A MEDITAÇÃO ANTROPOSÓFICA E EXERCÍCIOS COLATERAIS

Valdemar W.Setzer
www.ime.usp.br/~vwsetzer

(Este artigo é cópia do que está no site da Sociedade Antroposófica no Brasil, com várias revisões e adições. Ùltima revisão: 28/11/19.)

No capítulo "O conhecimento dos Mundos Superiores" de seu livro A Ciência Oculta (Editora Antroposófica, 1998), Rudolf Steiner introduziu os chamados "exercícios colaterais" (Nebenübungen) essenciais para uma atividade meditativa. Eles também podem ser encontrados no capítulo "A Senda do Conhecimento" de seu livro Teosofia (Ed. A., 1994). Segundo ele, para quem não pratica esses exercícios a meditação torna-se, na melhor das hipóteses, inefetiva, podendo mesmo chegar a ser prejudicial, como o desenvolvimento de ilusões, ficar-se incapacitado de distinguir entre verdade e erro, ou de conduzir a vida adequadamente etc. Os exercícios devem ser feitos diariamente pelo menos durante alguns minutos, introduzindo-se-os gradualmente (por exemplo, de mês em mês) na ordem dada, e são os seguintes:

  1. Controle do pensamento. Trata-se de se concentrar o pensamento em algo bem simples do mundo real, podendo ser um objeto como um lápis, um alfinete, um sapato etc. Deve-se pensar ativamente em tudo o que diz respeito ao objeto escolhido, e evitar todo o pensamento que não diga respeito direto ao mesmo. Steiner cita que se pode enfocar aspectos como quais as partes que compõem o objeto, as formas do mesmo, os materiais de que é feito, quando o objeto foi inventado, seus usos etc., e recomenda particularmente que se faça esse exercício sobre objetos artificiais, que são fruto do pensamento humano e podem ser totalmente compreendidos. Quem pratica esse exercício percebe como nosso pensamento tem asas, querendo voar por paragens que não pretendíamos visitar. É necessário continuamente forçá-lo a voltar ao tema central escolhido.
  2. Controle da vontade. Trata-se de tomar uma decisão de realizar algo fisicamente, e cumpri-la. Assim, em lugar de se ser dirigido por eventos exteriores, executa-se algo por decisão exclusivamente própria. Para isso, é importante escolher uma ação que não tenha nada com a vida normal. Um bom exercício, segundo Steiner, é decidir-se executar no dia seguinte uma ação trivial; podemos citar, nesse sentido, ações como rodar um anel no dedo, ou o relógio no pulso, ou olhar para as núvens, ficar nas pontas dos pés etc. Esse exercício deve ser feito sempre em momentos determinados do dia, tais como uma certa hora (não é preciso ser exato ao minuto), logo ao acordar, antes de uma refeição, ao abrir a porta de casa etc.
  3. Serenidade nos sentimentos (eqüanimidade). É importante para a meditação posterior que a alma adquira serenidade, tornando-se soberana em relação ao prazer e à dor. Não se trata de não se sentir sentimentos profundos, mas sim que eles não nos coloquem fora de controle. Steiner denomina a isso "domínio da expressão do sentimento". Isto é, devemos ter sentimentos, mas não deixar que eles nos "tenham". Exemplos de perda de controle são entrar-se em desespero, chorando copiosamente, ou ficar fora de si de alegria. Mas também é importante evitar sentimentos ligados à futilidade, raiva etc. Trata-se de se conscientizar dos próprios sentimentos, devendo ser praticado sempre que tais manifestações possam ocorrer.
  4. Positividade. Trata-se de encontrar em qualquer situação o que é belo ou bom, no meio do que é mais feio ou maldoso. De fato, não há praticamente nada no mundo que seja 100% feio ou mau. Steiner chama a atenção para não se cair em falta de discernimento, confundindo o mau com o bom, e sim reconhecer que sempre há um lado bom em tudo, por menor que esse lado seja.
  5. Abertura (receptividade) e imparcialidade. Deve-se sempre estar aberto a todas as novidades, por mais absurdas que possam parecer. A atitude correta é dizer-se "parece estranho, mas vou investigar", eliminando-se preconceitos. Steiner diz que é possível sempre aprender-se algo de novo "de cada sopro de ar, de cada folha". Não se deve ignorar experiências passadas; por outro lado, deve-se sempre estar pronto a adquirir novas experiências.
  6. Harmonização. Os 5 exercícios anteriores devem ser praticados adicionando-se um a um paulatinamente; cada novo exercício deve ficar em destaque, sem que se abandonem os anteriores. Quando eles tornarem-se parte do dia-a-dia do praticante, deve-se procurar produzir um equilíbrio entre eles, a fim de que passem a fazer parte de nossa própria natureza.

