INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA DA USP
DEPTO. DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

MAC-0424 – Computadores na Sociedade e na Empresa
Prof. Valdemar W. Setzer

DESCRIÇÃO DA DISCIPLINA
Versão de 15/3/12

ATENÇÃO:

1. Esta disciplina só será ministrada a pedido dos alunos ou de professores do MAC, quando houver pelo menos 20 participantes efetivos.
2. As primeiras aulas são fundamentais. Assim, não serão aceitos retardatários, por exemplo na época de confirmação de matrícula.
3. A presença às aulas é estritamente obrigatória, dentro das normas vigentes (mínimo de 70% de frequência). O aluno que não tiver freqüência ficará de recuperação, devendo estudar e resumir um livro completo se quiser ter a freqüência. Atrasos serão considerados como faltas se forem freqüentes.
4. As notas finais baseiam-se na participação do aluno nas aulas e fora delas, bem como na avaliação subjetiva de seus one-minute papers e trabalhos.

Esta disciplina deveria mais propriamente chamar-se "O Impacto Social e Individual dos Computadores" (o nome ficou do jeito que está pois foi dado em 1973 e uns e outros da Congregação do IME acharam que o nome original seria muito suspeito para o regime militar vigente na época...).

Ela tem sido dada praticamente todos os anos desde a 1a. turma do BCC, em 1974, sempre pelo prof. Valdemar Setzer. Seria interessante, antes de um aluno matricular-se, dar uma olhada nos artigos vinculados em sua home page, em

http://www.ime.usp.br/~vwsetzer

ou tirar xerox de alguns artigos na pasta da disciplina na Xerox do bloco B, o que poderá fazer com que a escolha de cursá-la seja mais consciente. Quem achar que é tudo abobrinha não deveria matricular-se – isso não quer dizer que se deve concordar com o que será exposto! A motivação correta seria dizer-se: "Eu gostaria de discutir essas idéias e conhecer mais a seu respeito". Uma boa idéia é consultar alunos que já cursaram a disciplina, para ver se vale a pena.

A disciplina tem como intenção fazer uma análise crítica e informal do papel dos computadores e da tecnologia em geral, e sua influência, principalmente negativa, tanto no indivíduo quanto na sociedade. Para isso iniciamos com uma análise não-padrão do que vem a ser o ser humano e a sociedade. Uma intenção fundamental é despertar nos alunos um pensamento informal "vivo", em oposição ao pensamento formal "morto" exercitado na computação, na técnica, e nos meios acadêmicos em geral. Um exemplo de pensamento vivo é aquele que não é puramente racional, mas é impregnado de sentimentos, o que ocorre quando se faz qualquer atividade artística.

Em termos de computador, examinamos a posição do profissional, do usuário e da empresa, mostrando o que pode ser feito para controlar-se a máquina e não ser por ela controlado. Para isso, examinamos também o papel das máquinas em geral, com ênfase especial para a os meios eletrônicos (TV, jogos eletrônicos, computadores e Internet): o que eles são e como afetam os usuários (ver o livro sobre meios eletrônicos e educação).

Durante o curso são abordados problemas existenciais gerais que afetam o dia a dia do aluno, também de uma forma não padrão. Somente os temas que despertam mais interesse são aprofundados, o que depende das perguntas que surgem. Esta é uma disciplina absolutamente aberta, no sentido de se poder discutir qualquer assunto nas aulas. Os alunos são incentivados a trazer suas dúvidas e idéias sobre assuntos pessoais ou gerais.

No fim de cada aula os alunos escrevem um one-minute paper, comentando brevemente 1) o que aprenderam de mais importante; 2) qual a maior dúvida que ficou; 3) com quem discutiram a aula anterior, principalmente alunos da turma. Os O-M-Ps são comentados por escrito pelo professore, e entregues na aula seguinte; uma parte substancial da mesma é dedicada à discussão das questões nele levantadas. Depois de ter lido seu O-M-P o aluno deve devolvê-lo para ser guardado em sua pastinha.

