Jogadores alvinegros se sentiram humilhados em São Januário

Ricardo Gonzalez

Ter 100% de aproveitamento — 21 pontos em sete jogos — é muito bom, superar ileso dois clássicos e estar praticamente na final da Taça Guanabara é melhor ainda. Mas ontem, melhor que tudo isso para os botafoguenses, foi ganhar do Vasco, de virada, dentro de São Januário, depois de humilhar o cartola adversário Eurico Miranda, obrigando o time vascaíno a trocar os calções, na patética encenação que antecedeu o clássico. Tanto que os jogadores do Botafogo pularam e se abraçaram no gramado, no apito final de Ubiraci Damásio, como se tivessem conquistado um título.

 “Essa vitória é dedicada ao Eurico”, desabafava Djair. “Perdemos cerca de R$ 400 mil ao sair do Maracanã. Fomos obrigados a aumentar o preço do ingresso. E íamos sendo submetidos à humilhação de trocar o calção antes do jogo. Se aceitássemos, o time ia se abater. Mas os jogadores viram que têm uma diretoria que os defende. E na bola ganhamos, porque hoje o Botafogo é o melhor time do Rio”, discursava o eufórico presidente José Luis Rolim.

 No vestiário, todos de banho tomado e cabeça mais fria, o discurso voltou a ser o da humildade. “Domingo temos Americano, em Campos. Pegamos ainda o Volta Redonda fora, o América, que complica para os grandes, e o Flamengo. Estamos numa posição excepcional, mas que ninguém pense que já chegamos na final”, pregava o técnico Joel Santana.

 No intervalo, o treinador esculachou os comandados, que, segundo ele, estavam apenas observando o Vasco jogar. Prova de que tem o grupo na mão, foi cumprimentado por cada jogador alvinegro ao final do jogo. “O primeiro tempo não foi o Botafogo que eu treino. Mudei a colocação do meio-campo e o time ganhou bem, com autoridade”, festejava Joel.

 O time volta a campo quarta-feira, às 20h30, no Caio Martins, contra o Vitória-BA. Gonçalves, expulso contra o Ji-Paraná, será substituído por Grotto.

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