Uma atitude fundamental que deve acompanhar esses exercícios é a produção de uma calma interior, um sentimento de que não há no momento nada que nos possa retirar de nossa interiorização – nem mesmo nossas maiores preocupações, que devem ser deixadas de lado nessas ocasiões. Uma outra atitude fundamental que é necessária para conseguir executá-los é a perseverança. Infelizmente, calma interior e perseverança são muito difíceis de serem exercitadas hoje em dia, devido à fragmentação da nossa vida e das experiências em cada momento, bem como às tensões da vida moderna. Isso é mais uma indicação de que esses exercícios devem ser executados, passando-se a ser, pelo menos um pouco de tempo em cada dia, imune a essas influências nefastas.

É importante reconhecer que nossos pensamentos, sentimentos e vontade são, durante a vigília, continuamente atraídos para o exterior. Aquilo que recebemos por meio de nossos sentidos suscitam continuamente essas três atividades da alma, prendendo-a continuamente ao exterior. (Para um texto cobre a constituição humana do ponto de vista antroposófico, onde descrevemos o que é entendido por alma, acione aqui.) Por outro lado, ela está presa também aos nossos instintos, gostos, temperamento etc. Os exercícios preparatórios significam o desenvolvimento do Eu superior, que passa a controlar a alma para que esta passe a servir desígnios que não vêm mais do mundo físico exterior ou de nossa constituição inferior, mas do mundo espiritual.

Examinando-se os cinco primeiros exercícios, vê-se claramente que todos envolvem o pensar consciente e a vontade. Por exemplo, no exercício 2 é necessário pensar sobre qual ação será feita e pensar sobre ela quando a executamos. A vontade é exercida ao se concentrar o pensamento no exercício 1, ao se forçar a procura do que é belo e bom no 4, é particularmente ativada ao se afastar qualquer preconceito no exercício 5 etc. Por outro lado, o próprio Steiner chama a atenção para o fato de que o exercício 4, da positividade, envolve também o sentir.

Desenvolvemos um exercício que pode servir de teste para se saber objetivamente as capacidades já adquiridas de concentração mental e de interiorização: imagine-se um mostrador desses de senhas de banco, com números vermelhos, ou de um relógio digital; imagine-se a figura do número 100 nele mostrada, e em seguida "leia-se" interiormente "cem". Em seguida, passa-se a imaginar a figura do 99, "lê-se" "noventa e nove", e assim por diante até o zero. Nesse exercício, pode-se verificar objetivamente que não se está representando mentalmente nenhuma outra imagem além do mostrador e seus números, e não se "fala" interioremente nenhuma outra palavra que não seja o nome dos números. O teste consiste em verificar-se até que número se consegue chegar sem desvio da imagem e do nome dos números. A idéia de se contar ao contrário é que essa não é a maneira usual de se fazê-lo, o que ajuda a não se automatizar o processo, pois isso levaria invariavelmente à perda da concentração.

