Comentários ao artigo de Drauzio Varella "Intolerância Religiosa"

Valdemar W. Setzer
www.ime.usp.br/~vwsetzer
Original de 21/4/12; versão 1.3 de 29/4/12

Folha de São Paulo, 21/4/2012
Intolerância religiosa
Drauzio Varella

Comentários de V.W. Setzer
SOU ATEU e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos.

Curioso. Quando eu digo "acredito que vai chover hoje à tarde", sou capaz de justificar minha asserção (por exemplo, está muito calor, há nuvens carregadas no céu, a previsão do tempo é de chuvas etc.) e todos compreendem o que quero dizer, pois sabem o que é 'chuva' e o que é 'hoje à tarde'. Ateu é a pessoa que não acredita em Deus ou em deuses. Portanto, Varella deveria explicar o que ele entende por Deus ou deuses, e não será capaz disso, pois não admite sua existência; aliás, em geral ninguém é capaz disso, pois essas entidades tornaram-se meras abstrações. O tipo de pensamento que ele usa mostra que o correto seria ele classificar-se como materialista, isto é, uma pessoa que acredita que só haja matéria e energia físicas no universo, e todos os processos envolvendo-as são puramente físicos. A esse respeito, veja-se meu artigo "Ciência, religião e espiritualidade" em

http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/ciencia-religiao-espiritualidade.html

A humanidade inteira segue uma religião ou crê em algum ser ou fenômeno transcendental que dê sentido à existência. Os que não sentem necessidade de teorias para explicar a que viemos e para onde iremos são tão poucos que parecem extraterrestres.

Não é a humanidade inteira que segue alguma religião ou tem a crença descrita. Mas é fato que uma religião dá sentido à existência, nem que seja a obrigação de matar os que não acreditam nela. Já o materialismo, no sentido exposto acima, não pode admitir nenhum "fenômeno transcendental" e portanto atribuir algum sentido à existência, que desse ponto de vista é necessariamente fruto de vários acasos; a matéria não tem sentido de existir, simplesmente existe. Para mais detalhes, veja-se meu artigo "Consequências do materialismo" em

http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/conseqs-materialismo.html

Esse parágrafo tem uma formulação curiosa. Será que Varella considera que é tomado como parecendo um extraterrestre? Se ele não se inclui nessa categoria e, pelo que escreveu, não segue uma religião, e ainda é ateu, isto é, não crê em um ser transcendental, resta classificá-lo como crendo em um "fenômeno transcendental", isto é, não físico. Mas, nesse caso, por que ele não admite a existência de seres transcendentais? Porém, independente disso, o mais importante seria admitir que o ser humano contém membros imateriais, pois aí se poderia atribuir-lhe livre arbítrio, responsabilidade, dignidade, moral, considerar que a vida tem um sentido etc.

Dono de um cérebro com capacidade de processamento de dados incomparável na escala animal, ao que tudo indica só o homem faz conjecturas sobre o destino depois da morte. A possibilidade de que a última batida do coração decrete o fim do espetáculo é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência a acreditar que somos eternos, caso único entre os seres vivos.

A menção ao cérebro e ao processamento de dados é uma das razões, além de outras que saltam à vista em seu artigo, de eu o classificar como materialista, pois um espiritualista (isto é, uma pessoa que admite a existência de fenômenos no universo que não podem ser reduzidos a fenômenos físicos) não iria reduzir o pensamento a um fenômeno puramente físico. Mas é importante notar que Varella comete aí um erro científico profundo. Não se pode afirmar que o cérebro processa dados, pois para isso seria necessário mostrar como os dados são representados, isto é, seu código simbólico; além disso, seria necessário mostrar os algoritmos, os códigos que processam esses dados, e a máquina que interpreta esses códigos. Nada disso é conhecido pela neurociência, que no máximo sabe que certos impulsos elétricos imprecisos acontecem em certas regiões do cérebro quando temos certas atividades mentais. Não se sabe nem mesmo onde e como armazenamos no cérebro algo extremamente simples como a representação 2 do número dois. Pior ainda, tome-se o que há de comum entre todas as representações do número dois, como essa última, mais 2, II, ii, .. , dos, due, two, zwei, gba (dvá em russo), chtaim (em hebraico) etc. Trata-se nesse caso do conceito puro do número dois, que não tem representação simbólica! Se não tem representação simbólica, não pode ser representado como dado, e não pode estar armazenado fisicamente em nosso cérebro. No entanto, ele é claro para nós, e podemos trabalhar mentalmente com esse conceito, que é imaterial. A geometria nos dá várias exemplos de conceito sem representação física, como os de ponto ideal (isto é, sem volume), reta, plano e circunferência. Isto é, nosso pensamento abrange conceitos imateriais; portanto, como diria Spinoza, deve ter algo dessa mesma natureza.

