Tema 2 - Existirá mesmo uma
Revolução de Informação? (versão 0.5 de 05mar99)
A "Explosão" da Internet
Em 1969 o Pentágono
promoveu a criação da primeira rede, a qual interligava quatro
computadores geograficamente distantes (localizados em quatro Universidades
Americanas: Universidade da Califórnia em Los Angeles, Stanford
Research Intitute, Universidade da Califórnia em Santa Bárbara
e Universidade de Utah), chamada Arpanet.
Desde então, o número
de computadores na Arpanet/Internet dobra a cada 15 meses, chegando em
1998 a aproximadamente 40 milhões de computadores interligados.
Para se ter uma idéia
do quanto é grande a velocidade de crescimento da Internet, podemos
fazer uma breve comparação com as taxas de crescimento da
população mundial. Esta também obedece uma função
exponencial, entretanto, a constante de tempo é muito maior, sendo
necessários, no caso do Brasil, de 30 a 40 anos para que a população
dobre.
Além das constantes de tempo muito curtas a evolução da tecnologia da
informação está sujeita também a um número muito grande de etapas de
dobramento.
De fato,
calculando o número
de etapas em que a Internet dobrou de tamanho, temos:
(30 anos) / (15 meses) = 30 / 1,25 = 24 etapas.
Caso o crescimento da população
mundial estivesse sujeito a este número de etapas de dobramento, considerando que
a população atual é de aproximadamente 6 bilhões
de habitantes teríamos, no início do processo exponencial apenas 357 habitantes
em nosso planeta. Deve ter sido bastante tempo atrás!
Isto é demonstrado no cálculo abaixo:
( 6 bilhões de habitantes) / (224 etapas) = 357 habitantes.
Um outo exemplo que ocorre
na Internet é crescimento do número de servidores WWW, o
qual dobra a cada 14 semanas desde seu surgimento em 1993.
Esses dados podem ser visualizados
nos gráficos abaixo:
Capacidade Computacional
Para mostar o crescimento
da capacidade computacional, podemos analisar o quanto pode ser comprado
em poder computacional por um preço fixo, corrigido para a inflação, no decorrer do tempo. Esse
valor dobra a cada 18 meses desde o advento dos computadores em 1947.
Em um breve exemplo, podemos
realizar a comparação entre dois computadores:
Modelo | Ano | Tempo de adição | Cálculos por segundo | Preço na época (US$) | Preço corrigido (US$) | Coeficiente (Capacidade Computacional por US$ 1.000) |
IBM 1620 | 1960 | 6x10-4 | 1,67x103 | 200.000 | 1.101.600 | 1,514 |
PC Pentium II | 1998 | 5x10-9 | 8x108 | 1.500 | 1.500 | 1,33x108 |
Pela tabela acima, podemos observar que houve uma melhora na capacidade de computação da ordem de 100 milhões de vezes em aproximadamente 37 anos (tempo de experiência do professor Imre Simon com computadores).
Estes dados foram retirados do livro de R. Kurzweil, Tha Age of Spiritual
Machines, 1999, que contém uma análise muito cuidadosa do parâmetro em
questão. A íntegra do primeiro capítulo deste livro encontra-se no site do New
York Times, na página
http://www.nytimes.com/books/first/k/kurzweil-machines.html
Existe um fim para esse crescimento?
O fim de todos os processos
exponenciais está relacionado à falta de recursos, entretanto,
limites podem ser superados em função da constante descoberta
de novas tecnologias.
Embora as arquiteturas de
computadores usadas hoje ainda sejam baseadas no modelo de von Neumann de
1946, atualmente, novos modelos são objetos de pesquisa. Esses
modelos, por exemplo, computação biológica e computação
quântica, podem estender esse crescimento exponencial da computação.
Qual o impacto desse crescimento
em nossas vidas?
Existirá um limite
pra esse crescimento?
Qual será o verdadeiro
limite?
Crescimento exponencial por longos períodos de tempo pode ser um processo com resultados inesperados. Uma parábola muito instrutiva encontra-se no livro de Kurzweil. Leia, no fim da página indicada, a história:
The Inventor of Chess and the Emperor of Chinae tire as suas conclusões.
Ler para próxima semana ( 08-12/03 ): "Informação:
Computação e Comunicação"
Prioridades para as secções 1, 2,
3, 5 e 6. Uma versão pouco mais completa do artigo encontra-se
aqui.
Estas notas foram preparadas por Henrique Pedreira de Freitas Ceribelli e Bruno Fernandes Degani.
MAC 333 A Revolução Digital e a Sociedade do Conhecimento