Esses exercícios devem preceder e, posteriormente, acompanhar os de meditação propriamente dita. Para ilustrar a meditação tipicamente antroposófica, vamos dar três exemplos; os dois primeiros são do tipo imaginativo e o terceiro do tipo auditivo.

a) Meditação sobre símbolos. Nesse caso, podem-se usar figuras geométricas (que são fruto de pensamento puro – ninguém jamais viu uma circunferência ideal, sempre se vêem aproximações dela), ou símbolos com conteúdo espiritual. Um exemplo do primeiro caso, citado por H. Zimmermann, diretor da Sociedade Antroposófica Geral em Dornach, Suíça, em palestras no Espaço Cultural da Sociedade Antroposófica em 31/7/05 (acione aqui para sua transcrição), é imaginarem-se dois triângulos equiláteros iguais unidos por um lado horizontal. Imagine-se agora o triângulo superior descendo vagarosamente, até formar a estrela de 6 pontas (estrela de David); continuando, passa-se por uma fase em que o vértice do triângulo superior encosta na base do inferior, e vice-versa; finalmente, chega-se ao ponto em que dois vértices dos triângulos se juntam, numa figura oposta à inicial. Reverta-se agora o processo, fazendo com que o triângulo inferior desloque-se para cima, e assim por diante. Particularmente efetivo é imaginarem-se os triângulos coloridos, por exemplo um azul e o outro amarelo; ao se começar a sobrepô-los, deve-se imaginar a composição das cores dando o verde. No que segue, faremos nossas próprias observações sobre esse exercício; recomendamos que o leitor interessado em realizar esse exercício não faça um desenho das várias fases, mas que crie interiormente as várias figuras. Note-se que essa parte interior verde começa com um hexágono irregular achatado, cujos lados horizontais vão afastando-se e diminuindo de comprimento; a altura desse hexágono achatado vai aumentando, os lados laterais idem, até se atingir um hexágono regular, que é a situação da estrela regular de 6 pontas. Continuando, o hexágono começa a alongar-se verticalmente, até seus lados horizontais reduzirem-se a um ponto, quando se tem a situação de um dos vértices de cada triângulo tocando o lado horizontal do outro triângulo. Nesse ponto, o hexágono reduz-se a um losango regular. Continuando o movimento do mesmo triângulo para baixo, o losango vai diminuindo de tamanho, até reduzir-se a um ponto, quando reaparecem os triângulos originais, agora unidos por um de seus vértices. Recomendamos particularmente que se observe interiormente como são as várias partes das figuras que vão se formando e metamorfoseando, e quais partes vão aumentando às custas de quais outras partes que diminuem. Durante a execução desse exercício, é interessante manter-se a consciência de que já se está com o pensamento no mundo das idéias, no mundo espiritual, pois essas figuras jamais foram vistas fisicamente; as imagens formadas na mente não podem, portanto, serem simples memórias do que já foi observado com os olhos. Em particular, note-se que, como dissemos, o losango interior não deixa de ser um hexágono em que os lados horizontais superior e inferior reduziram-se a um ponto; isto é, um losango é um hexágono particular. Essa consideração, que produz uma certa flexibilidade no pensar, pois se aprende a reconhecer que uma coisa pode ser interpretada de várias maneiras, pode ser aplicada em outras figuras que aparecem durante o exercício. Assim, na posição inicial, antes de o triângulo superior começar a descer, o segmento de reta que constitui o lado comum dos dois triângulos é um hexágono com quatro de seus lados reduzidos a pontos. A imersão nessas idéias ajuda a quebrar o pensamento lógico normal, que não admite que algo possa ser duas coisas ao mesmo tempo; aliás, esse pensamento exclusivo é uma das essências da estrutura matemática algorítmica, lógico-simbólica, dos computadores e de seu uso: se um comando, como por exemplo um ícone, ao ser ativado resultasse em duas ações diferentes, realizadas aleatoriamente, essa máquina perderia uma das características que lhe confere seu maior poder e utilidade: o determinismo – que não existe no mundo espiritual.