O autor também comete o engano de dizer que "só o homem faz conjecturas sobre o destino depois da morte." Infere-se que, segundo ele, os animais fazem outras conjecturas. Só que não é possível provar que os animais pensam e, portanto, que fazem conjecturas. Todas as ações animais podem ser remetidas a instintos ou a condicionamentos, mesmo as que envolvem descobertas novas (que são sempre feitas a partir de vivências reais, e não de raciocínio como pode acontecer no ser humano). Obviamente, animais têm memória, mas ela não é consultável por um impulso interior de vontade, como é o caso dos seres humanos. Nenhum cachorro jamais sentou um dia e pensou: "Agora vou me lembrar do gostoso pedaço de carne que comi ontem."

Varella acha que a ideia de sermos eternos vem do medo e do inconformismo com a morte. Essa é uma mera especulação. Vou fazer outra, que ele não poderá fazer se for realmente materialista. Suponha que o ser humano tenha membros não físicos; um deles pode muito bem subsistir depois da morte e até se reencarnar futuramente em outro corpo físico de uma nova criança. E vou acrescentar ainda outra: no passado remoto, todos os seres humanos tinham a percepção de que possuíam membros não físicos, e que um deles era imperecível; daí as tradições a respeito, presentes inclusive em muitas religiões. Por exemplo, especula-se nos evangelhos se João Batista era uma reencarnação de Elias, o profeta (João 1:21); é descrito que os fariseus acreditavam em reencarnação (Atos 23:6-8), concepção que sempre esteve presente no judaísmo e no islamismo esotéricos; deve-se a Kardec tratar abertamente dessa concepção, que acompanha o espiritismo desde então. Com o tempo, o ser humano foi caindo cada vez mais na matéria (caso contrário não teria adquirido liberdade), e perdeu, normalmente, aquela capacidade de percepção. No entanto, muitas pessoas que tiveram experiências de quase morte relatam fatos que não fazem sentido do ponto de vista físico, inclusive de si próprios em qualidade imaterial.

Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição de seus corpos. Para atender esse desejo, o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos celestiais. Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos a interferências mágicas em assuntos terrenos. Perseguidos e assassinados no passado, para eles a vida eterna não faz sentido.

Curioso, se todos os povos deixaram esses registros, quem sabe há algo de verdadeiro por detrás dessas tradições? Note-se que o materialismo impede que se investigue seriamente essas tradições e concepções, pois certamente parte do princípio de que são meras historinhas inventadas ou talvez meras bobagens. Isso indica como o materialismo restringe a pesquisa científica. Uma outra restrição é a crença no acaso. Ao se por a culpa de algum acontecimento no acaso, encerra-se a pesquisa.

A citada criação do imaginário humano é mera especulação. Quanto ao "jamais faltaram", há outro erro profundo aí. O materialismo é relativamente recente. Por exemplo, tome-se um antigo grego, egípcio ou hebreu. Dizer que não havia Deus ou deuses era algo que não fazia sentido para eles. Foi a partir do séc. XVI que começaram a aparecer ideias materialistas.

Quanto a "interferências mágicas", Varella deveria usar a expressão mais precisa "interferências não físicas", afinal os mágicos são em geral ilusionistas. Curiosamente, ele não pode provar que seu pensar, sentir e querer, e nem mesmo sua memória, seu sono e sua vida são fenômenos puramente físicos. Não há base científica para se afirmar isso. Uma afirmação dessas é mera especulação. Se uma lesão em uma parte do cérebro prejudica algum processo mental, o máximo que se pode afirmar é que a parte lesada participa desse processo, e não que este é gerado por ela, como em geral é suposto pelos neurocientistas.

Não se trata de opção ideológica: o ateu não acredita simplesmente porque não consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva outro a desacreditar.
Na verdade, não existe mais lugar para crenças, seja no materialismo ou em qualquer tipo de espiritualismo. O correto hoje em dia é se fazer hipóteses de trabalho, baseadas em evidências e sujeitas permanentemente a revisão. Acontece que são inúmeras as evidências em favor do espiritualismo, como por exemplo a origem da matéria e da energia no universo, o que não faz sentido físico; idem para os limites do universo. Note-se que o materialismo é self-defeating, pois não sabemos o que é a matéria. Por exemplo, um elétron não é uma bolinha e não circula em torno do núcleo, como a popularização da ciência faz acreditar, usando esse modelo planetário introduzido por Rutherford em 1909.
Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias.

