Diretores de unidades de ensino e institutos especializados e museus reuniram-se com o M. Reitor seis vezes (nos dias 5, 10, 17, 18, 24 e 25 de maio), além da reunião do CO do dia 16/maio, para discutir a crise atual que envolve as três universidades estaduais, visando o seu solucionamento. Parte das reuniões dos dias 24 e 25 de maio foi dedicada a explanações por membros da COP (Comissão de Orçamentos e Patrimônio) sobre a situação financeira, principalmente quanto a projeções da arrecadação do ICMS, tanto as oficiais da Secretaria da Fazenda como as da ADUSP.
Da reunião do dia 25/maio/2000 resultou o seguinte comunicado dos diretores:
" Os Diretores de Unidades da USP que subscrevem este comunicado, prosseguindo em seus esforços visando à superação da atual paralisação que afeta a Universidade, reuniram-se hoje com o Magnífico Reitor, Professor Jacques Marcovitch.
Participaram da reunião integrantes da Comissão de Orçamento e Patrimônio que demonstraram, de forma transparente, os números que deverão subsidiar uma nova proposta ao Fórum das Seis.
Estes números apontam para um reajuste suplementar de 4,25%, a ser creditado nos salários do mês de maio, a serem pagos em junho. Assim, o total da recomposição, incluindo-se os 7% de abril e os 3,75% de abono já concedidos, seria de 15%.
Uma comissão técnica, incluindo representantes do Fórum das Seis, acompanharia a evolução da receita do ICMS, aplicando-se as diferenças positivas majoritariamente à melhoria progressiva dos salários entre junho do corrente ano e abril de 2001.
Entendemos que se trata de uma solução que pode não ser ideal, mas é a única possível nas atuais circunstâncias.
A Universidade não pode ficar indefinidamente paralisada, por mais convincentes que sejam, no debate salarial, os argumentos de sua administração ou de suas entidades sindicais. A sociedade espera de todos nós a retomada de nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão, após 30 dias de greve, que produziram resultados aceitáveis e abriram um espaço inédito para o acompanhamento conjunto da receita vinculada ao ICMS.
Aceitar a nova proposta do CRUESP não significa endossar apenas os seus termos no que diz respeito ao percentual suplementar agora obtido. Significa adotar uma postura política, em defesa da universidade pública, injustamente acusada de corporativista e devoradora de recursos. Cabe, neste momento, avaliar como a sociedade que nos mantém nela incluída os pais dos nossos alunos - está reagindo a esse embate em torno de vantagens trabalhistas.
Os Diretores, propondo a cessação da greve, entendem que caberá a toda a comunidade universitária aprofundar não apenas a pauta de reivindicações salariais de médio prazo, como também outras questões de política acadêmica, entre as quais se destacam o preenchimento dos claros docentes, os critérios de avaliação, a carreira docente (com especial destaque para um resgate do RDIDP) e a superação do constrangimento previdenciário, temas já destacados pelas manifestações das Congregações de várias Unidades durante a paralisação.
Em conclusão, propomos que os representantes das entidades sindicais assinem um acordo com o CRUESP mediante o qual, superado o estado de paralisação, a comunidade das Universidades Públicas Paulistas possa dar encaminhamento ágil às demais questões que a afligem.
São Paulo, 25 de maio de 2000.
(Ler também um comunicado anterior dos diretores, que resultou das reuniões dos dias 17 e 18 de maio.)
Siang W. Song
29 de maio de 2000
Last modified: Wed Oct 18 11:22:31 BRDT 2000