Os alunos são incentivados a assistir atividades culturais (concertos de música erudita, teatro, filmes de arte, museus, exposições), devendo fazer um pequeno relatório das atividades assistidas. Na versão de 2010, serão obrigatório 3 relatórios: de uma peça de teatro, de uma visita a um museu (MASP, Pinacoteca ou MAC), bem como assistir pelo menos um concerto de música erudita. Neste último caso, preferencialmente da OSESP, pois trata-se de uma orquestra de classe internacional A; assisitir um concerto na Sala São Paulo, do local do coro, atrás da orquestra, e pagando a meia entrada de estudante sai quase de graça. Mas pode ser um concerto da OSUSP ou da Sifônica Municipal.

Em anos passados, fizemos visitas a várias exposições especiais (da China, Picasso, Herny Moore, MASP) com a orientação de Luzius Zaeslin, professor de artes e história da arte da Escola Waldorf Rudolf Steiner. Os alunos gostaram imensamente dessas visitas, pois perceberam que há muito mais a ser visto e apreciado em um quadro do que um leigo imagina. Será tentada uma visita neste ano, mas a realização da mesma depende da disponibilidade dele

Nos anos anteriores cada aula começava com canto. Isso tinha como finalidade (deixado aqui como registro): 1. Fazer uma atividade que signifique um corte com a agitação e o padrão de atividade intelectual anteriores; 2. Fazer uma atividade rítmica, dando um novo estado de espírito para a aula que vai se seguir; 3. Fazer uma atividade que se dirija essencialmente aos sentimentos, e apenas secundariamente ao intelecto; 4. Mostrar aos alunos como é interessante cantar, principalmente em coro; 5. Orientar os alunos, que apresentarem dificuldades de afinação, para o problema que têm e oriantá-los a treinar seu ouvido; 6. Interessar os alunos a estudarem música. Sugestões em ordem crescente de dificuldade de aprendizado em idade adulta: I. flauta doce – qualquer um pode aprender sozinho, com poucas orientações de quem já sabe tocar um pouco; II. instrumento de teclado; III. violão, principalmente clássico; IV. clarineta (preferível) ou saxofone; 7. Dar algumas noções de teoria musical; 8. Mostrar como se pode compreender um texto e uma melodia, isto é começar a encarar a música – e a arte – de maneira diferente.

Neste ano de 2010 vamos tentar algo diferente: desenho de formas feito a mão livre. A razão da mudança é que, infelizmente, os alunos cantam muito mal (desafinado), e talvez não aproveitem muito essa parte da aula. O desenho de formas é uma atividade artística muito interessante, que produz um desenvolvimento interior, permitindo que os alunos aprendam algo que podem continuar no resto de sua vida. Além disso, os "desenhos" podem ser "feitos" mentalmente, o que dá um excelente exercício de concentração e desenvolvimento de um pensamento mais flexível, principalmente no caso de desenhos em que aparece a metamorfose das formas (como no primeiro, que começa com um segmento de reta e termina com uma sequência de lemniscatas. Em cada aula será dado um novo desenho; os alunos deverão fazê-lo durante a aula, e depois refazê-lo em casa para entregar na aula seguinte. É fundamental que os desenhos entregues sejam bonitos (arte sem estética não é arte).

Recomenda-se a cada aluno que compre um caderno para anotar pelo menos as frases que o professore escreve no quadro negro, talvez os desenhos de formas, bem como uma caixinha de giz de cera para poder fazer os desenhos de formas em casa.

No fim do curso cada aluno recebe uma pastinha com seus trabalhos (análise de artigos e de capítulos de livros), seus one-minute papers, relatórios de atividades culturais e seus desenhos de formas). Com isso cada um poderá seguir a evolução ocorrida em sua maneira de pensar e encarar o mundo (esperamos que se torne mais ampla, profunda, flexível e crítica) e sua habilidade em fazer desenhos de formas.


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