Essa é uma generalização indevida. Judeus, cristãos e muçulmanos acreditam no mesmo Deus único que, aliás, eles não conseguem caracterizar. É interessante notar que o judaísmo original não era universalmente monoteísta; basta ler o Velho Testamento sem ideias preconcebidas, ou então o magnífico livro do historiador inglês não judeu Howard Johnson, História dos Judeus, que localiza o monoteísmo universal apenas a partir do profeta Isaías.

Que sentido tem para um protestante a reverência que o hindu faz diante da estátua de uma vaca dourada? Ou a oração do muçulmano voltado para Meca? Ou o espírita que afirma ser a reencarnação de Alexandre, o Grande? Para hindus, muçulmanos e espíritas esse cristão não seria ateu?
Varella está correto quanto à incompreensão e intolerância existente entre as religiões e concepções espiritualistas. É uma lástima que isso ocorra e, para mim, é uma indicação de que vários religiosos são, na verdade, materialistas. É preciso reconhecer que todas as religiões deveriam ter evoluído, por exemplo buscando compreensão dos fenômenos não físicos e abandonando as crenças e dogmas; o ser humano moderno deveria querer compreender, e não acreditar.
Na realidade, a religião do próximo não passa de um amontoado de falsidades e superstições. Não é o que pensa o evangélico na encruzilhada quando vê as velas e o galo preto? Ou o judeu quando encontra um católico ajoelhado aos pés da virgem imaculada que teria dado à luz ao filho do Senhor? Ou o politeísta ao ouvir que não há milhares, mas um único Deus?

Novamente, o autor generaliza indevidamente. É óbvio que várias tradições religiosas, e muitas novas religiões, viraram falsidades e superstições ou contêm algumas delas. No entanto, o fato de um religioso de uma religião pensar que outra religião é um amontoado de falsidades e superstições não significa que isso seja verdade. Apenas mostra o que já citei, a incompreensão sobre a natureza do mundo não físico e, portanto, das religiões. Por exemplo, muitos religiosos tomam imagens, símbolos, como os da Gênese, como se fossem realidades, como é o caso dos criacionistas bíblicos que tomam os dias da criação como nossos dias de 24 horas. É preciso procurar compreender o que essas imagens revelam de realidades.

Em termos do que Varella expôs, é interessante notar que as religiões têm um problema intrínseco. Cada uma deve supor que é melhor do que todas as outras. Caso contrário, um adepto de uma, encontrando outra melhor, deveria cambiar para essa última. Sobre isso, chamo a atenção para meu artigo "Tolerância, convivência e conflitos religiosos", em

http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/tolerancia.html

Quantas tragédias foram desencadeadas pela intolerância dos que não admitem princípios religiosos diferentes dos seus? Quantos acusados de hereges ou infiéis perderam a vida?

Correto. Isso mostra como as religiões desviaram-se do que deveriam ser. Em minha concepção, muitas tornaram-se materialismos disfarçados. Há uma "Lei de Setzer" que diz: "O pior materialismo é o que vem disfarçado de espiritualismo." (Ver outras em meu site.)

O ateu desperta a ira dos fanáticos, porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades humanas e atribuir as demais às tentações do Diabo. Generosidade, solidariedade, compaixão e amor ao próximo constituem reserva de mercado dos tementes a Deus, embora em nome Dele sejam cometidas as piores atrocidades.

Não é só o materialista que desperta a ira dos fanáticos; qualquer pessoa de outra religião faz o mesmo. Aliás, parece-me que justamente o materialista é o que menos desperta essa ira... Mas o problema não está em geral nas religiões, e sim nos fanáticos. Por exemplo, muitos muçulmanos dizem que o terrorismo e o desrespeito a outras confissões vão contra a sua religião.

Agora, é muito estranho Varella mencionar "compaixão" e "amor ao próximo", isto é, amor altruísta. Nada disso faz sentido do ponto de vista materialista. Por exemplo, um amor só pode ser altruísta se for praticado a partir do livre arbítrio; um amor que provém de um instinto, como o sexual, ou de uma tradição ou costume, ou de qualquer outra imposição, não é altruísta. Ora, do ponto de vista do materialismo, o livre arbítrio deve ser uma ilusão, pois a matéria está inexoravelmente sujeita às 'leis' e condições físicas. Para mais detalhes, ver meu artigo "Consequências do materialismo", já citado acima.

Os pastores milagreiros da TV que tomam dinheiro dos pobres são tolerados porque o fazem em nome de Cristo. O menino que explode com a bomba no supermercado desperta admiração entre seus pares porque obedeceria aos desígnios do Profeta. Fossem ateus, seriam considerados mensageiros de Satanás.

