Camila Corrêa Moraes

Daniel Martins Sakai
 
 

MAC 339 - Informação, Comunicação e a Sociedade do Conhecimento

Professor Imre Simon - 10/Dezembro/2001
 
 

ANÁLISE, COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES SOBRE A OBRA "INFORMATION RULES - A STRATEGIC GUIDE TO THE NETWORK ECONOMY", DE CARL SHAPIRO E HAL R. VARIAN




1- Os autores

Carl Shapiro tem 44 anos e é professor de estratégia na Haas School of Business da Universidade da Califórnia, em Berkeley e também diretor do Institute of Business and Economic Research. Possui uma home page pessoal em http://www.haas.berkeley.edu/~shapiro . Trabalhou como economista chefe na Divisão anti-trust do Departamento de Justiça dos EUA entre 1995 e 1996.

Hal R. Varian tem 51 anos. É reitor da School of Information Management and Systems da Universidade da Califórnia em Berkeley e professor de Economia da Haas School of Business da mesma universidade, sendo especialista em microeconomia. Tem uma página pessoal em http://www.sims.berkeley.edu/~hal . Entre seus livros de microeconomia mais consagrados estão Microeconomic Analysis, de 1992, e Intermediate Microeconomics: A Modern Approach, de 1997.
 

2- Overview da Obra

Os bens de informação, originados de filmes e músicas para softwares, têm suplantado as indústrias como chaves para os mercados globais. Em confronto com essa Nova Economia, muitos instintivamente reagem procurando por novos economistas para os guiarem em suas decisões de negócios. Executivos mandam produzir softwares ou versões online de suas revistas e abandonam as clássicas lições dos economistas, e confiam nessas novas tendências que prometem guiar suas estratégias na era da informação.

Em Information Rules, os autores alertam os gerentes e homens de negócios: "Ignore os princípios básicos da economia por seu próprio risco. A tecnologia muda. As leis da Economia não.". Entender essas leis e sua importância para os bens de informação é crucial quando se deseja ter sucesso no mercado competitivo atual. Information Rules introduz e explica os conceitos econômicos necessários para navegar na crescente economia em rede.

O primeiro livro a destilar os princípios econômicos da informação e redes em estratégias práticas de negócios, Information Rules ajudará os líderes de empresas e políticos a tomarem decisões inteligentes sobre seus fundos de informação.

Baseado em vinte e cinco anos de pesquisas econômicas e sobre suas próprias experiências como consultores, acadêmicos, oficiais do governo, os autores exploram as forças econômicas que determinam o sucesso ou a falência na Nova Economia. Com estudos de caso detalhados, exemplos históricos e explanações claras dos conceitos econômicos chaves, Information Rules explica como:

Shapiro e Varian olham além da era da informação e oferecem princípios econômicos duradouros que provêm de décadas de prática. Information Rules é um guia prático que fornece um profundo entendimento das forças fundamentais que agem atualmente - e também no futuro - sobre a economia da informação.
 

3- Assuntos abordados por cada capítulo

Capítulo Um: A economia da informação

Os autores fornecem um overview do campo competitivo da economia em rede, e as regras básicas para governá-lo. Eles afirmam que não é preciso "novos economistas" para entender a Nova Economia: os princípios econômicos básicos necessários para desenvolver estratégias de negócios são os mesmos. Para entender a economia da da tecnologia da informação deve-se olhar para regras econômicas que envolvem informação e economia. Do lado da informação, os autores discutem o preço de produzir a informação, como administrar a propriedade intelectual, informação como uma boa experiência e aplicações econômicas. Do lado da tecnologia, eles abordam sistemas de competição, lock-in e custos com trocas, feedback positivo, externalidades da rede e padronização. O capítulo termina com uma breve discussão de regras políticas que atuam na Economia de Redes.

Capítulo Dois: O preço da Informação

A informação tem alto custo para ser produzida porém custo quase nulo para reproduzi-la. A regra econômica que paraleliza esse tema é a que enquanto os custos fixos para produção são altos, os custos variáveis para reprodução são baixos. Este capítulo se foca sobre o custo especial da estrutura da informação, e maneiras efetivas de vender uma informação em determinados mercados. É discutido como desenvolver uma estratégia básica baseada naquilo que a indústria opera, e ilustra como características únicas de mercados de informação oferecem novas oportunidades de implementar princípios de estratégia competitiva, diferenciando seu produto. Os autores também examinam estratégias de customização da informação para personalizar seu produto e adotar várias faixas de preço de acordo com cada versão.