Um exemplo de símbolo com conteúdo espiritual é a denominada "meditação rosacruz", que pode ser encontrada na seção "A disciplina iniciática" do capítulo "O conhecimento dos mundos superiores" do livro A Ciência Oculta citado acima.

b) Meditação sobre objetos físicos com conteúdo espiritual. Um exemplo desse caso é observar-se uma semente e, mentalmente, imaginar-se como ela germina com a umidade, começa a crescer, forma seu caule, ramos e folhas, talvez flores e frutos, e acaba perecendo (ver esse exemplo na seção "Controle dos pensamentos e sentimentos" do capítulo "Os graus da iniciação" do livro de R.Steiner Como se Adquirem Conhecimentos do Mundos Superiores, Ed. Antroposófica, 1996; o título dado pela editora não contém o "se Adquirem", presente na versão original em alemão). Cremos que o ideal é ter-se acompanhado esse processo num caso concreto, como por exemplo um feijão, deixando-se-o germinar sobre algodão com água, depois plantar o germe em um vaso e acompanhar o crescimento. Assim a imaginação tende a se ater o máximo possível à realidade. Esse processo evolutivo de uma planta não se dá por causas puramente físicas; esse exercício mental coloca a pessoa em contato com a realidade não-física. Além disso, sai-se de nossa percepção sensorial que é sempre instantânea e parcial.

c) Meditação de textos. Trata-se de repetir-se interiormente, com absoluta concentração (como no exercício colateral 1 acima – a diferença é que nesse último caso concentra-se mentalmente sobre um objeto do mundo real) um texto que contenha algo de espiritual que, idealmente, deve ser compreendido. Vários versos de Rudolf Steiner prestam-se muito bem para isso – ver a subseção Meditação da seção de Aforismos no site da Sociedade Antroposófica no Brasil, onde há vários desses versos. Fundamental nesses exercícios é deixar o texto ressoar interiormente, sentindo-se os sons das palavras e acompanhando os pensamentos com sentimentos. Damos, abaixo, um desses versos dados por ele (do volume da obra completa GA 245, nossa tradução).

In den reinen Strahlen des Lichtes
Erglänzt die Gottheit der Welt
In der reinen Liebe zu allen Wesen
Strahlt die Göttlichkeit meiner Seele
Ich ruhe
In der Gottheit der Welt
Ich werde mich selbst finden
In der Gottheit der Welt
Nos raios puros da luz
Resplandece a divindade do universo
No amor puro para com todos os seres
Irradia a natureza divina de minha alma
Eu repouso
Na divindade do universo
Eu vou encontrar-me
Na divindade do universo

É fundamental compreender-se que a meditação antroposófica baseia-se no pensamento claro e ativo – nisso ela difere de muitas outras práticas –, visando fazer com que a pessoa solte-se das amarras de seu corpo e do mundo físicos sem, no entanto, perder o contato com a realidade física, para o que os exercícios colaterais são essenciais. Nesse sentido, não há indicações de posições corporais preferenciais. Cada pessoa deve achar a sua melhor maneira. Recomendamos que não se assuma a posição deitada, pois dificulta a concentração; já ao se sentar, o Eu superior deve estar presente, atuando para manter a cabeça erguida (é impossível ficar adormecido em pé ou sentado com a cabeça levantada). Por outro lado, qualquer meio físico de ajuda, como incenso, música, local especial de culto etc., pode ser considerado como "bengala" desnecessária e prejudicial, pois o esforço e o desenvolvimento devem ser puramente interiores, a partir de atitudes exclusivamente provenientes de si próprio. Isso obviamente leva à prática da concentração mental com os olhos fechados, pois eles nos prendem demasiado ao mundo exterior; do mesmo modo, inicialmente deve-se procurar um local o mais silencioso possível. É de fundamental importância que, durante a meditação, o pensamento continue claro e consciente; veja-se a esse respeito a palestra de R. Steiner "A vidência visionária e o conhecimento".

