"INTELIGÊNCIA" ARTIFICIAL E "APRENDIZADO" DE MÁQUINA:
PROBLEMAS E SOLUÇÕES

Uma palestra de Valdemar W. Setzer
Departamento de Ciência da Computação, IME-USP
www.ime.usp.br/~vwsetzer – esta versão: 15/10/21
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AVALIAÇÕES DE PARTICIPANTES

Nesta página encontram-se, em ordem cronológica reversa, todas avaliações de participantes desta palestra, conforme escreveram na avaliação no fim da mesma quando presencial, ou no formulário eletrônico, respondendo: [1] Coisa mais importante aprendida; [2] Maiores dúvidas que ficaram; [3] Comentários. Os itens seguintes a esses seguem os do formuláio eletrônico, que pode variar. Os originais estão à disposição para exame. As transcrições são literais; nas avaliações presenciais, as partes ilegíveis são anotadas com [?]. No caso de formulário eletrônico, foi usado cópia/cola. Observações e respostas a algumas dúvidas estão indicadas com RESP.; infelizmente tiveram que ser breves.

1. 13/10/21 15h45-16h35 (interessante que a sessão com perguntas e debates foi até as 19h30), no 18th CONTECSI - International Conference on Information Systems and Technology Management. Itens adicionais do formulário eletrônico e estatísticas: [4] Graus de satisfação 1 - muito insatisfeita/o a 5 - muito satisfeita/o (83,3% de 5, 16,7% de 4); [5] Estudante de ensino médio (EM), de graduaçao EG, de pós-graduação (PG, 83,3%), profissional (PR, 16,7%); [6] Área de estudo/formação - Ciências exatas e engenharia (CE, 66,7%), ciências humanas/letras (CHL, 33,3%); [7] Aprendeu coisas novas - Sim, interessantes (SI 100%), Sim, mas não foram interessantes (SN), Não (N).