Capítulo Três: Versões da Informação

Como avaliar dados sobre clientes sem ter um perfil destes, sem dados de mercado e sem comprometimento ativo dos consumidores? A resposta é oferecer aos clientes um menu de produtos sobre o qual estes possam fazer suas próprias escolhas. Este capítulo examina maneiras de fazer versões diferentes dos bens de informação tal como em diferentes segmentos do mercado que pagarão diferentes preços por diferentes versões. Estratégias para isso são ilustradas com exemplos e incluem: delay, interface com o usuário, conveniência, velocidade da operação, flexibilidade de uso, suporte, entre outros. Os autores também exploram princípios tais como: evitar dificuldades comuns nas versões, determinar quantas versões devem ser oferecidas, e o valor a ser ganho com o produto.

Capítulo Quatro: Administração de direitos

As leis de copyright estão ultrapassadas? Os autores dizem que não, e mostram nesse capítulo o porque desses princípios ainda serem válidos. O que mudou, dizem, é que a Internet e a tecnologia da informação em geral oferece novas oportunidades e desafios na aplicação desses princípios. Os autores revisam a história da propriedade intelectual e descrevem lições do gerenciamento de direitos na Internet. Eles discutem a tensão entre liberar totalmente a informação - deixar as pessoas saberem o que você tem a oferecer - e procurar modos para cobrir seus custos, e estratégias de gerenciamento que podem ser usadas nesse caso.

Capítulo Cinco: Reconhecendo o Lock-in

Quando os custos de mudanças de uma tecnologia para outra são substanciais, o usuário se depara com o lock-in. Os autores discutem que a economia livre de atrito é uam ficção, e que na era da informação os usuários de depararão cada vez mais com o lock-in. Entender os custos da troca de tecnologias ou marcas será crucial para o sucesso na economia atual. Este capítulo descreve os modelos comuns que ocasionam custos com trocas para ajudar companhias a reconhecer e medir o lock-in. Utilizando exemplos, explora-se os diferentes tipos de lock-in, estratégias para incorporar características de propriedade ao seu produto, e descreve modos de coordenar sua estratégia com a de seus parceiros.

Capítulo Seis: Administrando o Lock-in

Este capítulo explica como explorar o lock-in quando você está oferecendo um sistema de informação, e como evitá-lo quando você é o comprador do sistema. A primeira parte desse capítulo é dirigida aos compradores de tecnologia da informação, o que inclui virtualmente todos na economia atual. Ajudando a prevenir erros na negociação com o lock-in, os autores fornecem uma lista de estratégias para minimizar o lock-in e evitar monopólios. Além disso, os autores mostram como indivíduos podem fazer suas próprias trocas com ganho de tempo e trabalho. A segunda parte do capítulo mostra estratégias competitivas para companhias venderem seus produtos e serviços em mercados onde os clientes observam os custos com trocas, e mostra como essas estratégias podem ser colocadas em prática.

Capítulo Sete: Redes e feedback positivo

Este capítulo foca as "externalidades da rede" - uma característica econômica fundamental de redes virtuais e reais - as quais ocorrem quando o valor de um produto ou serviço para um usuário depende de quantos outros usuários existem (ex: telefone, Internet, e-mails). O modelo que tal tecnologia segue resulta em "feedback positivo": quanto mais a base de usuários aumenta, mais e mais usuários passam a adotar o produto. Os autores identificam quatro estratégias genéricas para atrair clientes, as quais seguem logicamente dois caminhos básicos; se a companhia baseará sua estratégia em performance ou compatibilidade; e se o produto será aberto ou proprietário. Como esses conceitos e estratégias trabalham na prática é ilustrado através de uma série de estudos de casos históricos, tais como a indústria do telefone e a introdução da televisão colorida.

Capítulo Oito: Cooperação e compatibilidade

Este capítulo descreve como firmar funções em ambientes ricos em padrões. É focado sobre estratégias de abertura as quais são fundamentalmente baseadas em cooperação. Devido a natureza competitiva dos mercados em rede, os autores discutem que é especialmente importante identificar antecipadamente quem são seus aliados e quem são seus inimigos. Os autores exploram sistematicamente como as companhias podem determinar questões cruciais tais como: se eles querem um padrão aberto; quais aliados eles precisam conquistar e como efetivamente atraí-los; se eles podem reunir os aliados para lançar suas tecnologias com sucesso enquanto mantém o controle das operações envolvidas; se deve lutar na guerra de padrões ou pedir tréguas; e o que uma companhia deve fazer se o mercado declina numa indústria de rede.