É ainda fundamental salientar que a meditação antroposófica deve ser feita de maneira absolutamente individual e não em grupos. A aparente ajuda de um grupo prejudica a manutenção da auto-consciência e o desenvolvimento individual, podendo criar uma dependência em relação a um líder, se existir. Podem-se fazer reuniões periódicas em grupos para se trocarem as experiências que se têm nas práticas meditativas; essas reuniões incentivam as pessoas na continuação dos exercícios e podem enriquecer as práticas de cada um com as vivências dos outros. Os exercícios de concentração e meditação não devem ser interrompidos, pois isso significaria um retrocesso no auto-domínio.

Em uma ocasião R. Steiner disse que, mesmo se em um certo instante do dia possa-se escolher conscientemente uma dentre duas ações possíveis, e executá-la em seguida, essa é uma liberdade parcial, pois o destino levou a pessoa até aquele momento e ele também determinou as duas possibilidades de ação; somente quando a pessoa medita é que ela é realmente livre, pois a meditação não provém de necessidades ou impulsos físicos ou anímicos da pessoa, ou de impulsos externos.

R. Steiner ainda enfatiza que a pessoa que medita deve enriquecer sua vida cotidiana e não prejudicá-la. Um ponto básico é de não se levar o conteúdo da meditação para essa vida; o resultado do aperfeiçoamento interior é que deve provocar mudanças na vida da pessoa. Um dos enriquecimentos que podemos citar aqui é o seguinte. A aplicação genuína e altruística de abertura, positividade e imparcialidade por uma pessoa no encontro com outra, produz nesta um sentimento de confiança para com a primeira. A confiança é um pré-requisito absoluto para o relacionamento social e para a vida em comunidade sadios e frutíferos, sejam numa família, em um grupo de trabalho ou mesmo em encontros fortuitos de duas pessoas.

Finalmente, a atitude básica que deve permear os exercícios colaterais e os de meditação é a intenção com a qual eles devem ser praticados. Não se deve almejar o aperfeiçoamento próprio para se alcançar objetivos egoístas nem ser movido por um desejo de desenvolver uma percepção supra-sensorial por mera curiosidade. No primeiro caso, é importante que se almeje tornar-se uma pessoa mais equilibrada e com maior percepção para melhor ajudar os outros e o universo. No segundo caso, deve-se buscar uma comprovação pessoal de algo do que grandes iniciados como R.Steiner transmitiram, passando-se assim a ter uma vivência pessoal de parte do que uma inclinação fez admitir temporariamente como hipótese de trabalho (atitude correta hoje em dia, em lugar de se ter uma crença cega em seja lá o que for). Assim, adquire-se a certeza de que o que foi transmitido sobre os mundos espirituais deve ser verdadeiro. A prática de exercícios de meditação com finalidades egoístas ou por mera curiosidade pode levar a prejuízos enormes para o praticante e para o mundo, como por exemplo uma intensificação brutal do egoísmo, do orgulho, da soberba etc. Recomendamos fortemente aos interessados que leiam o livro citado de R.Steiner O Conhecimentos dos Mundos Superiores, onde ele coloca que o desenvolvimento moral é pré-condição essencial para um desenvolvimento pessoal e uma percepção supra-sensível corretos – contrariamente ao conhecimento científico corrente! Os exercícios colaterais ajudam muito nesse desenvolvimento. Pode-se notar nesse livro algo surpreendente: são relativamente poucos os exercícios de meditação propriamente dita. Uma boa parte do livro é, na verdade, dedicada a exercícios de atitude moral, que foram sintetizados em nosso artigo a respeito, que pode ser usado como guia para a leitura daquele livro. Parece-nos que a razão disso encontra-se no fato de que, por exemplo, tolerância consciente, imparcialidade e veneração não são algo que vem de nossa natureza inferior, mas sim imposto pelo nosso Eu superior, como mencionamos logo após a descrição dos exercícios colaterais. Assim, todos os exercícios de atitudes produzem um domínio do Eu superior sobre a alma, elevando-a e a purificando; com isso, também desenvolvem a capacidade de percepção suprassensorial.


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