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Re: [ABE-L]: a sociedade atual por verissimo



Basta ir ao México. Lá o catch é o esporte naciaonal!!!!

Em 27 de janeiro de 2012 00:03, Basilio de Bragança Pereira <basilio@hucff.ufrj.br> escreveu:
Carlinhos
Esqueceu da luta do Helio Gracie e Waldemar Santana que ouvimos pelo radio deitados na cama com nosso pai, tinhamos sete e seis anos respectivamente .Anos 50 .
E as luta livre na TV , nao o catch , mas aqueles vale tudo no estadio do Flamengo televisionados.
Muito mais violentos e sem regras que os MMA de hoje . Nomes como Helio Vigio ( hoje delegado) , Joao Alberto Barreto ( e irmaos Sergio e Alvaro) , Carlson Gracie etc , todos alunos dos Gracie .
Alias vale a frase do Helio Gracie homem que é homem é desasombrado !!!!!Nao tem medo nem da sombra.HeHeHe
Mas isso é coisa de carioca
Basilio

Em 26 de janeiro de 2012 23:22, <cpereira@ime.usp.br> escreveu:

Recomendo fortemente para uma boa reflexão. Não sei se os jovens vão entender pois ted boy marino era de minha época.



Saudade do Ted Boy Marino
26 de janeiro de 2012 | 3h 09


Verissimo - O Estado de S.Paulo

Alguma coisa aconteceu no coração do Brasil quando acabaram com as lutas de "catch". Elas eram um sucesso na TV e seus astros viajavam em caravanas pelo País, apresentando-se em ginásios e circos. As lutas não eram lutas, eram teatro. Não eram exatamente combinadas, mas seguiam um roteiro estabelecido e havia um acordo tácito de que ninguém sairia do ringue machucado, mesmo que saísse arremessado. O roteiro básico não variava: era os bons contra os maus, e os bons sempre ganhavam. Ou só perdiam quando o adversário traiçoeiro recorria a um golpe especialmente baixo, sob uivos de raiva da plateia. E a reação da plateia fazia parte do teatro. Havia uma suspensão voluntária de descrença, e todos torciam pelo Bem contra o Mal - ou pelo bonito contra o feio, o esbelto contra a barrigudo, o correto contra o falso - com um fervor que não excluía a consciência de que era tudo encenação.

Era fácil distinguir os bons e os maus. Os bons eram atletas como o Ted Boy Marino, caráter tão irretocável quanto os seus cabelos loiros, que lutava limpo. Os maus tinham nomes como Verdugo e Rasputin, e comportamento correspondente ao nome. Lembro de um Homem Montanha, que mais de uma vez derrubou o juiz junto com o adversário. E não havia um Tigre Paraguaio? Os bons geralmente começavam apanhando e, quando parecia que estavam liquidados e que o Mal triunfaria, vinha a eletrizante reação, durante a qual o inimigo pagava por todas as suas maldades. Humilhação e vingança, nada na história do teatro é tão antigo e tão eficaz. Nove entre dez novelas de televisão têm o mesmo enredo.

Não sei se ainda fazem espetáculos de "catch" pelo interior do País. Hoje na TV o que se vê é o "ultimate fighting", ou "mixed marital arts", dois lutadores simbolizando nada trocando socos e pontapés sem simulação, quando não se engalfinham no chão como um bicho de duas costas e oito patas em convulsão. Nessas lutas não vale, exatamente, tudo - parece que esgoelar o outro e xingar a mãe não pode. Mas é o "catch" despido da fantasia, com sangue de verdade. Não há mais mocinho e vilão, apenas duas máquinas de brigar, brigando. Nem Ted Boy Marino nem Homem Montanha, apenas a violência em estado puro. Sei não, acho que empobrecemos.



Carlos Alberto de Braganca Pereira <cpereira@ime.usp.br>



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Basilio de Bragança Pereira ,DIC and PhD(Imperial College), DL(COPPE)
*UFRJ-Federal University of Rio de Janeiro
*Titular Professor of  Bioestatistics and of Applied Statistics
*FM-School of Medicine and COPPE-Posgraduate School of Engineering and
HUCFF-University Hospital Clementino Fraga Filho.

*Tel: 55 21 2562-7045/7047/2618/2558
www.po.ufrj.br/basilio/

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