Capítulo Nove: Movendo uma guerra de padrões

Uma vez que uma rede foi lançada, negociações sobre interconexão e padronização são cruciais. Este capítulo examina o que acontece se essas negociações não dão certo: como lutar numa guerra de padrões e como conseguir feedback positivo trabalhando a favor de uma companhia e contra uma tecnologia rival incompatível. Os autores exploram em detalhes sete pontos chaves que determinam a habilidade de uma companhia ter sucesso numa guerra de padrões: 1) controle durante a instalação de uma base de usuários, 2) direitos de propriedade intelectual, 3) habilidade para inovação, 4) ser o primeiro a oferecer vantagens, 5) habilidades na produção, 6) robustez em complementos e, 7) nome da marca e reputação. Além disso, os autores mostram duas táticas de colocação no mercado que as companhias necessitam desenvolver em continuação a uma batalha de padrões, e discutem como deve-se proceder para proteger e manter a posição uma vez alcançada.

Capítulo Dez: Política da Informação

Para adotar mecanismos legais ou leis anti-truste para se defender de competidores é preciso entender as regras do jogo na Economia de redes. Neste capítulo os autores exploram políticas governamentais, incluindo políticas anti-truste e regulamentação no setor de telecomunicações. Eles mostram porque estratégias competitivas na economia da informação colidem com leis anti-truste em três áreas primárias: uniões e aquisições, conjunto de padrão cooperativo, e monopilização, e exploram regras legais em cada uma das áreas. Além disso, eles sugerem mudanças que podem ser feitas as quais têm apoio do governo, ao invés de impedimentos, para o crescimento da economia da informação.
 

 4- A Nova Economia

A economia e a sociedade atuais estão cada vez mais governadas pela informação. Surge assim uma Nova Economia, ou Economia de Rede, a qual, segundo os autores de "Information Rules", pode ser administrada sem a necessidade de novas regras econômicas.

As sociedades têm evoluído sob o impacto do progresso nas telecomunicações e nas tecnologias da informação. Os empreendedores capazes de explorar as oportunidades dessa nova economia podem fazer fortunas do dia para a noite. Um ponto forte nessa nova concepção econômica é a Internet, que deve revolucionar as mais variadas atividades. Os fundamentos do processo de transação de bens e serviços, com séculos de tradição, prometem ser abalados com o comércio eletrônico.

Ao fim de um século de evolução tecnológica e econômica, observa-se que a grande maioria da riqueza gerada está em bens intangíveis, em informação. Assim, é natural pensar que é necessária uma nova "ciência econômica" adaptada as mudanças associadas à "nova economia". Porém, Shapiro e Varian, abraçando a idéia da "nova economia", rejeitam a sugestão de que é necessário procurar novas regras econômicas.
 

5- Consumo da informação

O valor de um bem de informação só é conhecido depois de ter sido utilizado. Ilustrando tal idéia, escolhamos um bem de informação "low-tech": um jornal. Como sabemos o valor de um jornal antes de o ler? Não há como saber. Assim só sabemos o valor do jornal depois que passamos pela experiência da leitura. Aí podemos determinar o valor efetivo do jornal. Mas se já o tivermos lido de graça, o que nos leva a pagar? Obviamente nada, a não ser que o tenhamos de pagar antes. Mas como pagar se não sabemos o que vai valer? Esta discussão ilustra o problema fundamental das empresas que atuam na economia em rede: a tensão entre disponibilizar gratuitamente a informação - para que as pessoas saibam o quanto essa informação vale - e a recuperação dos custos envolvidos na produção da informação.

Muitas estratégias têm sido desenvolvidas para solucionar tal problema, como a utilização de manchetes e fotografias em jornais para chamar a atenção - uma forma de dar alguma informação parcial de graça, a qual só se tem acesso total comprando o produto. O mesmo também se pode observar na Internet, onde alguns sites dão acesso livre a algumas páginas e cobram o acesso a outras. O desenvolvimento desse tema pelos autores proporciona a compreensão de várias categorias de estratégias para a recuperação dos custos na produção da informação.
 

6- Produção da informação

A essência da singularidade da informação do ponto de vista do produtor é que esta é extremamente cara de produzir mas muito barata de reproduzir. O custo de uma unidade adicional de um livro, CD ou programa de software (custo marginal) é basicamente zero. Determinar o preço da informação em função do custo marginal não é viável. Os autores sugerem que o preço dos bens de informação deve ser determinado em função do valor que os consumidores atribuem ao usufruto desse bem e não em função da estrutura de produção. Porém vimos que a valorização da informação pelos consumidores é um processo complexo. Assim, as empresas devem adaptar-se a essa complexidade, segmentando o mercado tanto quanto possível para poderem corresponder a valorizações diferenciadas.