  1. [1] Diferenças entre homem e máquina [2] Porque o homem tem dependido tanto da máquina? Terceirização do pensar? [3] Excelente palestra e exposição. [4] 5 [5] PG [6] CHL [7] SI. RESP.: Sim, é absolutamente essencial se conhecer e reconhecer as diferenças entre seres humanos e máquinas, para jamais confundi-los, pois isso degradaria a imagem que se deveria ter do ser humano. Mas também. A diferença entre seres humanos e animais. Durante a palestra, não mencionei que a concepção de que o ser humano é uma máquina deveria levar, coerentemente, a horrores piores do que o nazismo, onde seres humanos foram tratados como animais. Não há sentido em se ter compaixão de uma máquina (isso eu disse...). Acho que a dependência cada vez maior do ser humano em relação às máquinas deve-se ao fato de elas não estarem sendo usadas com consciência, e não se ter uma concepção profunda do que é o ser humano. Essa concepção já existe, está toda publicada. Veja, por exemplo, meu texto
    www.ime.usp.br/~vwsetzer/const1.htm
  2. [1] Refletir sobre o que é pensar. [2] Acho que é preciso dar mais enfase no ser humano, por trás das tecnologias, pois ele sim é o grande responsável por essa alienação total. Parece que vivemos em um faroeste. [3] Muita coisa dita veio de encontro ao que acredito. [4] 5 [5] PG [6] CE [7] SI, RESP.: Interessante você ter usado a expressão "refletir sobre o pensar". Repare bem, isso significa pensar sobre o pensar! E quando você faz isso, como citei, você entra num estado que Rudolf Steiner, em seu livro "A Filosofia da Liberdade" (uma nova tradução, da qual fiz o cotejo, deve sair daqui a alguns meses - você encontra em inglês no Rudolf Steiner Archive. Um interessante resumo está em
    www.ime.usp.br/~vwsetzer/Amrine-essencial-da-FidaLi.pdf
    Interessante a associação ao "faroeste". Sim, estamos caminhando para a apocalíptica "Luta de todos contra todos". Se não houver uma mudança de mentalidade, o futuro será terrível. Está mais do que na hora de se perceber que é necessário haver uma mudança radical de mentalidade, pois a atual está destruindo a natureza e a humanidade. A educação escolar deve mudar, pois está produzindo pessoas com a mentalidade geral atual, e os adultos devem se autoeducar.
  3. [1] Nós somos mais que seres físicos. [2] Gostaria de conversar mais, no futuro, sobre espiritualidade, memória, inteligência [3] Parabéns ao Professor [4] 4 [5] PR [6] CE [7] SI. RESP.: Sim, o fato de não sermos apenas seres físicos é uma concepção muito importante para que haja uma mudança de mentalidade. Mas para isso não é necessário abdicar de pensamentos claros e objetivos, sem apelar para sentimentos como em geral fazem as religiões instituídas. Estou à disposição para conversas. Posso fazê-lo individualmente, inclusive pessoalmente, fisicamente, mas se você arranjar um grupo de conhecidos interessados, posso abrir uma sessão no zoom para isso (tenho uma conta nele da USP).
  4. [1] Sensacional, trabalho com esta disciplina e já li alguma coisa a respeito, mas apendi tanta coisa que não consigo enumerar o mais importante - resumidamente "O homem não é uma maquina!" [2] Como combater estas ideias que a IA vem substituir um ser humano. [3] Excelente apresentação! [4] 5 [5] PG [6] CE [7] SI. RESP.: Fiquei muito sensibilizado com o interesse do Prof. Riccio, incansável organizador do congresso, que participou de parte da reunião e ficou um tempão durante as discussões. Sim, talvez a mudança da mentalidade do pessoal de IA de que o ser humano não é uma máquina seja o mais importante. O resto foi justificativa e relatos de consequências de se pensar o contrário, uma aberração, uma verdadeira doença. Quanto a combater essas ideias, acho que a solução a curto prazo é de conscientizar as pessoas de que é possível ter outra concepção do ser humano e do universo, muito melhor e abrangente, mostrando que os ser humano é, em muitas atividades, insubstituível (obrigado pelo "substituir", vou começar a usar o "insubstituir" em minhas palestras). É o que tenho tentado fazer. Veja o material em meu site.
  5. [1] A Inteligência Artificial não pode ser tratada apenas como solução mas como parte do problema também. [2] Como demonstrar para as pessoas que é preciso se preparar melhor para o futuro com IA. [3] Excelente palestra. O professor é um exemplo e uma inspiração para a vida. [4] 5 [5] PG [6] CE [7] SI. RESP.: Parece-me que o que está acontecendo é que, por exemplo, o "aprendizado" de máquina é uma solução à procura de problemas. Tem-se a técnica, e agora procura-se aplicá-la onde dá e onde não deveria dar... Para preparar as pessoas, é preciso mudar a mentalidade delas, mostrando os problemas causados pela concepção prevalente de que o ser humano é uma máquina e que há outra possibilidade, muito mais humana. A concepção de que o ser humano é uma máquina devia, se coerente, levar a uma total desumanização.
  6. [1-3] {Vazios} [4] 5 [5] PG [6] CHL [7] SI
  7. [1] 1. A diferença entre o humano e a máquina. A inteligência é característica humana, como também a memória entre outros termos utilizados de forma equivocada. [2] Sobre as possibilidades de uso da informação pelas pessoas. [3] Gostaria de ouvir mais sobre a relação entre a busca e uso da informação, para resolver problemas do dia a dia, pelas pessoas e os serviços de máquina para "resolver" problemas humanos. [4] 5 [5] PR [6] CHL [7] SI. RESP.: Sim, talvez o mais importante foi que não somos máquinas. Infelizmente não pude entrar em detalhes, devido ao tempo restrito. No livro, você pode ver que introduzo dois tipos de inteligência: incorporada e criativa. Todas as plantas, animais, seres humanos (eu falo sempre de 4 reinos da natureza, acrescentando o reino humano os três tradicionais) e também as máquinas têm inteligência incorporada. Até mesmo os minerais – se a Terra não tivesse as características que ela tem, não estaríamos aqui. Mas só os seres humanos tem inteligência criativa. Sobre sua dúvida, veja meu artigo
    www.ime.usp.br/~vwsetzer/dado-info.html
    A busca é sempre por dados. Se você compreender os dados encontrados, eles viram informação. A localização de algum dado útil é um problema humano; as máquinas podem ajudar nisso. Mas o ser humano deve verificar se o que foi obtido é o que ela/e procura, isto é, jamais se fiar totalmente no que uma máquina fornece.