos. Quanto aos imigrantes, chegaram judeus de todos os países árabes e do Irã, de onde em geral foram expulsos, da Àfrica negra, da Europa e das Américas. Encontramos 2 hindus que tinham emigrado para lá. Para se ter uma ideia, um deles, em um ônibus, viu que falávamos uma língua estrangeira e logo puxou conversa. Os dois trabalham como cuidadores de pessoas necessitadas, e não são judeus. Cuidado, vimos muito pouco de Israel!

[1] O mais importante foi olhar os fatos ouvindo os comentários dos mesmos. É a maneira mais fácil de se aprender. [2] Algumas contradições mas no geral foram tiradas muitas dúvidas. [3] Bom seria se tivesse mais palestras da mesma natureza e até um pouco mais abrangentes. Muito bom, 10! RESP.: Estamos prontos a repetir a palestra, em qualquer local desde que haja um número razoável de participantes. É só convidar!