Para os autores, as empresas devem seguir a seguinte norma: "Desenhe seu produto ou serviço de "cima para baixo", ou seja, comece por o criar com o maior valor acrescentado possível e só depois crie soluções mais "magras", subtraindo-lhe o valor, se pretende oferecer uma amostra gratuita, fazer preços de lançamento e penetração no mercado ou responder à concorrência."
 

7- O problema do "lock-in"

"Lock-in" significa ficar preso a um padrão e, o que é pior, ter de enfrentar custos elevadíssimos quando surge o momento de mudar. Ao contrário dos automóveis, por exemplo, cujas condições de uso já estão amplamente padronizadas, as novas tecnologias de informação, além de não atenderem a um padrão único, existem num verdadeiro estado de guerra entre padrões.

O grande problema do "lock-in" está na habilitação das pessoas e das empresas a enfrentar os desafios da atualização e adaptação de sistemas aparentemente ilimitados, mas que na prática condicionam e impedem o desenvolvimento..

Para ser um profissional qualificado, para ser uma empresa competitiva, não basta saber usar o computador ou certos tipos de softwares, não basta ter o equipamento e ser treinado no seu uso. A condição de sobrevivência é ser capaz de avaliar, a cada momento, o grau de atrelamento a um sistema e estar preparado para questionar o sistema, indo além das suas limitações.

O "lock-in" pode ser uma fonte enorme de dores de cabeça ou de lucros substantivos, dependendo do lado em que se está. O caminho para vencer em mercados onde há custos para mudar de tecnologia não está em evitar ou se entregar ao "lock-in". É preciso pensar estrategicamente: olhar para frente e raciocinar retrospectivamente.
 

8- Política da informação

Uma característica fundamental da economia em rede, que resulta em grande parte das características dos bens de informação que nela circulam é a presença de fortes "externalidades de rede", ou seja, o valor atribuído a alguns produtos aumenta com o crescimento da utilização por outros desse mesmo produto. Um exemplo clássico é o telefone: quanto mais pessoas tiverem acesso a um telefone, maior é a utilidade que tem para mim meu próprio telefone. Pensando num sistema cooperativo, observa-se o mesmo fenômeno. Por exemplo, quanto mais pessoas tiverem o sistema Windows, melhor para mim que sou usuário dessa plataforma.

O sucesso de uma empresa que vende informação está dependente da forma como consegue tirar partido dessas externalidades de rede. Algumas empresas têm tanto sucesso, como a Microsoft, que seus produtos se tornam, virtualmente, um padrão. Tão forte são as forças das externalidades de rede, que pode haver grandes distorções dos processos competitivos e dos incentivos para a produção de inovações, o que leva a se discutir o papel do Estado e das políticas públicas de regulamentação da economia em rede. Temos como exemplo o atual conflito entre o Departamento de Justiça norte-americano e a Microsoft, acusada de tentar impor o seu padrão a fabricantes e comerciantes, para atingir um domínio de mercado que beira ao monopólio, o que levaria a lucros exorbitantes.
 

9- Exemplos reais dos efeitos da Nova Economia

Os artigos abaixo são classificados de acordo com o tema abordado em cada capítulo do livro.

Capítulo Dois

Abaixo seguem os resumos de alguns artigos retirados da revista "Business Week", a respeito do preço dos bens de informação.

"O que está passando na TV? Pergunta Henry Yuen" - 14/09/1998 - página 164

A regra fundamental de licença de pantente na exploração de novas tecnologias e estabelecimento de novos padrões é ilustrada pela estratégia do Gemstar International Group, o qual obteve sucesso usando a tecnologia de VCR Plus desde 1990. O líder do grupo, Henry Yuen, e seus sócios estão desenvolvendo agora guias de programação eletrônicos para visores de TV. Ele planeja colecionar royalties de fabricantes de TV, vídeos- cassete e outros aparelhos que usarão sua tecnologia. O guia de programação foi patenteado para que não se torna-se um simples commodity.