Com toda razão, Varella cita casos de fanatismo e charlatanismo. É uma pena que ele só encare a espiritualidade sob essa óptica. Quanto aos mensageiros do tal Satanás, essa não é uma classificação que é dada apenas aos ateus, ou melhor, materialistas.
Ajudamos um estranho caído na rua, damos gorjetas em restaurantes aos quais nunca voltaremos e fazemos doações para crianças desconhecidas, não para agradar a Deus, mas porque cooperação mútua e altruísmo recíproco fazem parte do repertório comportamental não apenas do homem, mas de gorilas, hienas, leoas, formigas e muitos outros, como demonstraram os etologistas.

Há um engano aqui em relação ao altruísmo. Como eu já citei, se um ato não é feito em liberdade, não pode ser altruísta. É muito curioso que o próprio Darwin já tinha especulado que o altruísmo apareceu por que as pessoas que eram altruístas eram mais aceitas por sua comunidade e deixavam mais descendentes. Isto é, o egoísmo levando ao altruísmo... Se uma ação é devida à configuração comportamental de uma pessoa, isto é, imposta por essa configuração, ela não pode ser altruísta. Animais às vezes comportam-se como se tivessem compaixão e fossem altruístas, mas é impossível provar que isso não é resultado de instinto ou de condicionamento. Uma ação instintiva ou condicionada não é altruísta.

O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. Em vez de unir, ele divide a sociedade - quando não semeia o ódio que leva às perseguições e aos massacres.

Correto. Mas não devemos esquecer o fervor materialista, que também produziu muitas vítimas, como nos países comunistas.

Para o crente, os ateus são desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas, incapazes de um gesto de compaixão, preconceito que explica por que tantos fingem crer no que julgam absurdo.

Varella faz aqui mais uma generalização indevida. Certamente há muitos "crentes" que respeitam todos os seres humanos, independente de sua religião ou concepção de mundo. Por outro lado, se um materialista age moralmente, ele é incoerente, pois da matéria não pode advir moral. Ainda bem que quase todos os materialistas são incoerentes – o que, para mim, é uma indicação de que, em seu inconsciente, eles sabem que não são exclusivamente matéria. Veja-se, por exemplo, como a vivência do livre arbítrio pessoal está cada vez mais forte, e cada vez mais se preza a liberdade – inclusive a acadêmica e de pesquisa, por parte de acadêmicos e cientistas, materialistas em sua grande maioria, pois a ciência moderna é materialista. Além disso, não há mais lugar para crenças e crentes. O espiritualismo deve ser tomado como uma hipótese de trabalho, e uma atitude científica deveria eliminar qualquer preconceito, inclusive o que Varella está expressando nesse artigo em relação ao espiritualismo em geral. Para mais detalhes, ver meu artigo "Por que sou espiritualista", em

http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/espiritualista.html

Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta.

Curioso o autor dizer que respeita as crenças devido a sua educação. Eu esperaria que ele dissesse que isso se deve a si próprio, sua personalidade, sua concepção de mundo. A origem do respeito pelas crenças deveria ser o respeito por qualquer ser humano por se reconhecer o que é justamente ser um ser humano. Só que o materialismo, se fosse coerente, não deveria ter esse respeito. Que respeito se pode ter pela matéria? No máximo, deve-se respeitá-la egoisticamente, se ela é essencial para nossa sobrevivência.

Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.

Os seres humanos não devem, a menos de casos especiais, ser julgados. Antes de eles se caracterizarem por suas ações, caracterizam-se por suas ideias. Por isso classifico (o que não é julgar!) como materialistas muitos dos que se dizem religiosos. Não adianta uma pessoa ficar falando em um Deus ou em deuses misteriosos a todo momento, se o seu tipo de raciocínio é baseado exclusivamente em fenômenos e considerações físicos.

Houve uma pessoa que expôs com muito mais detalhes os problemas e contradições de muitas religiões. Trata-se de Richard Dawkins, em seu livro The God Delusion, título traduzido indevidamente na edição brasileira por Deus, um Delírio. Escrevi uma longa resenha sobre esse livro, concordando com muitas ideias dele e discordando de muitas outras, ver em

http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/review-the-god-delusion.html

Finalmente, todos somos contra fanatismos, especialmente o religioso. Mas é preciso reconhecer que o que está destruindo a natureza e o ser humano não é esse tipo de fanatismo, e sim o mau uso da tecnologia – quem sabe em grande parte devido ao fervor materialista.