"Spam que você pode não apagar: Marqueteiros estão descobrindo que e-mails personalizados dão retorno" - 15/06/1998 - página 115

Muitas companhias estão conquistando clientes através do uso de dados de históricos personalizados de prováveis clientes, identificando suas necessidades e oferecendo sugestões amigáveis para compras futuras. Usando técnicas de "data mining", companhias como Amazon.com estão testando essa tática. Os clientes são induzidos pela Streamline Inc., um serviço de entregas em Boston, a comprar mais cereal ou tecidos quando o software da empresa prediz que eles estão escassos. Isso é uma excelente ilustração de personalização de produtos.

"Adeus ao preço fixo? Como o comércio eletrônico pode criar o mais eficiente mercado para tudo" - 04/05/1998 - página 71

Mais e mais companhias estão tirando vantagem da web para personalizar seus preços e usar a rede para encontrar compradores e vendedores. Exemplos incluiem: Aucnet, que oferece taxas de qualidade nos leilões de carros usados; Priceline, que encontra compradores e vendedores de passagens aéreas e outros itens, e Netmarket, que garante encontrar o melhor preço para livros, músicas e outros produtos do gênero.

Capítulo Três

"Compradores eletrônicos da Web não vagueiam livres" - Wall Street Journal - 03/09/1998

Descreve como sites restritos na Web classificam seus produtos. As empresas ao invés de manter um preço único, aumentam as versões de seus produtos, para diversificarem os preços. Cita como exemplo um software de reconhecimento de voz que possui várias versões, variando de acordo com o vocabulário reconhecido.

Capítulo Quatro

"Divx desce para um começo menos promissor"- San Jose Mercury News - 19/06/1998

Divx é a tecnologia usada em vídeos pay-per-view em discos. Permite a conveniência de alugar sem requerer de volta a fita de vídeo no dia seguinte. Este artigo discute que o Divx nunca conseguirá a conveniência das vídeo locadoras já que discos Divx estão disponíveis em poucos lugares, ilustrando a interação entre externalidades da rede e custos de transação.

Capítulo Cinco

"High-tech inks make green, but formulas may east metal"- Wall Street Journal - 19/08/1998

Este artigo mostra que os cartuchos de tintas de impressoras da HP tem 30% de lucro marginal e considera que representam um em cada quatro dólares ganhos pela empresa. Isso ilustra os fortes efeitos do lock-in na comunidade.

Capítulo Seis

"HP diz que cartões smart serão instalados em lojas do McDonald's " - Wall Street Journal - 17/08/1998

A Hewlett-Packard firmou acordo com o McDonald's para instalar terminais que usam smart cards em 870 lanchonetes na Alemanha. Embora o contrato seja de menos de 10 milhões de dólares, a empresa considera essa operação estrategicamente importante. O McDonald's será um cliente de grande influência.

Capítulo Sete

"IBM lança drive de disco de pequiníssimo tamanho e grande capacidade" - New York Times - 09/09/1998

Um avanço recente da IBM em drives de disco pequenos mostra a importância da compatibilidade retrógrada. A empresa desenvolveu um novo micro drive que pode armazenar 5 bilhões de bits, o qual será usado em memórias dispositivos tais como câmeras digitais.

"Acordo da Intel indica discórdia com Microsoft" - New York Times - 16/09/1998

A Intel recentemente deu suporte a Real Netwoeks na batalha de padrões com a Microsoft no desenvolvimento de softwares para áudio e vídeo na Internet. A Intel terá licença no uso da tecnologia de compressão da próxima versão do software multimídia da Real Networks, RealVideo GE. Essa aliança mostra o valor da Intel em fornecer performance ao software com seus microprocessadores e o valor da Real Networks em não apenas oferecer tecnologia mas influenciar na guerra com a Microsoft.

Capítulo Oito

"Batalha pelo Java entra em fase crítica"- Wall Street Journal - 08/09/1998

A recente batalha legal entre Microsoft e Sun durante a revisão da linguagem de programação Java é um bom exemplo de administração de expectativas em mercados onde feedback positivo é uma grande força e compatibilidade é crucial para os usuários. A Sun está buscando uma forma de impedir as vendas do Windows 98 até que a Microsoft modifique seu sistema operacional para ser compatível com a versão do Java fornecida pela Sun. O perigo é que a Sun pode perder o controle da linguagem e que o Java se quebre em várias versões incompatíveis.

"União de sistemas de gerenciamento de documentos da IBM e Xerox" - New York Times - 19/09/1998

IBM e Xerox recentemente anunciaram planos de cooperação para oferecer aos seus clientes um sistema integrado de gerenciamento de documentos. A unidade de escritório de negócios da Xerox e o grupo de computação pervasiva da IBM unirão o mercado de copiadoras/impressoras/scanners da Xerox com o Lotus suite da IBM, software de gerenciamento de documentos. Este exemplo ilustra que muitas vezes grandes companhias precisam se aliar para oferecer um sistema completo e produtos complementares para criar mais valor aos usuários finais.

Capítulo Nove

"Provas da Netscape" - San Jose Mercury News - 14/09/1998

História da guerra entre Netscape e Microsoft, enfatizando os erros cometidos pela Netscape.

"Por que a Oracle está tendo ataques com uma intrusa conhecida como Microsoft" - Wall Street Journal - 24/07/1998

Descreve a batalha entre Oracle e Microsoft no mercado de servidores de banco de dados. Muitas das táticas usadas são descritas no capítulo de guerra de padrões, tais como preços de penetração, alianças, e cultivo de influências nos compradores.

Capítulo Dez

"Provedores de acesso a Internet vitoriosos sobre taxas de acesso" - New York Times - 20/08/1998

Os provedores de Internet ganharam uma vitória quando uma decisão da justiça os desobrigaram de pagar uma taxa de acesso de chamadas locais às companhias telefônicas, normalmente paga só em chamadas de longa distância. Isso é um bom exemplo de que leis e regulamentação afetam na evolução da Internet.

"FTC acusa Cisco de violação de leis Anti-truste" - Wall Street Journal - 06/10/1998

A comissão federal do comércio (FTC) lançou um inquérito para determinar se a gigante Cisco violou leis anti-truste na união da Lucent com a Northern Telecom. A FTC procura determinar se a Cisco simplesmente estava explorando novas possibilidades de parceria ou se pretendia talhar mercado dos seus concorrentes. Essa investigação ilustra que a linha entre cooperação e colisão pode ser bem fina.
 

10- Outros tópicos discutidos em "Information Rules"


11- Apêndice: Cibernéticos versus Cibercéticos

A revolução trazida com a Era da informação, trouxe inúmeras mudanças, em especial na mentalidade das pessoas. Surge aí duas classes opostas: cibernéticos e cibercéticos.

Para os primeiros, a globalização é uma força espontânea e libertária, capaz de oferecer ao mundo níveis de conhecimento e riqueza nunca alcançados de forma tão democrática. Para os segundos, a globalização é ideologia, que traz um sistema de valores, e, portanto, "serve mais a uns que a outros". A irmã da prosperidade digital dos países desenvolvidos é a crescente exclusão digital da periferia subdesenvolvida.

Para quem deseja ter um conhecimento mais do que opinativo sobre o assunto recomenda-se buscar por uma "bibliografia introdutória à globalização e à nova economia".

Um texto abrangente onde se pode começar é "Information Ages: Economy Society and Culture", de Manuel Castells. O autor não cai no "tecnismo otimista", característica de muitos livros superficiais, mas não deixa de reconhecer que a nova economia chegou para ficar.

No campo da cibercautela, temos a obra discutida aqui - Information Rules - onde se argumenta que as tecnologias se transformam, mas as leis econômicas não - um elogio aos parâmetros da velha economia. Numa linha semelhante, Tom Standage, em "The Victorian Internet", compara o impacto da invenção do telégrafo no século XIX ao surgimento da Internet. Ambos, telégrafo e Internet, reduziram drasticamente o custo das comunicações e ampliaram o montante de informação disponível a toda sociedade.

Dan Schiller, maior porta-voz dos cibercéticos, joga uma ducha de água fria nos otimistas e defende em "Digital Capitalism" que a economia da informação oferece instrumentos sutis para consolidar o poder das empresas transacionais de comunicações. Na medida em que se alastram as diferenças sociais, a nova economia consolida uma "cultura consumista" de grupos privilegiados. Schiller argumenta que o capitalismo digital apenas fez aumentar os dois mais perversos produtos da lógica de mercado: a desigualdade e a dominação.
 

12- Outros artigos correlatos


13- Bibliografia

Conteúdo dos seguinte sites:

http://www.inforules.com (Página oficial do livro, com diversas infomações, resumos e comentários)

http://www.janelaweb.com/livros/inforules.html (Página com comentários sobre a obra)

http://www.ig.com.br/paginas/ig.com/colunistas/troyjo/ (Textos de Marcos Prado Troyjo, colunista do IG.com)

http://www.ideiasenegocios.com (Site econômico)

http://uol.com.br/aprendiz/colunas/gilson_schwartz (Textos do colunista Gilson Schwartz, professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP, na área de Informação e Comunicação)